sexta-feira, 31 de maio de 2013

Reflexão para o fim de semana: nascimento de novas ararinhas-azuis

Novas ararinhas: a espécie conta agora com 83 aves
Imagem: Reprodução de vídeo da Al Wabra Wildlife Preservation

“A AWWP (Al Wabra Wildlife Preservation) anunciou o nascimento de quatro ararinhas-azuis no Catar. Duas delas foram provenientes do emprego de técnicas de inseminação artificial com o apoio de uma consultoria em reprodução de psitacídeos da Alemanha.

Com esses quatro filhotes a população de ararinhas-azuis em cativeiro passa a ser de 83 indivíduos.”
– texto da página do Facebook do Projeto Ararinha na Natureza, publicado em 23 de maio de 2013

Vale lembrar que a espécie está extinta na natureza e uma das principais causa do seu desaparecimento foi sua captura para o tráfico.

Respeito aos limites e cuidado salvariam animais na pantaneira BR-262

“Para os motoristas de ônibus, caminhão e carros de passeio que trafegam na BR-262, no Mato Grosso do Sul, o excesso de velocidade é a principal causa dos atropelamentos de fauna na rodovia. Entre as cinco razões descritas no questionário formulado pela UFPR através do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (UFPR/ITTI), 66,6% assinalaram esta opção. O descuido na direção é apontado por 54,5% como a segunda principal causa de acidentes com animais. Era possível assinalar mais de uma razão para os acidentes.

Pesquisa do ITTI com motoristas, na BR-262
Foto: Divulgação ITTI

Em abril, foram entrevistados 101 motoristas na BR-262/MS, no trecho próximo ao Buraco das Piranhas, em Corumbá. Quase a totalidade deles (98,01%) reconhecem que o atropelamento de fauna é um dos principais problemas da rodovia. Entre os entrevistados, 47,5% já presenciaram pelo menos um acidente deste tipo, sendo que 17,8% reconheceram ter atropelado algum animal.” – texto da matéria “Excesso de velocidade é apontado como a principal causa de atropelamentos de fauna na BR-262”, publicada em 29 de maio de 2013 pelo Correio de Corumbá

Segundo o biólogo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Andreas Kindel, um estudo realizado na Austrália sugere que uma redução de 20% na velocidade diminui em 50% a mortalidade de animais atropelados em estradas. Os motoristas são as principais peças para serem trabalhadas em qualquer projeto de objetive a redução do conflito entre veículos e a fauna silvestre. É por isso que o ITTI está inovando no trabalho que desenvolve na BR-262.

O Instituto não tem desenvolvido apenas soluções para melhorar a infraestrutura da estrada, como a recente implantação de quatro radares nos trechos onde ocorrem mais atropelamentos, além da colocação de telas e do corte da vegetação mais densa que prejudica a visibilidade do motorista. Seus profissionais têm desenvolvido campanhas de conscientização, com a distribuição de folhetos e CDs para motoristas e nas rádios da região.

Estimativa do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, da Universidade Federal de Lavras, indica que cerca de 475 milhões de animais silvestres são mortos por atropelamentos nas estradas e rodovias brasileiras anualmente.

Tamanduá-mirim atropelado na BR-262, no Pantanal (MS)
Foto: Marcela Sobanski

- Leia a matéria completa do Correio de Corumbá
- Leia "Massacre nas estradas", publicada na edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Atropelamentos iminentes enquanto discutem solução

“Um telespectador do Jornal da EPTV flagrou em vídeo vários macacos-prego em busca de pedaços de cana-de-açúcar, que caíram de caminhões na Rodovia SP-215. O registrou foi na tarde de sábado (25), quando o bando saiu do Parque Estadual de Porto Ferreira.

Macaco no acostamento da estrada para pegar pedaços de cana
Foto: Osni Martins

Nas imagens, é possível ver o bando de macacos se revezando para ir até a pista e buscar os pedaços de cana. Alguns animais chegam a se equilibrar no muro de proteção junto à pista. Depois de pegar a cana, eles voltam à mata.” – texto da matéria “Vídeo flagra vários macacos-prego buscando cana na rodovia SP-215”, publicada pelo portal G1 em 27 de maio de 2013

Além dos riscos de atropelamentos que correm os animais, há o perigo para as vidas humanas – no caso os motoristas. Com certeza o problema não é novo, afinal os macacos ocupam a região há tempos e o trânsito de caminhões com cana, na época da colheita, também não começou agora.

Quantos macacos já não devem ter morrido nessa circunstância?

A solução deveria vir com rapidez. As discussões entre a concessionária da estrada e a gestora da unidade de conservação, o parque, estão em andamento.

“A administradora do Parque Estadual de Porto Ferreira, Sonia Aparecida de Souza, disse que nesta época do ano é comum os macacos serem atraídos pela cana. A concessionária que administra a rodovia sugeriu a colocação de alambrados, mas um estudo feito pelo parque descartou essa possibilidade, já que isso confinaria os animais.

O parque e a concessionária estão negociando a colocação de redutores de velocidade na pista para evitar atropelamentos e acidentes.”
– texto do G1

Estimativa do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, da Universidade Federal de Lavras, indica que cerca de 475 milhões de animais silvestres são mortos por atropelamentos nas estradas e rodovias brasileiras anualmente.

Que tal pensar em, além de estruturas físicas para reduzir o risco de atropelamentos, como redutores de velocidade, pensarem em campanhas de conscientização com os motoristas para aumentarem a atenção no trecho onde os animais buscam o alimento?

Que tal entrarem em contato com os agricultores para orientarem os caminhoneiros a utilizarem algum tipo de lona para evitar a queda de cana na estrada?

São apenas sugestões. Ações devem ser tomadas rapidamente.

- Leia a matéria completa (com o vídeo) do portal G1
- Leia "Massacre nas estradas", publicada na edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Na Bahia novamente: agora o destino era Vitória da Conquista

Ontem (28 de maio de 2013), o Fauna News publicou "Apreender na origem aumenta a chance de soltura" e comentou sobre a apreensão de 146 aves em Poções (BA). O sujeito que foi flagrado com os animais afirmou que os levaria para serem comercializados em São Paulo. Mas o Nordeste, bom como o Norte e o Centro-oeste, não é simplesmente uma região “exportadora” de animais silvestres para o restante do país. Nele existe um intenso comércio clandestino de fauna que encontra em feiras e nos chamados “depósitos” (residências que abrigam e vendem os bichos) espalhados pelos grandes centros urbanos e nas pequenas cidades.

Vitória da Conquista é um famoso centro de comércio e distribuição ilegais de animais silvestres.

“Antônio Lima dos Santos, de 47 anos de idade, foi preso por volta das 16h30 desta sexta-feira (24), no Terminal Rodoviário de Itamaraju, acusado de tráfico de animais silvestres.

Pássaros apreendidos em Itamaraju
Foto: Itamaraju Notícias

De acordo com informações da Polícia Militar, o acusado foi abordado por uma guarnição da 43ª CIPM, após uma denúncia efetuada para a Central de atendimento que um homem portava em sua bagagem animais silvestres. Com ele a policia encontrou 21 pássaros silvestres (20 canários e 1 colera).

Antônio pretendia levar as aves para Vitória da Conquista
Foto: Itamaraju Notícias

O acusado informou que os animais seriam comercializados em Vitória da Conquista. (...)”
– texto da matéria “Itamaraju: Homem é preso por tráfico de animais silvestres”, publicada em 24 de maio de 2013 pelo site Itamaraju Notícias

A repressão ao tráfico de fauna seria mais eficiente se fosse intensamente realizada próxima das áreas de captura e distribuição dos animais. Além de desestimular a ação nos primeiros elos da corrente do comércio ilegal, reduziria os maus tratos aos bichos e aumentaria bastante a chance da devolução dos animais silvestres aos seus ecossistemas de origem.

- Leia a matéria completa do Itamaraju Notícias
- Releia "Apreender na origem aumenta a chance de soltura", publicado pelo Fauna News em 28 de maio de 2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

Apreender na origem aumenta a chance de soltura

As chances de um animal silvestre voltar à vida livre aumentam muito quando a apreensão ocorre na sua área de origem. A situação complica bastante quando o bicho já está em outro bioma ou distante de sua região de ocorrência, como normalmente ocorre em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde pássaros da Caatinga e do Cerrado, principalmente, são vendidos ilegalmente.

Aves que seriam levadas para São Paulo
Foto: Portal Poções

“Um homem foi preso por volta das 16h30min da tarde desta quarta-feira (15), no bairro Primavera, em Poções, acusado de tráfico de animais silvestres. De acordo com informações da Polícia Militar, Ademir Bonfim Aparício, 40 anos, foi abordado por uma guarnição do Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) e em posse dele estava 146 pássaros silvestres. O acusado informou que os animais seriam comercializados em São Paulo. Os animais apreendidos foram encaminhados para a delegacia juntamente com Ademir, e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) foi acionado.” – nota “Poções: homem é preso por tráfico de animais silvestres no bairro Primavera”, publicada em 16 de maio de 2013 pelo Portal Poções

Ademir transportava 146 aves
Foto: site da Rádio Liberdade (Poções - BA)

Poções, na Bahia, é um município que faz parte da rota do tráfico de fauna para o Sudeste. A cidade, além de uma feira que comercializa ilegalmente animais silvestres, principalmente aves, é apontada como um centro para receber os bichos capturados e despachá-los para São Paulo e o Rio de Janeiro.

Quando os animais, vindos do Nordeste, Norte e Centro-oeste do país, são apreendidos no Sudeste, a possibilidade de retorno para as regiões de origem diminui bastante. Uma das principais causas dessa dificuldade está na burocracia e na falta de recursos dos órgãos ambientais, principalmente do Ibama, para realizar a recuperação e o transporte dos bichos. O processo é trabalhoso e caro, mas será que não vale o investimento?

- Leia a nota do Portal Poções

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Começar a semana pensando...

...com Dener Giovanini sobre a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que regulamenta a posse de animais silvestres que tenham sido apreendidos pelos órgãos de fiscalização ambiental.
Foto: akatu.org.br
“Essa resolução do Conama é um sinal claro da ineficiência do Brasil para gerir sua fauna silvestre. Independente dos argumentos contra e a favor dessa norma – e são muitos – o fato é que existe algo de muito errado em nossa política nacional de fauna.”

Dener Giovanini, coordenador-geral da Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), em seu artigo “Conama aprova Resolução que permite a posse, pela população, de animais silvestres de origem ilegal”, publicado em 24 de maio de 2013 no blog Reflexões Ambientais do estadao.com

Para esclarecer: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por causa da falta de espaço e estrutura dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, decidiu que os animais silvestres apreendidos poderão ficar na posse provisória de pessoas físicas e jurídicas, incluindo as que foram flagradas com a posse ilegal do bicho.

- Leia o artigo completo de Dener Giovanini
- Releia o post do Fauna News “Guarda provisória de animais silvestres: atestando a incompetência do poder público”, publicado em 24 de maio de 2013

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Reflexão para o fim de semana: a liberdade é uma possibilidade

Os papagaios terão nova chance na natureza
Foto: Airton de Grande/Ibama

Boa parte dos animais apreendidos com traficantes não consegue voltar à natureza. Esse retorno é caro e depende de bastante investimento técnico. Apesar de o poder público pouco investir nesse processo, há casos que devem ser divulgados.

“Cerca de 50 papagaios serão enviados nesta quinta-feira (23) do Rio Grande do Norte para o Mato Grosso. As aves foram apreendidas pelo Ibama nos últimos anos e serão levadas para soltura. Segundo o Ibama, no Mato Grosso os papagaios voltarão a viver em liberdade e poderão "reproduzir-se e cumprir seu papel ecológico".

Todas as aves foram submetidas a exames de sangue para detectar possíveis patologias e identificação de sexo, já que papagaios não apresentam diferenciação externa entre machos e fêmeas. Também foram anilhadas e estão em ótimas condições para serem soltas.”
– texto da matéria “Papagaios apreendidos no RN serão enviados para soltura no Mato Grosso”, publicada em 22 de maio de 2013 pelo portal G1

- Leia a matéria completa do G1

Guarda provisória de animais silvestres: atestando a incompetência do poder público

“Pessoas físicas em todo o país poderão ter a guarda provisória de animais silvestres, quando os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama não tiverem condições de cuidar do animal apreendido. Foi o que decidiu Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), durante reunião ordinária do órgão.

O Cetas de Recife está lotado e com problemas
Imagem: Reprodução/TV Globo

A medida aprovada ontem (22) ainda passará pelo Conselho Jurídico do Ministério do Meio Ambiente para depois ser publicada no Diário Oficial. Após a publicação, os órgãos terão 180 dias para se adequar a nova medida.”
– texto da matéria “Pessoas físicas poderão cuidar de animais silvestres”, publicada em 23 de maio de 2013 pelo site O Eco

A decisão do Conama atesta a incompetência do poder público em cuidar da fauna apreendida em cativeiros ilegais. Tal situação foi criada pela falta de investimentos do Ibama em Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que devem receber os bichos para os primeiros cuidados e dar destinação adequada aos mesmos (reintrodução na natureza quando possível).

Atualmente, a maioria dos Cetas transformou-se em depósitos de animais, trabalhando em situação precária, com sem infraestrutura e com poucos recursos humanos. O resultado se reflete na falta de cuidados com os animais, que passam a ter a possibilidade do retorno à vida livre cada vez mais distante.

A decisão do Conama ainda conseguiu criar uma péssima possibilidade:

“Caso haja necessidade, a guarda do animal ficará com a pessoa encontrada em posse do animal. A pessoa ainda será responsabilizada judicialmente pela posse ilegal mas, caso não haja condições de transporte e abrigo do animal, continuará com o bicho em casa.” – texto de O Eco

O infrator poderá ficar com o animal: solução correta?
Foto: Alejandra Arnaiz

Há não muito tempo, órgãos de fiscalização como algumas polícias ambientais, trabalhavam dessa forma. O resultado era que, pela falta de local para levar os animais, quase todos os bichos ficavam sob a responsabilidade da pessoa que o mantinha ilegalmente.

E será isso que vai ocorrer novamente. Ou o Conama acha que os policiais vão ficar quebrando a cabeça para conseguir uma instituição que receba os animais – isso se houver alguma - se o próprio infrator pode, legalmente, ficar com a guarda do bicho? Quando o animal apreendido for de alto valor ou de interesse de criadouros, a dificuldade em dar destino não é tão grande. Mas e quando for os passeriformes, apreendidos em grandes quantidades e não tão interessantes para criadouros? Esses vão continuar com quem os mantinha ilegalmente.

Será que estão legalizando o ilegal?

Será que estão facilitando a vida do incompetente poder público? Será que, com isso, não estão tornando permanente a falência dos Cetas?

- Leia a matéria completa de O Eco
- Leia os detalhes no site do Conama

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Tráfico de animais trabalhando pela extinção: papagaio-de-peito-roxo

“A Secretaria de Meio Ambiente de Novo Hamburgo (Semam) apreendeu 26 pássaros silvestres que eram mantidos em cativeiro em quatro residências nos bairros Diehl, Rondônia e Liberdade, na tarde desta terça-feira. A operação cumpriu uma determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e seguiu denúncias que chegaram à Secretaria.

De acordo com o biólogo da Semam, Carlos Norman, entre as espécies apreendidas, há um papagaio do peito roxo, espécie considerada em extinção, além de sabiás, caturritas, canários da terra, um sanhaço, um tupi, cardeais, coleiros, azulões, um chupim e um sargento. As aves, que nunca aprenderam a voar ou perderam as condições físicas para isso, serão encaminhadas ao zoológico de Sapucaia do Sul. As demais serão soltas na natureza.”
– texto da matéria “Prefeitura de Novo Hamburgo resgata 26 pássaros em cativeiro”, publicada em 21 de maio de 2013 pelo Correio do Povo (RS)

Papagio-de-peito-roxo apreendido
Foto: Deivid Poncio

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a população do papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) é estimada entre 1.979 e 2.650 animais, distribuídos entre o Brasil, o Paraguai e a Argentina. A maior parcela da espécie (entre 1.500 e 2.000 aves) vive em território brasileiro.

A espécie está classificada como “em perigo” de extinção, com tendência de declínio populacional. As principais ameaçadas são a destruição do hábitat e a caça para o tráfico. Exatamente o que aconteceu com o animal apreendido em Novo Hamburgo (RS).

Será que a pessoa que o mantinha aprisionado tem a noção da dimensão do problema que a espécie enfrenta?

- Leia a matéria completa do Correio do Povo
- Saiba mais sobe o papagaio-de-peito-roxo (Wikiaves)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

106 aves em uma casa: criador ou comerciante?

“Uma operação policial apreendeu 106 aves silvestres no bairro de San Martin, na Zona Oeste do Recife, na manhã desta sexta-feira (17). Os animais estavam em uma residência e o dono da casa, de 59 anos, foi conduzido à Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), onde foi lavrado um Termo Circunstaciado de Ocorrência (TCO). Segundo a polícia, ele teria assumido a autoria do crime no lugar do filho, que seria o dono das aves. As investigações serão realizadas pela Depoma.” – texto da matéria “PM apreende 106 aves silvestres no bairro de San Martin, no Recife”, publicada em 17 de maio de 2013 pelo portal G1

Entre as aves, havia um sangue-de-boi
(espécie ameaçada de extinção)
Foto: Divulgação PM/PE

Tem se tornado cada vez mais frequente as apreensões de grandes quantidades de animais silvestres em residências. Em um só local, policiais ou fiscais de órgãos ambientais têm encontrado grande quantidade de bichos. O dono do imóvel, normalmente uma residência, alega ser um criador. Ilegal, mas apenas um criador. Traficante de fauna jamais!

Pois os chamados “depósitos” de animais para comércio funcionam, para quem não sabe, em residências acima de qualquer suspeita. Esses locais funcionam como pontos de venda e como base para abastecer o tráfico de fauna em feiras. É o que suspeita o Ibama paraense em outra apreensão:

“Uma operação do Batalhão de Polícia Ambiental apreendeu 21 curiós no município de Breu Branco, região sudeste do Pará. Segundo a polícia, os pássaros estavam dentro de uma casa, presos em gaiolas.

(...)O Ibama deve investigar se no local onde as aves foram apreendidas funcionava um comércio ilegal de animais silvestres.”
– texto da matéria “Pássaros silvestres são apreendidos em Breu Branco, sudeste do Pará”, publicada em 20 de maio de 2013 pelo portal G1

- Leia a matéria completa “PM apreende 106 aves silvestres no bairro de San Martin, no Recife”
- Leia a matéria completa “Pássaros silvestres são apreendidos em Breu Branco, sudeste do Pará”

terça-feira, 21 de maio de 2013

Alimentando o tráfico de animais para turistas

“Núcleo de Estudo e Pesquisa em Animais Selvagens (Nepa) com o apoio do Grupamento Ambiental de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, apreenderam em Varre-Sai, no Noroeste do Estado, nove animais silvestres em um hotel fazenda da região.

Apreensão de animais no hotel fazenda
Foto: Divulgação

De acordo com os guardas ambientais, a denúncia partiu do Ministério Público e teve o apoio da Defesa Civil de Varre-Sai. Foram apreendidos cinco jabutis, dois macacos pregos e dois quatis.”
– texto da matéria “Animais silvestres são apreendidos em hotel fazenda de Varre-Sai, RJ”, publicada em 15 de maio de 2013 pelo portal G1

Em 2001, a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) estimou que 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza brasileira, por ano, para abastecer o tráfico de fauna. Muitos animais são vendidos para pessoas que alegam gostar de animais e, por isso, mantém aves em gaiolas e primatas em pequenas jaulas ou acorrentados. Outros tantos animais são vendidos para gente que os explora para ganhar algum dinheiro.

É o caso do proprietário do hotel fazenda. Em clima bucólico, os turistas buscavam descanso próximo à natureza. Mas e os animais em cativeiro? Será que é legal procurar contato com o “verde” enquanto animais perdem a liberdade e ecossistemas são afetados em seu equilíbrio?

Consumidor também pode ajudar na conservação ambiental. No caso, os hóspedes.

- Leia a matéria completa do portal G1

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Começar a semana pensando...

...sobre atropelamentos de animais silvestres, com o coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, Alex Bager.
Foto: Cibele Aguiar
“Se existe uma estrada, se existe fauna no entorno, existe uma grande chance dessas espécies estarem sendo afetadas por atropelamento.”

Alex Bager, em entrevista a Tania Morales, na rádio CBN em 19 de maio de 2013

- Ouça a entrevista completa da CBN
- Releia o post do Fauna News "Atropelamento de fauna: 475 milhões é a dimensão do massacre", publicado em 7 de maio de 2013
- Leia a matéria "Massacre nas estradas", publicado pela edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Reflexão para o fim de semana: o atropelado bugio ruivo Soneca

Soneca aos poucos se recupera do atropelamento
Foto: itu.com.br

“Gravemente ferido, inclusive na cabeça, por causa de um atropelamento, ele foi encaminhado ao Consultório Veterinário FAUNAMED onde recebeu os primeiros socorros. “Soneca é muito dorminhoco devido ao traumatismo craniano e, por estar se recuperando permanece a maior parte do tempo em repouso ficando sob constante observação e cuidados”, conta a equipe Mucky.”
– texto da matéria ‘"Soneca" - Conheça o novo morador do Projeto Mucky’, publicada em 7 de maio de 2013 pelo site itu.com.br

O bugio ruivo (Alouatta guariba) foi atropelado em abril na estrada de Itatiba. Quase entrou para os estimados 475 milhões de animais silvestres mortos, anualmente, nas estradas brasileiras (dado do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas).

- Leia a matéria completa
- Conheça o Projeto Mucky

Prender fornecedores, desarticulando a cadeia do tráfico de animais

Prender apenas quem está na ponta da cadeia do tráfico de animais é necessário, mas não resolver o problema. Afinal, é fácil substituir o vendedor. O ideal é chegar em quem articula o esquema e fornece os animais.

“Policiais da Unidade de Polícia Ambiental (UPAm) do Parque Estadual dos Três Picos, em Cachoeiras de Macacu, Região Serrana do Rio, detiveram Josemar Carvalho dos Santos, 42 anos, em sua casa no bairro Boa Vista. O acusado foi pego em flagrante, durante a operação que contou com o apoio do Instituto  Estadual do Ambiente (Inea).

Parte dos pixoxós apreendidos
Foto: Divulgação/UPAm Três Picos

Foram apreendidos 55 pássaros silvestres da espécie Pixoxó, que está ameaçada de extinção, além de uma espingarda calibre 36, com cinco munições intactas, uma munição deflagrada, dois artefatos conhecidos como trabucos (capazes de realizar disparos de calibre 36), material para recarga de munição (pólvora branca e balins), além de grande quantidade de material de caça.”
– texto da matéria “UPAm Três Picos, RJ, apreende pássaros ameaçados de extinção”, publicada em 15 de maio de 2013 pelo portal G1

Josemar está sendo investigado também como fornecedor de aves para intermediários que abastecem os vendedores das feiras de Duque de Caxias e de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Seria muito bom que as forças de fiscalização (Ibama e polícias) começassem a desarticular a linha de fornecimento de animais para essas feiras. A quebra de um elo desta corrente que impede a chegada dos bichos é mais eficiente que as prisões na ponta do processo, isto é, dos que vendem diretamente aos consumidores.

Prisões como a de Josemar, mesmo que não representando efetivamente a retirada do acusado das ruas (afinal responde-se em liberdade por esse crime), deveriam ser estimuladas. Trabalho de “inteligência” policial é fundamental.

- Leia a matéria completa do portal G1

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Ex-delegado com animais em cativeiro. Vai dizer que ele não sabia que era crime?

O hábito de manter animais silvestres em cativeiro é encontrado em qualquer classe social, envolvendo pessoas com pouca instrução e gente culta.

“O ex-chefe do departamento de Polícia Civil de Formiga, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, João Pedro de Rezende, será autuado por manter um leão e diversos animais silvestres em cativeiro sem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em uma fazenda no município de Pains, Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Equipes do Ibama de Lavras e do Centro Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) foram até o local para apreender os animais nesta quarta-feira e constataram que o ex-delegado sumiu com o animal.

O leão não foi encontrado pelo Ibama
Foto: Estado de Minas

Segundo informações do Ibama, os animais foram encontrados por meio de uma denúncia encaminhada à corregedoria da Polícia Civil e ao Ministério Público. Em uma vistoria realizada no local há cerca de 15 dias, foram encontrados um leão, um tucano, dois pintassilgos, duas tartarugas e oito canários da terra. O delegado recebeu um prazo para apresentar a documentação legal que comprovasse a origem dos animais, mas ele não atendeu à determinação.”
– texto da matéria “Ex-delegado é autuado pelo Ibama por manter leão e animais silvestres em cativeiro”, publicada em 15 de maio de 2013 pelo site do jornal Estado de Minas

Além de algum nível cultural, o delegado aposentado com certeza conhece a Lei de Crimes Ambientais. Com certeza, ele sabe que estava cometendo um crime, que estava contribuindo com o tráfico de fauna. Ele, um dia, teve a obrigação de ter uma conduta exemplar. Afinal, era policial. Mas, mesmo enquanto estava na ativa...
Foto: site G37
“Não é a primeira vez que João Pedro de Rezende (foto ao lado) se envolve em um escândalo. Em 2012, ele e o filho dele, que também era investigador da Polícia Civil, foram afastados do cargo após serem denunciados pelo Ministério Público de Minas erais (MPMG) por participarem de uma quadrilha de venda de carteiras de habilitação. O esquema era feito desde 2006.

Nas apurações do MPMG, ficou claro que o delegado João Pedro utilizava sua influência junto à Polícia Judiciária para manter na banca examinadora o filho dele e os demais policiais envolvidos, mesmo sabendo do esquema de corrupção. Ele também exigia a aprovação dos candidatos que ele indicava e ameaçava os policiais que se recusavam a obedecer às ordens dos integrantes da quadrilha.”
– texto do Estado de Minas

- Leia a matéria completa do Estado de Minas

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Aves, réptil e primata em residências. Cativeiro doméstico ilegal apenas?

“Policiais militares da Unidade de Polícia Ambiental Móvel (UPAm Móvel), na tarde desta quinta-feira, prenderam Ari José Ricardo, de 62 anos, Manuel José Ricardo, 64 anos, por manterem em cativeiro um lagarto, um mico e 57 espécies de aves silvestres, entre elas um gavião, 21 canários-da-terra, sete sabiás, três coleiros, dois pixoxós, quatro sanhaços, cinco curiós, três tico-ticos, três marias-pretas, quatro garibaldis, três tizius e um chorão.

Animais apreendidos em Rocha Miranda (RJ)
Imagem: Reprodução vídeo Governo do Rio de Janeiro

Todos estavam divididos em apenas 28 gaiolas, o que caracteriza maus-tratos. Os policiais chegaram ao local, em Rocha Miranda, graças a informações do Disque-Denúncia.” – texto da mataria “Dois são presos por manter animais em cativeiro”, publicada em 9 de maio de 2013 pelo site do jornal O Dia

Com certeza, os dois homens alegaram que criavam os animais por lazer, como bichos de estimação (apesar das condições inadequadas em que foram encontrados). Será?

Hoje em dia, uma das formas comuns de traficar animais e comercializá-los em residências. As casas não levantam suspeitas, dificultando qualquer ação da polícia ou de agentes de fiscalização ambiental. Esses imóveis funcionam como depósitos de animais e, muitos deles, além de ser o palco da venda direta, também fornecem bichos para a venda em feiras.

Espera-se que a polícia investigue bem o caso e não conclua o ocorrido como uma mera apreensão de cativeiro domético ilegal. Apurar é fundamental. Se for só cativeiro doméstico ilegal, tudo bem. Mas se não for...


Assista ao vídeo do Governo do Rio de Janeiro sobre o caso:


- Leia a matéria completa de O Dia

terça-feira, 14 de maio de 2013

Competição com aves silvestres irregulares em escola: péssimo exemplo às crianças

É consenso entre os especialistas que lutam pelo fim do tráfico de animais e do hábito de manter animais silvestres em cativeiro doméstico que, além da repressão e de uma legislação realmente punitiva, haja ações de educação ambiental. Principalmente para as crianças e adolescentes.

E as escolas podem ser um palco para o desenvolvimento desse tipo de atividade de conscientização. O ambiente de aprendizado é propício e há profissionais, como os professores de biologia, que podem ajudar bastante.

Mas nem sempre é isso que acontece.

“A Polícia Militar de Sergipe, através do Pelotão de Polícia Ambiental (PPAmb), apreendeu nove aves papa-capins, troféus e medalhas, durante um torneio de canto de pássaros ocorrido na manhã do domingo, 12, na Escola Estadual Nilson Socorro, no conjunto João Alves Filho, no município de Nossa Senhora do Socorro.

Gaiolas com as aves durante ação policial
Foto: Divulgação PM/SE

O material foi apreendido por volta das 9h, após denúncia da comunidade ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). Além das aves silvestres, o PPAmb apreendeu no local armações para pendurar gaiolas e outros materiais, como pranchetas e fita zebrada, que estavam sendo usados no ‘IV Campeonato Sergipano de Capim de Fibra’. O evento tinha como objetivo avaliar competitivamente qual a ave que melhor cantava para o público estudantil.”
– texto da matéria “PM apreende nove aves silvestres em Socorro”, publicada em 13 de maio de 2013 pelo site Infonet

O ocorrido na escola desse município sergipano é um exemplo de como a cultura de manter animais silvestres em cativeiro está enraizada na sociedade brasileira. Com certeza, muita gente não sabe que esse hábito, quando sem autorização do órgão ambiental (no caso, o Ibama) é crime e também faz parte de uma série de ações que causam desequilíbrios aos ecossistemas.

Mas tem gente que sabe que está errada.

“Com a chegada da equipe do Pelotão Ambiental, dezenas de pessoas fugiram, levando seus animais silvestres. Apenas duas aves das que permaneceram não foram apreendidas, em virtude de possuírem anilha – anel utilizado no pé da ave para identificar pássaros criados em cativeiro ou livres, regularizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).” – texto do Infonet

Cerca de 50 pessoas participavam do evento, um torneio de canto de pássaros da espécie papa-capim. O pior é saber que, de acordo com as pessoas ouvidas pelos policiais, “a direção da escola autorizara a realização do torneio, oferecendo, inclusive, a logística de pessoas e material para o referido evento.” (texto do Infonet)

Como construir uma nova realidade, um futuro sem a exploração animal e sem danos ao meio ambiente se no ambiente em que deveriam ocorrer ações positivas e educativas incentiva-se a manutenção do erro. Pior, incentiva-se o erro ao promover uma competição.

Que a Secretaria de Educação do estado de Sergipe tome providências. Que, apóe so erro, a direção da escola comece um trabalho com seus alunos para mudar essa realidade - afinal, 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza por ano, no Brasil, para abastecer o tráfico de fauna.

Fachada da escola sergipana
Foto: nilsonsocorro.blogspot.com.br

- Leia a matéria completa do Infonet

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Começar a semana pensando...

...sobre a “lista pet”: cerca de 100 espécies de silvestres deverão ter permissão para comercialização, afirma o presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior.

“Essa lista, ela deverá ficar abaixo de, com certeza, abaixo de uma centena de espécies. Não deverá ter mais que isso. E deverá focar muito, principalmente, em algumas espécies que realmente tem essa tradição de convívio com as pessoas.” – trecho de entrevista do presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior (foto abaixo site estadao.com.br) para o coordenador-geral da Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), Dener Giovanini, veiculada em11 de maio de 2013 no blog Reflexões Ambientais do site estadão.com.br

A “lista pet” está sendo elaborada pelo Ibama desde o final de 2012 e trará as espécies de animais silvestres que poderão ser comercializadas como animais de estimação. A lista, que ainda não tem data para ser divulgada, deverá ser composta quase que totalmente por aves.

Ouça a entrevista na íntegra:


- Leia o post compleo de Dener Giovanini
- Releia “Frente Parlamentar Ambientalista: parlamentares divergem sobre comércio de animais silvestres”, publicada pelo Fauna News em 11 de abril de 2013

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Reflexão para o fim de semana: atropelamento de fauna em unidade de conservação

Foto: Danilo Santos da Silva

Na altura do km 11 da rodovia Rio-Santos, em Ubatuba (SP), uma jaguatirica fêmea adulta, provavelmente prenha, foi atropelada em 9 de maio de 2013. O local fica no interior do Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar, unidade de conservação de proteção integral onde fauna e flora deveriam ter proteção total. Em geral, a espécie gera de 3 a 4 filhotes, portanto, trata-se de uma perda significativa para a Mata Atlântica da Serra do Mar que sofre com a pressão da ocupação humana.

- Leia a matéria "Massacre nas estradas, publciada na edição de maio de 2013 da reivsta Terra da Gente

Atropelamento de fauna: o emblemático caso da onça Anhanguera

A história da onça-parda Anhanguera é uma das mais emblemáticas quando se aborda o conflito entre estradas e animais silvestres. Às 5h de 14 de setembro de 2009, o felino, um jovem macho com idade variando entre 10 meses e um ano, sai da mata e chega às margens da via Anhanguera, na altura do município paulista de Louveira. Decidido a chegar ao outro lado, ele arrisca, avança para o meio da pista e acaba atingido por um veículo.

 Resgate de Anhnaguera em 2009
Foto: Divulgação CCR AutoBAn

A rodovia foi parcialmente fechada até a chegada de bombeiros e profissionais da Associação Mata Ciliar, ONG de Jundiaí (SP) que mantém uma parceria com a concessionária CCR AutoBAn para atender animais resgatados na estrada e que possui o Centro Brasileiro para Conservação de Felinos Neotropicais. A onça foi então sedada, levada para a sede da ONG e ganhou o nome da rodovia.

Foram diagnosticadas fraturas em costelas e um dente canino quebrado. Apesar das lesões, foi constatado que Anhanguera tinha potencial para voltar à natureza. O processo de recuperação do felino durou um ano e seis meses, até sua soltura em 10 de março de 2011 em uma mata da Serra do Japi.

Anhanguera, recuperada, prona para o retorno à vida livre em 2011
Foto: Divulgação Associação Mata Ciliar

A história de Anhanguera foi tratada como um caso de sucesso.  O felino, com um rádio-colar, foi monitorado por meses, até a bateria do equipamento acabar. Por pouco mais de um ano, ele viveu novamente a plenitude de sua condição selvagem.

Repetindo o ocorrido em 2009, Anhanguera novamente voltou a estar na margem de uma estrada. Era 18 de abril de 2012. Dessa vez a faixa de asfalto tinha outro nome: rodovia dos Bandeirantes. Na altura do km 55, o felino aventurou-se para chegar à mata do outro lado e foi atropelado. A sorte não se repetiu: o impacto causou fraturas na coluna e nas costelas, além de ruptura do fígado e do diafragma. A morte foi instantânea.

Assim terminou a história de Anhanguera
Foto: Divulgação Associação Mata Ciliar

“A onça Anhanguera foi um marco da nossa luta pela conservação. Houve uma comoção muito grande quando soubemos da sua morte porque todos acompanhavam sua história e torciam por um final feliz. No entanto, ele mostrou que o fato de estar livre não garante a sobrevivência, isto é, o ambiente natural está sendo cada vez mais modificado e com tal rapidez que os animais não conseguem se adaptar”, salienta a veterinária e Coordenadora de Fauna da Associação Mata Ciliar, Cristina Harumi Adania.

A Associação Mata Ciliar atualmente conta com um centro cirúrgico especializado em atendimentos a animais silvestres, uma ambulância para resgates e mantém uma equipe com cinco veterinários que atende 24 horas. A ONG recebe, em média, 150 animais por mês (número que inclui os atropelados). Cristina afirma que a maioria dos bichos atropelados que atende são de casos ocorridos na via Anhanguera. De acordo com a concessionária que administra a estrada, CCR AutoBAn, 242 animais silvestres morreram na rodovia em 2010, 22 em 2011 e 183 em 2012. A empresa não faz campanhas educativas específicas sobre fauna silvestre, pois enfoca cuidados com animais domésticos e de produção, como gado e cavalos, que estão envolvidos com maior frequência nos acidentes.

- Releia “Atropelamento de fauna: 475 milhões é a dimensão do massacre”, publicado em 7 de maio de 2013 pelo Fauna News
- Releia “Atropelamento de fauna: infraestrutura inadequada e falta de conscientização”, publicado em 8 de maio de 2013 pelo Fauna News
- Releia “Atropelamento de fauna: o problema vai continuar”, publicado em 9 de maio de 2013 pelo Fauna News
- Leia a matéria”Massacre nas estradas” publicada em maio de 2013 pela revista Terra da Gente

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Atropelamento de fauna: o problema vai continuar

‘Que ninguém se iluda. Nesse campo relativamente novo do conhecimento, não existem soluções simples e generalizadas. “Caso contrário, os países mais desenvolvidos já teriam solucionado o problema, o que não está nem perto de acontecer”, conclui Mozart Lauxen.’ (biólogo e coordenador do Núcleo de Licenciamento Ambiental do Ibama do Rio Grande do Sul) – texto da matéria “Massacre nas estradas”, publicada em maio de 2013 pela revista Terra da Gente

A afirmação de Lauxen é um choque de realidade em que acha que a implantação de passagens de fauna e cercas resolve o problema dos atropelamentos de animais silvestres em rodovias. O problema é muito mais complexo.

Na BR-471, região da Estação Ecológica do Taim (RS), passagem 
inferior utilizada principalmente por capivaras
Foto: Mozart Lauxen/Ibama


A redução dos atropelamentos deveria começar já nos estudos para implantação das estradas, com estudos sobre a fauna e flora das regiões a serem afetadas para determinar o traçado da via. Isso começa a ser feito no Brasil hoje, mas ainda com uma qualidade que deixa a desejar.

“Com a Resolução Conama nº 01, em 1986, toda construção de estrada com duas ou mais faixas deve ser precedida de estudo de impacto ambiental para obtenção de licença. “O licenciamento, tanto de rodovias em implantação quanto nas já operantes, ainda é frágil nas exigências de informações sobre esse tema. E isso ocorre tanto no tipo de informação requerida dos empreendedores quanto na qualidade da mesma”, afirma o biólogo Andreas Kindel, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coautor do Conecte – Guia de Procedimentos para Mitigação de Impactos de Rodovias sobre a Fauna. A obra, publicada na internet (www.lauxen.net/conecte), é uma síntese sobre os impactos na fauna e sobre como reduzir danos.”  - texto da Terra da Gente

Capivaras na margem da BR-262, no Pantanal (MS)
Foto: Marcela Sobanski

Mas esse campo do conhecimento e de trabalho tem avançado e a tendência é ocorrer melhoras. De qualquer forma, é preciso saber que atingir o valor “zero” de atropelamentos de fauna é uma utopia. A partir do momento em que a estrada é aberta, o impacto negativo ao meio ambiente ocorre e os animais silvestres são vítimas desse processo.

Trabalhar pela redução dos danos é responsabilidade do poder público e das concessionárias que administram as estradas. 475 milhões de animais silvestres atropelados, por ano, no Brasil: ninguém quer mais isso!

- Leia a matéria completa da revista Terra da Gente
- Releia “Atropelamento de fauna: 475 milhões é a dimensão do massacre”, publicado em 7 de maio de 2013 pelo Fauna News
- Releia “Atropelamento de fauna: infraestrutura inadequada e falta de conscientização”, publicado em 8 de maio de 2013 pelo Fauna News

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Atropelamento de fauna: infraestrutura inadequada e falta de conscientização

“Infraestrutura inadequada e falta de ações para conscientizar os motoristas são apontadas pelos especialistas como as principais causas do massacre. Como é recente a preocupação com os animais silvestres na construção de estradas, a maior parte da malha rodoviária brasileira não está preparada para evitar os atropelamentos.” – texto da matéria “Massacre nas estradas”, publicada na edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente

Faltam ações para conscientizar os motoristas
Foto: Mozart Lauxen/Ibama

As estradas construídas até 1986 não passavam pelo processo de licenciamento ambiental (que não existia até então). Mesmo com a exigência, afirma-se que a fauna nunca foi levada a sério e tratada com cuidado durante os trabalhos. É por isso que as rodovias brasileiras são tão precárias quando o assunto é cuidado com animais silvestres.

Hoje, segundo especialistas, a realidade começa a mudar. De qualquer forma, o que se vê são ações voltadas para a realização de obras físicas (como instalação de cercas e construção de passagens) e quase nada para conscientizar os motoristas sobre os cuidados que deve ter.

‘“Um estudo na Austrália sugere que uma redução de 20% na velocidade diminuiria em 50% a mortalidade (...)”, diz Andreas Kindel'
. (professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul) - texto da Terra da Gente

Enquanto isso... 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados, todos os anos, nas estradas brasileiras.

Tamanduá-mirim atropeladona BR-262, no Pantanal (MS)
Foto: Marcela Sobanski

- Leia a matéria completa da revista Terra da Gente
- Releia o post “Atropelamento de fauna: 475 milhões é a dimensão do massacre”, publicado pelo Fauna News em  7 de março de 2013

terça-feira, 7 de maio de 2013

Atropelamento de fauna: 475 milhões é a dimensão do massacre

“Estimativa de Alex Bager, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), ligado à Universidade Federal de Lavras, indica que 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados nas estradas brasileiras anualmente. “O que está acontecendo é um verdadeiro massacre contra a fauna”, afirma.

Onça-parda atropelada em 2009 na via Anhanguera (SP); animal se recuperou, foi solto e morreu atropelado em 2012
Foto: CCR AutoBAn/Divulgação

Bager se baseou em taxas de atropelamento de 14 artigos científicos, abrangendo 9 estados do Brasil. Os dados foram extrapolados para toda a malha de estradas do Brasil (1,7 milhão de quilômetros), considerando as diferenças entre elas (de terra ou de asfalto, federal, estadual ou municipal). “Ainda trabalhei com outros fatores de correção, pois sabemos que estradas com maior fluxo de veículos têm mais atropelamentos. Também considerei o número de veículos de cada estado em relação à extensão das rodovias”. – texto da matéria Massacre nas estradas, publicada na edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente

O número pode parecer um exagero. Mas não é. Em outros países, a realidade também é alarmante.

“Pesquisa da década de 1960 nos Estados Unidos já alertava para o problema: 365 milhões de animais eram mortos em atropelamentos por ano. Na Espanha, dados dos anos 90 revelam a perda de 100 milhões de bichos anualmente, enquanto na Alemanha o número estimado entre 1987 e 1988 foi de 32 milhões.” – texto da Terra da Gente

Capivara atravessando a BR-471, na Estação Ecológica do Taim (RS)
Foto: Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas

A simples construção de uma estrada já altera bastante o ecossistema que corta. E não somente por causa dos atropelamentos. As pistas passam a ser obstáculos para migrações, em rotas de alimentação e na busca por parceiros para reprodução. As pistas atraem gente e criam um processo de urbanização. O desmatamento passa a ser uma realidade, o que para a fauna significa perda de hábitat.

A circulação de veículos está acompanhada de poluições: a sonora, espantando os animais e confundindo a comunicação entre eles, a atmosférica, com as emissões dos escapamentos, a química, com o óleo e o combustível derramados no solo. São apenas exemplos. O problema e bastante complexo.

Mas os atropelamentos são, talvez, a face mais brutal do conflito estradas X fauna. Anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos são a maioria das vítimas. A imprensa noticia quando onças, tamanduás, lobos-guarás e animais grandes tombam mortos.

Quem nunca viu uma triste cena dessas?

O poder público começa a se mobilizar para reduzir os atropelamentos, mas ainda só enxerga adequações de infraestrutura. Placas, passagens de fauna e cercas não vão resolver. Falta informar os motoristas e conscientizá-los sobre o problema.

- Leia a matéria completa da revista Terra da Gente

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Começar a semana pensando...

...com Maria Tereza Pádua, engenheira agrônoma e fundadora da Funatura (Fundação Pró-natureza), membro do Conselho da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e da comissão mundial de Parques Nacionais da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) sobre a possibilidade de reabertura da estrada do Colono, que corta o Parque Nacional do Iguaçu.

'“O professor Alex Bager (coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, da Universidade Fedral de Lavras - observação do Fauna News) também se posicionou contra a construção da estrada-parque no Iguaçu. Para ele, os impactos de uma rodovia numa unidade de conservação não se limitam apenas a atropelamentos de animais, como normalmente se costuma mostrar:

“Estudos comprovam que o impacto se dá num raio de dois quilômetros a partir da margem da rodovia, tanto para um lado como para o outro. Além de afetar fauna e flora, a estrada influi na hidrologia, causa assoreamento dos rios, poluição por lixo e metais pesados, resultantes de acidentes, facilita a invasão de espécies exóticas, que surgem com os grãos caídos das cargas dos caminhões, e ainda incêndios, provocados por motoristas descuidados que soltam pontas de cigarro”


Depois de afirmar que atua há três décadas na área, Bager disse nunca ter visto no Brasil um exemplo de rodovia que melhorasse a gestão de unidades de conservação.”'

Trecho do artigo “Porque a estrada do Colono deve continuar para sempre fechada”, de Maria Tereza Pádua, publicado em 24 de abril de 2013 no site O Eco

Vegetação já fechou grandes trechos da estrada,
fechada há quase 30 anos
Foto: Divulgação/estadao.com.br

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Reflexão para o fim de semana: preguiça no asfalto e motorista consciente

Bicho-preguiça no meio da pista, no Acre
Foto: Eduardo Farias

“Um exemplar de bicho-preguiça foi flagrado enquanto atravessava a BR-364, na região próxima ao Rio Liberdade, no interior do Acre. O animal foi fotografado pelo deputado estadual Eduardo Farias (PC do B/AC) que viajava para o município de Cruzeiro do Sul, na última quarta-feira (24).

Segundo Farias, o animal foi encontrado a aproximadamente 120 km do município. "Ela estava atravessando a estrada, paramos pra fotografar e ajudá-la na travessia e evitar que fosse atropelada". O deputado ressalta que ela devia ter cerca de 50cm.”
– texto da matéria “Bicho-preguiça é flagrado cruzando estrada no interior do Acre”, publicada em 29 de abril de 2013 pelo portal G1

Quantos animais não têm a mesma sorte e acabam morrendo?

Não importa se a rodovia tem infraestrutura para evitar a travessia dos animais ou para garantir uma travessia segura. Com motoristas bem orientados e conscientes do que podem fazer para evitar os atropelamentos de fauna, milhões de mortes podem ser evitadas.

- Leia a matéria completa do portal G1

Atropelamentos de animais silvestres em estradas: sofrimento além da fauna

“Morreu no final da tarde de ontem (30), em Dourados, uma das vítimas do acidente na rodovia MS-276, ocorrido na segunda-feira (29). A bióloga Maria Alice Silvestre, de 27 anos, estava internada no hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Ela estava grávida de 7 meses.

Ela era passageira de uma Land Rover, que caiu em uma ribanceira localizada no trecho entre Batayporã e Anaurilândia, próxima à ponte do Córrego Combate. O veículo era conduzido pelo marido dela, Vitor Quirolli.

Land Rover onde estava a bióloga
Foto: Acácio Gomes/Nova News

(...) Segundo o Boletim de Ocorrência, eles voltavam de Assis, cidade do interior de São Paulo, quando uma anta cruzou a pista. Para evitar o atropelamento, Vitor desviou do animal, mas acabou perdendo o controle do veículo, que capotou e caiu em uma ribanceira.”
– texto da matéria “Bióloga, 27 anos e grávida de 7 meses, morre após acidente causado por anta”, publicada em 1º de maio de 2013 pelo Campo Grande News

Normalmente, os casos de acidentes em estradas envolvendo fauna silvestre culminam com a morte do animal. Milhões de bichos morrem no Brasil, todos os anos, nesses acidentes.

Além do prejuízo à biodiversidade, a falta de infraestrutura das estradas para evitar os atropelamentos de animais e a ausência de investimentos em campanhas educativas para os motoristas também causam vítimas humanas. Em menor número, mas gente também está morrendo em virtude desses acidentes.

A preocupação do poder público com os atropelamentos de animais em rodovias e suas consequências é recente. Os processos de licenciamentos de estradas já exigem cuidados especiais com a fauna e, desde 2011, iniciou-se um programa de adequação ambiental das BRs antigas.

Estruturas para evitar a travessia dos animais ou que garantam travessias seguras, além de campanhas educativas para os motoristas, evitam que vidas - humanas e não-humanas – corram riscos.

- Leia a matéria completa do Campo Grande News

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Quando o animal apreendido é valioso, dar destino adequado é mais fácil

Uma arara da espécie canindé foi encontrada em um cativeiro em Tanabi (SP) nesta quarta-feira (1º). A ave, que é de uma espécie em extinção, é muito bonita, está bem de saúde e não tem ferimentos.

Arara apreendida em Tanabi
Foto: Divulgação PM Ambiental SP

O animal era mantido irregularmente em uma gaiola. O dono do sítio será investigado pela polícia, que quer saber se ele vende animais silvestres. Por causa da arara, ele foi multado em R$ 5 mil. A arara será levada para um criador autorizado. O dono do sítio negou que seja vendedor de animais.” – texto da matéria “Arara ameaçada de extinção é encontrada em cativeiro em Tanabi’, publicada em 1º de maio de 2013 pelo portal G1

Quando as apreensões envolvem pequenos pássaros (passeriformes), o que representa a maioria dos casos, os policiais enfrentam grandes dificuldades para dar um destino adequado às aves. Diferentemente dos casos envolvendo animais com alto valor no mercado (do tráfico e o legal).

No universo dos criadouros, há uma grande parcela realmente interessada na conservação das aves. Mas também há os que aproveitam a situação para, recebendo a ave apreendida, melhorar seus plantéis, inserindo indivíduos com genética nova, ou até aproveitando o registro do animal para traficar – vende-se a arara apreendida e a substitui por outra capturada na natureza, criando um ciclo. Poucos são os que trabalham pela recuperação e soltura na natureza do exemplar resgatado, já que o processo é caro, demorado, exige muito conhecimento técnico e conta com quase nenhum apoio do poder público.

No Brasil, os criadouros de animais silvestres são divididos em três categorias: científico, conservacionista e comercial (de espécies exóticas e de espécies silvestres). As fraudes e atividades ilegais ocorrem em todas as categorias, já que a fiscalização dessas instituições é ineficiente.

- Leia a matéria completa do portal G1

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Gato-mourisco morre atropelado. E a imprensa ficou no superficial

“Um gato-mourisco adulto foi encontrado morto na Rodovia das Cataratas, em Foz do Iguaçu. O animal foi atropelado por um veículo em alta velocidade, que não foi identificado. Segundo descrição de testemunhas, o motorista estava ultrapassando pela terceira faixa da rodovia, quando bateu no animal, que morreu na hora.

Com certeza, a morte do felino não é um caso isolado
Foto: Adilson Borges/ICMBio

O gato foi encaminhado ao Parque Nacional do Iguaçu, onde também funciona o projeto Carnívoros do Iguaçu. Os técnicos coletaram amostras para compor o banco de dados do projeto. O encaminhamento do bicho para o projeto aconteceu porque um dos técnicos estava passando pela estrada quando viu a equipe da Polícia Ambiental parada e resolveu ajudar. O animal já estava morto. O Carnívoros só monitora animais que estão dentro dos limites do Parque Nacional do Iguaçu.

De acordo com os técnicos, o gato-mourisco (Puma yagouaroundi) atropelado é um macho adulto, que pesava 6,3 kg. De hábitos diurnos, o Puma yagouaroundi não está ameaçado de extinção.”
– texto da matéria “Gato-mourisco é atropelado e morre na Rodovia das Cataratas”, publicado em 30 de abril de 2013 pelo site O Eco

A imprensa poderia apurar um pouco mais casos como esse para contextualizar o leitor sobre o ocorrido. Será que na rodovia está devidamente sinalizada e com infraestrutura para reduzir os atropelamentos de animais silvestres (passagens de fauna e cercas, por exemplo)? Será que os motoristas estão conscientes da possibilidade de, na região, haver animais? Alguma campanha de conscientização é feita? É comum esse tipo de acontecimento na rodovia?

Nada disso consta na matéria, que ficou restrita ao relato. Como se casos como esse fossem raros e inusitados...

Em breve, o Fauna News publicará dados de pesquisadores sobre os atropelamentos de animais silvestres em rodovias brasileiras. São milhões de vítimas.

- Leia a matéria completa de O Eco