segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O problema de alimentar animais silvestres em parques

“Alguns animais do parque Mãe Bonifácia, que fica na região central de Cuiabá, estão ficando doentes e em alguns casos chegam até a morrer por conta da mudança na alimentação. Isso porque, de acordo com a administração do local, os visitantes do parque acabam deixando alimentos aos animais e isso acaba prejudicando a saúde deles.

O gerente do parque, Celso Ferreira, diz que a alimentação dos animais mudou bastante. Os funcionários já encontraram iogurte, chiclete e doces nas trilhas. Até uma maçã-do-amor foi disputada por pequenos macacos. ”Nós já presenciamos aqui e levamos à Universidade Federal de Mato Grosso um sagui com problema intestinal por ter ingerido esses alimentos provenientes do pessoal que vem aqui no parque”, conta Ferreira.”
– texto da matéria “Após morte de animais, parque de Cuiabá instala placas de orientação”, publicada em 29 de julho de 2011 pelo portal G1


Primata do parque Mãe Bonifácia
Foto: Reprodução/TV Centro América

O problema não é exclusividade do parque do Mato Grosso. Em áreas protegidas, como unidades de conservação com visitação pública e parques municipais urbanos, conter o impulso das pessoas de oferecer alimentos para atrair a atenção da fauna é um desafio aos gestores desses locais.

Não custa ajudar e contemplar a vida selvagem com o mínimo de interferência...

- Leia a matéria do portal G1.

1 comentários:

Mari Lee disse...

Além dessas conseqüências gravíssimas para a saúde dos animais, há também conseqüências para as próprias pessoas.
Recebendo alimento das pessoas, os animais podem se reproduzir acima da capacidade de suporte que o ambiente teria e ficar dependentes dessa fonte de alimentos. Mesmo que isso não aconteça, os animais se acostumam a receber comida das pessoas e passam a se aproximar delas em busca de alimento, o que pode levar a "roubos e furtos" ou mesmo ataques e mordidas.
Quem alimenta animais selvagens está ameaçando a vida deles e colocando a si mesmo e seus filhos em risco.

Eu não vejo solução simples para este problema, infelizmente.
Sou bióloga; durante a graduação estagiei no Zoológico de São Paulo, e fiz a coleta de dados do mestrado no Parque Ecológico do Tietê. Não posso descrever a raiva que eu passava!
Nem com crachá de funcionário do lugar os visitantes demonstravam o mínimo de respeito. Eu tentava explicar que faz mal para os animais, dava exemplos de animais que morreram por causa disso, fazia terrorismo com casos reais de mordidas, e as pessoas continuavam oferecendo alimento na minha frente. Até cerveja para filhotes de macaco, as pessoas dão!