terça-feira, 8 de outubro de 2013

Animais raros: o tráfico brasileiro além das feiras

O comércio ilegal de animais silvestres baratos, como o que ocorre em feiras, está espalhado por todo o Brasil. As aves, principalmente os passeriformes, são as principais vítimas. Esse tipo de mercado negro, voltado para abastecer o gosto do brasileiro por criar silvestres como bichos de estimação, é o grande responsável pela retirada anual de 38 milhões de bichos da natureza brasileira (estimativa da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, Renctas, de 2001).

Mas no Brasil também existe o tráfico de animais raros e caros.

“Um milhão de dólares pode ser o preço de uma cobra. O animal que vale essa fortuna carrega a riqueza no próprio nome: Princesa Diamante. Uma jiboia raríssima. A única no mundo com a pele toda branca e os olhos negros.

É o xodó do americano Jeremy. “É muito difícil descrever o carinho que sinto por essa cobra”, diz o americano.

Jeremy Stone, que teria comprado a jiboia
Imagem: Reprodução TV Globo

Ele adora se exibir com o bicho em vídeos e fotos na internet. Mas prefere esconder o passado e o presente da cobra valiosíssima, que hoje está desaparecida.

As respostas para o sumiço da Princesa Diamante podem estar aqui no Brasil. Em 2006, a cobrinha branca foi encontrada no meio da mata, no Rio de Janeiro, e levada para o Zoológico de Niterói.”
– texto de matéria veiculada pelo Fantático e pelo site do programa em 6 de outubro de 2013

Pois a cobra, de acordo com investigações da Polícia Federal, teria sido vendida para Jeremy Stone pela gestora do zoológico, Giselda Candiotto, por um milhão de dólares.

“A transação teria sido concluída em 2009, quando Jeremy teria tirado o animal ilegalmente do Brasil pela fronteira de Roraima com a Guiana.

(...) Giselda e o marido, José Carlos Schirmer, foram presos na semana passada e vão responder por tráfico internacional de animais, contrabando e apropriação indevida.

Nos Estados Unidos, a polícia fez uma busca na casa de Jeremy, mas não encontrou a Princesa Diamante.



“A informação que a gente tem é que ela já morreu duas vezes. A primeira no Brasil e agora o Jeremy diz que teria falecido em janeiro e não apresenta uma carcaça, nada”, conta Franco Perazzoni, delegado da Polícia Federal.

A prisão dele foi pedida pelas autoridades brasileiras. (...)”
– texto do Fantástico

Jeremy é um grande criador de cobras nos EUA e estaria reproduzindo a jiboia para vender filhotes por até 65 mil dólares.

A jiboia ficou valiosa por sua característica única, uma mutação genética rara, chamada leucismo. Outras espécies são valiosas no mercado internacional por suas características comuns, como  a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) e a arrarinha-azul (Cyanopsitta spixii) - já extinta na natureza, também por causa do comércio ilegal.

Sessenta por cento do tráfico no Brasil é para abastecer o mercado interno, com espécies comercialmente mais baratas. Mas há 40% voltados para o exterior, onde muito dinheiro circula.

- Leia e assista à matéria completa do Fantástico

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