quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ataque em shopping no Quênia: marfim, terrorismo e morte

Em 13 de dezembro de 2012, o Fauna News publicou o post “Novo alerta: tráfico de animais financia guerrilhas e terroristas” em que repercutiu informações do relatório Fighting Illicit Wildlife Trafficking da ONG WWF.

“Grande parte do comércio de produtos ilegais da vida selvagem é executado por redes criminosas sofisticadas com amplo alcance internacional. Os lucros do tráfico de animais silvestres são usados para comprar armas, financiamento de conflitos civis e de atividades terroristas, conclui o relatório.

Elefante morto na África por causa do marfim
Foto: Martin Harvey/WWF Canon

O envolvimento do crime organizado e os grupos rebeldes em crimes selvagens está aumentando, de acordo com entrevistas com governos e organizações internacionais conduzidas pela empresa global de consultoria grupo Dalberg em nome da WWF.”
  - texto do site da WWF

A relação do tráfico de partes de animais com terroristas está cada vez mais evidente:

“Há fortes evidências de que o ataque terrorista a um shopping de Nairobi, no Quênia, que terminou hoje depois de 80 horas de terror e matou 72 pessoas, foi financiado pelo tráfico de presas de elefantes. Como discutido recentemente no post Atrás de toda revolução, há sempre uma crise ambiental, são raras as expressões de violência ou rebelião que não estejam enterradas até o joelho na carência de sustentabilidade.

Pessoas fogem do shopping no Quênia durante ataque de terroristas
Foto: Jason Straziuso/AP

Historicamente, a Al-Shabab, organização que reivindicou o ato, baseada na Somália e apoiada pela Al Qaeda, dominava as operações do porto da cidade de Kismayo, por onde escoa a produção somaliana de carvão. Segundo a revista Mother Jones, o grupo apelava para a extorsão e suborno ali em em outras áreas sob seu controle. No ano passado, ela foi expulsa de Kismayo por forças internacionais. Quando essa fonte de recursos secou, o grupo resolveu direcionar suas energias para o tráfico de marfim. Há três anos, The Elephant Action League, uma ONG focada na proteção dos elefantes, publicou uma investigação que a Al-Shabab estaria caçando estes e outros paquidermes no Quênia e coordenando operações de tráfico de marfim e chifres. Esse comércio seria responsável por até 40% de seus recursos.” – texto da matéria “Como o tráfico de marfim financiou o ataque ao shopping queniano”, publicada por Regina Scharf em 24 de setembro no site da revista Página 22

E não é apenas com o terrorismo e as guerrilhas que o tráfico de animais está envolvido. E também não é apenas fora do Brasil que esse fenômeno aconteceu.

Em 2001, a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestre (Renctas) publicou o 1º Relatório Nacional de Tráfico sobre Tráfico de Fauna Silvestre. O trabalho já alertava para a existência de cerca de 350 a 400 quadrilhas de tráfico de animais, sendo que 40% delas estariam envolvidas com outras atividades ilegais – comércio ilegal de pedras preciosas, drogas e armas, por exemplo.

Vale o alerta: quem compra animais silvestres ou produtos feitos com suas partes (como o marfim, chifres, garras e peles, por exemplo) financia e participa de várias outras atividades criminosas.

- Leia a matéria completa da Página 22
- Releia o post “Novo alerta: tráfico de animais financia guerrilhas e terroristas”, publicado pelo Fauna News em 13 de dezembro de 2012

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