segunda-feira, 12 de março de 2012

No Piauí, quem denuncia, escancara a precariedade e incomoda o comando do Ibama em Brasília é exonerado

O Ibama está chegando no fundo do poço... Em 10 de fevereiro de 2012, publiquei “Reflexão para o fim de semana: saindo do gabinete em Brasília para um choque de realidade no Piauí”, que abordou a ida do o superintendente do Ibama no Piauí, Carlos Máximo, até a sede do órgão em Brasília para relatar a penúria do Instituto naquele estado nordestino.

O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, teria se sensibilizado com as denúncias de Máximo e afirmado que iria ao Piauí ainda em fevereiro. Ele também teria determinado que todos os diretores do Ibama deveria ir à sede de Teresina ainda este mês para analisar a situação. Essas informações foram veiculadas pela imprensa na época.

Sabe o que aconteceu. Fevereiro passou, chegou março, e...

“Foi publicada na edição desta quinta-feira (08) do Diário Oficial da União, a exoneração do superintendente do IBAMA no Piauí, Carlos Máximo de Carvalho Barros. A decisão é da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Reprodução do Diário Oficial da União

O superintendente caiu pela boca. Desde que assumiu o cargo, substituindo Romildo Mafra, Carlos Máximo desencadeou uma série de denúncias contra servidores do órgão e falando mal inclusive de ações adotadas dentro do IBAMA. Ele chegou ao ponto de dizer que havia prática de corrupção no órgão, ao informar que lhe ofereceram propina para fazer liberações de cargas apreendidas.

No início deste mês, a direção nacional do IBAMA havia intimado Carlos Máximo a apontar os nomes das pessoas que supostamente lhe haviam oferecido propina, além de apresentar provas do envolvimento de servidores do órgão em casos de suborno.”
– texto da matéria “Morreu pela língua. Carlos Máximo é exonerado da superintendência do IBAMA”, publicada em 8 de março de 2012 pelo Portal AZ

Vamos adiante...

“"A sede nacional não nos dá condições de trabalhar. Fizemos até um vídeo para sensibilizá-los, mas não adiantou. Eu tinha dito que não aceitaria que isso continuasse e isso, com certeza, provocou minha exoneração", contou o ex-gestor, em entrevista ao Notícia da Manhã desta sexta-feira (9).

Carlos Máximo: morreu pela língua
Foto: Germana Chaves/GP1

Máximo informou que em 2012 foram enviados apenas R$ 9 mil para o Piauí. "Enquanto teve Estado que recebeu quase R$ 2 milhões e a sede recebeu R$ 3 milhões. Temos que saber o motivo disso, porque está impedindo que o nosso Estado apareça. O Ceará e o Maranhão, por exemplo, recebem o dobro do que recebemos. Por quê?", questionou.

O ex-superintendente destacou que o Piauí é o 21º Estado em investimento, enquanto o Ceará está em 10º e o Maranhão em 4º. "E nós somos a instituição que mais fiscaliza, mas o nosso quadro é pequeno. Aqui há um tráfico de animais e de madeira que é absurdo. Temos apenas dois funcionários para uma área que é maior do que a da Paraíba", destacou.”
– texto da matéria “Carlos Máximo diz que foi exonerado porque denunciou Ibama nacional”, publicada em 9 de março de 2012 pelo site cidadeverde.com

Não deixe passar alguns detalhes durante a leitura:

- a superintendência do IBAMA no Piauí recebeu em 2012, até agora, R$ 9 mil;
- “Aqui o tráfico de animais e de madeira é um absurdo.”;
- “Temos apenas dois funcionários para uma área que é maior do que a da Paraíba".

Parabéns, ministra Izabella Teixeira. Parabéns, Curt Trennepohl. O negócio não é resolver os problemas, mas calar a boca de quem mostra a realidade.

- Leia a matéria completa do Portal AZ
- Leia a matéria completa do site cidadeverde.com
- Releia “Reflexão para o fim de semana: saindo do gabinete em Brasília para um choque de realidade no Piauí”, publicado no Fauna News em 10 de fevereiro de 2012

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