terça-feira, 17 de julho de 2012

Campina Grande (PB): outra vergonhosa feira de animais silvestres

O Fauna News tem dado bastante destaque ao comércio criminoso de animais silvestres em feiras espalhadas por todo o Brasil. Recentemente, abordamos a vergonhosa feira de Duque de Caxias (RJ), apontada como um dos maiores pontos de tráfico de fauna do país. Outro local com grande concentração desse tipo de comércio é Campina Grande (PB).

Comércio ilícito de aves em Campina Grande (PB)
Foto: ANDA

“Em Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba, a feira de animais silvestres é uma vergonha. Llá os animais são comercializados livremente e há raras apreensões dos órgãos competentes. Vale salientar que feiras desta categoria existem por todo o país e se configuram como uma vergonha nacional. Em Campina grande, várias espécies de animais são negociadas, principalmente as aves, e, entre elas, a mais cobiçada no momento: o azulão-do-nordeste, ave endêmica de algumas partes do Nordeste, ameaçada de extinção e, segundo o ambientalista Aramy Fablício, “com um quadro irreversível, pois as políticas ambientais são ultrapassadas”. E mesmo que houvesse apreensões, na região quase não existem mais azulões soltos na natureza. Há relatos de que na região do Cariri ainda existam alguns, mas é apenas uma questão de tempo até o capturador apreendê-lo e levá-lo para o mercado negro. E devido a sua raridade, o valor aumenta.

Aves sendo vendidas em Campina Grande (PB)
Foto: ANDA

Além do azulão são negociadas outras espécies de aves endêmicas da região como a pinta-silva-do nordeste, o galo-de-campina, o goladinho, o vem-vem, a maria-fita e tantas outras nativas e também as migratórias como o bigodinho, o papa-capim, o caboclinho-lindo, a chorona. Também são negociados animais como saguis, guaxinins, tatus, cobras, camaleões e tantos outros. (...)”
– texto da matéria “Animais silvestres são comercializados livremente em feira de Campina Grande (PB)”, publicada em 13 de julho de 2012 pela Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA)

Mais que nas regiões Sul e Sudeste, o tráfico de animais nas feiras de rolo acontece com muita força no Nordeste e Norte do país.  E esse gigantesco comércio varejista só existe porque tem gente que compra os bichos, principalmente as aves. A repressão se faz necessária e com apoio de uma legislação descente (diferente da atual, que não leva ninguém para a cadeia por traficar animais), mas não é suficiente. Só com um trabalho massivo de educação ambiental é que esse quadro começará a mudar.

Enquanto houver quem compra, haverá quem venda.

- Leia a matéria completa da ANDA
- Releia “Feira de Duque da Caxias (RJ): cadê o posto do Ibama?”, publicada pelo Fauna News em 11 de junho de 2012

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