quinta-feira, 11 de julho de 2013

Tráfico de animais em feiras: uma praga que infesta o Nordeste

“Apesar de as ações na feira de Duque de Caxias serem conhecidas nacionalmente, é no Nordeste que esse tipo de comércio prevalece. “Praticamente não há municípios onde animais silvestres não possam ser comprados nesse tipo de mercado. É cultural”, afirma Marcelo Pavlenco Rocha, presidente da ONG SOS Fauna, que desde 1989 atua no combate ao tráfico de animais.” – texto da matéria “Tráfico no varejo”, publicada na edição de julho de 2013 da revista Terra da Gente

 Tráfico em Feira de Santana (BA): escancarado
Foto: F. Schunck

O comércio ilegal de animais silvestres em feiras está espalhado por todo o país. A declaração de Marcelo Pavlenco Rocha não é preconceituosa, mas baseada em fatos. Existem sim inúmeras feiras em que o tráfico de fauna ocorre nas demais regiões do Brasil, contudo nada se compara ao que ocorre no Nordeste.

Nos municípios dessa região, sejam eles grandes ou pequenos, o tráfico de fauna, principalmente de aves, é gigantesco. E a polícia e os órgãos de fiscalização sabem e, muitas vezes, fazem “vista grossa” ao problema – principalmente os policiais de comandos e batalhões não especializados no combate a crimes ambientais.

A feira de domingo do município de Duque de Caxias ganhou notoriedade pela sua dimensão (estima-se em pelo menos dois mil bichos vendidos todo fim de semana), mas o comércio “pulverizado” dos pequenos mercados de rua, com certeza, vende uma quantidade maior de animais. E, para piorar a situação, como não chamam a atenção contam com a falta de fiscalização como aliada.

“Tanto ambientalistas quanto policiais e agentes de órgãos de fiscalização concordam que o mercado negro da fauna silvestre em feiras sempre existirá. E são unânimes em afirmar que fiscalização constante, ações de inteligência policial para desarticular quadrilhas e melhorias na legislação que trata do tráfico são essenciais para reduzir o crime. Porém, a conscientização da população, principalmente das crianças e jovens, é considerada a melhor forma para combater a prática. “As pessoas precisam ter consciência de que estão praticando o mesmo crime que pratica o traficante que lhes vendeu o animal. o ato da venda está atrelado ao da compra”,  observa Kilma.” (Kilma Manso é presidente da ONG ECO – Organização para Conservação do Meio Ambiente, ex-servidora do Ibama e ex-policial federal que atuou na Delegacia de Repressão aos Crimes Ambientais e contra o Patrimônio Histórico na Superintendência baiana da PF).

Feira em Campina Grande (PB)
Foto: Divulgação SOS Fauna

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