sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Reflexão para o fim de semana: peixes-bois retornando à liberdade

Muito se divulga sobre apreensões. São animais vítimas do tráfico, feridos ou órfãos que são resgatados diariamente e levados para centros de triagem ou instituições credenciadas para reabilitar e, futuramente, com muito trabalho, devolvê-las à natureza. O trabalho de soltura, resultado de uma árdua jornada de tantos profissionais, é pouco conhecido. Mas existe...

“O mundo de Piti, Negão, Alagoilton, Jovenal e Benguela deixou de ser um pequeno curral fluvial para se transformar numa vastidão de água com plantas aquáticas fartas. No início da tarde do último sábado (18), os cinco peixes-bois saíram do cativeiro de 8x4 metros de largura e 1,5 de profundidade no Lago Amanã, no município de Maraã (a 634 quilômetros de Manaus), para retornar ao ambiente natural.

Um dos peixes-bois que foram soltos
Foto: Divulgação Petrobras

Os animais estavam há quatro anos no Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária do Instituto Mamirauá, o Centrinho, recebendo acompanhamento e tratamento de pesquisadores do órgão de pesquisa Instituto de Desenvolvimento Mamirauá e carinho de comunitários que se apegaram aos animais de tal forma, que muitos deles não conseguiam esconder sua tristeza pela separação no dia da soltura.” – texto da matéria “Após quatro anos no cativeiro, cinco peixes-bois vítimas da caça retornam à natureza”, publicada pelo jornal A Crítica (AM) em 21 de agosto de 2012

Agora, o lar desses animais são os igarapés e lagos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, entre os municípios de Tefé e Maraã, vizinha da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na região do Médio Rio Solimões, no Amazonas.

Mas o trabalho não acaba por aí. Com a soltura, inicia-se o monitoramento (dois anos) dos peixes-bois, essencial para verificar se o trabalho foi bem sucedido ou se os animais ainda precisarão de alguma assistência.

Peixes-bois sendo preparados para soltura
Foto: Divulgação Petrobras

Esse tipo de trabalho tem de ter uma ação educativa paralela, afinal os animais são vítimas da ação humana, que deve ser corrigida. Com a história de cada um dos peixes-bois, você fica sabendo o porquê deles terem ficado quatro anos em cativeiro e o motivo para serem feitas ações de conscientização em comunidades.

“Piti – Foi o primeiro a chegar no Centrinho, mas antes passou uma temporada em Tefé, até ser levado para o Lago Amanã. Piti havia sido atingido por arpão. É considerado o peixe-boi mais tranquilo do grupo adulto. Tem cinco anos.

Alagoilton – É o peixe-boi mal humorado. Tem aproximadamente quatro anos. Estava em poder de um comerciante que havia comprado o animal em uma feira, em Tefé. Ele doou o animal para o Instituto Mamirauá. Alagoilton sempre foi genioso o único que nunca aceitou a mamadeira. O leite era dado por meio de uma sonda esofágica.

Negão – Estava sendo criado por uma família de comunidade indígena, após ser encontrado em um lago, meio encalhado. Sua origem, porém, é incerta. O animal foi resgatado por fiscais do Ibama, que o encaminharam para o Mamirauá. Tem aproximadamente três anos.

Benguela e a Jovenal – Chegaram juntos, após serem resgatados em locais distintos. Benguela teve um grave ferimento nas costas, mas recuperou a saúde. Jovenal foi encontrado preso em uma rede de pescador e escapou do abate.”
– texto de A Crítica

- Leia a matéria completa de A Crítica

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