terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tamanduá-mirim é condenado à prisão perpétua no Piauí

Tem certos fatos que não consigo ignorar.

“Tamanduá é encontrado com caçador em S.R.Nonato (São Raimundo Nonato - Piauí)

Um tamanduá-mirim foi encontrado com um caçador na região da Serra da Capivara. O animal estava preso com uma corda e teve as unhas cortadas. Segundo especialista, esse tipo de espécie é comum na região do Parque e costuma se abrigar em locais úmidos.

O tamanduá foi recolhido e levado para Parque Nacional Serra da Capivara.”
– texto publicado pelo Portal SRN em 16 de novembro de 2011


Fotos: Portal SRN

Outras coisas que não deixo passar: a limitação da abordagem jornalística pelo clamor do “inusitado” e a medíocre superficialidade.

Nada falaram do sujeito que capturou, mutilou e mantinha o animal em cativeiro. Nesse caso, sabe quem será o único condenado ao cárcere eterno? O tamanduá, já que sem suas garras ele não conseguirá mais se alimentar (elas são usadas para furar cupinzeiros e formigueiros, por exemplo).

Enquanto isso, o tal sujeito que fez tudo isso irá responder pelo crime em liberdade e, se condenado, terá a pena de prisão transformada em pagamento de cestas-básicas ou trabalho comunitário.

- Leia a matéria completa do Portal SRN

2 comentários:

Newton disse...

Tem certos fatos que eu também não consigo ignorar... Como a falta de "criatividade" (pra não dizer falta de competência, vontade, ou simplesmente vergonha na cara) dos juízes brasileiros, que limitam a pagamentos de cestas básicas as possibilidades de penas alternativas. As penas alternativas têm por objetivo substituir a "educação para o crime" oferecida nas "instituições correcionais" por uma possibilidade real de educação do infrator, que deveria cumprir uma pena alternativa coerente com o delito cometido (prestação de serviços em PS de traumatologia para crimes de trânsito e, por que não, em Centros de Reabilitação de Animais Silvestres ou instituições de ensino de Medicina Veterinária para crimes contra a fauna ou contra animais). Se fosse pra converter tudo em cestas básicas, não se chamaria "pena alternativa", mas algo como "conversão da pena em cestas básicas"

TaMi disse...

Concordo, Newton!!
E a imprensa, ao invés de fazer o papel de educadora e formadora de opinião (da maneira correta, claro), trata o fato como algo banal ou curioso...Isso é crime, e deveria ser relatado como tal...é chocante e não engraçado!