sábado, 31 de agosto de 2013

Resumo da semana

Saiba o que foi destaque esta semana no Fauna News.

Segunda-feira (26 de agosto)
Começar a semana pensando...
Começar a semana pensando sobre o comportamento das aves nas estradas. "As aves não reagem à velocidade do carro, mas à velocidade média autorizada na estrada", afirma Pierre Legagneux (foto), especialista em comportamento ecológico, da Universidade de Quebec, em entrevista à agência AFP.


Terça-feira (27 de agosto)
Na Paraíba, humilhação e maus tratos a jacaré em cativeiro
Um jacaré-do-papo amarelo foi resgatado em condições de maus-tratos em João Pessoa (PB). De acordo com o tenente-coronel Paulo Sérgio, comandante do Batalhão de Policiamento Ambiental, o animal, que tem cerca de 1,2 metro e estava sendo exibido pelos moradores da residência como “um cachorro”, sendo puxado por cordas e exibido a toda vizinhança.

O jacaré foi encontrado dessa forma
Foto: Walter Paparazzo/G1

Falsificação de anilhas: taí um problema que merece atenção
A Polícia Militar Ambiental flagrou em Marília (SP) um Criador Amador de Passeriformes com documentação irregular (sem validade por não ter sido renovada). Também se verificou que algumas anilhas foram falsificadas e colocadas nas aves já adultas, o que causou ferimentos e a caracterização de maus tratos aos animais.

Quarta-feira (28 de agosto)
Excesso de velocidade: inimigo dos animais em estradas
Um motociclista filmou o momento em que, de forma acidental, atropelou um jovem urso negro que corria para atravessar uma estrada no Canadá. O motociclista, que conduzia a 140 quilômetros por hora, filmou o acidente a partir de uma câmara instalada no capacete.

Quando a cozinha incentiva o tráfico de fauna
Autoridades aduaneiras da China apreenderam 169 patas de urso que estavam sendo contrabandeadas da Rússia. A apreensão aconteceu na província de Heilongjiang, no nordeste do país, e cinco pessoas foram presas. Elas fazem parte de uma rede internacional de contrabando das patas animais, que são usadas na culinária chinesa.

Toda essa matança para fazer sopa
Foto: The Grosby Group

Quinta-feira (29 de agosto)
Minas Gerais se destacando no tráfico de animais
Minas Gerais é o segundo Estado do Brasil com o maior número de apreensões de aves traficadas, de acordo com dados do Ibama. Todo ano, mais de 10 mil animais são apreendidos nas mãos de criminosos.

Tecnologia contra o tráfico de camaleões africanos
Pesquisadores estão microchipando camaleões africanos para combater o tráfico dos animais. A medida ajuda a identificar se os animais foram capturados na natureza e a saber qual a região exata de origem para solturas.

Camaleões estão sendo chipados na África
Foto: Ann e Steve Toon/Solent

Sexta-feira (30 de agosto)
A guerra dos rinocerontes: e a vida está perdendo
O exército sul-africano matou três moçambicanos, incluindo um membro das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, e deteve outros sete quando praticavam caça ilegal de rinocerontes no Parque Nacional Kruger.

Os animais agonizam até a morte
Foto: Troy Otto

Reflexão para o fim de semana: tráfico de tartarugas para gastronomia
As autoridades de Taiwan apreenderam neste domingo (25) um carregamento com mais de 2.500 tartarugas protegidas em contêiner, em Kaoshiung, um porto do sul do país. As tartarugas seriam levadas para a vizinha China para virarem comida. A  carne de tartaruga é uma iguaria muito apreciada pelos chineses.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Reflexão para o fim de semana: tráfico de tartarugas para gastronomia

Carne de tartruga é iguaria na China
Foto: Taiwan Forestry Bureau/AFP

“As autoridades de Taiwan apreenderam neste domingo (25) um carregamento com mais de 2.500 tartarugas protegidas em contêiner, em Kaoshiung, um porto do sul do país.

As tartarugas seriam levadas para a vizinha China para virarem comida. A  carne de tartaruga é uma iguaria muito apreciada pelos chineses.

Segundo as autoridades de Taiwan, esse é o maior contrabando deste tipo apreendido no país.”
– texto da nota “Taiwan apreende 2.500 tartarugas raras que virariam comida na China”, publicada em 25 de agosto de 2013 pelo portal G1

Quer dizer que não foi a primeira apreensão!

- Leia a matéria no portal G1

A guerra dos rinocerontes: e a vida está perdendo

"O exército sul-africano matou três moçambicanos, incluindo um membro das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, e deteve outros sete quando praticavam caça ilegal no Parque Nacional Kruger, noticiou hoje a imprensa moçambicana.

Citando fontes governamentais dos dois países, o diário O País, editado em Maputo, indica que os 10 moçambicanos foram neutralizados no fim de semana quando se encontravam a caçar rinocerontes no interior do parque internacional, que atravessa a África do Sul, Moçambique e Zimbabué."
– texto da matéria “Três moçambicanos mortos e sete detidos por caça ilegal no Parque Nacional Kruger”, publicada em 28 de agosto de 2013 pelo site português Sapo


Existem cinco espécies de rinocerontes. duas africanas e três asiáticas
Foto: Pedro Rubens

As cinco espécies de rinocerontes (branco, negro, de-Java, de-Sumatra e indiano) estão ameaçadas, resultado da histórica perda de hábitat pelo desmatamento, da explosão da caça para a obtenção de chifres e de guerras civis.

Dependendo da espécie, os rinocerontes possuem um ou dois chifres que, no mercado negro, valem mais que ouro. Essa parte do animal está altamente valorizada pelas dificuldades impostas ao seu comércio, regulamentado desde 1975 (para as espécies asiáticas) e 1977 (para as africanas) com base na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens em Perigo de Extinção (CITES). A transação de rinocerontes e suas partes constam no Apêndice I da CITES, que proíbe tal atividade. A exceção é o rinoceronte-branco-do-sul (Ceratotherium simum simum) que habita a África do Sul e a Suazilândia e que, por estar no Apêndice II, pode ser comercializado vivo para instituições apropriadas ou como troféu de caça. Tudo mediante autorização.

De acordo com a Humane Society International , organização de proteção aos animais, o quilo do chifre custa cerca de 60 mil dólares para venda ao consumidor final - o mesmo peso em ouro custa aproximadamente 58 mil dólares (dezembro de 2011). A cotação do chifre varia entre 50 mil e 100 mil dólares cada unidade.

Tais valores justificam a ousadia dos traficantes de chifres de rinocerontes. Bem armados e utilizando até helicópteros, eles invadem unidades de conservação, como Kruger Park, e extraem os chifres – normalmente, os animais ficam vivos, feridos, agonizando até a morte.

Os animais agonizam até a morte
Foto: Troy Otto

Os chifres de rinocerontes são bastante utilizados na medicina tradicional asiática, principalmente na China e no Vietnã. Segundo a WWF e a International Rhino Foundation (IRF), organização com sede nos EUA, os chifres são comercializados em pó ou em tabletes para serem moídos como parte de fórmulas para o tratamento de sangramentos, convulsões, febres, AVC e dores em geral.

O Vietnã é apontado como o responsável pelo recente aumento da demanda de chifres de rinocerontes no mercado negro. Para a IRF, há cerca de seis anos, um boato sobre a cura de um ex-político doente de câncer circulou pelo país e incentivou a procura pelo suposto remédio.

Os chifres de rinocerontes são formados de queratina, proteína fibrosa responsável pela formação de nossas unhas e os cabelos. Não há, de acordo com especialistas,  nenhuma referência em pesquisas científicas que justifique o uso do chifre como medicamento.

Para tentar frear a matança, a África do Sul, país que abriga 40% do total dos rinocerontes-negros e 93% dos brancos, em estado selvagem, colocou as forças armadas para trabalhar. Mas os traficantes ainda estão ganhando essa guerra:

“Dados divulgados pelas autoridades sul-africanas indicam que o número de rinocerontes abatidos entre janeiro e agosto do corrente ano ultrapassa em 140 o total dos animais mortos ilegalmente em igual período do ano passado.” – texto do site Sapo

A mãe foi morta pelo chifre e abortou
Foto: Troy Otto
Dados do South African Nationa Parks, órgão que gerencia as unidades de conservação da África do Sul, dimensionam o problema. Veja o número de rinocerontes mortos:

2007 - 03
2008 - 83
2009 - 122 (ano do suposto boato no Vietnã)
2010 - 333
2011 - 448
2012 - 668
2013 (até agosto) - 587

- Leia a matéria do Sapo

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tecnologia contra o tráfico de camaleões africanos

“Pesquisadores que tomaram para si a missão de combater o tráfico de animais estão usando um sistema de código de barras semelhante ao usado em supermercados para auxiliar no policiamento do comércio deste ilícito.

Microchips de identificação individual estão sendo introduzidos nos camaleões Namaqua do deserto da Namíbia para que seus movimentos possam ser rastreados, permitindo a alguém com o devido aparelho ‘ler’ o código do camaleão.

Camaleões estão sendo chipadosna África
Foto: Ann e Steve Toon/Solent

(...) Um comércio global legítimo oferta cerca de 60 mil camaleões por ano para servirem como animais domésticos ou partes de coleções de zoológicos privados e públicos, mas oficiais de alfândega costumam ter muita dificuldade em provar se um animal está sendo ilegalmente exportado. Esse é o motivo pelo qual a especialista em camaleões Krystal Tolley, do Instituto Nacional Sul-Africano pela Biodiversidade, na Cidade do Cabo, juntamente com Tommy Collard, um guia de ecoturismo do deserto, começaram com a identificação dos animais selvagens.” – texto da matéria “Microchips são implantados em camaleões em tentativa de repressão ao tráfico”, publicada em 28 de agosto de 2013 pela Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda)

Traficantes de fauna utilizam da corrupção e da falsificação de ferramentas de identificação dos animais para “esquentarem” os bichos, isto é, dar uma aparência legal ao animal capturado ou coletado ilegalmente na natureza. Assim é feito com as aves, que tem anilhas (aqueles anéis colocados nas pernas do exemplar) retiradas de animais nascidos em criadouros legalizados e colocadas nos retirados do meio ambiente. Os criminosos também falsificam anilhas.

Para outros animais, como répteis, mamíferos e anfíbios, os órgãos de fiscalização enfrentam ainda mais dificuldades para saber a procedência do bicho.

‘A menos que pegos no ato da captura, é difícil às autoridades provarem que animais usados no comércio internacional foram retirados diretamente da natureza. É aí que entra o trunfo do microchip. “Sabemos que a rota comum de exportação do Namaqua é da Uganda para a Europa. Porém, essa espécie não é natural da Uganda, tornando mais fácil a alegação de que foi um exemplar descendente de animais em cativeiro. A detecção pelo código de barra irá ajudar a provar se o animal foi tirado da natureza ou não.” (declaração de Krystal Tolley – observação do Fauna News)’ – texto da Anda

Essa marcação ainda tem outra vantagem. Depois de apreendidos, existe a dificuldade de saber exatamente de qual região veio o animal. Havendo a possibilidade de identificar de qual ecossistema o bicho foi retirado, é possível fazer uma reintrodução tecnicamente mais adequada, preservando a identidade genética do grupo de origem.

Infelizmente, o poder público não investe nesses procedimentos para conservar espécies de animais sob forte pressão do tráfico. Uma outra alternativa é o levantamento de marcadores genéticos, afinal, identificando uma característica do DNA de uma espécie de uma determinada região é possível também saber se o animal foi capturado na natureza e ajudar em sua reintrodução.

- Leia a matéria completa da Anda

Minas Gerais se destacando no tráfico de animais

“Minas Gerais é o segundo Estado do Brasil com o maior número de apreensões de aves traficadas, de acordo com dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Arara apreendida em MG: ave recebeu dois tiros 
para ser capturada no Maranhão
Imagem: Reprodução Record Minas

Todo ano, mais de 10 mil animais são apreendidos nas mãos de criminosos.”
– texto da matéria “Estado de Minas é vice-campeão em apreensões de aves traficadas”, publicada em 28 de agosto de 2013 pelo portal R7

São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são estados considerados grandes “consumidores” de animais silvestres traficados. Neles há também regiões de captura e coleta de bichos, mas o destaque é a venda final.

Vale destacar um aspecto do texto do R7: os animais são apreendidos nas mãos de criminosos. Não pense que comete crime apenas quem captura, transporta e vende ilegalmente os bichos. Quem compra faz parte da rede do tráfico e legalmente está cometendo um crime.

Infelizmente, a legislação brasileira não diferencia quem comercializa de quem compra. Afinal, o correto seria punir mais severamente os profissionais do tráfico. Tanto para quem compra quanto para quem vende, a pena é a mesma de acordo com o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais: entre seis meses e um ano de prisão, além de multa.

Com essas penas, ninguém responde pelo crime preso, é beneficiado com transação penal e, no final, os infratores acabam pagando com cestas básicas ou alguma punição alternativa. Quem acaba encarcerado mesmo é a vítima, o animal que, na maioria dos casos, não volta para a natureza.

- Leia a matéria completa do portal R7

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Quando a cozinha incentiva o tráfico de fauna

“Autoridades aduaneiras da China apreenderam 169 patas de urso que estavam sendo contrabandeadas da Rússia. Os restos animais foram apreendidos na província de Heilongjiang, no nordeste do país, e cinco pessoas foram presas. Elas fazem parte de uma rede internacional de contrabando das patas animais.

Toda essa matança para fazer sopa
Foto: The Grosby Group

A apreensão aconteceu no dia 9 de agosto, mas as imagens foram divulgadas somente esta semana. Apesar de seu comércio ser proibido na China, as patas de urso são consideradas uma iguaria na gastronomia tradicional do país. Restaurantes servem caríssimas sopas com o ingrediente. As patas também servem para fins medicinais na China.” – texto da matéria “China apreende patas de urso usadas como iguaria em restaurantes”, publicada em 27 de agosto de 2013 pelo portal Terra

Esse comércio é muito forte e tem sido combatido com maior intensidade pelas autoridades chinesas. Mas, enquanto houver gente consumindo, haverá esse mercado negro.

- Leia a matéria no portal Terra

Excesso de velocidade: inimigo dos animais em estradas

O biólogo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Andreas Kindel, afirma que um estudo realizado na Austrália sugere que uma redução de 20% na velocidade diminui em 50% a mortalidade de animais atropelados em estradas. Os motoristas são as principais peças para serem trabalhadas em qualquer projeto de objetive a redução do conflito entre veículos e a fauna silvestre. O pesquisador é coautor do Conecte – Guia de Procedimentos para Mitigação de Impactos de Rodovias sobre a Fauna. A obra, publicada na internet (www.lauxen.net/conecte), é uma síntese do atual conhecimento sobre os impactos na fauna e sobre como reduzir danos.

Um bom exemplo do que o excesso de velocidade e a desatenção de motoristas pode causar foi filmado por um motociclista que atropelou um urso no Canadá.

“Um motociclista filmou o momento em que, de forma acidental, atropelou um jovem urso negro que corria para atravessar uma estrada, assustado pelo som de um comboio. O acidente aconteceu no dia 30 de junho, em Fraser Valley, uma localidade no Canadá. O motociclista, que conduzia a 140 quilómetros por hora, filmou o acidente a partir de uma câmara instalada no capacete.

Imagem do urso segundos antes do impacto com a moto
Imagem: Reprodução de filmagem do piloto/TVI 24

No vídeo, o condutor é visto a acelerar a moto quando um urso negro corre para atravessar a estrada. O condutor não se apercebeu do obstáculo que surge à frente, uma vez que olhava para o velocímetro da mota. Quando viu o urso, o motociclista não teve tempo para travar e embateu contra o animal. O condutor sofreu ferimentos ligeiros depois de ter sido atirado do veículo. Quanto ao urso escapou sem ferimentos e afastou-se da estrada logo após a colisão.” – texto da matéria “Atropelou um urso e filmou tudo”, publicada em 24 de agosto de 2013 pelo site do canal de televisão português TVI 24

Assista ao vídeo:


- Leia a matéria completa do site do canal TVI 24

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Falsificação de anilhas: taí um problema que merece atenção

Post publicado em 26 de agosto de 2013 na página da Polícia Militar Ambiental de São Paulo no Facebook:

“No dia 24 de agosto, a Polícia Militar Ambiental flagrou em Marília um Criador Amador de Passeriformes com documentação irregular (sem validade por não ter sido renovada). Também se verificou que algumas anilhas foram falsificadas e colocadas nas aves já adultas, o que causou ferimentos e a caracterização de maus tratos aos animais. O responsável foi multado em R$ 22.000,00 e conduzido ao Distrito Policial pelos maus tratos e por falsificação de selo público (anilhas falsificadas).”

Policial verificando animais em Marília
Foto: PM Ambiental/Facebook

A falsificação de anilhas, aquele anel de identificação colocado na perna das aves, é uma das ferramentas utilizadas por traficantes de fauna para “esquentar” animais ilegais. Eles pegam a anilha de um animal que foi vendido e colocam em outro igual, mas que foi capturado ilegalmente na natureza.

Esse tipo de conduta é bastante comum. Em 16 de agosto de 2013, no município de Lupércio (região de Marília), ocorreu caso semelhante.

“A Polícia Militar (PM) Ambiental desencadeou na manhã de ontem a “Operação Fauna” para coibir crimes ambientais na cidade de Lupércio (cerca de 35 quilômetros de Marília). A ação resultou na apreensão de 74 aves silvestres que eram mantidas em cativeiro. Segundo o tenente Ewerton Ricardo Messias, os policiais militares fiscalizaram 11 residências no distrito de Santa Terezinha e em seis foram encontradas os animais. Entre as espécies foram apreendidos pássaro preto, sábia laranjeira, sábia pardo, sábia poca, coleirinha, trincaferro, canário da terra e azulão. “O município fica próximo a Estação Ecológica Caetetus e é comum os moradores capturar essas aves silvestres. Oito desses animais também estavam com anilhas de identificação adulteradas. O pássaro Azulão que foi apreendido está em extinção e é comercializado por até R$ 5 mil no mercado negro”, disse. As pessoas flagradas com animais silvestres receberam multas que variam de R$ 5,5 a 18,5 mil. O caso também será remetido para a Polícia Civil para possível indiciamento criminal nos envolvidos. As aves passaram por avaliação veterinária e devem ser recolocados em seu habitat natural nos próximos dias.” – texto da matéria “PM Ambiental apreende 74 pássaros silvestres em Lupércio”, publicada em 17 de agosto de 2013 pelo site do Jornal da Manhã (Marília)

Se os órgãos de fiscalização fizessem um “pente fino” em criadores, muitas irregularidades seriam descobertas. Falta controle.

Tomara que a ação da PM Ambiental paulista não seja um trabalho eventual e sim uma rotina. Que operações sejam feitas em todo o Brasil.

- Leia o post da PM Ambiental paulista (Facebook)
- Leia a matéria completa do Jornal da Manhã

Na Paraíba, humilhação e maus tratos a jacaré em cativeiro

“Um jacaré-do-papo amarelo foi resgatado em condições de maus-tratos na manhã desta sexta-feira (23) no bairro Treze de Maio, em João Pessoa. De acordo com o tenente-coronel Paulo Sérgio, comandante do Batalhão de Policiamento Ambiental, o animal, que tem cerca de 1,2 metro, estava sendo usado pelos moradores da residência como “um cachorro”, sendo puxado por cordas e exibido a toda vizinhança. No primeiro momento, os responsáveis foram apenas multados em R$ 1 mil por maus-tratos e captura de animal silvestre. Caso haja reincidência, responderão criminalmente, segundo o comandante. O animal havia sido capturado na quinta-feira (22).

O jacaré foi encontrado dessa forma
Foto: Walter Paparazzo/G1

“Podemos dizer que ele estava em uma situação deplorável: amarrado com arame, faminto e aparentemente com sede. Um dos moradores da casa disse que iria entregá-lo à polícia, mas pela nossa experiência acreditamos que eles iriam matar o animal para consumo”, afirmou Paulo Sérgio.” – texto da matéria “Jacaré é resgatado em situação de maus-tratos em João Pessoa”, publicada em 23 de agosto de 2013 pelo portal G1

O sujeito que mantinha o animal em cativeiro não tem boa reputação:

“Homens do Batalhão de Policiamento Ambiental, que fizeram a captura, receberam a informação de vizinhos que na noite anterior um ex-presidiário desfilou com o jacaré pelas ruas, com a boa amordaçada por arames, uma corda amarrada ao corpo e sendo arrastado como se fosse um animal de estimação.” – texto da matéria “Polícia resgata jacaré que iria virar churrasco em festa de ex-presidiário”, publicada em 23 de agosto de 2013 pelo Portal Correio (PB)

Não é novidade que o sistema prisional brasileiro não recupera ninguém. O sujeito, se realmente cumpriu pena em alguma penitenciária, com certeza viveu em situação praticamente análoga a que ele impôs ao jacaré.

O ato desse ex-presidiário já começa a incomodar a sociedade, tanto que algum  vizinho o denunciou.  Mas, infelizmente, ainda tem muita gente no Brasil que não encara esse tipo de situação como algo degradante e criminoso. Tanto que, na própria vizinhança, dezenas de animais foram apreendidos em situação ilegal de cativeiro.

“A polícia chegou até a residência por meio de uma denúncia anônima. Em uma casa vizinha, policiais ambientais apreenderam 27 aves, entre elas canários-da-terra, que correm risco de extinção. Os donos também foram multados em R$ 500 por ave apreendida. “No caso dos canários-da-terra, a multa por cada ave apreendida será de R$ 5 mil, já que se encontram em risco de extinção”, completou.” – texto do G1

Aves apreendidas na vizinhança
Foto: Walter Paparazzo/G1

- Leia a matéria completa do G1
- Leia a matéria completa do Portal Correio

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Começar a semana pensando...

...sobre o comportamento das aves nas estradas.
Foto: Perfil Google +
"As aves não reagem à velocidade do carro, mas à velocidade média autorizada na estrada".

Pierre Legagneux, especialista em comportamento ecológico, da Universidade de Quebec, em entrevista à agência AFP

O pesquisador participou de um trabalho que concluiu que as aves adaptam seu voo à margem das estradas mais em função dos limites de velocidade estabelecidos do que em relação à velocidade real dos veículos que se aproximam.

- Leia a matéria completa no portal G1, publicada em 22 de agosto de 2013

sábado, 24 de agosto de 2013

Resumo da semana

Saiba o que foi destaque esta semana no Fauna News.

Segunda-feira (19 de agosto)
Começar a semana pensando...
“Um mundo sem elefantes é difícil de se compreender, mas é uma possibilidade real”, afirma Dame Daphne Sheldrick, da ONG The David Sheldrick Wildlife Trust.

Rodovia AM-070: duplicação e indução de urbanização afetando animais. Cadê o poder público?
A duplicação da rodovia Manuel Urbano (AM-070) e as recentes invasões na região têm dispersado a fauna silvestre e provocado acidentes no decorrer da pista.

A duplicação custará R$ 224 milhões
Fotos: Adriana Santos

Terça-feira (20 de agosto)
BR-163 (MS): anta morre o motorista fica ferido. Rodovia precisa de atenção
Ernano Torquatro ficou gravemente ferido após atropelar uma anta e capotar seu Fiat Pálio na rodovia BR-163, entre Sonora e Pedro Gomes (MS). Medidas para evitar acidentes com animais têm sido tomadas. Mas será que são suficientes?

Anta envolvida no acidente
Foto: Sidney Assis

Entrega de 14 jabutis: preocupação com a Justiça e não com os animais
Um morador de Marialva (PR) procurou a Polícia Ambiental de Maringá para fazer a entrega voluntária de 14 jabutis que pertenciam a sua mãe, recém-falecida. Ele teria tomado a decisão para evitar problemas com a Justiça.

Quarta-feira (21 de agosto)
Macaco Chico: dilema entre o bem estar animal e o combate ao tráfico de fauna
Dezesseis dias depois de ter sido apreendido pela Polícia Militar Ambiental, o macaco-prego fêmea Chico retornou para a família que o criou ilegalmente durante 37 anos em São Carlos (SP). Ela foi devolvida em cumprimento de uma decisão liminar da Justiça em favor do pedido de Elizete Farias Carmona, de 71 anos.

Chico no reencontro com dona Elizete
Foto: Fabio Rodrigues/G1

Em Ponta Grossa (PR), prenderam caçadores do tráfico
A Polícia Ambiental prendeu dois homens e apreendeu mais de 30 pássaros silvestres ( boa parte havia acabado de ser capturada) em Ponta Grossa (PR). Eles forneciam aves para a venda ilegal em São Paulo.

Quinta-feira (22 de agosto)
Atropelamentos e captura ilegal de preguiças na BR-101 em Pernambuco
Operação resgatou seis preguiças de uma mata localizada às margens da BR-101, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes (PE). A ação foi deflagrada por causa da ocorrência de atropelamentos dos animais e de denúncias de que moradores da região estariam capturando os bichos e levando para casa.

Preguiça com filhote sendo capturada
Foto: Valter Andrade/PMJG

Sexta-feira (23 de agosto)
Até baleia é atropelada
Uma baleia foi localizada morta no litoral de Prado (BA). Da espécie jubarte, o animal foi visto por pescadores na região conhecida como 'barra'. Uma das hipóteses para a morte é o atropelamento por um navio pesqueiro ou cargueiro.

Reflexão para o fim de semana: qual a história deste bugio?
Bugio é encontrado por moradores do bairro Belém Novo, em Porto Alegre (RS) amarrado a um poste.

Foto: Matheus Piccini/AE

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Reflexão para o fim de semana: qual a história deste bugio?

Foto: Matheus Piccini/AE

No domingo, 18 de agosto de 2013, alguns portais de notícias publicaram a foto desse bugio e a seguinte legenda:

“Bugio é encontrado por moradores do bairro Belém Novo, em Porto Alegre (RS), na tarde deste domingo (18) amarrado a um poste”.

Cadê a história desse animal? Publicaram a foto como uma mera curiosidade, como algo exótico na rotina da urbana Porto Alegre.

Como uma primata desse tamanho aparece, do nada, amarrado em um poste? Para onde foi levado? Ele pode ter sido criado como bicho de estimação e, pelo fato de ter crescido, foi abandonado?

Muitas perguntas. Nenhuma resposta. Mais um pecado da imprensa.

- Veja a foto no portal UOL

Até baleia é atropelada

O Fauna News seleciona e comenta notícias sobre dois assuntos: tráfico de fauna e os impactos que rodovias causam nos animais silvestres, sendo que os casos de atropelamentos são uma constante.

Hoje, o Fauna News vai fugir um pouco de sua linha editorial. Um animal silvestre foi atropelado, mas no mar...

“Na manhã desta sexta-feira, dia 15, uma quarta baleia foi localizada morta no litoral do município do Prado, no extremo sul da Bahia. Da espécie jubarte, o animal foi visto por pescadores na região conhecida como 'barra'. Uma das hipóteses para a morte por ter sido atropelamento por um navio pesqueiro ou cargueiro. As suspeitas sobre o atropelamento devem-se à presença de navios na mesma rota das baleias.

Urubus comendo os restos da baleia
Foto: site Primeiro Jornal

(...) Segundo a médica veterinária do instituto Baleia jubarte, Adriana Colosio, essa é a quarta baleia Jubarte encontrada morta, num período inferior à um mês, apenas no município do Prado. "Devido ao fato do acesso dificultado, fica impossível realizar os exames necessário no animal. Aguardamos que a correnteza do mar desloque os restos para a praia, quando será possível realizar todos os procedimentos", destacou.”
– texto da matéria “Quarta baleia jubarte encontrada morta em Prado”, publicada em 16 de agosto de 2013 pelo site baiano Primeiro Jornal

Esse é o quarto caso em menos de um mês, mas outros já foram registrados este ano. Inclusive com suspeita de atropelamento por navio:

“Uma baleia jubarte macho com 13 metros de comprimento e peso estimado de 35 a 40 toneladas foi encontrada morta, na praia de Barra Velha, em Nova Viçosa, litoral sul da Bahia.

Primeira jubarte morta em 2013
Foto: Divulgação Instituto Baleia Jubarte

É o primeiro caso de baleia jubarte encontrada morta em 2013.

Pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte (IBJ) se deslocaram nesta quarta-feira (12) para o local para averiguar sinais de fratura na baleia, que pode ter sido atropelada por um navio.

As suspeitas sobre o atropelamento, segundo o instituto, devem-se à presença de hemorragia intensa próxima à região dorsal e de alguns hematomas no corpo da baleia.”
– texto da matéria “Baleia jubarte é encontrada morta no litoral sul da Bahia”, publicada em 12 de junho de 2013 pelo site do jornal Folha de S. Paulo

Todo ano as baleias jubarte migram para o litoral baiano, especialmente para a região do Arquipélago de Abrolhos. Estimativa do Projeto Baleia Jubarte indicam que cerca de 9 mil jubartes vindas da Antártida frequentem nosso litoral entre julho a novembro, período reprodutivo.

Jubarte saltando na costa brasileira
Foto: Divulgação instituto Baleia Jubarte

Uma pergunta: será que não é possível desviar as rotas de navios e grandes embarcações nesse período ou preparar alguma rota em que haja monitoramento para evitar esses atropelamentos?

- Leia a matéria completa do Primeiro Jornal
- Leia a matéria completa da Folha de S. Paulo
- Conheça o Projeto Baleia Jubarte e saiba mais sobre a espécie

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Atropelamentos e captura ilegal de preguiças na BR-101 em Pernambuco

“Operação realizada na manhã desta terça (20) resgatou seis preguiças de uma mata localizada às margens da BR-101, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. A ação foi deflagrada após a Coordenadoria de Defesa e Proteção dos Animais, da Secretaria de Meio Ambiente do município, receber denúncias de que moradores da região estavam capturando os animais e levando para casa, o que configura crime ambiental.

Preguiça com filhote sendo capturada
Foto: Valter Andrade/PMJG

De acordo com o coordenador de Defesa e Proteção dos Animais, Manoel Tabosa, a área habitada pelos bichos é bastante vulnerável. Alguns animais estavam tentando atravessar a rodovia, que corta a mata, e acabavam morrendo atropelados. "O local foi desmatado e ficou apenas um fragmento de mata, para onde eles migraram. A área foi desmatada para a construção de uma indústria, devidamente licenciada, mas causou um impacto não previsto", esclareceu. Duas fêmea capturadas na operação estavam esperando filhotes.”
– texto da matéria “Seis preguiças são resgatadas de área desmatada no Grande Recife”, publicada em 20 de agosto de 2013 pelo portal G1

Desmatamento para a construção de uma indústria. Rodovia fragmentando matas. Consequências: animais fugindo para uma pequena área ainda vegetadas, expostos à captura e aos atropelamentos.

‘"A informação que temos é que um estava atravessando a pista e foi levado por um motoqueiro. Outros quatro teriam sido atropelados, então é possível que só encontremos mais três. Estamos preparando a ação o mais rápido possível para evitar que a gente perca mais animais", lamentou Tabosa.’ – texto do portal G1

Animais serão levados para uma área protegida
Foto: Valter Andrade/PMJG

Toda essa estrutura do “progresso” humano passou por processos de licenciamento ambiental. E como explicar o tal “impacto não previsto”. Absurdo!

Provavelmente o processo de licenciamento, onde é feito levantamento de fauna e os possíveis impactos que pode sofrer, foi realizado com problemas.

“O licenciamento, tanto de rodovias em implantação quanto nas já operantes, ainda é frágil nas exigências de informações sobre esse tema. E isso ocorre tanto no tipo de informação requerida dos empreendedores quanto na qualidade da mesma”, afirma o biólogo Andreas Kindel, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coautor do Conecte – Guia de Procedimentos para Mitigação de Impactos de Rodovias sobre a Fauna. A obra, publicada na internet (www.lauxen.net/conecte), é uma síntese sobre os impactos na fauna e sobre como reduzir danos.”  - texto da matéria “Massacre nas estradas”, publicada em maio de 2013 pela revista Terra da Gente

Infelizmente, percebe-se que muitos órgãos ambientais, como secretarias estaduais e municipais, são grandes balcões de licenciamentos ambientais, onde o que importa é aprovar empreendimentos. O Brasil vive um momento de desenvolvimentismo mascarado, em que o poder público preocupa-se superficialmente com as questões ambientais.

- Leia a matéria completa do portal G1
- Leia a matéria da revista Terra da Gente

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Em Ponta Grossa (PR), prenderam caçadores do tráfico

“A Polícia Ambiental prendeu dois homens e apreendeu mais de 30 pássaros silvestres – boa parte havia acabado de ser capturada na natureza. A ação aconteceu na noite de domingo, no Distrito de Guaragi, em Ponta Grossa. Duas das aves estavam mortas e foram encontradas na residência de um dos detidos.

Aves apreendidas com caçadores
Foto: Divulgação PM Ambiental

De acordo com o sargento Tzeciuk, os policiais participavam da Operação Agosto Seguro e faziam patrulhamento pela PR-438 quando viram uma motocicleta com características já denunciadas de que pertencia a caçadores de aves silvestres. A viatura da Polícia Ambiental tentou abordar a moto, onde estavam duas pessoas, mas o piloto fugiu em direção a Ponta Grossa. Os policiais deram início à perseguição e pediram apoio de viaturas do 1º Batalhão da Policia Militar.”
– texto da matéria “Polícia apreende mais de 30 aves com caçadores”, publicada em 20 de agosto de 013 no site do jornal Diário dos Campos

É mais comum a polícia apreender animais em situação de cativeiro ilegal ou em pontos de venda, como nas feiras.

Raramente quem caça é flagrado. É nesse momento que a ação de fiscalização tem de ser intensa, porque depois que o animal sai de seu hábitat o problema complica muito (da apreensão até uma soltura, quando ocorre, é um longo e caro processo). Quando se apreende animais recém capturados e ainda bravios, a soltura pode ser feita imediatamente.

Segundo a polícia, as aves seriam traficadas para São Paulo.

- Leia a matéria completa do Diário dos Campos

Macaco Chico: dilema entre o bem estar animal e o combate ao tráfico de fauna

Dezesseis dias depois de ter sido apreendido pela Polícia Militar Ambiental, o macaco-prego fêmea Chico retornou para a família que o criou ilegalmente durante 37 anos em São Carlos (SP). Ela foi devolvida em cumprimento de uma decisão liminar da Justiça em favor do pedido de Elizete Farias Carmona, de 71 anos.

‘“Não tenho palavras, parece mentira. Eu sonhava com esse momento”. Foi assim que a aposentada Elizete Farias Carmona relatou na noite desta segunda-feira (19) a emoção que sentiu em São Carlos (SP) ao pegar no colo novamente a macaca-prego ‘Chico’, de quem ficou separada por 16 dias.

Chico no reencontro com dona Elizete
Foto: Fabio Rodrigues/G1

(...)“Foi uma judiação tirar o bicho daqui. Para mim, ele vai ser sempre o meu filho Chico. Estou muito feliz porque agora a família está completa”, declarou dona Elizete, que precisou tomar remédios e se acalmar devido à ansiedade de receber o animal na noite desta segunda-feira.’
– texto da matéria “Emoção marca reencontro da dona com a macaca 'Chico' em São Carlos”, publicada em 20 de agosto de 2013 pelo portal G1

Chico foi capturado na mata e provavelmente acabou traficado. Passou medo e sabe-se lá o que enfrentou até chegar à casa de dona Elizete. Ele perdeu a liberdade e a natureza perdeu com a sua ausência, já que o animal deixou de cumprir suas funções ecológicas no ecossistema onde nasceu.

O poder público, por meio da Polícia Militar Ambiental, foi condenado por muita gente pelo fato de ter apreendido a macaca. O ato foi considerado cruel, não levando em consideração o bem estar do animal. Afinal, disseram, seria melhor exigir de dona Elizete algumas melhorias para Chico e, assim, deixá-lo com a família humana. Evitar-se-ia estressar o primata e a senhora de 71 anos.

Mas a devolução de Chico é um péssimo exemplo para quem cria ou quer criar animais silvestres como bichos de estimação sem autorização do órgão ambiental.  Esses arriscarão comprando um bicho no mercado negro e, em caso de apreensão, ainda terão na Justiça a possibilidade da devolução do animal. E pior: terão a guarda com autorização!

O poder público é o grande vilão por esse tipo de situação.

Não fiscalizou direito e o macaco acabou traficado.

Não investiu em educação ambiental e pessoas o adquiriram e o criaram como Chico, o bichinho de estimação.

Não investe em Cetas bem estruturados, equipados e em quantidade suficiente para atender a demanda e assim evitar que animais apreendidos tenham de ficar com os infratores.

O combate ao tráfico de animais silvestres vive de ações e projetos isolados. Não tem norte, ou melhor, sequer existe como política pública.

- Leia a matéria completa do portal G1
Releia os posts do Fauna News sobre o macaco-prego de São Carlos:
- Macaco Chico: vítima do poder público ausente e do amor torto por animais, publicado em 5 de agosto de 2013
- Macaco Chico: na verdade uma fêmea criada no amor torto, publicado em 6 de agosto de 2013
- Macaco Chico: caso do animal mantido 37 anos em cativeiro pode parar na Justiça com argumentos afetivos, publicado em 7 de agosto de 2013
- Macaco Chico: animal virou iô-iô. Justiça determina retorno do primata à família, publicado em 15 de agosto de 2013

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Entrega de 14 jabutis: preocupação com a Justiça e não com os animais

“Um morador de Marialva (a 18 quilômetros de Maringá) procurou a Polícia Ambiental de Maringá, na tarde desta segunda-feira (19), para fazer a entrega voluntária de 14 jabutis que pertenciam a sua mãe, recém-falecida. Os animais silvestres eram criados em uma chácara da família, na zona rural da cidade.

Dois dos jabutis entregues
Foto: João Cláudio Fragoso

Segundo a Polícia Ambiental, o morador - que não teve o nome divulgado - tomou a decisão de entregar os animais após o falecimento da mãe para evitar problemas com a justiça, uma vez que manter animais silvestres em cativeiro é crime previsto na Legislação Ambiental.” – texto da matéria “Morador de Marialva realiza entrega voluntária de 14 jabutis”, publicado em 19 de agosto de 2013 pelo jornal O Diário (Maringá – PR)

Felizmente, os animais foram entregues para, se houver possibilidade técnica, serem devolvidos à natureza e cumprirem suas funções ecológicas.

Infelizmente, o fator que motivou a entrega dos animais foi o medo de problemas com a Justiça e não pela consciência que o lugar desses bichos é na natureza.

Infelizmente, os órgãos de fiscalização, mais uma vez, se mostraram despreparados para apreender animais silvestres. Afinal, não há um procedimento rápido de pronto atendimento e de destinação inicial dos bichos. Veja:

“Por volta das 18h, a Polícia Ambiental ainda não havia decidido o destino dos animais silvestres, que estão na sede da Polícia Ambiental em Maringá. A expectativa era que eles fossem enviados ao Centro de Triagem de Animais, em Mauá da Serra.” – texto de O Diário

- Leia a matéria completa de O Diário

BR-163 (MS): anta morre o motorista fica ferido. Rodovia precisa de atenção

“Ernano Torquatro, de 30 anos, ficou gravemente ferido após atropelar uma anta e capotar o Fiat Pálio, de Sonora, na rodovia BR-163 entre Sonora e Pedro Gomes na manhã deste domingo (18).

Anta envolvida no acidente
Foto: Sidney Assis

(...) A Polícia Rodoviária Federal (PRF) orienta os motoristas que dirigem a noite a ter atenção redobrada com animais silvestres na pista, principalmente na cabeceira de córregos, onde se concentra um número grande de capivara e anta.” – texto da matéria “Homem fica gravemente ferido após atropelar anta e capotar”, publicada em 18 de agosto de 2013 pelo site Idest (MS)

Será que no local havia algum tipo de sinalização sobre a possibilidade de animais silvestres atravessarem a pista?

Será que a rodovia tem alguma estrutura para evitar que animais silvestres atravessem a pista ou para permitir travessias seguras (passagens de fauna)?

Será que a Polícia Rodoviária Federal fornece essa orientação somente quando atende a imprensa?

Nesse trecho da BR-163, radares já foram instalados. Um dos objetivos desses equipamentos é inibir abusos de velocidade por parte dos motoristas para reduzir atropelamentos de animais silvestres.

"O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT/MS) está instalando mais um radar na BR-163, agora no quilometro 700, no entroncamento da rodovia com a MS-215, em Pedro Gomes. Para a completa operação dos equipamentos, o DNIT aguarda a aferição pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO)." - texto do post "Só radares ajudam a reduzir atropelamentos de animais?", publicado em 26 de junho de 2013 pelo Fauna News

Mais uma pergunta: será que os radares estão funcionando?

No trecho paranese da BR-163 algo já foi feito.

“Iniciado em 2009, o Programa de Proteção à Fauna e Flora da BR-163 mapeou os locais mais sujeitos ao atropelamento de animais ao longo dos trechos que estão recebendo a pavimentação. O trabalho identificou o deslocamento de espécies como tatus, cobras e onças, entre outros.

Sinalização no trecho paraense da BR-163
Foto: Ernesto de Souza

Para minimizar os riscos à fauna, foram implantadas medidas para impedir a travessia em locais impróprios. No trecho entre Guarantã do Norte e a divisa com o Pará, telas de arame impedem a passagem dos animais e, ao mesmo tempo, os conduzem a túneis escavados sob a via. No Pará, placas indicam ponto preferenciais de travessia de animais como capivaras, antas e tamanduás.” – texto publicado no site do programa Globo Rural em 24 de junho de 2012

- Leia a matéria completa do Idest
- Leia a matéria completa do Globo Rural
- Releia o post "Só radares ajudam a reduzir atropelamentos de animais?", publicado em 26 de junho de 2013 pelo Fauna News

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Rodovia AM-070: duplicação e indução de urbanização afetando animais. Cadê o poder público?

“A duplicação das vias da rodovia Manuel Urbano (AM-070) e as recentes invasões na rodovia têm dispersado os animais silvestres e provocado acidentes no decorrer da pista.  A observação é dos próprios moradores que vivem às margens da AM 070.” – texto da matéria “Progresso ameaça vida de animais na rodovia AM-070”, publicada em 18 de agosto de 2013 pelo jornal A Crítica (AM)

 A duplicação custará R$ 224 milhões

A derrubada de florestas para a duplicação tem impactado a fauna
Fotos: Adriana Santos

O relato da matéria dá a entender que o poder público, tanto o governo do Amazonas quanto das prefeituras envolvidas, parecem não estar atuando para evitar graves impactos à fauna silvestre. O problema mais evidente são os atropelamentos.

“A fuga dos animais, segundo o agricultor (Enerstro Pereira – observação do Fauna News), também é atestada no crescimento no número de acidentes. “Daqui de casa eu já vi amanhecer tamanduás, mucuras e tatus atropelados aqui na via. É compreensível, porque as pessoas andam muito rápido nas rodovias, não é? Mas desde que as obras começaram o número de acidentes também aumentou bastante”, avaliou.

As preguiças estão entre as espécies mais impactadas
Foto: Edivaldo Ramos

Romoaldo Guimarães, 56, mora no quilômetros 67 da AM-070. Ele conta que da varanda de casa é comum ver os acidentes envolvendo animais. “Venho sempre ver se não é um dos meus bichos. Hoje mesmo de manhã teve um acidente e pensei que era um dos meus patos, mas era uma mucura da mata mesmo”, afirmou.”
– texto de A Crítica

Mas os problemas da construção e ampliação de estradas envolvendo fauna não ficam restritos aos atropelamentos. A derrubada da floresta para a duplicação da AM-070 e a invasão de quase mil pessoas nas proximidades da estrada têm expulsado os animais.

“Morador há dois anos do quilômetro 54 da rodovia, o agricultor Enerstro Pereira afirma ter encontrado mais animais silvestres próximo à casa dele depois no início das obras. “Na minha casa aumentou a quantidade de cobras. Aqui próximo, na comunidade Santa Luzia, já viram até onça! Era por volta das 23h quando viram o animal por lá. Perigoso demais”, disse.

(...)Há 20 anos morando na rodovia, Romoaldo disse que já acompanhou várias vezes a movimentação dos animais dentro da floresta e perto da pista.  “Eles não têm para onde ir e procuram a terra firme mais próxima, nossas casas. Se estão desmatando lá no começo da rodovia é natural que eles venham para cá, que ainda tem mata fechada”, disse.

‘Fuga dos animais’ na área urbana
A invasão de animais silvestres também é registrada dentro da área urbana de Manaus. Em cinco meses, o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) registrou o resgate de 150 animais silvestres em residências de Manaus.”
– texto de A Crítica

Com tudo isso acontecendo, a matéria de A Crítica não apresentou explicação alguma do poder público. A rodovia é estadual e corta alguns municípios. Ou a apuração jornalística foi falha ou se algum representante dos governos foi ouvido, onde está a explicação deles?

De qualquer forma, os responsáveis pela duplicação tem uma série de problemas para resolver. O que parece não estar sendo feito. Tanto que usuários da estrada estão se mexendo:

“Uma campanha publicitária prevista para ser lançada no fim do mês pretende diminuir a quantidade de acidentes na rodovia. A ideia da campanha veio do administrador Edivaldo Ramos, que presta consultoria a uma empresa em Manacapuru.

Edivaldo conta que teve a ideia da campanha publicitária após resgatar uma preguiça na estrada. “Ela estava prestes a ser morta, mas conseguimos tirá-la da via. Encontrei outra na semana posterior, que não teve a mesma sorte e já havia sido morta por atropelamento”, conta.

A intenção é desenvolver placas chamando a atenção dos condutores. “Pedi que um especialista fizesse uma arte de uma preguiça com um filhote e uma frase que lembrasse a existência deles no local. Sei que as pessoas não vão diminuir a velocidade na rodovia, mas espero que elas prestem mais atenção no trânsito e evitem novos acidentes”, disse.

A campanha está em fase de confecção e aguardando patrocínios. O projeto prevê a distribuição de placas e um outdoor na rodovia e a intenção é que o projeto seja lançado em 15 dias.” 
- texto de A Crítica

Novamente vale a pergunta: cadê o poder público? Afinal, a duplicação custará R$ 224 milhões e espera-se que, no mínimo, as consequências aos animais silvestres tenham sido pensadas.

- Leia a matéria completa de A Crítica

Começar a semana pensando...

...sobre a pior consequência do comércio de marfim.
Foto: Friends of Africa
“Um mundo sem elefantes é difícil de se compreender, mas é uma possibilidade real”.

Dame Daphne Sheldrick, da ONG The David Sheldrick Wildlife Trust, em entrevista para o Daily Express reproduzida pela Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda)

- Leia a matéria completa da Anda

sábado, 17 de agosto de 2013

Resumo da semana

Saiba o que foi destaque esta semana no Fauna News...

Segunda-feira (12 de agosto)
- Começar a semana pensando...
A entrega voluntária do jabuti Tuta pelo comerciante Vander Espinoza Bravo, que o criou sem autorização por 23 anos, à Polícia Militar Ambiental. Alegre (ES).

Vander entregando Tuta
Foto: Divulgação P/5 Polícia Ambiental ES

- O lado sofisticado do tráfico de animais no Brasil
Operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de pássaros do Brasil para a Guiana Francesa. Amapá.

Terça-feira (13 de agosto)
- Ex-candidato a prefeito, médico e filiado ao Partido Verde. O que vai alegar por manter 43 animais silvestres em cativeiro?
Operação de vários órgãos de fiscalização encontra 43 animais silvestres em cativeiro na fazenda do nefrologista Ildefonso Rodrigues dos Santos. São Caitano (PE).

Tucano apreendido na fazenda do médico
Foto: Divulgação CPRH

- O pouco falado tráfico de peixes ornamentais
Cinco pessoas integrantes de uma quadrilha envolvida com o tráfico de peixes ornamentais da Amazônia foram presas pela Polícia Civil. São Paulo de Olivença (AM).

Quarta-feira (14 de agosto)

- Agonizando na pista. Uma sucuri de sete metros
Uma sucuri de aproximadamente sete metros foi encontrada agonizando na BR-364. O animal provavelmente foi atropelado. Cruzeiro do Sul e Tarauacá (AC).

Sucuri de sete metros atropelada
Foto: Luiz Calixto

- Não bastasse perder a liberdade, ainda sofreu maus tratos
25 aves silvestres foram apreendidas durante a Operação Resgate realizada pelo Batalhão de Policiamento Ambiental da Paraíba. Cinco delas apresentavam indícios de maus tratos. João Pessoa (PB).

Quinta-feira (15 de agosto)
- Macaco Chico: animal virou iô-iô. Justiça determina retorno do primata à família
Liminar da Justiça concedida determinou que a macaca-prego ‘Carla’ seja devolvida para a mulher que a criou no prazo de cinco dias.. Em 3 de agosto, o animal foi retirado da família que o batizou de Chico e o criou durante 37 anos para ser levado à Associação Protetora dos Animais Silvestres (APASS). São Carlos (SP).

- Marfim disfarçado de chocolate. A ousadia do tráfico
Apreensão de 583 presas de elefantes que estavam sendo traficadas disfarçadas de barras de chocolate. Macau (China).

Presas de elefantes apreendidas na China
Foto: Huang MJIB, TW

Sexta-feira (16 de agosto)
- Macaé (RJ) investe para reduzir atropelamentos de animais. Se mais prefeituras fizessem o mesmo...
Com o objetivo de ampliar a preservação dos animais silvestres, a secretaria de Ambiente de Macaé formalizou convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para a criação de banco de dados de atropelamentos da fauna da região. Macaé (RJ).

- Reflexão para o fim de semana: três labradores e o tráfico de animais
Três labradores foram treinados para farejar e identificar animais escondidos em bagagens. China.

Labrador procurando animais traficados
Imagem: Reprodução vídeo Traffic

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Reflexão para o fim de semana: três labradores e o tráfico de animais

Um dos labradores treinados
Imagem: Reprodução vídeo Traffic

Cães farejadores de drogas é o que não falta em aeroportos internacionais. Mas cães que farejam outros animais escondidos em malas, nisto provavelmente a China está a ser pioneira.

São três labradores, treinados especificamente para ajudar no combate ao tráfico ilegal de espécies selvagens. No final de Julho, passaram com sucesso pelo seu exame final, detectando peças de marfim, ossos de tigres, cornos de rinocerontes e até tartarugas vivas nas esteiras de bagagens de um aeroporto, num contentor e numa centro dos correios”
- texto da matéria “China treina cães para detectar tráfico de espécies selvagens” publicada em 15 de agosto de 2013 no site do jornal angolano O País

O ideal é combater o tráfico de fauna na região de captura, mas a ideia dos chineses poderia servir de exemplo para muitos outros países.

- Leia a matéria completa de O País

Macaé (RJ) investe para reduzir atropelamentos de animais. Se mais prefeituras fizessem o mesmo...

“Com o objetivo de ampliar a preservação dos animais silvestres, a secretaria de Ambiente de Macaé formalizou convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para a criação de banco de dados de atropelamentos da fauna da região.

Prefeitura de Macaé investe para reduzir esse problema
Foto: Folha Online

A proposta é viabilizar uma ferramenta de consulta que auxilie na conservação da biodiversidade e de política pública eficiente e que seja de amplo acesso. De acordo com o coordenador de Fauna Silvestre da Prefeitura, o biólogo Alexandre Bezerra, essa parceria proporcionará o mapeamento das áreas de maior incidência. “Temos que, de alguma forma, reduzir essa mortandade, seja com placas nos locais de maior incidência, e nas áreas de travessias, seja orientando também na questão da fauna doméstica abandonada, porque muitos animais geralmente se tornam vitimas fatais”, explicou.” – texto da matéria “Macaé cria banco de dados de atropelamentos de fauna silvestre”, publicada em 15 de agosto de 2013 no site Folha Online

A iniciativa da prefeitura parece inovadora, já que, normalmente, deixa-se para as concessionárias e para órgãos estaduais e federais qualquer tipo de ação para reduzir os atropelamentos de animais silvestres. Entretanto, deve-se salientar que um banco de dados é uma ferramenta importante, mas inútil se não for bem usado.

Saber quantos e quais animais foram atropelados e nos trechos das estradas onde aconteceram os acidentes ajuda no planejamento de projetos. E essa análise deve ser feita por gente capacitada para propor soluções, como a implantação de estruturas como passagens de fauna e cercas, por exemplo, e a realização de campanhas de conscientização junto aos motoristas.

O Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas estima que 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados, todos os anos, nas estradas e rodovias brasileiras.

Que a iniciativa de Macaé avance, tenha sucesso e sirva de exemplo para outros municípios.

- Leia a matéria completa da Folha Online
- Releia o post “Atropelamento de fauna: 475 milhões é a dimensão do massacre”, publicado pelo Fauna News em 7 de maio de 2013

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Marfim disfarçado de chocolate. A ousadia do tráfico

“Funcionários da alfândega de Macau, na China, começaram a suspeitar quando viram 15 caixas de chocolate excepcionalmente pesadas em um conjunto de bagagem. Durante as investigações ocorreu uma incrível encontrar:  após a imersão em água morna, o chocolate derreteu e revelou 583 presas de elefante.

Marfim disfarçado de barras de chocolate
Foto: Huang MJIB, TW

Entre setembro e dezembro de 2012, mais de 90 selos de marfim, conhecidas como “costeletas” (“chops”, em inglês) , foram encontrados escondidos em embalagens de chocolate e recuperados da África do Sul para Taiwan. Em outra apreensão recente, funcionários da alfândega de Hong Kong encontraram 1.148 presas de marfim disfarçados de madeira em um navio de Togo.”
– texto traduzido da matéria “Elephant Ivory Disguised as Chocolate”, publicada em inglês no dia 9 de agosto de 2013 pelo site da ONG WWF

Esses selos são utilizados em Taiwan, China, Japão e Coréia do Sul para assinar documentos, obras de arte, e outros documentos. São geralmente feitos de pedra, mas também pode ser de plástico, marfim ou metal.

O selo é pressionado levemente sobre uma pasta vermelha e, em seguida, a imagem é transferida para o papel através da aplicação de pressão. Funciona como um carimbo.

Não há justificativa para continuar utilizando selos de marfim, já que o mesmo pode ser feito de diversos outros materiais. Percebe-se que esse comércio é mantido por pura vaidade. Enquanto isso, milhares de elefantes têm sido dizimados na África. O continente está passando por um dos piores períodos de caça desses animais por causa do marfim.

Elefantes no Quênia
Foto: Petter Granli

O marfim pode chegar a US$ 2 mil (ou R$ 4,6 mil) por quilo no mercado negro. Uma presa inteira pode valer mais do que US$ 50 mil (ou R$ 115 mil).

- Leia a matéria completa da ONG WWF (em inglês)
- Releia o post do Fauna News “Tráfico internacional: o milionário comércio de marfim, chifres de rinocerontes e peles”, publicado em 9 de agosto de 2013

Macaco Chico: animal virou iô-iô. Justiça determina retorno do primata à família

A decisão é liminar, isto é, ainda não é definitiva.

“Uma liminar da Justiça concedida no fim da tarde terça-feira (13) determina que a macaca-prego ‘Carla’ seja devolvida para a dona em São Carlos (SP) no prazo de cinco dias. O valor da multa em caso de descumprimento é de R$ 1 mil por dia. No dia 3 de agosto, o animal foi retirado da família que o criou durante 37 anos e o chamava de 'Chico' e levado para a Associação Protetora dos Animais Silvestres (APASS) de Assis (SP), distante a 330 quilômetros. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente informou que ainda não foi notificada.

 Carla deverá deixar a APASS, em Assis (SP),...
Foto: Alan Schneider/G1

...para voltar a ser o Chico de dona Elizete, em São Carlos (SP).
Foto: Fabio Rodrigues/G1

Na decisão, divulgada nesta quarta-feira (14), a juíza Gabriela Muller Carioba Attanasio determina que, após a devolução da macaca, a dona terá um prazo de dez dias para realizar ajustes na estrutura e na alimentação do bicho, o que deverá ser comprovado por um laudo profissional.

A magistrada afirmou em sua decisão que documentos do processo evidenciam que há sinais de domesticação do animal durante os 37 anos que viveu em São Carlos, o que estabeleceu um vínculo familiar forte e uma interação entre o bicho e a dona. “Alguns estudos apontam que os animais mantidos em cativeiro por longos anos não conseguem se alimentar, nem se defender sozinhos”, diz um trecho do texto.”
– texto da matéria “Liminar da Justiça obriga retorno de macaca para dona em São Carlos, SP”, publicada em 14 de agosto de 2013 pelo portal G1

Chico, que foi rebatizado como Carla por ser uma fêmea, foi apreendido em 3 de agosto de 2013 após permanecer sem autorização do órgão ambiental por 37 anos com Elizete Farias Carmona, de 71 anos, em São Carlos (SP). O animal foi levado para a ONG Associação Protetora de Animais Silvestres (APASS), em Assis (SP). O caso causou grande polêmica com gente defendendo a ação do Estado e gente considerando uma crueldade a retirada do macaco do local onde, alegam, estaria ambientado.

Enquanto dona Elizete e o poder público disputam quem tem razão, a macaca novamente passará pelo estresse de uma viagem e de novas mudanças. Se a decisão definitiva da Justiça se alterar no futuro, mais uma troca. E assim vai...

E tudo isso por causa da falta de fiscalização na origem do problema, isto é, nas áreas de captura e apanha dos animais.

E tudo isso por causa da falta de investimento em educação ambiental, que faria com que as pessoas não optassem por manter animais silvestres em cativeiro como bichos de estimação.

E tudo isso por causa de uma legislação fraca, que não pune o traficante de animais como deveria.

Enfim, tudo isso está acontecendo porque o poder público não tem uma política definida para lidar com a fauna silvestre brasileira.

Estado omisso.

- Leia a matéria completa do portal G1
Releia os posts do Fauna News sobre o macaco-prego de São Carlos:
- Macaco Chico: vítima do poder público ausente e do amor torto por animais, publicado em 5 de agosto de 2013
- Macaco Chico: na verdade uma fêmea criada no amor torto, publicado em 6 de agosto de 2013
- Macaco Chico: caso do animal mantido 37 anos em cativeiro pode parar na Justiça com argumentos afetivos, publicado em 7 de agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Não bastasse perder a liberdade, ainda sofreu maus tratos

O que leva uma pessoa a manter em cativeiro um animal silvestre nascido na natureza? Muitos podem alegar ser amor à natureza, outros afirmam ser para alegrar o ambiente com o canto de um pássaro e por aí vai. Independentemente do motivo, espera-se que essa pessoa crie o animal com o mínimo de cuidado.

Mas nem sempre é isso que acontece. Além do crime ambiental de manter o animal em cativeiro, essa pessoa também comete outro delito: maus tratos. E quem mais vai sofrer é o ser que já perdeu a liberdade.

“Pelo menos 25 aves silvestres foram apreendidas na manhã desta segunda-feira (12) no bairro Alto do Mateus, em João Pessoa, durante a Operação Resgate realizada pelo Batalhão de Policiamento Ambiental. Entre as espécies apreendidas na manhã de hoje estavam papa-capins, galos-de-campina, caboclinhos e sabiás. De acordo com o tenente-coronel Paulo Sérgio, comandante do órgão, em uma das residências abordadas, cinco aves apresentavam indícios de maus tratos.

Uma das aves apreendidas em João Pessoa
Foto: Walter Paparazzo/G1

Nesta residência, as aves estavam sendo criadas em condições inadequadas, segundo o comandante Paulo Sérgio. “Percebemos que o dono não apresentava condições de criar os pássaros. Como resultado disso, havia aves com fome, a água de alguns animais estava com lodo e um dos pássaros estava com uma das patinhas quebrada”, afirmou. Entre as espécies criadas em situação de maus tratos estavam um sabiá, galo-de-campina e um cancão.” – texto da matéria “Aves em situação de maus tratos são resgatadas em João Pessoa, diz PM”, publicada em 12 de agosto de 2013 pelo portal G1

Além dos problemas relacionados ao equilíbrio dos ecossistemas e a transmissão de zoonoses (doenças), o hábito de manter animais silvestres em cativeiro e o tráfico de fauna têm uma face cruel.

- Leia a matéria completa do portal G1

Agonizando na pista. Uma sucuri de sete metros

“Uma cobra de aproximadamente sete metros foi flagrada na BR-364, entre os municípios de Cruzeiro do Sul e Tarauacá (AC), no último sábado (10). O registro foi feito pelo ex-deputado estadual Luiz Calixto quando retornava de Cruzeiro do Sul pela estrada. O animal havia sido atropelado e, segundo o ex-parlamentar, agonizava no meio da via.

Sucuri agonizando na beira da rodovia
Foto: Luiz Calixto

"Provavelmente a cobra foi atropelada por um caminhão. Ela estava no meio da estrada ainda viva, mas com a cabeça esmagada, agonizando e um dos membros de nossa comitiva puxou-a para a margem da estrada. A cobra deveria medir sete metros", comentou.”
– texto da matéria “Cobra de sete metros é flagrada em trecho da BR-364, no Acre”, publicada em 12 de agosto de 2013 pelo portal G1

A imagem do animal agonizando impressiona. Cobras e jacarés são, muitas vezes, atropelados de propósito. Será que o motorista não conseguiu enxergar uma sucuri de sete metros? Difícil saber.

A sucuri passou a fazer parte de um número absurdo: 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados todos os anos nas estradas e rodovias brasileiras (dado do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas).

- Leia a matéria completa do portal G1
- Releia o post “Atropelamento de fauna: 475 milhões é a dimensão do massacre”, publicado pelo Fauna News em 7 de maio de 2013