quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O óleo que mata. Agora no Mar do Norte

Ave com óleo no Alaska / Foto: AP
Sempre que ocorre o vazamento de petróleo em algum oceano, a primeira imagem que me vem à cabeça é de uma ave coberta de óleo após o acidente com o navio Exxon Valdez, no Alaska, em 1989. Apesar de animais e inúmeros outros seres serem dizimados por esses derrames, na grande imprensa essas questões são tratadas com dois tipos de informações: as numéricas (tantas toneladas de óleo e a área atingida) e a poluição na água.

No primeiro momento, pouco ou nada se divulga sobre os impactos à biodiversidade. Parece que o problema acaba quando o vazamento é estancado.

Mais uma vez, o mundo se depara com um acidente. Agora, no Mar do Norte (costa da Escócia), onde desde a semana passada mais de 200 mil litros de petróleo já vazaram da plataforma Gannet Alpha (propriedade da Shell e da Esso). É o maior em 10 anos na região e já cobriu uma área de 41 quilômetros quadrados.

“A Shell admitiu nesta quarta-feira (17 de agosto de 2011) que o vazamento de petróleo em uma plataforma do Mar do Norte na semana passada pode aumentar pelas dificuldades que as equipes estão tendo para contê-lo.

Plataforma Gannet Alpha / Foto: AFP
(...) A Shell tiambém havia  afirmado na terça-feira que o vazamento não chegaria à costa, mas, o diretor técnico da companhia, Glen Cayley, reconheceu nesta quarta-feira que há toneladas de petróleo no interior do duto.” - texto da matéria “Shell admite dificuldade para conter vazamento no Mar do Norte” do site Último Segundo baseada em informações das agências EFE e AP

Em matéria preparada pela Agência de Notícias de Direitos Animais - ANDA, publicada em 17 de agosto de 2011 (Vazamento de petróleo da Shell ameaça vida marinha no Mar do Norte), foi destacado: “O Mar do Norte deveria ser ultrasseguro por causa de sua localização. A Shell está lançando na Região Ártica um vazamento que será impossível de limpar”, disse Ben Ayliffe, membro do Greenpeace responsável pelas causas ligadas ao petróleo.”

Vamos esperar e ver a dimensão do impacto à biodiversidade causado por mais esse vazamento.

No Golfo do México, o maior da história
“Os quase 5 milhões de barris de petróleo que se espalharam pelo Golfo do México no ano passado em decorrência da explosão em uma plataforma da gigante petrolífera britânica BP (observação do Fauna News: fato ocorrido em 22 de março de 2010) podem ter saído das pautas dos jornais, mas não das vidas das pessoas afetadas. Na quinta-feira última, menos de uma semana antes do primeiro aniversário do início do vazamento na plataforma Deepwater Horizon, ativistas aproveitaram a primeira reunião de acionistas da BP em Londres desde o acidente para verbalizar suas angústias e cobrar ações mais rápidas e profundas da companhia.

“Alguns dos nossos pescadores não tiveram mais nenhuma receita desde derramamento de petróleo”, justificou Byron Encalade, da associação dos produtores de ostras de Louisiana, que viajou para a Inglaterra especialmente para o evento. “Nossas regiões de pesca estão esvaziadas, nossas ostras estão mortas e nós não estamos recebendo os fundos necessários para nosso sustento”, afirmou o pescador norte-americano. “Pela primeira vez na vida eu vejo pescadores terem que tomar pílula para dormir”.
– texto da matéria “Pescadores sofrem com tragédia ambiental no Golfo do México”, de 16 de abril de 2011 da revista Carta Maior

Parece a cena do Alaska, mas aconteceu no Golfo do México / Foto: AFP
- Leia a matéria da ANDA “Vazamento de petróleo da Shell ameaça vida marinha no Mar do Norte”.
- Leia a matéria “Pescadores sofrem com tragédia ambiental no Golfo do México”, da revista Carta Maior.
- Saiba mais sobre derrames de petróleo ao longo da história – matéria do portal UOL
Releia as matérias do Fauna News sobre vazamentos de petróleo:
- “Vinte mil pinguins estão ameaçados por derrame de petróleo no arquipélago de Tristão da Cunha”, de 24 de março de 2011.
- ”Derrame de petróleo no mar – parte 2”, de 25 de março de 2011.

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