sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Reflexão para o fim de semana: pegou os pássaros para criar. Um aparente ato inocente

“Um homem foi detido, por volta das 22h desta quarta-feira (28), por transportar pássaros silvestres sem autorização do Ibama. As aves da raça trinca-ferro foram encontradas dentro de um ônibus que fazia a linha Umuarama a São Paulo, abordado pela Rotam da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) na PR-323, em Doutor Camargo (a 36 km de Maringá), próximo à ponte do Rio Ivaí.

Pássaros apreendidos em ônibus no Paraná
Fotos: Douglas Marçal

Os pássaros foram encontrados dentro de pequenas gaiolas, alojadas em uma sacola de mão. Os animais estavam no saguão de passageiros, junto com o homem. O acusado e as aves foram encaminhados para a 9ª Subdivisão de Polícia Civil, em Maringá.”
– texto da mataria “Homem é detido escondendo pássaros silvestres em ônibus”, publicada em 29 de novembro de 2012 pelo site do jornal paranaense O Diário

Com certeza, o sujeito sabe que não pode transportar as aves sem autorização. Também sabe que criá-las é ilegal. Mas - outra certeza -, ele não nutre a sensação de estar cometendo um crime.

Esse sujeito deve, sinceramente, gostar dos animais.
Esse sujeito deve trabalhar, ter emprego.
Esse sujeito deve ter religião e frequentar alguma igreja.
Esse sujeito é, enfim, igual a muitos de nós. Não é um bandido. Mas ele sabe que é errado estar com os pássaros.

“Na delegacia, o homem contou que é criador amador de pássaros. Ele os teria recebido de um pastor em Umuarama, cidade em que estava a passeio. Os animais seriam levados a São Paulo, onde reside. Ele pagou fiança e foi colocado em liberdade.” – texto de O Diário

O que esse sujeito provavelmente não sabe é a dimensão do problema em que está envolvido.
Ele não sabe que faz parte, como “consumidor”, de um esquema que retira, estima-se, 38 milhões de animais da natureza por ano no Brasil.
Ele não sabe que a ausência desses animais no ecossistema de origem deles gera consequências que podem ser graves.
Ele não sabe que pode estar colocando a saúde de seus amigos e familiares em risco por causa de doenças transmitidas pelos animais (zoonoses).
Ele acha que o animal não vai sofrer tanto para se acostumar viver em uma gaiola.

Esse sujeito, infelizmente, nunca foi alvo de alguma campanha de conscientização sobre o problema do tráfico de animais. E também não será punido, afinal a lei é ridícula.

- Leia a matéria completa de O Diário

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Urbanização e maldade vitimam animais em Manaus (AM)

“Um total de 880 animais encontrados nas ruas de Manaus foram resgatados de janeiro a novembro deste ano e entregues no Refúgio da Vida Silvestre Sauim-Castanheiras, na Zona Leste. Apenas 60% dos animais têm condições de voltar ao ambiente natural. A maioria é vítima de atropelamento, choque elétrico, baladeira, arma de fogo e pauladas. Poucos chegam ao refúgio ilesos.” – texto da matéria “Cerca de 880 animais são resgatados por moradores do AM”, publicada em 27 de novembro de 2012 pelo jornal A Crítica

Biólogo Gabriel Alves da Silva resgatando preguiça
Foto: Antonio Menezes

Os animais estão cada vez mais expostos às armadilhas da urbanização: ruas, avenidas e fiação elétrica, por exemplo, causam ferimentos graves e morte. Em Manaus, como na quase totalidade dos municípios brasileiros, não há sinalização ou infraestrutura para reduzir danos à fauna.

“Biólogo há três anos, Gabriel (Gabriel Alves da Silva) mora no conjunto Atílio Andreaza próximo à Ufam e revela que mesmo com a constante movimentação de animais, não há sinalização alertando sobre a presença dos bichos. “As pessoas passam a 80 km/h e acabam atropelando os animais. A velocidade tem que ser 40 km/h, mas não tem sinalização”, disse.” – texto de A Crítica

E sabe o que é pior? A maldade de quem se depara com esses animais:

“Ele (Gabriel) conta que também falta consciência para as pessoas sobre os animais. “É claro que nem todo animal pode ser manuseado sem oferecer risco, mas muitas pessoas que encontram um jacaré, cobra, preguiça e até passarinho, por exemplo, acaba agredindo ou matando o bicho a pauladas”, disse.” – texto de A Crítica

- Leia a matéria completa de A Crítica

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Finning: o cerco pelo fim dessa crueldade está apertando

“Os membros do Parlamento Europeu votaram esta semana esmagadoramente a favor de tornar um requisito para os navios de pesca da UE apenas desembarcar tubarões com suas barbatanas ainda unidas ao corpo.

O tubarão morre afogado, comido por outros animais ou pela pressão das grandes profundidas
Foto: Thierry Minet

Desembarque tubarões inteiros efetivamente impede a prática de finning, que desperdiça tubarões no mar despejando os corpos de menor valor para o oceano. As barbatanas são destinadas principalmente para os mercados na Ásia, especialmente Hong Kong, onde a sopa de barbatana de tubarão é considerada uma iguaria.

Atualmente, os navios da União Europeia são responsável por 15% (aproximadamente um em sete) dos tubarões capturados em todo o mundo, tornando-se o maior coletor único de tubarões. Indonésia, com pouco mais de 13%, é a maior nação individual na captura de tubarões.”
– texto da matéria “EU closes shark finning loophole” (União Europeia fecha brecha do finning – tradução livre), publicada pelo site da Traffic em 23 de novembro de 2012

Captura de tubarões pela Europa
Fonte: Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) publicados pela Traffic

A prática de cortar as barbatanas do tubarão e descartar o corpo de volta ao mar é conhecida como finning. A crueldade aumenta de proporção pelo fato de que o animal, muitas vezes, ainda está vivo, mas condenado a agonizar até a morte ou ser comido por outros peixes.

Com essa ação na Europa, que é um dos principais agentes do finning, espera-se que essa prática cruel e nada sustentável seja reduzida drasticamente. No Brasil, a mesma proibição foi determinada em setembro:

“Nessa semana foi aprovada, na Comissão Técnica de Gestão da Pesca (CTGP), a Instrução Normativa Interministerial (INI) que determinará no Brasil o desembarque dos tubarões e raias com todas as suas nadadeiras (barbatanas) naturalmente aderidas ao corpo. A INI deverá ser publicada nas próximas duas semanas. Significa dizer, após anos de luta, que conseguimos dar um duro golpe na prática do Finning no Brasil. Uma grande Vitória!

(...) Além de estabelecer que todos os tubarões e raias deverão ser desembarcados com todas as suas nadadeiras (barbatanas) naturalmente aderidas ao corpo, a Instrução Normativa Interministerial (INI) tratará de estabelecer novas (e mais efetivas) normas e procedimentos para o desembarque, transporte, armazenamento e comercialização de tubarões e raias, bem como de seus subprodutos, o que inclui as barbatanas.”
– texto da matéria “Primeira Vitória para os Tubarões e Raias”, publicado em setembro de 2012 no site do Instituto Ecológico Aqualung

Barbatanas apreendidas em Ubatuba (SP) em maio de 2011
Foto: Divulgação Ibama

De acordo com o Instituto Ecológico Aqualung cerca de 70 milhões de tubarões são mortos todo ano para abastecer o lucrativo comércio mundial de nadadeiras de tubarão, do qual o Brasil e 120 outros países participam. Por aqui, 43% das espécies de tubarões estão ameaçadas de extinção. As populações de muitas espécies declinaram até 90% nos últimos 20 anos.

E tudo isso por causa de uma sopa, considerada uma iguaria na culinária de muitos países asiáticos.

Restaurante na Tailândia
Foto: Revista Isto É 

- Leia a matéria completa da Traffic (em inglês)
- Leia o texto completo do Instituto Ecológico Aqualung

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Mamirauá: conservando e colhendo resultados

“Pesquisadores do Instituto Mamirauá localizaram a maior fêmea reprodutora de jacaré-açu  encontrada nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, no noroeste do Amazonas. Medindo 2,91 metros e com peso estimado em 74kg, o animal foi registrado pelos cientistas no início de outubro perto do ninho dela, onde havia 32 ovos.

Fêmea de jacaré-açu em Mamirauá
Foto: Igor J. Roberto/Instituto Mamirauá - Divulgação

Para o coordenador do projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert), o biólogo Robinson Botero-Arias, o registro de um jacaré deste tamanho é positivo, pois, segundo ele, animais deste porte já possuem grande adaptação ao habitat, tendo assim, a maior capacidade de produzir filhotes saudáveis. "Esse dado nos ajuda a conhecer o estado da população reprodutiva. As pesquisas têm demonstrado que as populações de jacarés na Reserva Mamirauá estão maduras, estáveis e se adaptaram bem à forte pressão de caça no passado", afirma o biólogo.”
– texto da matéria “Pesquisadores registram maior fêmea reprodutora de jacaré-açu, no AM”, publicada em 23 de novembro de 2012 pelo portal G1

Que as unidades de conservação são essenciais para a preservação da biodiversidade, isso ninguém pode negar. Mas essa importância não fica restrita apenas às unidades de proteção integral, como os parques, as estações ecológicas e as reservas biológicas. Se bem administradas e com comunidades bem orientadas, as unidades de uso sustentável (em que pode haver uso direto dos recursos naturais), como as reservas extrativistas e as reservas de desenvolvimento sustentável, são ótimas alternativas que envolvem a população tradicional.

E assim tem sido feito em Mamirauá. E o registro da fêmea de jacaré-açu está sendo apontado como uma consequência desse trabalho.

Exemplo.

- Leia a matéria completa do portal G1
- Conheça o Instituto Mamirauá

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Começar a semana pensando...

...nas vítimas do nosso lixo.

“Cinco tartarugas verde foram encontradas mortas nesta terça-feira (20) em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Biólogos acreditam que a causa das mortes foi o lixo e as redes de pesca utilizadas na região.

Algumas tartarugas tinham lixo no sistema digestivo
Foto: Edmilson Lelo/Prefeitura de Praia Grande

As tartarugas foram encontradas nas praias da Aviação e do Forte em um intervalo de apenas quatro horas. Quatro delas foram encontradas por surfistas. De acordo com informações da Prefeitura de Praia Grande, o Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna e a Guarda Costeira participaram do resgate das tartarugas.

Segundo a bióloga do instituto, todas as tartarugas eram fêmeas e da espécie verde, mas foi difícil identificar a causa das mortes porque estavam em adiantado estado de decomposição. De acordo com a bióloga, duas delas apresentavam lixo no sistema digestivo.”
– texto da matéria “Lixo pode ser a causa da morte de várias tartarugas em Praia Grande, SP”, publicada em 21 de novembro de 2012 pelo portal G1

Dessa vez foram tartarugas. Mas o problema envolve peixes, golfinhos, focas, leões-marinhos, pinguins e uma infinidade de animais.

As festas de final de ano e o período de férias escolares estão chegando. Vai ser mais um verão de praias lotadas, com turistas produzindo lixo e esgoto nas cidades litorâneas – que, infelizmente, são poucas as realmente preparadas para atender com competência essas demandas por serviços. Portanto, não espere que o poder público “faça a parte dele”.

Faça a sua parte, reduzindo o consumo e fazendo boas escolhas. Reaproveite o que for possível e envie para reciclagem o material que for possível. O que for rejeito, que não tem mais serventia nenhuma, jogue no lixo. Aquilo que for descartado nas ruas, nos rios ou no mar pode matar muitos animais.

Pense nisso.

- Leia a matéria completa do portal G1

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Reflexão para o fim de semana: educando e divertindo com música

Paisagens, cheiros, bichos, plantas e gente da Serra do Espinhaço são matérias-primas para as criações do Músicas do Espinhaço, de Bernardo Puhler e seus companheiros. A cadeia de montanhas que marca a fisionomia de parte de Minas Gerais e da Bahia dá o tom das composições que não só levam quem ouve para um universo onde a natureza ainda pulsa com vigor, mas também permitem semear um futuro melhor.
Foto: Roneijober Andrade

Futuro esse que começa com as crianças. Que tal Perereca-de-pijama?


Gostou? Quer ajudá-los a gravar o CD Janelas? Saiba como aqui.

- Conheça o projeto Músicas do Espinhaço

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Educação contra o tráfico de animais. Feita por policiais

Já que os administradores públicos responsáveis pela gestão da fauna não se mexem, policiais tomaram uma atitude:

“Estudantes da Escola Municipal Manoel Bandeira participaram ontem de uma palestra ministrada pelo sargento Clailton, da Polícia Ambiental de Umuarama. Os alunos receberam informações sobre tráfico de animais silvestres e animais ameaçados de extinção. “É muito importante que eles tenham conhecimento dos crimes cometidos contra a fauna silvestre e desenvolvam a consciência ambiental desde já, para que esses danos possam ser minimizados futuramente”, enfatizou o sargento.

Policial em palestra para crianças
Foto: Umuarama Ilustrado

Segundo ele, a educação ambiental é uma das atribuições do Batalhão de Polícia Militar Ambiental. “Nossa função é instruir, tanto crianças quanto adultos, sobre a legislação ambiental e a importância da preservação da natureza e utilização sustentável de seus recursos, visando uma melhor qualidade de vida para a população”, completou.”
– texto da matéria “Polícia Ambiental ministra palestra para alunos da rede municipal”, publicada em 21 de novembro de 2012 pelo site paranaense Umuarama Ilustrado

Ações com a da Polícia Ambiental merecem aplausos. Mas, infelizmente, são pontuais e não estão no cotidiano das crianças. Após a palestra, o dia a dia delas permanece o mesmo, sem orientação.

O ato de educar crianças e adultos sobre a importância dos animais silvestres livres e em hábitats saudáveis deve estar presente em um projeto maior, que englobe toda a gestão da fauna – com fiscalização presente, com equipes de fiscalização bem preparadas e equipadas, com o processo de reabilitação e soltura funcionando, com locais apropriados para receber os bichos que não poderão volta à vida livre, com legislação decente etc.

O tráfico de animais só vai sofrer uma redução drástica quando houver investimento pesado em educação ambiental. É fato.

- Leia a matéria completa do Umuarama Ilustrado

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Salvando tartarugas: resultado de esforços individuais, não de investimentos do governo

“Uma operação conjunta do ICMBio, Ibama e Polícia Federal resultou na maior apreensão de quelônios adultos na Amazônia desde 2005. Durante dez dias de ações, foram encontrados 378 quelônios, entre tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa) e tracajás (Podocnemis unifilis), que haviam sido capturados ilegalmente por caçadores. A Operação Tabuleiro é realizada entre a vila de Santa Maria do Boiaçu e a cidade de Caracaraí, no Baixo Rio Branco, Sul de Roraima. Ela começou no dia 29 de outubro e deve durar até dezembro.

Caçadores amontoam as tartarugas. Muitas morrem asfixiadas
Foto: Divulgação Ibama

(...) Não é por acaso que estas grandes apreensões ocorrem no final do ano. É nesta época que se formam grandes praias no Rio Branco, devido a descida no nível do rio. Estes tabuleiros de areia branca são usados pelas tartarugas para desovar. Cada fêmea pode botar até 150 ovos, que são enterrados na areia e começam a eclodir em fevereiro.

Esta abundância é aproveitada por ribeirinhos e traficantes de animais. Tartaruga é um prato típico no natal e festas de fim de ano para os amazônidas. Por isso, a fiscalização na região vai continuar até 23 de dezembro.”
– texto da matéria “Tartarugas escapam de virar banquete de Natal”, publicada em 14 de novembro de 2012 pelo site O Eco

A ação de fiscalização é uma obrigação do poder público. Isso não se discute. Mas o trabalho das equipes envolvidas nessas ações na Amazônia deve ser enaltecido. Veja o porquê:

“Devido á falta de um orçamento próprio para a proteção do berçário de quelônios em Roraima, a fiscalização do Baixo Rio Branco é realizada graças ao apoio do Parque Nacional do Viruá, que também fica no Baixo Rio Branco, e recebeu recursos do projeto Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Até as diárias dos agentes ambientais, que eram contratados entre os ribeirinhos para vigiar as praias de desova, já chegaram a ser pagas pelo Parque do Viruá.

Não é que sobrem recursos. O problema é a necessidade de proteger os animais e os impactos da caça ilegal que podem atravessar os limites do Viruá.”
– texto de O Eco

A verba do ICMBio destinada para o parque acaba sendo aplicada na fiscalização fora da unidade de conservação para apoiar o trabalho do Ibama e da Polícia Federal.

Vergonha!

Em um país com tamanha biodiversidade, que tem potencial para implantar um novo modelo de desenvolvimento, baseado no respeito ao meio ambiente, é impressionante a falta de sensibilidade e de visão de futuro dos administradores públicos.

- Leia a matéria completa de O Eco

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ironia: passou mal com a possibilidade de ficar em uma jaula como os animais que criava

“Um homem foi detido na tarde desta sexta-feira (16) por criar seis animais silvestres dentro de casa, na quadra 2 do Setor Leste da Estrutural. A Polícia Ambiental apreendeu na residência um jabuti, dois saguis, uma arara-canindé, um pássaro-preto e um corrupião.

Animais apreendidos no Distrito Federal
Foto: Mario Alberto

O homem disse á polícia que mantinha os animais em casa porque gosta de bicho e informou não saber que se tratava de crime. Ele foi encaminhado para a 8ª Delegacia de Polícia, mas precisou ser levado para o Hospital de Base após passar mal durante o depoimento. Ele assinou termo circunstanciado se comprometendo a comparecer à Justiça e não ficará preso até o julgamento.”
– texto da matéria “Homem é detido por criar animais silvestres em casa na Estrutural”, publicada em 16 de novembro de 2012 pelo portal G1 do Distrito Federal

Fiquei pensando na situação, afinal, parece que a possibilidade de ser preso (mesmo que remota) fez o sujeito que foi levado para a delegacia passar mal. A possibilidade da perda da liberdade foi uma pressão forte demais para esse homem, que ainda alegou gostar de bichos. Então por que fazemos isso com os animais?

Se prezamos tanto a liberdade, devemos valorizá-la para todos os seres vivos. Gaiolas e jaulas são sinônimos de cadeia.

- Leia a matéria completa do portal G1

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Começar a semana pensando...

...sobre a clonagem de animais silvestres.

“A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) planeja trabalhar na clonagem de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, de animais como lobo-guará, onça pintada e veado catingueiro.

Lobo-guará: classificado como “vulnerável” pelo Ibama
Foto: Luiz Cláudio Marigo

O projeto ainda depende da aprovação do departamento jurídico da Embrapa e não tem prazo de conclusão. Mas, se bem-sucedido, pode resultar na primeira clonagem de um animal silvestre no país.
A iniciativa é feita em parceria com o Jardim Zoológico de Brasília, que será o destino final dos animais clonados.

(...) A Embrapa tem um banco de 420 amostras de oito espécies de animais. Concluída a aprovação em seu departamento jurídico, ainda buscará o aval do Ibama para usá-las.”
– texto da matéria “Embrapa busca clonagem inédita de animais ameaçados de extinção no Brasil”, publicada em 15 de novembro de 2012 pela BBC Brasil

A ideia é, inicialmente, clonar animais para reposição dos que vierem a morrer no Zoológico de Brasília. Mas considera-se a possibilidade de serem feitas solturas na natureza de exemplares de espécies que corram alto risco de desaparecer.

“Segundo Martins (pesquisador do Embrapa Carlos Frederico Martins), o projeto da Embrapa não pretende se tornar a principal ferramenta de conservação dessas espécies e lembra que a clonagem diminui a variedade genética do reino animal. "É algo complementar (a esforços de conservação) de matas, rios e reservas. Nosso objetivo principal é estudar a técnica, ver como ela se comporta e ver se é possível produzir animais do nosso bioma, para quando precisarmos." – texto da BBC Brasil

É preciso discutir muito a iniciativa. Não pela clonagem em si, mas pelo seu uso. A fala de Martins deve ser bastante discutida, pois, caso a pesquisa tenha sucesso, o trabalho da Embrapa não pode ser encarado – de forma alguma – como a principal ferramenta de conservação das espécies. O ser humano moderno tem por hábito confiar na Ciência como forma de resolver seus problemas e deixar de lado ações preventivas.

Onça-pintada: espécie que poderá ser clonada
Foto: Frans Lanting Studio

Assim, substituir animais em extinção não deve ser mais importante que conservá-los em seus hábitats e manter ecossistemas íntegros e saudáveis, principalmente em áreas protegidas.

- Leia a matéria completa da BBC Brasil

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Reflexão para o fim de semana: mais um condenado por matar animal silvestre. Desta vez, na Rússia

No começo da semana, em 12 de novembro de 2012, o Fauna News publicou um post sobre a condenação de Chumlong Lemtongthai, 44 anos, vendia os chifres no mercado negro da tradicional medicina asiática. O tailandês foi sentenciado a 40 anos de prisão por um tribunal da África do Sul. Ótimo exemplo a ser seguido por todos os países!

Felizmente, outra condenação aconteceu. Desta vez, na Rússia.

“Uma complicada investigação de quase dois anos terminou na terça-feira, 13, com a condenação de um caçador do Extremo Oriente russo por matar deliberadamente um tigre siberiano. Alexander Belyayev foi sentenciado a 14 meses de trabalho correcional e terá de pagar uma multa de quase US$ 18 mil dólares. Ele teve seu rifle apreendido e está proibido de caçar novamente até o fim de sua vida.” – texto da matéria “Caçador russo é condenado pela morte de tigre siberiano”, publicada em 14 de novembro de 2012 pelo jornal Diário da Rússia

Tigre-siberiano: espécie está ameaçada de extinção
Foto: Appaloosa/Divulgação

A condenação deve ser comemorada, apesar da pensa não ser de prisão - infelizmente. Não foi explicado na matéria o que significa o trabalho correcional, mas espera-se que seja algo realmente punitivo e educativo.

Os tigres siberianos são uma espécie ameaçada de extinção. Restam hoje somente cerca de 500 animais, encontrados exclusivamente em algumas áreas do norte da China e no Extremo Oriente da Rússia.” – texto do Diário da Rússia

- Leia a matéria completa do Diário da Rússia
- Releia o post do Fauna News sobre a condenação do traficante de chifres de rinocerontes

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Boa notícia sobre os gorilas: quando investir em áreas protegidas dá certo

“Censo divulgado nesta terça-feira (12) pelo governo de Uganda afirma que a população mundial de gorilas-da-montanha (Gorilla beringei beringei) cresceu em quase cem indivíduos entre 2010 e 2012.

Turistas fotografando gorila
Foto: Martin Harvey/WWF-Canon

Há dois anos, a população global desta espécie de primata, considerada ameaçada de extinção, era de 786. Agora, de acordo com levantamento feito em duas localidades, aponta que existem na natureza 880 gorilas.”
– texto da matéria “População de gorila africano cresceu em dois anos, aponta censo”, publicada em 14 de novembro de 2012 pelo portal G1

Esse aumento populacional se deu, segundo o WWF, pelo investimento correto dos recursos arrecadados dos turistas que visitam as unidades de conservação para verem os gorilas. O dinheiro é investido em vigilância e em projetos comunitários, tais como a construção de poços e escolas para os moradores da região.

População de gorilas cresce em áreas protegidas
Foto: Martin Harvey/WWF-Canon

O caso serve de exemplo para incentivar a criação de mais unidades de conservação pelo mundo e, acima de tudo, mostrar que se deve investir nessas áreas protegidas. Sem infraestrutura, fiscalização e o envolvimento das comunidades do entorno, elas não passam de simples rabiscos em mapas e não cumprem sua função: preservar a vida selvagem.

- Leia a matéria completa do G1
- Leia a matéria de divulgação do WWF (em inglês)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Tráfico de animais: e como existem pessoas como essa aposentada...

“A Polícia Militar Ambiental de Votuporanga, através dos policias militares ambientais Cabo PM Laércio, Cabo PM Vinicius e Soldado PM Fabrício, apreenderam quatro aves silvestres mantidas irregularmente em cativeiro.

Foram encontrados dois filhotes de Arara Canindé (espécime ameaçada de extinção), um filhote de Papagaio-verdadeiro e um Papagaio-verdadeiro já adulto. As aves estavam na posse de uma aposentada.”
– texto da matéria “Polícia Ambiental apreende filhotes de papagaio em Votuporanga”, publicada em 12 de novembro de 2012 no site VotuporangaTudo

As araras e um dos papagaios são filhotes
Foto: VotuporangaTudo

O caso permite duas hipóteses. A primeira é a possibilidade de a aposentada estar ajudando traficantes (ou ela mesmo estar vendendo as aves). A outra possibilidade, que parece mais provável pelo fato de nada ter sido citado na matéria sobre o envolvimento direto dela com a venda das aves, é a da mulher ser uma daquelas “amantes” de bichos que gostam de ter papagaios e araras em seu quintal.

Refletindo sobre a segunda hipótese, é fato de que a aposentada contribui com a cadeia do tráfico de animais (sendo compradora) por ignorância. Ela até pode saber que é errado e ilegal, mas com certeza não sabe das consequências para os ecossistemas que a ausência desses animais causa – ainda mais quando envolve espécies em risco de extinção.

Essas aves deixam de ser alimento e de se alimentar de outras espécies, deixam de espalhar sementes pelas matas, não se reproduzem e comprometem a futuro populacional, podem levar doenças para o meio humano e por aí vai... Por isso, a educação ambiental é fundamental no combate ao tráfico de animais.

E como existem pessoas como essa aposentada...

- Leia a matéria completa do VotuporangaTudo

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Anta de 300 quilos: testemunho da morte em Bonito (MS)

Uma anta atropelada e morta em estrada no município e Bonito, no Pantanal do Mato Grosso do Sul, escancara mais uma vez a tragédia diária dos animais silvestres em regiões cortadas pelo asfalto. O animal não era pequeno e, mesmo assim, foi atingido por algum veículo.

Anta morta na beira da estrada em Bonito (MS)
Foto: Marcio Lima

“Marcio Lima estava retornando de um passeio de bike com três turistas por volta das 11 horas da manhã e levou um susto ao avistar uma anta de aproximadamente 300 kg morta ao lado da rodovia que liga Bonito ao Balneário Municipal no município de Bonito (MS), eleito recentemente por uma revista como melhor destino de ecoturismo do Brasil.

O ciclista ficou muito surpreso com o tamanho do animal silvestre e indignado com mais uma morte nas rodovias revolveu gravar um vídeo de cerca de três minutos no local do acidente.”
– texto da matéria “Animal Silvestre de aproximadamente 300 kg é encontrado morto em rodovia de Bonito (MS)”, publicada em 9 de novembro de 2012 pelo site Bonito Notícias

Até quando? Rodovias sem infraestrutura, motoristas descuidados e a completa falta de campanhas de conscientização nas estradas que cortam áreas com natureza preservada formam esse lamentável quadro.

Assita ao vídeo de Marcio Lima:


- Leia a mataria completa do Bonito Notícias

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Começar a semana pensando...

...em um exemplo que deve ser seguido: traficante de chifres de rinocerontes condenado a 40 anos de cadeia.

“Um traficante tailandês de chifres de rinoceronte que dirigia uma rede de exportação fraudulenta de chifres procedentes da caça ilegal foi condenado nesta sexta-feira a 40 anos de prisão por um tribunal sul-africano, informou a agência EWN.

Chumlong Lemtongthai, 44 anos, vendia os chifres no mercado negro da tradicional medicina asiática.”
– texto da matéria “Traficante de chifres de rinoceronte condenado a 40 anos de prisão na África do Sul”, publicada em 9 de novembro de 2012 pela AFP

Chumlong Lemtongthai, traficante de chifres condenado
Foto: Freeland Foundation

Segundo a ONG tailandesa Freeland Foundation, que ajuda autoridades daquele país asiático nas investigações do tráfico de animais, Chumlong pagou profissionais do sexo da Tailândia para posar como caçadores e obter certificados de exportação para os chifres, que eram de fato tirados de rinocerontes mortos por caçadores profissionais.

Chumlong Lemtongthai durante julgamento
Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters

“A caça de rinocerontes é autorizada na África do Sul, mas a permissão concedida é difícil de se obter e está limitada aos caçadores afiliados a uma associação registrada.

Além disso, durante a caça, os caçadores devem ser acompanhados por guardas dos parques.
As exportações também são limitadas e controladas.”
– texto da AFP

Entre janeiro e outubro, 488 rinocerontes forma mortos na África do Sul por causa de seus chifres. Das duas espécies africanas, rinoceronte-branco e rionceronte-negro, essa última está classificada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês) como “em perigo crítico”. O chifre desses animais vale mais que ouro no mercado negro - cerca de 60 mil dólares o quilo para o consumidor final.

Por causa dos altos valores envolvidos, quadrilhas internacionais extremamente bem organizadas (que usam ate helicópteros) estão dizimando as populações de rinocerontes. Na África do Sul vivem 40% dos rinocerontes-negros e 93% dos rinocerontes-brancos em estado selvagem do mundo. Outras três espécies habitam a Ásia.


Rioceronte morto por causa do chifre em fevereiro de 2012
Foto: Troy Otto

Na Ásia, principalmente no Vietnã, acredita-se que o pó do chifre (que é do mesmo material que nossas unhas) tem a propriedade de curar até câncer.

- Leia a matéria completa da AFP
- Conheça a Freeland Foundation
- Leia a matéria "A morte pelo chifre", publicada em janeiro de 2012 pela revista Horizonte Geográfico

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Reflexão para o fim de semana: a guerra e a fauna

No noticiário diário, é comum encontrarmos cenas de guerras (entre nações ou civis), em que a população sofre com bombardeios, intervenções de soldados e com diversos problemas sociais. O desabastecimento e a falta de alimentos, por exemplo, geram criminalidade, a exploração infantil (do trabalho e sexual) se instala e por aí vai...

Mas pouco, ou quase nada, se divulga sobre as consequências para os animais silvestres. Veja o caso de Moçambique, na África:

“Em 1972, Gorongosa era a casa de mais de 2.000 elefantes. Porém, entre 1977 e 1992 uma guerra civil tirou a vida da maioria desses indivíduos. A carne dos elefantes era usada para alimentar os soldados e seu marfim era vendido para a compra de armas e munição. Quando a paz foi restaurada, menos de 200 elefantes tinham sobrevivido. Hoje, graças à intervenção do Governo de Moçambique e ao Projeto de Restauração de Gorongosa, há cerca de 300-400 elefantes no parque, e seu número vem gradativamente aumentando. Mas, mesmo assim, os sobreviventes não se esqueceram de suas terríveis experiências e ainda estão, compreensivamente, cautelosos com relação às pessoas e continuam evitando grandes áreas do parque nacional.” – texto do blog da ElephantVoices Brasil, publicado em 6 de novembro de 2012

Elefantes de Gorongosa
Foto: Andreas Ziegler

Não são apenas os elefantes que sofrem nesses contextos. Veja os gorilas do Congo:

"Um grupo de patrulheiros no Congo se prepara para uma missão que tentará salvar famílias de gorilas que desapareceram após uma intensificação do conflito entre forças do governo e rebeldes no país. O governo fez um acordo com o grupo rebelde M23, para permitir que os patrulheiros possam rastrear seis famílias de gorilas-de-montanha.

Gorila sendo resgatado da zona de conflito
Foto: Virunga National Park/BBC

Os cerca de 200 mamíferos vivem no parque nacional de Virungo, localizado ao leste do país, e representam um quarto da população da espécie. O diretor do parque, Emmanuel de Merode, comemorou a decisão: "Nós estamos satisfeitos e aliviados que todas as partes do conflito reconheceram a necessidade de proteger os únicos gorilas-de-montanha do Congo."

Os combates na região se intensificaram em abril, quando a área de conservação fechou as portas ao público. Desde o dia 8 de maio, as equipes responsáveis por acompanhar os gorilas evacuaram a área, que sofreu com intensos conflitos de artilharia pesada e, até mesmo, helicópteros de combate."
– texto da matéria “Missão tenta salvar gorilas ameaçados em meio a conflito no Congo”, publicada em 25 de julho de 2012 pelo portal G1

Os gorilas ainda sofrem pressão por serem fonte de alimento de muitas populações africanas, inclusive das forças rebeldes que atuam isoladas no Congo.

Alguém já viu esse tipo de história, com destaque, na mídia?

- Leia a matéria completa do blog da ONG ElephantVoices Brasil
- Leia a matéria completa do portal G1

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Tráfico de animais: falta educação ambiental

“A Polícia Ambiental da região noroeste paulista está aumentando a fiscalização contra o tráfico de animais, já que essa é uma época de reprodução de várias espécies de aves e com isso os criminosos se aproveitam e retiram os ovos dos ninhos.

Filhotes de papagaios e arara apreendidos em 2011
Foto: Polícia Ambiental/MS

(...) Segundo um levantamento da Polícia Ambiental, em todo o estado de São Paulo, foram apreendidas no ano passado cerca de 24 mil aves. Todas encontradas em situação irregular. (...)” – texto da matéria “Fiscalização contra tráfico de animais aumenta no noroeste paulista”, publicada em 7 de novembro de 2012 pelo portal G1

A matéria aborda, apesar de não estar totalmente claro, a apanha de papagaios-verdadeiros que ocorre em setembro e outubro no Cerrado do Mato Grosso do Sul para abastecer, principalmente, a Região Metropolitana de São Paulo. E o noroeste paulista está na rota.

“Devido a proximidade com os estados do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, Rio Preto se transforma em uma das principais rotas do tráfico de aves no país. Os caminhos mais utilizados segundo o homem são a ponte rodoferroviária em Rubineia (SP) e a BR-153, que passa por todo o Brasil de norte a sul.” – texto do portal G1

Mas o que vale ser salientado, e que pouco é feito pela imprensa, é o fato de que a repressão não vai resolver o problema do tráfico de animais silvestres no Brasil. Não somente a repressão.

Filhotes de papagaios apreendidos que saíram do MS para SP
Foto: SOS Fauna

Dentre os vários fatores que devem ser abordados no combate à esse crime (repressão, reformulação da legislação, órgãos de fiscalização aparelhados para atender essas ocorrências, estruturas adequadas para o pós-apreensão etc.), deve-se obrigatoriamente destacar a educação ambiental.

A Polícia Militar Ambiental apreendeu, somente ano passado, cerca de 24 mil aves – o número, pelo divulgado pela matéria, não inclui mamíferos, répteis e anfíbios. A Polícia Federal informou em recente matéria da BBC Brasil (“'Temporada de caça' ilegal a aves expõe tráfico de animais no Brasil”, publicada em 2 de novembro de 2012) que, neste ano, já apreendeu em 14 mil animais (13 mil aves) em todo o país.

Os números impressionam, até porque, deve-se saber, apenas uma pequena parte dos animais retirados da natureza para o tráfico são apreendidos. Há quem diga que esse número não passa de 5% ou 10%.

Assustador.

E tudo isso acontece porque tem gente, como eu e você, que compra. São pessoas comuns, trabalhadoras, com família e cheias de boas intenções. Mas que, por ignorância ou um pouco de malandragem (já que muita gente sabe ser ilegal), quer ter um animalzinho de estimação diferente do cachorro e do gato.

E só com muito trabalho de conscientização, informando o problemas causados aos ecossistemas pela ausência desses animais, a crueldade com os bichos e os riscos à saúde humana,  isso vai diminuir.

- Leia a matéria completa do portal G1
- Leia a matéria da BBC Brasil
- Leia a matéria “Aberta a temporada do tráfico”, publicada na edição 101, de setembro de 2012, da revista Terra da Gente sobre o tráfico de papagaios-verdadeiros

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Confessou que capturava para vender. E contou como fazia

É raro, mas aconteceu. Dois sujeitos foram surpreendidos, em Alumínio, interior paulista, pela Polícia Rodoviária Estadual transportando 23 pássaros silvestres. Os animais estavam em uma bolsa dentro do porta-malas do veículo em que estavam.

Aves apreendidas em Alumínio (SP)
Foto: Divulgação Polícia Militar Rodoviária (SP)

Até aí, nada chama a atenção. Afinal, esse tipo de ocorrência acontece com certa frequência no Brasil, onde, de acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), 38 milhões de animais são retirados da natureza todos os anos para o tráfico de fauna.

O que chama a atenção é o fato de os dois sujeitos terem admitido que iriam vender as aves em São Paulo e a forma como capturavam os bichos:

“Os policiais descobriram o transporte dos animais quando pararam o automóvel para fazer uma abordagem de rotina. Os dois homens, Jorge Manoel Da Cruz e Carleci Gonçalves Pereia, foram presos, confessando que venderiam os pássaros em São Paulo. Segundo os dois caçadores, eles usavam o pássaro da gaiola maior para atrair os da mesma espécie e uma rede.” – texto da matéria “Polícia Rodoviária apreende 23 pássaros silvestres”, publicada em 5 de novembro de 2012 pelo site do jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba (SP)

A região Metropolitana de São Paulo, com seus 20 milhões de habitantes distribuídos por 39 municípios, é um dos grandes centros de compra de animais silvestres. E, apesar de divulgar-se bastante que muitos bichos têm origem nas regiões Nordeste, Norte e Centro-oeste, há também captura no estado de São Paulo – como comprova a matéria.

O que falta, sem dúvida, é investimento em educação ambiental para combater o consumo de animais em regiões como a Metropolitana de São Paulo. Se não tiver quem compre, não haverá que capture e venda.

- Leia a matéria completa do jornal Cruzeiro do Sul
- Conheça a Renctas

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Vítimas do lixo marinho terão segunda chance

“Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) devolverá ao mar segunda-feira (5) animais que foram tratados no Centro de Recuperação de Animais Marinhos em Rio Grande, no Sul do Rio Grande do Sul. Três tartarugas, 11 pinguins e quatro lobos marinhos serão soltos às 8h.

Pinguins que foram tratados para soltura
 Foto: Julieta Amaral/RBS TV

Segundo o veterinário Rodolfo Silva, as tartarugas e lobos marinhos sofrem com a ingestão lixo que é deixado no mar. Eles confundem com alimento natural e ficam doentes. "Muitas vezes morrem porque pedaços de plástico ficam alojados no estômago ou no aparelho respiratório", explica Silva.

Entre o grupo de animais, dois tiveram partes do corpo mutiladas: um pinguim e uma tartaruga tiveram uma nadadeira decepada. Segundo o diretor do Museu Oceanográfico, Lauro Barcellos, a causa mais provável é que o incidente tenha ocorrido com redes de pesca.”
– texto da matéria “Animais que receberam tratamento serão devolvidos ao mar no RS”, publicada em 4 de novembro de 2012 pelo portal G1

Não encontrei notícias sobre como ocorreu a soltura. Mas a intenção deste post é mostrar o quanto o lixo marinho e as redes de pesca podem causar problemas na fauna marinha. Os oceanos ainda são tratados como o destino final de tudo aquilo que o homem não quer mais ter por perto. Mas também é de onde retira muito de seu alimento. Antagônica relação.

Em 16 de fevereiro de 2012, o Fauna News publicou “O homem e seu lixo: assassinos silenciosos da fauna marinha”:

“Quando as matérias jornalísticas abordam o problema da poluição nos oceanos, na maioria das vezes enfocam as consequências para o homem. Às vezes são tratados assuntos relacionados à saúde humana, pelo contato com água poluída ou com a ingestão de pescado contaminado. Outras vezes é a falta do próprio pescado, consequência da ação humana que insiste em tratar os mares como lixeiras.

Leão-marinho com lixo enroscado no pescoço
Foto: Hyper Science

Essas leituras representam um olhar antropocêntrico do problema da poluição nos oceanos. Já pensou em mudar um pouco esse olhar? Em tentar ler essa realidade pelo enfoque da fauna marinha?”


Os animais que devem ter sido soltos ontem no Rio Grande do Sul tiveram sorte. Publico novamente o vídeo divulgado pelo Departamento de Pesca e Jogos do Alaska (EUA), que relata os efeitos de laços, equipamentos de pesca e outros lixos nos leões-marinhos. E tudo isso acontece longe dos nossos olhos.


Até quando?

- Leia a matéria completa do portal G1
- Releia o post “O homem e seu lixo: assassinos silenciosos da fauna marinha”, publicado pelo Fauna News em 16 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Começar a semana pensando...

...no fim da caça no mundo.

“Durante uma reunião pública em Maun, no país africano de Botsuana, na semana passada, o Presidente Ian Khama revelou que o governo de Botsuana vai parar de emitir licenças de caça. Khama acredita que a disponibilidade de licenças de caça tem incentivado a caça e prejudicado a expansão do turismo na África. As informações são da Global Animal.

A partir do próximo ano, o Ministério do Meio Ambiente e Vida Selvagem não venderá mais licenças para os cidadãos, a fim de proteger a vida selvagem no Delta de Okavango e a Reserva de Fauna Central Kalahari, as duas principais regiões de caça de Botsuana.”
– texto da matéria “Presidente de Botsuana proíbe caça no país a partir de 2013”, publicada em 5 de novembro de 2012 pela Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda)

A decisão deveria ser seguida por todos os países do mundo. O que se espera para o século 21 é a implantação de uma plataforma de desenvolvimento pautada pelo respeito a todas as formas de vida e que busque a verdadeira essência da sustentabilidade – não um mero marketing verde.

Já não é mais eticamente compatível com o futuro que se esboça a manutenção de reservas de caça para fins "esportivos", como ocorre na África do Sul e Argentina, por exemplo.

Puma vítima da caça na Argentina
Foto: pampasargentinas.com

No Brasil, infelizmente, a caça não é totalmente proibida. Na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº  9.605/98), está claro que existe a possibilidade da obtenção de licença ou autorização:

“Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.”


Seria um marco para a legislação brasileira a definitiva proibição da caça no país.

- Leia a matéria completa da Anda

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Reflexão para o fim de semana: será que a Rússia não tem leis contra o comérico de fauna?

“O parlamento russo deverá discutir a criação de leis que criminalizem o tráfico de animais ameaçados de extinção. A declaração foi prestada por representantes do Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais do país. O documento tratará da criação ilegal, transporte e venda de tigres, leopardos e outros representantes raros da fauna da Rússia.” – texto da matéria “Rússia quer aumentar repressão ao tráfico de animais”, publicada em 26 de outubro de 2012 pelo Diário da Rússia

Nãoi sei se entendi bem, mas a matéria dá a entender que a Rússia não tem legislação específica para combater o comércio de animais silvestres.  Se for esse o caso, um atraso absurdo.

Afinal...

“Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) da Rússia, entre 50 e 60 tigres siberianos são mortos anualmente. Mas, de acordo com Vladimir Krever, membro da organização, uma avaliação mais precisa dos dados poderia mostrar números ainda maiores. Recentes prisões de pessoas que comercializavam peles desses animais indicam a morte de pelo menos 18 tigres.

Peles de tigres apreendidas na Tailândia em janeiro de 2012
Foto: Freeland Foundation

A situação dos ursos também não é das melhores. A utilização de patas e vesículas biliares desses animais na produção de remédios é muito comum na medicina chinesa. Neste país também é comum o uso de glândulas de veado-almiscareiro, encontrado na Sibéria, na fabricação de perfumes. (...)”
– texto do Diário da Rússia

Além das peles, os ossos têm valor no mercado negro
Foto: Freeland Foundation

Se não for esse o caso (falta de leis), é lamentável o erro jornalístico. De qualquer forma, o veículo de imprensa peca pela superficialidade.

Tigres
Atualmente, a demanda pelas partes de tigres é grande na China, onde os ossos do animal são usados em remédios. No restante da Ásia também há localidades onde populações consideram que bigodes, garras e dentes trazem proteção e sorte. No sudeste do continente, com destaque para o Vietnã e a Tailândia, estão os grandes centros desse tráfico.

No início de 1900, os tigres eram encontrados em toda a Ásia e sua população era de mais de 100 mil animais. As estimativas atuais indicam que menos de 3.200 permanecem em estado selvagem.  A caça ilegal, principalmente para obter sua pele e ossos para uso decorativo ou medicinal, é uma das principais causas do declínio do animal.

- Leia a matéria completa do Diário da Rússia