terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Solturas nas áreas de origem dos animais: longe da realidade

“Há dois dias, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem realizado a soltura de 24 papagaios em uma fazenda, a 32 km de Poconé, distante 104 quilômetros de Cuiabá. Segundo a bióloga Ingrid Grahn, após a captura, as aves passaram por um período de readaptação no Centro de Triagens de Animais Silvestres (Cetas), em Fortaleza (CE), em seguida, foram trazidas de avião para Mato Grosso.

Recinto de soltura dos papagaios no Mato Grosso
Foto: Ingrid Grahn

Conforme informou a bióloga, a fazenda para qual as aves foram levadas tem uma parceria com o Ibama e, há cinco anos, é utilizada para a soltura de aves. “Já existem vários papagaios nesse local, por isso aqui é mais propício para elas se adaptarem. Além do que, aqui não tem a questão da caça tão forte quanto lá”, exemplificou Grahn.” – texto da matéria “Papagaios capturados no norte do país são soltos em Mato Grosso”, publicada em 22 de fevereiro de 2014 pelo portal G1

Os processos de readaptação de animais silvestres que viveram em cativeiro à vida livre funcionam bem com muitas espécies, entre elas as dos papagaios. Já há uma metodologia a ser seguida e utilizada por vários especialistas.

O que se sente falta é a realização das solturas nos locais onde ocorreram as capturas. Percebe-se que há a preocupação de realizar o revigoramento populacional (chamado por muitos de reintrodução) no bioma a que pertence o bicho, devolvendo o animal ao ecossistema mais próximo do seu de origem. Mas, pelas informações passadas à imprensa, não se vê dados indicando que as solturas são realizadas exatamente na área da captura.

Para que isso fosse feito, dever-se-ia organizar uma pesquisa que identifica marcadores genéticos dos animais. Assim, sabendo quais marcadores ocorrem em determinada região é possível devolver o bicho (que deve ter o mesmo marcador genético) na área onde foi capturado.

Pesquisas sobre isso existem. Saber como se faz já se sabe. Mas a aplicação disso requer dinheiro e gente preparada e o poder público já mostrou não estar disposto a investir seriamente em fauna silvestre.

- Leia a matéria completa do G1

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