sexta-feira, 29 de março de 2013

Reflexão para o fim de semana: vídeo escancara as caras do tráfico de primatas no Brasil

A ONG SOS Fauna, de Juquitiba (SP) está participando da produção de um documentário sobre o tráfico de animais silvestres no Brasil. O trabalho, que se chamará “E agora?”, é uma produção da IDAV – Identidade Audiovisual. Do final de fevereiro a 15 de março, a equipe percorreu municípios da Bahia e de Pernambuco para captação de imagens e de depoimentos. O presidente da SOS Fauna, Marcelo Pavlenco Rocha, faz questão de lembrar que esses dois Estados não são exceção, pois o problema ocorre da mesma forma em todo o Nordeste.

Imagem do vídeo feito pela SOS Fauna

Assista ao vídeo feito durante esse trabalho para conhecer um pouco da realidade das vítimas do tráfico de fauna.


- Conheça a SOS Fauna

Exportação de animais: preocupação durante copas de futebol

“O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai convocar as companhias aéreas brasileiras para participar do Fórum Nacional de Coordenação de Ações do Poder Judiciário para a Copa das Confederações 2013 e a Copa do Mundo 2014, criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para atuarem como aliadas no enfrentamento de questões como crimes ambientais, prostituição infantil e tráfico de animais.

Cartaz de Ziraldo aborda o problema
envolvendo visitantes estrangeiros

“Nosso objetivo é ter essas empresas como grandes aliadas nas campanhas de comunicação que faremos junto aos turistas estrangeiros que vierem para o País participar da Copa das Confederações e da Copa do Mundo”, explicou o presidente do Fórum da Nacional da Copa, conselheiro Bruno Dantas. (...)”
– texto da matéria “Aéreas são convocadas pelo CNJ para ações durante a Copa 2014 e das Confederações”, publicada no Portal Transporta Brasil em 20 de março de 2013

O grande movimento nos aeroportos poderá ser um atrativo para estrangeiros dispostos a traficar animais contando com algum possível problema de fiscalização. Deve-se também lembrar que algum turista desavisado pode se interessar em levar para seu país de origem alguma “lembrancinha viva”. Para ambos os casos, a campanha ajudará. Afinal, mostrará que as autoridades estão atentas e alertará aos desavisados sobre a ilegalidade da compra de animais silvestres no mercado negro.

Que bom seria se campanhas como essa não fossem esporádicas e tivessem um caráter permanente.

- Leia a matéria completa do Portal Transporta Brasil

quinta-feira, 28 de março de 2013

Aves, armas e drogas. Tudo junto e misturado no submundo do crime

Depois do caso da jaguatirica apreendida com suspeitos de tráfico de drogas em São Luís, no Maranhão, publicado pelo Fauna News em 26 de março de 2013 no post “Jaguatirica e cocaína”, agora é a vez de aves estarem no mesmo ambiente de armas e entorpecentes.

“Duzentas e setenta e oito aves foram apreendidas, nesta terça-feira (26), em um imóvel localizado no bairro do Curado II, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Os animais mantidos em cativeiro foram encontrados em operação realizada pela Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma). Nas buscas, os policiais detiveram uma mulher de 42 anos, que guardava três armas e pequenas quantidades de crack e maconha.

Parte das aves apreendias em Pernambuco
Foto: Divulgação Cipoma

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar, a mulher vendia as aves em feiras de rua nos finais de semana. Com ela, foram apreendidos dois revólveres calibres 32 e 38, além de uma pistola 380. Policiais do 6º Batalhão e do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) também participaram da ação.” – texto da matéria “Polícia apreende 278 aves mantidas em cativeiro em casa de Jaboatão, PE”, publicada em 26 de março de 2013 pelo portal G1

Na apreensão de Recife, ficou claro que os animais eram mercadorias – no caso da jaguatirica, o animal aparentemente era criado como bicho de estimação. Vale repetir o publicado no post da jaguatirica:

“Como os métodos para traficar drogas e animais (os utilizados como bichos de estimação, principalmente) são semelhantes e as rotas coincidem, há muitas quadrilhas que atuam nos dois ramos do crime. De acordo com a Renctas, em 2001 havia entre 350 e 400 quadrilhas organizadas no comércio ilegal de fauna silvestre, sendo que, desse total, cerca de 40% possuem ligação com outras atividades ilegais.”

E, assim como ocorre com o tráfico de drogas, a repressão não acabará com o mercado ilegal de animais. Em ambos os casos, ações para a redução da demanda são essenciais. No caso dos animais, educação ambiental é necessária.

- Leia a matéria completa do G1
- Releia “Jaguatirica e cocaína”, publicado pelo Fauna News em 26 de março de 2013

quarta-feira, 27 de março de 2013

Cara-dourada na área do dourado: consequência do tráfico de micos-leões

“Cada macaco no seu galho. Levando ao pé da letra o velho ditado popular, especialistas em primatas estão transferindo micos-leões-da-cara-dourada, que correm risco de extinção, de Niterói para o Sul da Bahia, seu habitat natural.

Mico-leão-da-cara-dourada em telhado de  Niterói
Foto: Ana Pimenta

Estudos recomendam a sua remoção porque essa espécie é tida como invasora em Niterói. Eles chegaram à região há cerca de dez anos, por causa do tráfico de animais ou acidentalmente, e já somaram mais de 200 indivíduos, divididos em 30 grupos, segundo pesquisas.

De acordo com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, 104 animais já foram capturados em armadilhas especiais que não os deixam feridos. Destes, 66 já foram “repatriados”, 17 se encontram em quarentena e outros 21 ainda estão se recuperando de doenças típicas da espécie.

“A ação é inédita no Brasil e necessária para evitar reprodução entre animais de espécies semelhantes, como o mico-leão-dourado, natural da região. O nascimento de animais híbridos pode causar desequilíbrio ecológico e até dizimar as duas espécies”, justificou Minc.”
– texto da matéria “Micos são 'repatriados' de Niterói para a Bahia”, publicada em 22 de março de 2013 pelo jornal O Dia

Dentre as muitas consequências do tráfico de animais, a introdução de espécies em ecossistemas é uma delas. E os problemas provocados são muitos, como a competição por alimentos podendo prejudicar uma espécie nativa, a predação (tanto da que foi introduzida quanto a promovida por ela), a transmissão de doenças e tantas outras. No caso dos dois micos-leões, o da-cara-dourada e o dourado, há ainda a possibilidade do cruzamento proporcionando o nascimento de híbridos – que seria mais uma população problema.

O caso envolvendo os primatas foi noticiado pelo fato de as espécies chamarem a atenção, serem cativantes. Mas o fenômeno causado pelo tráfico de fauna ocorre diariamente, principalmente com aves.
É comum encontrar, nas residências de todo o país, aves das mais diversas regiões do país. Em São Paulo, aves vindas do Nordeste são comercializadas ilegalmente em feiras. Quantos não devem ter escapado ou terem sido soltas? Esse problema já ocorre em Porto Alegre, com os papagaios-verdadeiros:

“Agora, técnicos do Ibama e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente tentam encontrar alguma forma de retirar esses papagaios da cidade.

“Os técnicos já sabem que o grande número de árvores frutíferas de Porto Alegre facilitou a permanência dos papagaios na cidade. Agora é preciso descobrir quantos eles são. Depois vem a parte mais difícil, que é recapturar a maior quantidade possível de aves para devolvê-las ao local de origem.

Papagaio-verdadeiro em Porto Alegre
Foto: Cesar Cardia

Isso vai ser feito para manter o equilíbrio da fauna, já que os papagaios-verdadeiros podem se tornar uma ameaça para as espécies nativas.

“Esse animal se comporta como invasor aqui. Imagina 30, 40 papagaios chegando em uma árvore frutífera. Qual passarinho vai chegar ali e tentar se alimentar? Não vai conseguir”, diz. (Paulo Wagner, do Ibama do RS)”
– trecho do posto “Começar a semana pensando...” publicado no Fauna News em 30 de julho de 2012

As consequências do tráfico de animais vão além da crueldade e do impacto na população da espécie comercializada no mercado negro. Pense nisso.

- Leia a matéria completa de O Dia
- Releia o post do Fauna News “Começar a semana pensando”, de 30 de julho de 2012

terça-feira, 26 de março de 2013

Jaguatirica e cocaína

“Uma jaguatirica estava vivendo dentro de uma jaula, em São Luís, no Barreto. O animal silvestre foi descoberto na casa de um suspeito de traficar drogas no bairro, durante uma operação montada para o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão. Três pessoas foram presas suspeitas de tráfico de drogas.

Jaguatirica apreendida com suspeito de tráfico de drogas
Foto: Baiman Prado/O Estado

(...)Na casa de um dos suspeitos, uma jaguatirica, com aproximadamente um ano, foi encontrada. “O animal, que apesar do porte ser pequeno, os animais subestimam. Mas é um animal que tem grande força, agilidade e acabam causando acidentes quando não é dado o devido cuidado”, explicou o cabo Campos, do Corpo de Bombeiros. O animal, nativo da floresta amazônica, foi levado para o centro de triagem de animais silvestres.”
– texto da matéria “Jaguatirica é apreendida durante operação no Barreto, em São Luís”, publicada em 22 de março de 2013 pelo portal G1 Maranhão

O felino era criado em uma jaula
Imagem: Reprodução TV Mirante

Durante essa operação, foram apreendidos 110 gramas de cocaína. Um dos trabalhos da polícia é investigar a origem da droga, tentando identificar o grande fornecedor. Será que o mesmo será feito com a jaguatirica? Afinal, o animal veio de algum lugar, capturado ou vendido por alguém.

Seria louvável que a polícia tratasse a apreensão da jaguatirica com especial importância. Mas, se comparado com o tráfico de drogas, o mercado negro de fauna não é tratado com a devida atenção pelos órgãos de fiscalização do poder público.

Em 2001, a ONG Rede Nacional de Combate ao Trafico de Animais Silvestres (Renctas) publicou no 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico da Fauna Silvestre, em que há um capítulo específico para o tema – “Ligação com Outras Atividades Ilegais”.

“O comércio ilegal de animais silvestres está ligado a outros tipos de atividades ilegais, tais como drogas, armas, álcool e pedras precisas. Na América do Sul, os cartéis de drogas têm grande envolvimento com o comércio ilegal de fauna silvestre, muitas vezes se utilizam da fauna para transportarem seus produtos. Frequentemente são encontradas drogas dentro de animais vivos ou em suas peles.” - texto do Relatório

Como os métodos para traficar drogas e animais (os utilizados como bichos de estimação, principalmente) são semelhantes e as rotas coincidem, há muitas quadrilhas que atuam nos dois ramos do crime. De acordo com a Renctas, em 2001 havia entre 350 e 400 quadrilhas organizadas no comércio ilegal de fauna silvestre, sendo que, desse total, cerca de 40% possuem ligação com outras atividades ilegais.

- Leia a matéria completa do portal G1
- Conheça a Renctas

segunda-feira, 25 de março de 2013

Começar a semana pensando...

...com Dener Giovanini, coordenador geral da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas): conscientização.
Foto: site Akatu
"O combate ao tráfico de animais silvestres passa necessariamente pela conscientização da nossa sociedade, pela disponibilidade de informações, e pela organização dos órgãos de controle ambiental. Mais eficiente do que um revólver calibre 38, é um computador. Os traficantes se especializaram, contam com estruturas eficientes e com o apoio de outras atividades ilegais."

Dener Giovanini, coordenador geral da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), na Apresentação do 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre (2001)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Reflexão para o fim de semana: o precário atendimento imediato aos animais apreendidos

Amontoadas na calçada: é assim que as aves deveriam ficar?
Foto: Walter Paparazzo/G1

Não é só com boa vontade que se combate o tráfico de animais silvestres. É fato que, dependendo da espécie do bicho apreendido no mercado negro ou mantido em cativeiro ilegal, o índice de mortalidade é alto logo nas primeiras horas após o resgate. No Brasil, nenhnum órgão fiscalizador tem equipes especializadas ou treinadas e equipadas para assistir os animais regatados do comércio ilegal ou de criadores sem autorização ainda enquanto a ocorrência está em andamento.

Enquanto o poder público não faz tal investimento, aves apreendidas ficam amontoadas em delegacias ou quartéis da polícia aguadando transferência para algum Centro de Triagem de Animais Silvestres. É o caso das 44 aves da foto acima, apreendidas na Zona da Mata paraíbana.

Quanto tempo será que ficaram ali? Estavam alimentadas? Com água? Em lugar silencioso e onde não se sentiam ameaçadas até pela presença de outras aves tão próximas?

Alguém está pensando nisso?

Só apreenderam um iguana sendo explorado? Ibama, isso é preguiça

“Fiscais do Ibama no Rio Grande do Norte apreenderam um iguana adulto que estava sendo usado para tirar fotos com turistas nas dunas da praia de Pitangui, litoral Norte do estado. Segundo nota emitida pelo Ibama, a captura do animal foi baseda na Lei de Crimes Ambientais, que afirma que é crime “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente”.

Iguana apreendida em Pitangui
Foto: Homero Medeiros

O responsável pelo iguana foi identificado e conduzido para a delegacia de Extremoz, na Grande Natal, onde foi lavrado um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO), onde ele responderá pelo crime na esfera penal e administrativa.”
– texto da matéria “Ibama captura iguana e alerta turistas sobre crimes ambientais no RN”, publicada em 14 de março pelo portal G1

A exploração de iguanas e micos, usados para tirarem fotos com turistas deslumbrados com as belezas naturais do Rio Grande do Norte, é um abuso histórico e corriqueiro. Há anos isso ocorre de forma escancarada, tanto em Pitangui quanto em Genipabu. Sabendo disso, os bugueiros levam os visitantes para pontos onde estão os animais.

Por um trocado, o turista segura o animal ou até pode fazer pose com ele na cabeça. Por R$ 50, o visitante compra o iguana. O que os deslumbrados não sabem é que esses animais foram capturados ilegalmente na natureza. Em muitos casos, estão ali dopados e machucados para parecerem mansos e assim não atacarem.

O Ibama iniciou em janeiro um treinamento para trabalhadores do setor turístico, como bugueiros, guias de agências de turismo e funcionários de hotéis, restaurantes e bares com o objetivo de capacitá-los para orientar os turistas a não cometerem infrações ambientais, como utilizarem os animais para fotos. Mas esse trabalho educativo tem de ser parte de uma ação que envolva também a repressão.

E basta ir até as dunas para encontrar os jovens oferecendo os animais para fotos. Então, surpreende o fato de o Ibama divulgar a apreensão de um iguana e o encaminhamento do responsável para a delegacia como se fosse algo difícil de ser feito. A notícia deveria sim chamar pelo inusitado da apreensão, já que o ógrão ambiental na combate efetivamente a prática criminosa.

- Leia a matéria completa do portal G1

quinta-feira, 21 de março de 2013

Duque de Caxias: será que agora a esculhambação vai diminuir?

“Após ação civil pública do Ministério Público Federal em São João de Meriti (RJ), a Justiça Federal determinou que a União e o Ibama realizem em conjunto duas fiscalizações mensais, no mínimo, na feira livre de Duque de Caxias, que ocorre aos domingos com a venda ilegal de animais silvestres de todo país. A sentença determina ainda que a fiscalização ocorra pelo período de dois anos. (Processo nº 0001419-15.2012.4.02.5118)

Ibama na feira de Duque de Caxias: até hoje não resolveu
Foto: Márcio Leandro

Em sua sentença, a juíza da 2ª Vara Federal de Caxias reconheceu que, conforme alegado pelo MPF, as fiscalizações por parte do Ibama e da Polícia Federal são esporádicas e insuficientes, uma vez que a venda de animais silvestres ainda ocorre no local, contribuindo para que a população continue a comprá-los, crendo na legalidade da atividade em função de sua impunidade. De acordo com a ação civil pública, movida pelo procurador da República Renato Machado, a feira de livre de Caxias é um dos principais pontos de tráfico de animais silvestres do país, inclusive daqueles ameaçados de extinção, sendo vendidos a cada domingo pelo menos dois mil animais.” – texto da matéria “MPF garante fiscalização periódica para combater tráfico de animais silvestres na Baixada Fluminense”, publicada no site da Procuradoria Geral da República em 15 de março de 2013

A feira de Duque de Caxias é apontada como um dos maiores pontos de tráfico de fauna silvestre do Brasil. Investigações do Ministério Público Federal de da Polícia Federal indicaram que , em alguns fins de semana, cerca de dois mil animais são criminosamente comercializados.

Em janeiro de 2012, a prefeitura de Duque de Caxias anunciou a construção de um posto permanente de fiscalização no local para ser utilizado pelo Ibama e pelo Batalhão de Polícia Ambiental do Rio de Janeiro. Tal estrutura até hoje não foi instalada. As ações repressivas na feira são feitas com mais contundência quando a situação é exposta pela imprensa – como fez a TV Globo em 21 de janeiro de 2013.

Filhote de papagaio sendo vendido em Duque de Caixas
Imagem: Reprodução TV Globo

Espera-se que, desta vez, a repressão ao tráfico de animais em Duque de Caxias seja feito com seriedade e comprometimento.

Espera-se que, nesses dois anos, a sentença da juíza seja cumprida. Ações esporádicas não iriam resolver o problema.

Toda a região também poderia ser alvo de um projeto de conscientização (educação ambiental) para auxiliar na redução da demanda. Essa sim seria uma ação realmente efetiva na direção do fim do tráfico de fauna em Duque de Caxias.

- Leia o texto da Procuradoria Geral da República
- Releia o post “Tráfico de animais na feira de Duque de Caxias: não é novidade, mas reportagem vale pelas imagens”, publicado pelo Fauna News em 23 de janeiro de 2013
- Releia  o post “Feira de Duque da Caxias (RJ): cadê o posto do Ibama?”, publicado pelo Fauna News em 11 de junho de 2012

quarta-feira, 20 de março de 2013

Tráfico de jabutis: agora foi a vez do comprador

O Fauna News comentou ontem, 19 de março de 2013, a ação do Ibama que apreendeu 85 com um traficante de animais no Pará (post “Traficante de jabutis: profissional do mercado negro igualado a criador de bicho de estimação”). O sujeito comprava os animais, ainda pequenos, por R$ 8, os criava por algum tempo para revendê-los, já grandes, por R$ 50.  É importante ressaltar que o problema do mercado negro só existe porque tem gente que compra.

“Na manhã desta sexta-feira (15), por volta das 7h, equipes do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) apreenderam diversos animais silvestres, mantidos em cativeiro, em duas residências localizadas no bairro da Santa Lúcia.

Jabutis apreendidos em residência: bichos de estimação
Foto: Divlgação Batallhão de Polícia Ambiental

A informação veio através de uma denúncia anônima, que levou os policiais à rua Carteiro José Laurentino Silva, onde numa residência foram apreendidos 57 pássaros e três jabutis, e na outra, cinco pássaros.

Ainda foram resgatados pássaros que estavam na rua citada, de proprietários não encontrados, somando ao todo mais de 70 animais silvestres apreendidos durante a operação.”
– texto da matéria “BPA apreende animais silvestres em residências na Santa Lúcia”, publicada em 15 de março de 2013 pelo site Alagoas 24 Horas

Jabutis e tartarugas são bastante comercializados como bichos de estimação e por causa da carne. A redução desse tipo de comércio só ocorrera quando, além da lei ser alterada para haver punições mais severas, o poder público investir em educação ambiental. Conscientizar a população dos problemas de saúde pública (mais de 180 zoonoses possíveis de serem transmitidas de animais silvestres para seres humanos já foram identificadas) e ambientais (extinção de espécies e redução de populações gerando problemas em ecossistemas) é fundamental.

Mas, infelizmente, o tráfico de animais ainda só é combatido (e mal combatido) com fiscalização.

- Leia a matéria completa do Alagoas 24 Horas
- Releia o post do Fauna News “Traficante de jabutis: profissional do mercado negro igualado a criador de bicho de estimação”

terça-feira, 19 de março de 2013

Traficante de jabutis: profissional do mercado negro igualado a criador de bicho de estimação

“Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) resgataram 85 jabutis em uma criação comercial ilegal na última quarta-feira (13) no município de Goianésia do Pará, no sudeste paraense.

Jabtuis apreendidos no Pará
Foto: Lucivaldo Serrão/Ibama

Uma denúncia levou a equipe do Ibama em Tucuruí até o local onde os animais eram mantidos, um cativeiro escondido em um barraco de madeira, ao lado do galinheiro da casa de um homem de 62 anos, que seria o responsável pelos quelônios.
Foto: Lucivaldo Serrão/Ibama
"Ele comprava os jabutis pequenos por R$ 8 de colonos na zona rural, engordava e vendia por até R$ 50 cada", disse o analista ambiental Lucivaldo Serrão, que coordenou a ação de fiscalização.” – texto da matéria “Ibama apreende jabutis em cativeiro ilegal em Goianésia, no sudeste do PA”, publicada em 14 de março de 2013 pelo portal G1

Nas feiras de todo o país, é possível encontrar jabutis e tartarugas sendo vendidas ilegalmente. Talvez, sejam os répteis mais traficados no Brasil – seja para mantê-los como bichos de estimação ou para consumo de sua carne (principalmente na região Norte do país).

O lucro que o traficante tinha era grande. Pagava R$ 8 e vendia por R$ 50. É para lamentar que a legislação brasileira não tipifique o tráfico de animais, com penas severas para os acusados condenados. Atualmente, quem vende ilegalmente animais silvestres em quantidade e profissionalmente, quem vende esporadicamente para complemento de renda, quem compra e quem cria sem autorização são tratados pela lei da mesma forma. Distorção.

Da forma como a Lei de Crimes Ambientais trata esse crime, ninguém vai para a cadeia por traficar animais. Pelo fato de as penas serem inferiores a dois anos (“menor potencial ofensivo”), os acusados são submetidos à Lei 9.099/1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e abre a possibilidade da transação penal e a suspensão do processo. É o famoso pagamento de cestas básicas ou trabalho comunitário.

Agrava a situação a Lei 12.403/2011, que estabeleceu o fim da prisão preventiva para crimes com penas inferiores a quatro anos de prisão, como a formação de quadrilha (enquadramento que muitos delegados, por exemplo, utilizavam para segurar traficantes de animais na cadeia por algum tempo).

E mesmo que os acusados acabassem condenados e presos, as penas previstas na atual lei são brandas e não servem para inibir os criminosos.

- Leia a matéria completa do portal G1

segunda-feira, 18 de março de 2013

Começar a semana pensando...

... com Chris Shepherd, da ONG Traffic no Sudeste da Ásia, sobre a manutenção ilegal de animais silvestres em cativeiro.

"Matá-lo ou metê-lo numa jaula, do ponto de vista da conservação, tem exatamente o mesmo resultado".

Chris R. Shepherd, vice-diretor da ONG Traffic no Sudeste da Ásia, durante a 16ª Conferência das Partes (COP 16) da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), realizada na Tailândia entre 3 e 14 de março de 2013


sexta-feira, 15 de março de 2013

Reflexão para o fim de semana: filhote de onça atropelado. O massacre continua

Onça-parda aropelada no Mato Grosso do Sul
Foto: José Carlos Coelho

“Leitor do Campo Grande News, José Carlos Coelho encontrou um filhote de onça-parda morto às margens da rodovia MS-141, entre Naviraí e Ivinhema, no sul do Estado. O flagrante aconteceu na quarta-feira (13).”
– texto da matéria “Filhote de onça-parda é encontrado morto às margens da rodovia MS-141”, publicada em 14 de março de 2013 pelo site Campo Grande News

Milhões de animais silvestres são mortos por atropelamento dos todos os anos nas estradas brasileiras. A falta de infraestrutura das rodovias e de investmentos em educação dos motoristas são as principais causas.

- Leia a matéria completa do Campo Grande News

Sem educação ambiental e planejamento urbano, podem ampliar o Cetas que ainda haverá carência de vagas

“O Centro de Tratamento de Animais Silvestres do Ibama em Alagoas é um ponto de referência no país. Muitos dos animais chegam debilitados ao centro, alguns são trazidos por operações do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), outros, pela própria população. (...)

Imagem: Reprodução TV Alagoas

Nos primeiros meses deste ano, já foram recuperados 893 aves, destas, 60% foram devolvidas à natureza. Em 2012, o número chegou a 3.800 aves, 600 répteis e 360 mamíferos resgatados pelo centro.

A superintendente do Ibama, Sandra Menezes, diz que o centro já tem um projeto para a ampliação pronto, justamente pela grande quantidade de animais que vem sendo entregues. "Nós ficamos felizes quando conseguimos recuperar um animal e devolvê-lo a natureza", completou.”
– texto da matéria “Centro de tratamento do Ibama recupera animais feridos em Alagoas”, publicada em 14 de março de 2013 pelo portal G1

Cetas de Alagoas
Imagem: Reprodução TV Gazeta

O número de Cetas e de vagas nesses centros sempre será insuficiente. E essa afirmação não é mero palpite.

Enquanto não houver uma política pública séria de combate ao tráfico de animais, com ênfase na educação ambiental para redução da demanda de compra, e enquanto não houve planejamento para ocupação e expansão urbana, bombeiros, fiscais do Ibama e policiais ambientais e rodoviários continuarão enxugando gelo. Esses homens continuarão apreendendo cada vez mais animais em situação de cativeiro, de tráfico ou perdidos e feridos nas cidades.

O projeto de ampliação do Cetas é a prova disso. Mas, infelizmente, o investimento vai tirar do sufoco o centro por curto período (apensar de que não foi informado se haverá aumento dos recursos humanos). O foco do poder público está errado. Não pode ser reativo, com o problema já instalado. Tem de ser preventivo. Em todo o Brasil.

- Leia a matéria completa do portal G1

quinta-feira, 14 de março de 2013

As coisas estão começando a mudar? Entrega voluntária de animais silvestres em cativeiro

A Polícia Ambiental do Paraná encontrou, na manhã de 12 de março de 2013, 34 pássaros silvestres criados sem autorização em Londrina e Cambé (PR). Essa apreensão não chamaria a atenção e seria como qualquer outro não fosse a atitude de uma pessoa:

“Foram encontrados na primeira situação, em uma residência no Conjunto Havitacional Violin, na zona norte de Londrina, oito Trinca Ferros, três Coleirinhas Papa Capim, um Azulão, dois Pintassilgos, um Bigodinho, uma Coleirinha de Brejo, um Patativa, dois Canários da Terra, um galo de Campina, um Sabiá Laranjeira e um papagaio, com cerca de 15 anos.

Aves apreendidas pela Polícia Ambiental
Foto: Divulgação Polícia Ambiental Paraná

As aves estavam sob a posse de um homem de 47 anos, que teria ligado e informado à Policia Ambiental que gostaria de fazer a entrega voluntária. Ele teria contado que não queria mais os animais presos em gaiolas e que recebia as aves dos vizinhos e pessoas com medo de serem presas.”
– texto da matéria “Polícia Ambiental apreende 34 pássaros silvestres em Londrina e Cambé”, publicada em 12 de março de 2013 pelo site O Diário

Será que está ocorrendo um início de mudança? Será que esse homem realmente pensou nos animais e não queria mais vê-los presos?

Espero que sim. Seria um exemplo e tanto.

Sobre a entrega voluntária de animais silvestres em situação irregular, diz o Decreto nº 6.154, de 2008, no parágrafo 5º do artigo 25:

“No caso de guarda de espécime silvestre, deve a autoridade competente deixar de aplicar as sanções previstas neste Decreto, quando o agente espontaneamente entregar os animais ao órgão ambiental competente.”

Compartilhe essa informação!

- Leia a matéria completa de O Diário

quarta-feira, 13 de março de 2013

A fiscalização é essencial, mas tem de ser uma rotina aliada à educação ambiental

“Com o objetivo de combater ilícitos ambientais, como caça e tráfico de animais silvestres, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou operação de fiscalização no Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Veredas do Oeste Baiano, unidade de conservação na Bahia e com sede no município de Mambaí (GO). A operação intitulada de “Fiscalização Catitu” ocorreu no período de 22 de fevereiro a 3 de março. (...)

Veículo é abrodado durante operação
Foto: Divulgação ICMBio / Ivan Baptiston

No total, foram encontradas, na posse de infratores ou em suas residências, a carne ou partes de 14 animais silvestres, incluindo um tatu-canastra (Priodontes maximus) e uma jaguatirica (Leopardus pardalis), espécies ameaçadas de extinção.

Foram cumpridos, ainda, cinco mandados de busca e apreensão – dois na cidade de Jaborandi, na Bahia, e três no município de Mambaí, no Goiás. Na ocasião, foram apreendidos sete canários (Sporophila sp.), uma aratinga-de-testa-azul (Aratinga acuticaudata) e um curió (Sporophila angolensis), além de diversas gaiolas e arapucas para captura de pássaros. Todos os canários, devido ao estado de estresse, foram devolvidos imediatamente à natureza.”
– texto da matéria de divulgação do ICMBio, publicado no site do órgão em 5 de março de 2013

Operações de combate ao tráfico de animais e à caça ilegal em Unidades de Conservação são essenciais, mas não podem ficar restritas a ações esporádicas. O trabalho desenvolvido pelo ICMBio e órgãos envolvidos no RVS Veredas do Oeste Baiano foi essencial e praticamente cirúrgico, pois já tinha alguns alvos a serem atacados. Tais investidas são fundamentais, contudo carecem de um caráter educativo caso a presença da fiscalização não esteja no cotidiano das comunidades.

O que não se vê também, ou porque não é feito ou porque não é divulgado, é um trabalho rotineiro de educação ambiental. A fiscalização tem, além do caráter repressor e punitivo, um aspecto conscientizador – mesmo que sem a ajuda de uma boa legislação. Mas, as mudanças de comportamento efetivamente ocorrem quando as comunidades recebem informação de qualidade e em formato acessível. A população tem de conhecer os problemas (ambientais e de saúde pública) envolvidos no tráfico de fauna e na caça.

Enquanto fiscalização e educação ambiental não andarem juntas, os animais silvestres continuarão a serem vítimas de hábitos atrasados. Pior ainda em Unidades de Conservação.

- Leia o texto completo do ICMBio

terça-feira, 12 de março de 2013

Quantos desses são vítimas do tráfico de animais? Cativeiro eterno e inadequado

“Com aproximadamente 10 meses de idade, a onça parda Dodge, encontrada em julho do ano passado por um sitiante em São Miguel do Guaporé (RO), a 540 quilômetros de Porto Velho, continua no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em Porto Velho, onde aguarda o interesse de zoológicos do país. Assim como Dodge, aproximadamente 30 animais, entre diversas espécies de macacos e aves, também aguardam para serem transferidos a instituições competentes credenciadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

Arara no Cetas de Porto Velho
Foto: Ivanete Damasceno/G1

(...)O Cetas também abriga um tucano e outras 13 aves, entre papagaios e uma arara. "Muitos chegam aqui machucados. Nós fazemos o tratamento, recuperamos e reabilitamos para que ele possa ser solto na natureza", diz Rios. O veterinário salienta que parte dos animais que chegam ao centro de triagem não pode ser devolvida a natureza devido ao contato com seres humanos, que faz com que acabem perdendo o instinto, podendo não se readaptarem ao seu habitat.”
– texto da matéria “Sem interesse de zoológicos, animais vivem em centro de triagem em RO”, publicada em 9 de março de 2013 pelo portal G1

O contato com humanos muitos animais percam a capacidade de sobreviver sozinhos na natureza. Conclusão: cativeiro eterno, o que impede que o bicho realize a maioria de suas funções ecológicas. Além disso, no Brasil não é incomum que as instituições que os recebem não tenham a infraestrutura (tanto física quanto de recursos humanos) necessária para manter o animal com dignidade.

Vale perguntar: quantos desses bichos foram apreendidos em residências de gente que os comprou de traficantes ou ainda com os próprios comerciantes ilegais? Lembre-se, estimativa de 2001 da rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) indica que mais de 38 milhões de bichos saio retirados da natureza por ano para abastecer o mercado negro.

No Brasil, mais de 60% desse comércio criminoso está votado para o mercado interno. Isso quer dizer que os próprios brasileiros estão incentivando o tráfico de animais. Se você acha muito, repare na quantidade de gaiolas espalhadas pelas residências brasileiras. Mais de 80% dos bichos ilegalmente comercializados no país são aves.

- Leia a matéria completa do portal G1

segunda-feira, 11 de março de 2013

Fauna News e Instituto Aprenda.bio: curso sobre tráfico de animais em São Paulo

O Fauna News e o Instituto Aprenda.bio abriram o período de inscrições para o curso sobre tráfico de animais silvestres, a ser realizado em São Paulo em 19 de outubro de 2013. O comércio ilegal de fauna  é apontado como a segunda maior causa de extinções de espécies, perdendo apenas para a perda de hábitat. A situação mundial é grave e o Brasil começa a dar seus primeiros passos na direção do combate efetivo a esse crime.
Durante 10 horas, os alunos entrarão em contato com as informações mais recentes sobre o mercado negro de fauna e seus subprodutos, com destaque para a situação brasileira. O curso contextualiza essa atividade criminosa e apresenta informações importantes para quem deseja, profissionalmente ou voluntariamente, se envolver com ações contra tal atividade ou que de alguma forma pode entrar em contato com essa realidade (biólogos e veterinários, por exemplo). O debate na busca de soluções é incentivado e promovido durante as atividades.

Papagaios apreendidos com traficantes
Foto: Divulgação Polícia Rodoviária Federal

O curso está voltado para estudantes e profissionais de todas as áreas do conhecimento. As atividades serão coordenadas pelo editor do Fauna News, o jornalista Dimas Marques.

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo (USP), e com pós-graduação (Lato Sensu) em “Meio Ambiente e Sociedade” pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Dimas Marques atua na imprensa desde 1994, com passagens pelo Diário de S. Paulo, rádio CBN, revistas Mergulho, Horizonte Geográfico e Terra da Gente, além da Assessoria de Comunicação da Fundação Florestal do Estado de São Paulo.

 Atualmente, além de manter o Fauna News, ele trabalha como repórter colaborador em revistas, presta serviço em Comunicação para o Instituto Florestal do Estado de São Paulo, é coordenador do Programa de Comunicação Social da ONG Profauna – Programa de Proteção à Fauna e Monitoramento dos Ecossistemas e coordena as áreas de Comunicação Social e Educação da ONG Freeland Brasil.

Programa
- Cativeiro e comércio de animais silvestres: origens
- Tráfico de animais silvestres no Brasil: definição legal e legislação
- Situação do tráfico de animais no Brasil e no mundo: visão geral do problema
- Características do tráfico de animais no Brasil (tipos, estrutura social, regiões de captura e apanha, regiões de venda, rotas e consequências)
- Como combater o tráfico de animais: infraestrutura, repressão, legislação, educação ambiental e geração de renda
- Legalizar o comércio de algumas espécies silvestres é solução?
- O pós-apreensão
- ONGs atuantes
- A imprensa e o tráfico de animais silvestres: a informação como arma e como utilizar o jornalismo como ferramenta de divulgação e conscientização

Serviço
Curso: Tráfico de animais silvestres
Data: 19 de outubro de 2013 (sábado), das 8h às 18h
Local: Universidade Presbiteriana Mackenzie - Prédio T - sala a definir - Rua da Consolação, 930 - São Paulo (SP)
Valor: R$ 90,00 para inscrições até 12/09/13 e R$ 120,00 para inscrições até 17/10/13 - data limite para matrícula

PARA SE MATRICULAR, CLIQUE AQUI.

Em caso de cancelamento do curso os valores serão devolvidos em sua integralidade, sem prejuízos ao contratante.

Apoio:







- Conheça o Instituto Aprenda.bio

- Conheça a Freeland Brasil

Começar a semana pensando...

 ...sobre a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), que realiza na Tailândia sua 16ª Conferência das Partes (COP 16).

Foto: Facebook Divers for Sharks
“(...)Por um lado, promove atividades com autoridades alfandegárias e de fiscalização de fronteiras dos países-membros, buscando melhorar o controle sobre as espécies ameaçadas sob sua jurisdição; por outro, deixa-se enredar no trololó demagógico da “erradicação da pobreza” a partir do (ab)uso das espécies silvestres, algo que alcançou o arcabouço dos tratados ambientais internacionais a partir das declarações adotadas em reuniões meramente políticas como a ECO-92, a Rio+20 e similares.

É assim que a CITES mantém um grupo de trabalho permanente sobre o assunto, em que o uso comercial de consumo de espécies ameaçadas por “comunidades rurais pobres” é promovido e estimulado, ao invés de ser erradicado através da substituição por outras atividades econômicas, como por exemplo, o Ecoturismo. (...)”


José Truda Palazzo Jr., que está na COP 16, no artigo “Segredos públicos e “politicamente correto” a favor do extermínio”, publicado em 6 de março de 2013 pelo site O Eco

sexta-feira, 8 de março de 2013

Reflexão para o fim de semana: O Curupira – educação ambiental com lendas brasileiras


“O Curupira” é uma animação de 11 minutos narrada por Matheus Nachtergaele. O trabalho faz parte da série “Juro que Vi”, que aborda lendas brasileiras. Esse personagem do folclore tem especial identificação com o Fauna News:

“O próprio Curupira é um habitante das florestas, protetor de sua flora e fauna contra os caçadores e os que extraem as riquezas destes lugares, como os madeireiros. Representado comumente como um menino ruivo, o Curupira têm os pés ao avesso, com os calcanhares para frente, o que o faz enganar os caçadores com suas pegadas, deixando-os perdidos nas florestas. Além disso, o Curupira tem o poder de realizar encantamentos e de se transformar em outras criaturas, tendo ainda muita velocidade, força e astúcia.” – texto do site Brasil Escola

- Leia o texto completo do Brasil Escola

Pergunta sem resposta: como a oncinha foi parar em ambiente urbano?

O resgate de um filhote de uma onça-parda (que foi confundido com onça-pintada), encontrado no quintal de uma residência do município goiano de Rio Verde, foi o foco de matérias publicadas pelo portal G1 e pela TV Anhanguera (afiliada da TV Globo em Goiás). As abordagens destacaram o fato inusitado e, apesar de citarem uma possibilidade, não refletiram sobre a origem do animal.

“Um filhote de onça pintada foi resgatado no final da manhã desta quinta-feira (7), após ser encontrado no quintal de uma casa, no Bairro Jardim Goiás, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o animal provavelmente nasceu a apenas 20 dias. (...)


Oncinha resgatada em Goiás
Imagem: Reprodução TV Anhanguera

O Corpo de Bombeiros acredita que o filhote de onça tenha sido levado para cidade por algum morador, pois ele não estava com ferimentos. O animal será encaminhado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres, em Goiânia, onde será tratado e treinado para voltar à natureza.”
– texto da matéria “Filhote de onça pintada é resgatado em quintal de residência, em Goiás”, publicada em 7 de março de 2013 pelo portal G1

Com certeza o filhote foi levado por algum morador para a cidade. Afinal, ele não iria sozinho até a residência. O que se deve refletir é o que uma pessoa pretendia ao levar o felino para a cidade. Criá-lo como bicho de estimação?

Outra pergunta que deve ser feita é sobre a mãe do animal. Onde estaria? Morta por atropelamento, por caçadores, por algum fazendeiro...?

O pequeno órfão, de acordo com a matéria, será levado para O Centro de Triagem de Animais Silvestres de Goiânia para, futuramente, voltar à vida livre. Sem a referência e os convívio com a mãe, para ensinar-lhe a sobreviver na natureza, será possível a soltura?

- Leia a matéria completa do portal G1
- Assista ao vídeo da TV Anhanguera

quinta-feira, 7 de março de 2013

Tráfico de animais na Ásia: crime muito bem organizado

No Brasil, o tráfico de animais se caracteriza por ser praticado por pequenas quadrilhas. O crime está pulverizado por todo o país, o que dificulta seu combate. Isso não quer dizer que não haja grupos mais organizados e ricos atuando no mercado negro. Mas ainda não chegamos ao grau de sofisticação de alguns países da Ásia.

‘Em uma estrada de terra esburacada e obscura, não muito longe das margens do rio Mekong, o edifício de Vixay Keosavang se destaca por seus portões de ferro e paredes de blocos de concreto com arame farpado, um contraste com as frágeis casas de palafitas de madeira próximas às seringueiras.

Vixay Keosavang, à esquerda na foto
Foto: Reprodução do site Kiiling for Profit

Um segurança que abriu a porta, disse recentemente que tigres, ursos, lagartos e muitos tamanduás ameaçados se encontravam lá dentro. Ele ligou para seu chefe e deu o celular a um repórter buscando permissão para entrar no complexo. (...)

Vixay é notório entre os pesquisadores e oficiais do governo em vários países que lutam para acabar com sindicatos que operam um próspero comércio de animais em extinção que atravessa continentes e levou ao abate de elefantes na África, as mortes ilegais de rinocerontes e da dizimação de outras espécies que vivem em selvas da Ásia.

Vixay, de acordo com um investigador, é o "Pablo Escobar do tráfico de animais selvagens."’
– texto da matéria do The New York Times, publicada pelo site Último Segundo do portal IG em 5 de março de 2013

O tráfico de animais silvestres em países como Tailândia, Laos, Vietnã e China está muito bem estruturado e controlado por grandes quadrilhas. Esses grupos criminosos são responsáveis pelo comércio de animais e partes de animais de vários pontos do mundo. São tigres e suas peles, chifres de rinocerontes, marfim, pangolins (um parente do tatu), cobras, tartarugas e uma infinidade de outros animais. Além da estruturação de poderosos bandos, essa região se diferencia do mercado negro brasileiro por trabalhar com espécies de diversos lugares do mundo para suprir a demanda de vários países – enquanto por aqui, o tráfico atende o mercado interno, principalmente com aves.

Corrupção
‘Autoridades do Laos admitiram que o tráfico de animais é um problema, mas afirmaram que as evidências contra Vixay não são suficientes para investigá-lo mais. A prisão do tailandês Chumlong Lemtongthai, em 2011, considerado seu braço-direito, trouxe esperança que Vixay fosse envolvido e preso, mas um ano e meio depois, ele continua ainda livre.

Chumlong Lemtongthai durante julgamento na África do Sul: pena de 40 anos de prisão por tráfico de chifres de rinocerontes
Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters

"Nós não encontramos nada lá", disse Bouaxam Inthalangsi, um oficial de alto escalão no departamento florestal do Laos.

Mas quando pressionado sobre a evidência volumosa contra Vixay, Bouaxam insinuou obstáculos. Fazer com que a lei fosse cumprida era "difícil", disse ele.

"Tudo se trata da influência", disse ele. "Os sindicatos do tráfico têm ligações com pessoas influentes - este é o principal problema."’
– texto do The New York Times

Como qualquer atividade criminosa lucrativa, o tráfico de animais tem seus braços também em setores do governo. A corrupção dentro do poder público e um forte jogo de influência envolvendo políticos impedem que bandidos como Vixay sejam presos.

No Brasil, também existe corrupção nessa área. Falsificação e venda ilegal de anilhas, comércio clandestino de matrizes em criadouros conservacionistas credenciados pelo Ibama e diversas outras modalidades de atuações fraudulentas podem ser encontradas no universo de quem lida com animais silvestres. Com uma legislação fraca, fiscalização deficiente, ausência de educação ambiental e uma política pública para combater o mercado negro de fauna formam um terreno fértil para o crescimento de quadrilhas especializadas.

Será que vamos deixar acontecer no Brasil o mesmo que ocorre na Ásia?

- Leia a maéria completa do The New York Times
- Leia "Começar a semana pensando", de 12 de novembro de 2012, sobre a condenação de Chumlong Lemtongthai

quarta-feira, 6 de março de 2013

Grandes primatas são vítimas de traficantes especializados

“Cerca de 3 mil grandes macacos morrem ou são capturados a cada ano devido ao comércio ilegal, segundo um relatório da ONU publicado nesta segunda-feira (4).

Entre 2005 e 2011 estima-se que mais de 20 mil exemplares de grandes macacos foram vítimas da caça ilegal, segundo o estudo elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que supervisiona um programa específico de conservação conhecido como Grasp.”
– texto da matéria “Cerca de 3 mil grandes macacos são vítimas de caça a cada ano, diz ONU”, publicada em 4 de março de 2013 pelo portal G1

Chimpanzé em cativeiro na Espanha
Foto: WSPA

Não bastasse a estupidez do número, que dá uma dimensão assustadora da pressão que chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos estão sofrendo, a caça e a captura ocorrem na total ilegalidade. Essas práticas estão proibidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES). Apesar de a carne de muitos primatas ser apreciada em vários locais do mundo, o problema com essas espécies é outro: o tráfico de fauna.

“Segundo o relatório, muitos destes macacos são vendidos como animais domésticos a compradores ricos, que os veem como um símbolo de poder, ou são adquiridos por zoológicos de reputação duvidosa e explorados pela indústria do turismo ou do entretenimento.” – texto do G1

Vale a ressalva que o tráfico não é a única fonte de perigo desses animais. Perda de hábitat, conflitos armados com guerrilhas locais, ataques de fazendeiros para defender suas plantações e caça para o consumo da carne são outras ameaças.

Gorila morto no Congo
Foto: Brent Stirton

A extinção já é uma realidade próxima para muitas dessas espécies.

- Leia a matéria completa do portal G1

terça-feira, 5 de março de 2013

Conferência da CITES na Tailândia: por que não repercute no Brasil?

Desde 3 de março, acontece na Tailândia a 16ª Conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES). O encontro, que acontece no 40º aniversário da Convenção, está reunindo cerca de 2 mil delegados, representando mais de 150 governos, povos indígenas, organizações não-governamentais e empresas.

“As 70 propostas apresentadas por 55 países de todo o mundo procuram melhorar a conservação e uso sustentável de espécies marinhas (incluindo várias espécies de tubarão) e espécies de madeira, a população de vicunhas do Equador, ursos polares, elefantes africanos, rinocerontes brancos, tartarugas de água doce, sapos, crocodilos, plantas ornamentais e medicinais e muitas outras espécies.” – texto do site da CITES de 3 de março de 2013

Cerimônia de abertura da conferência, na Tailândia
Foto: Divulgação CITES

Apesar da importância do encontro, por que a conferência não repercute no Brasil? A imprensa está praticamente muda sobre o assunto. Emissoras de rádio e televisão sequer mencionam a conferência. Jornais publicam notas superficiais e sites reproduzem material de agências de notícias internacionais. Bem diferente das coberturas sobre as Conferências das Partes sobre Mudanças Climáticas.

A caça de rinocerontes motivada pelo alto valor do chifre no mercado negro asiático, de elefantes pelo marfim e de tigres pela pele e suas partes, além da pesca de tubarões por suas barbatanas (finning) têm mobilizado boa parte do mundo. O problema hoje envolve autoridades de destaque, como a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que tem sua participação esperada na conferência.

“A Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que também participará do encontro, fez um ‘Chamado para Ação’ para o combate ao comércio ilegal da vida selvagem. Esse ‘Chamado para Ação’ inclui quatro elementos: o aumento dos esforços diplomáticos; uma campanha de alcance global; áreas de aplicação fortalecidas e expandidas; e uma resposta global.

“Nos encontramos agora com todo o esforço positivo que começou há 30, 40 anos sendo afetado pelas mudanças que tivemos que lidar em cada nível da comunidade internacional... Nos últimos anos o tráfico de vida selvagem se tornou mais organizado, mais lucrativo, mais disseminado, e mais perigoso do que antes... Isso também é uma questão de segurança nacional, uma questão de saúde pública, e uma questão de segurança econômica”, declarou Clinton.”
– texto da matéria “CITES busca soluções para extinção de fauna e flora”, publicada em 4 de março de 2013 no site do Instituto Carbono Brasil

No Brasil, o tráfico de animais e suas partes ainda é considerado um problema menor. Mesmo com o poder público sabendo que, anualmente, ao menos 38 milhões de animais são retirados da natureza para abastecer o mercado negro (dado de estimativa da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais – Renctas, de 2001). Mais da metade desses bichos (cerca de 60%) são para abastecer o mercado interno, em que mais de 80% são aves.

No Brasil, o tráfico ainda é considerado um problema menor
Foto: Divulgação Polícia Rodoviária Federal

Sim, manter aves em gaiolas é envolver-se com o tráfico de fauna. Esse hábito, um traço cultural que persiste pela falta de uma política baseada em educação ambiental, é responsável pelo cruel confinamento dos bichos, por danos aos ecossistemas (muitas aves são, por exemplo, disseminadoras de sementes, o que permite a manutenção de florestas), pela disseminação de doenças transmitidas para os seres humanos (zoonoses) e tantos outros problemas.

Mas, por ser um hábito, o manter animais silvestres capturados e coletados ilegalmente como bichos de estimação não é encarado como um problema. Nem pelo poder público, nem pelo legislador (que não altera a péssima lei que combate o tráfico de fauna) e nem pela imprensa...

Vamos permanecer na ignorância.

- Leia o texto de divulgação do site da CITES (em inglês)
- Leia o texto completo do Instituto Carbono Brasil

segunda-feira, 4 de março de 2013

Começar a semana pensando...

...com o doutor em Conservação da Vida Silvestre, fundador da Escola da Amazônia e membro do Instituto Pró-Carnívoros, Silvio Marchini: manejo sustentável da fauna significa também manejo de gente.

“Os problemas que a conservação e manejo da fauna silvestre se propõem a resolver não são, em última análise, problemas com a fauna e sim, problemas com as pessoas. O problema com o soldadinho-do-araripe, por exemplo, não é a especialização de seus requerimentos ecológicos (esse pássaro depende das escassas matas úmidas das encostas da Chapada do Araripe), mas a degradação de seu habitat pelo homem. O problema com a onça-pintada não é sua dieta, que ocasionalmente inclui animais domésticos, mas o fato de que é perseguida por pecuaristas e caçadores.”

Silvio Marchini, no artigo “Manejo de fauna, manejo de gente”, publicado em 14 de março de 2012 pelo site O Eco

O cearense soldadinho-do-araripe
Foto: Alberto Campos

sexta-feira, 1 de março de 2013

Reflexão para o fim de semana: animação resume a relação do homem com a natureza

 
A animação "Man", de Steve Cutts, faz uma rápida cronologia da forma como o homem historicamente se relaciona com a natureza – o que inclui a fauna silvestre. Com  de pouco mais de 3 minutos, o vídeo mostra o quanto antropocentrista são é comportamento com as demais espécies, pensadas como objetos para uso e exploração do Homo sapiens. Ainda não aprendemos a respeitar as demais formas de vida.


Tomara que a soltura tenha sido criteriosa. Afinal, foram 223 animais

“O Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) soltou 223 animais silvestres, na zona rural da região Serrana do Espírito Santo, nesta terça-feira (26). A ação fez parte das comemorações dos 25 anos da corporação e foi acompanhada pelo biólogo e coordenador do Centro de Reintrodução de Animais Selvagens (Cereias), José da Penha Rodrigues, após cuidadosa escolha do local e parecer favorável do Ibama. (...)

Tucano solto no Espírito Santo
Foto: Dibulgação PM Ambiental ES

Entre os animais silvestres soltos estavam trinca-ferros, sabiás, melros, tietingas, tucanos, jandaias-estrelas, jacuguaçús, coleiros, canários, catataus, sanhaços, galinhos da serra, dentre outros, além de alguns jabotis. Todos os animais estavam devidamente marcados por anilhas. Sobre todos os animais recolhidos consta um registro das informações, incluindo quantidade e sexo, além da produção de um registro fotográfico, filmagem e boletim de ocorrência ambiental.

Os animais encaminhados pelo BPMA ao Cereias passam por uma rigorosa avaliação veterinária, são medicados, tratados e, após recuperação, passam por uma nova avaliação com o biólogo José da Penha, que vai dizer se estão aptos ou não para a reintrodução na natureza. De acordo com o tenente-coronel Andrey Rodrigues, comandante do BPMA, a soltura de animais de volta à natureza tem como objetivo a proteção da fauna silvestre.”
– texto da matéria “Polícia Ambiental solta 223 animais silvestres na região Serrana do ES”, publicada em 27 de fevereiro de 2013 pelo portal G1

É bastante incomum haver solturas de tamanha dimensão. Tecnicamente, espera-se que não haja restrições, afinal a matéria informa ter sido feito um trabalho com acompanhamento de profissionais do Ibama.

Esse questionamento é válido pelo fato de que as consequências de uma soltura sem critérios podem ser desastrosas, gerando desde a morte dos animais até um desequilíbrio em algum ecossistema. Além da avaliação do bicho e a preparação do mesmo para a volta à natureza, a área de soltura também deve ser avaliada, já que o animal tem de viver em seu bioma de origem, em uma área com alimentação suficiente e uma população de sua espécie em um número que possa recebê-lo sem gerar uma superexploração de suas fontes de alimentos. Esses são apenas alguns pontos que são levados em consideração.

Além dos fatores técnicos, é preciso levar em conta a ação humana na região da soltura. O nível de devastação dos hábitats e o grau de proteção da região têm de ser avaliados. Afinal, não se deve soltar o bicho em uma área com a presença constante de caçadores ou traficantes de fauna.

Que tudo isso tenha sido levado em consideração. Se foi, parabéns ao Batalhão de Polícia Militar Ambiental e  ao Centro de Reintrodução de Animais Selvagens.

- Leia a matéria completa do portal G1