terça-feira, 24 de junho de 2014

Copa do Mundo é legal, mas a imprensa poderia noticiar o nascimento da Assembleia Ambiental das Nações Unidas

O jogo de ontem, segunda-feira (23 de junho de 2014), era decisivo para a seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo. Afinal, o Brasil carimbaria sua passagem para as oitavas-de-final e definiria sua posição na tabela.

É lógico que, no país do futebol e sede da atual Copa do Mundo, a grande imprensa quase que só fala no campeonato. Nada contra. Ruim é deixar de noticiar acontecimentos muito relevantes. Para quem acompanha a área ambiental, em especial, as políticas públicas pela conservação da fauna silvestre, vale a pena ler sobre o nascimento da Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA, na sigla em inglês).

“A primeira reunião da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA), o órgão convocado ao mais alto nível nesta matéria na história da ONU, foi inaugurada nesta segunda-feira em Nairóbi.

Achim Steiner, do PNUMA, discursa na abertura da UNEA
Foto: divulgação PNUMA

Cerca de 1,3 mil delegados -entre ministros, economistas e representantes da sociedade civil de 160 países- participarão do ato de fundação da UNEA durante toda a semana na capital do Quênia, para abordar, como principais assuntos, os objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e o contrabando de animais.

(...) A nova Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente estará integrada pelos 193 Estados-membros da ONU e aspira se transformar na autoridade mundial em matéria meio ambiental.

Foi a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que aconteceu no Rio de Janeiro (Brasil) em 2012, quando foi acordada a transformação do PNUMA em um organismo com adesão universal, no qual tivessem representação todos os países-membros das Nações Unidas.

“Este corpo é uma plataforma inovadora para a liderança das políticas globais em matéria meio ambiental”, ressaltou hoje o dirigente sudanês.

A ministra do Meio Ambiente do Quênia, Judi Wakhungu, destacou hoje que um dos principais assuntos que serão abordados durante a assembleia será a adoção de medidas contra o contrabando ilegal de animais, uma praga neste e outros países africanos.

“Os desafios ambientais continuam crescendo em número e complexidade. A necessidade de encontrar soluções é cada vez mais evidente”, alertou a ministra queniana.”
– texto do site Amazônia Brasil Rádio Web, com informações da agência EFE, publicado em 23 de junho de 2014

O encontro no Quênia acontece até 27 de junho. Não adianta depositar grandes esperanças nesse tipo de ação, pois a política nem sempre vai na direção do que é melhor para o mundo e para a biodiversidade. Na verdade, quase nunca vai.

De qualquer forma, vale torcer para que algo interessante seja definido. É certo que as atenções, quando for abordado o tráfico de animais, estarão voltadas para a África e a Ásia, onde o mercado negro de marfim, de chifres de rinocerontes e partes de tigres estão dizimando esses animais. Para o Brasil, dificilmente algo será mudado, com nossas aves (principais vítimas do comércio ilegal) continuando sendo vítimas dos criminosos e da ausência de uma política pública séria para combater o tráfico de fauna.

- Leia a matéria completa do Amazônia Brasil Rádio Web
- Leia a matéria de divulgação do site do PNUMA (ONU)

0 comentários: