sexta-feira, 16 de maio de 2014

Macaco em Belém (PA): abandonado?

Criar silvestres como bichos de estimação envolve uma série de cuidados que, muita gente, sequer imagina. O impulso do desejo, aliado à essa ignorância, leva as pessoas a comprarem esses animais no mercado negro na grande maioria dos casos.

Mas quando o animal cresce ou começa a se comportar como um silvestre e não como um doméstico cão ou gato, o então desejado bichinho passa a ser um problema. Assim também ocorre quando, por conta da necessidade de uma dieta específica que não é fornecida, o silvestre adoece e cuidados especiais passa a necessitar.

Por conta disso, não é incomum que o animal seja abandonado. E a pessoa, por ignorância e irresponsabilidade, larga o silvestre em qualquer área verde. É o que pode ter acontecido com o macaco resgatado em Belém (PA):

“O Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) procura uma nova casa para um macaco que foi resgatado na última terça-feira (13). O animal foi encontrado por uma estudante dentro do terreno do jornal O Liberal, em Belém, e levado até a sede do batalhão onde está sendo alimentado até ter um lar definitivo.

Macaco resgatado tem destino incerto
Foto: Akira Onuma/O Liberal

(...) Segundo a tenente Patrícia Monteiro, o animal é bastante dócil. "Este macaco está domesticado. Ele está sendo mantido no BPA até conseguirmos um lugar para ele, que pode ser no Museu Emílio Goeldi ou na Ufra. Se não conseguirmos, iremos tentar enviá-lo para um criadouro legalizado, que fica no município de Terra Alta", explica.

De acordo com o BPA, a hipótese mais provável é que o animal vivesse em cativeiro antes de fugir ou ser abandonado. "Acredito que ele tinha dono e fugiu. Já vimos casos semelhantes: na semana passada resgatamos uma arara vermelha que nem voava, apenas andava pelo chão", explica a tenente. A arara foi entregue aos cuidados do Museu Emílio Goeldi.”
– texto da matéria “Batalhão Ambiental procura lar para macaco resgatado em Belém”, publicada em 14 de maio de 2014 pelo portal G1

Vale destacar a dificuldade enfrentada pela PM Ambiental paraense para encontrar um local adequado para o macaco. Isso ocorre porque no estado do Pará o único centro de triagem de animais silvestres (Cetas) pertence à Mineração Rio do Norte, inaugurado em 2012 na região da Floresta Nacional Saracá-Taquera, onde ocorre a extração de bauxita pela mineradora.

Um estado com o tamanho do Pará e a biodiversidade que possui deveria ter mais infraestrutura para cuidar de sua fauna. Nem União, nem governo do Estado e nem os Municípios se mexeram para cumprir sua obrigação.

Enquanto isso, animais ficam provisoriamente sendo cuidados por policiais. Ta balho que não deveria ser deles.

Lamentável.

- Leia a matéria completa do portal G1

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