quinta-feira, 15 de março de 2012

Criadouros: o buraco negro do tráfico de animais

“O escritório regional do Ibama de Rio Preto divulgou balanço da Operação Sem Floresta revelando ter aplicado R$ 3,2 milhões em multas por irregularidades ambientais na região. A operação, iniciada em outubro de 2011 e completada este mês, apreendeu 1.391 animais. Dentro os animais apreendidos estão jabutis, jiboias, iguanas, cachorro do mato, gato do mato, papagaios e curiós, considerados animais silvestres.” – texto da matéria “Ibama multa em R$ 3,2 mi irregularidades na região”, publicada em 10 de março de 2012 pelo site do jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto


Jabutis apreendidos pelo Ibama
Foto: Divulgação Ibama

E sabe onde estava a maioria desses animais? Com criadouros comerciais e conservacionistas que deveriam trabalhar apenas com espécies permitidas pelo Ibama e com bichos de origem comprovada. A operação faz parte do processo de passagem da gestão da fauna silvestre, no estado de São Paulo, do órgão federal para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Os criadouros de fauna silvestre (conservacionistas, comerciais e científicos) são, na maioria dos Estados, registrados e fiscalizados pelo Ibama (o estado de São Paulo começa agora a assumir essa gestão). A deficiência do órgão federal em acompanhar a atividade desses estabelecimentos permitiu que os mesmos se transformassem em centrais de tráfico de animais. Isso em todo o país.

Se fosse feita uma fiscalização séria sobre os criadouros, acho que as feiras do rolo das periferias e cidades do interior ficariam com inveja da quantidade de animais traficados.

- Leia a matéria completa do Diário da Região

2 comentários:

Anônimo disse...

Não concordo com a falta de clareza no texto. Faz com que os mantenedores de inaptos sejam incluídos pelos leigos nessa safadeza. Existem conservacionistas e comerciais não fiscalizados pelo IBAMA e existem os mantenedores que lutam por ter sua licença para agilizar as guias de transporte de animais dos CETAS, sem condições de soltura ou desinteressantes para um expositor e colecionador. Duas coisas distintas e que não preciso dizer porque isso acontece. É só colocar todos os neurônios para funcionar e reconhecer o jeitinho brasileiro nessa questão também. Os interesses a necessidade de varrer lixo para debaixo do tapete.

DIMAS MARQUES disse...

Caro leitor,
concordo com sua crítica. Sei que existem, e conheço muitos, que trabalham sério, enfrentam dificuldades financeiras e com toda a burocracia para acolherem animais silvestres apreendidos - inaptos e os que têm condições de voltar à vida livre.
Esses profissionais sérios fazem o trabalho que os Cetas deveriam fazer, que o Estado (união, estados e municípios)deveria competentemente fazer. Mas não faz.
Fiz uma generalização - talvez um tanto cruel - de uma situação que permitie sim, que muitos criadouros de várias categorias sejam pontos de tráfico de animais.
Basta fiscalizar para encontrar as irregularidades.
Aos que trabalham sério, eu tiro meu chapéu, bato palmas e tem meu respeito e reconhecimento. Sei o quanto é difícil trabalhar com essa atividade.
Obrigado por sua crítica e participação.
Dimas Marques - editor Fauna News