segunda-feira, 15 de abril de 2013

Começar a semana pensando...

...sobre a posição da Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres) de 2007: os criadouros comerciais de animais silvestres não contribuem para a redução da retirada de animais da natureza.

"Na prática, os criadouros comerciais, que deveriam, na concepção antiga da lei 5.197/67, contribuir para a redução da retirada de animais silvestres da natureza, não exercem este papel. O tráfico cresce ano a ano, e alimenta até mesmo o comércio dito legal. Animais retirados da natureza acabam indo para os criadouros, já que os órgãos responsáveis pela fiscalização alegam não ter para onde encaminhá-los. Assim, um animal produto de uma atividade ilegal (tráfico) vai gerar descendentes nos criaouros, que abastecerão o comércio legal, alimentando um círiculo vicioso altamente questionável. Por outro lado, técnicos do Ibama afirmam que muitos criadouros são locais onde se "esquentam" animais e filhotes apanhados na natureza, crimes difíceis de serem detectados e combatidos, até pela dificuldade científica de comprovação de origem biológica de animais silvestres (paternidade)."

Renctas, no livro Vida silvestre: o estreito limiar entre preservação e destruição - Diagnóstico do Tráfico de Animais Silvestres na Mata Atlântica - Corredores Central e Serra do Mar (2007)

1 comentários:

Bruno disse...

Sinto muito pela sua indignação, mas é fato que a legislação brasileira comanda o Estado a estimular a criação. Não apenas a lei de proteção à fauna, mas outros textos bem mais recentes como a Política Nacional de Biodiversidade.

Esse argumento generalista de que criadouros esquentam animais também é outra grande besteira. É claro que existe crime, como em qualquer atividade, mas ele é exceção e não regra.

Existem vários meios possíveis de se detectar esses animais esquentados, e o teste de paternidade, por exemplo, já está disponível para as espécies mais comercializadas. E o custo não ultrapassa R$ 50 por teste. E isso é só um meio dentre vários outros.

Nos 10 anos em que o IBAMA liberou a abertura de criadouros comerciais (1998-2008) houve grande expansão da atividade e hoje há milhares de animais vendidos legalmente que são altamente procurados pelo público, mesmo havendo disponibilidade das mesmas espécies a preço 10 vezes inferior no mercado negro. Muita gente deixa de comprar animais ilegais para pagar mais caro em um legalizado. O número apenas não é maior porque não há oferta para suprir a demanda (proibido abrir mais criadouro), o que também gera um aumento artificial nos preços.

Portanto, dizer criadouro comercial esquenta animais para se manter na atividade é uma grande besteira. Todas essas afirmações são desprovidas de comprovação fática e disseminadas de forma falaciosa, pois o IBAMA apresenta 2 ou 3 casos como se fosse a regra, quando em verdade são exceções.

Acha que é mentira? Procure na internet por qualquer clínica veterinária que atenda esses animais e pergunte qual foi a expansão da porcentagem de animais legalizados atendidos nos últimos anos.

Tráfico: 10 animais saem da mata, 1 chega ao consumidor.

Comércio legal: 1 animal nascido em cativeiro chega ao consumidor, 10 ficam na mata.


Engraçado porque quando se trata de áreas de manejo de pesca ou de corte de madeira só se ouve elogios de como a prática sustentável é boa. Mas falou em animal de estimação, vira tudo uma questão de atividade predatória e monstros sem respeito pela fauna.