sábado, 29 de junho de 2013

Resolução 457: apenas uma entidade foi contra em votação do Conama

OBSERVAÇÃO: 2 de junho de 2013 - Após a publicação deste post, o Conama informou que a Frente Nacional de Prefeitos  (FNP) estava inabilitada a votar, pois seus representantes haviam estourado o limite de faltas em reuniões do Conselho. Embora não tenha votado, a entidade posicionou-se durante a reunião contra a aprovação da Resolução 457.
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Quando falamos em Conama, a figura do coletivo ajuda a não identificar os votantes. Dos 107 entidades que formam o órgão, 90 participaram da 110ª Reunião Ordinária, em 22 de maio de 2013, em que foi aprovada a Resolução 457. E apenas uma foi contrária à Resolução 457: a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) – que por sinal, não é, de origem, uma entidade ambientalista.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), com grande poder de decisão sobre a gestão ambiental do Brasil. O órgão é composto por 107 entidades com direito a voto, representantes de cinco setores: órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil (ambientalistas, trabalhadores e população tradicional).

Foi esse grupo, legalmente constituído, que votou favoravelmente à proposta de 2009 da ONG gaúcha Projeto Mira-Serra,formatada na Resolução 457, que “dispõe sobre o depósito e a guarda provisórios de animais silvestres apreendidos ou resgatados pelos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente, como também oriundos de entrega espontânea”, quando não for possível a destinação para entidades credenciadas como os Centros de Triagem de Animais Silvestres, zoológicos e criadouros conservacionistas, por exemplo.

Aves apreendidas pela polícia poderão ficar com os infratores
Foto: JM Online

No caso de o poder público não conseguir  “vagas” em suas instituições (tipo Cetas – Centro de Triagem de Animais Silvestres), zoológicos ou entidades semelhantes para receber os animais apreendidos (anfíbios, répteis, aves, e mamíferos), passou a ser possível, de acordo com a decisão do Conama, a elaboração dos termos de depósito de Animal Silvestre e o Preliminar, isto é, o bicho poderá ficar com o infrator (traficante ou criador ilegal). Está aberto o precedente do "ilegal tornar-se legal".

Apenas os animais que estarão na futura lista pet (com cerca de 100 espécies de silvestres que poderão ser criadas para serem comercializadas como bichos de estimação), a ser divulgada em cerca de 90 dias, segundo o Ibama, estão passiveis dos termos de depósito.

Depois de sua aprovação no Conama, a Resolução 457 foi publicada no Diário Oficial da União em 26 de junho de 2013. Nessa data, ficou estipulado o prazo de 180 dias para o início de sua vigência (que será em dezembro).


Vale destacar que a resolução 457 não “apareceu de uma hora para outra”. Ela é resultado de um processo de discussão que, infelizmente, parece não ter sido acompanhado de perto pelas entidades ambientalistas ligadas à conservação da fauna silvestre e pela imprensa (que ainda não se deu conta da dimensão da questão).

“Desde que a proposta entrou no Conama, inicialmente sob o ponto de vista do encargo de tutor de animais, passou por diversos níveis de discussão, desde bilaterais para busca de melhorias, atualizações e detalhamentos em âmbito interinstitucional, a discussões específicas de Câmaras Técnicas temáticas e da Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos (...)” – texto de nota de esclarecimento do Conama preparada em virtude da polêmica sobre a aprovação da Resolução 457.

A proposta passou por 10 reuniões de Câmaras Técnicas antes de seguir para votação.

Em breve, o Fauna News irá publicar a lista das 89 entidades que votaram favoravelmente à Resolução 457.

- Conheça a Resolução 457
- Releia “Conama alivia a falta de estrutura do poder público legalizando o tráfico de animais”, publicado pelo Fauna News em 27 de junho de 2013
- Conheça o Projeto Mira-Serra
- Conheça a Frente Nacional de Prefeitos (FNP)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Reflexão para o fim de semana: uma nova geração para uma nova realidade

Estudantes durante protesto em Barra Mansa (RJ)
Foto: Airton Soares

“Cerca de 240 alunos do 2º e 3º do Colégio Estadual Jayme Silvestre Camargo, promoveram na manhã de hoje em Barra Mansa, um protesto contra o tráfico de animais. Parte dos estudantes passou boa parte da manhã dentro de gaiolas e arapucas construídas por eles, para mostrar como vivem os animais capturados. A mobilização foi realizada para lembrar que junho é o mês do Meio Ambiente.”
– texto da matéria “Alunos de Barra Mansa promovem ato contra tráfico de animais silvestres”, publicada em 21 de junho de 2013 pelo site do jornal Diário do Vale

Uma nova geração com uma nova consciência.

- Leia a matéria completa do Diário do Vale

Resolução 457: a proposta partiu de uma ONG

Gerou bastante polêmica a publicação em 26 de junho de 2013 da Resolução 457 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) no Diário Oficial da União. Em 180 dias após essa veiculação, os animais silvestres apreendidos poderão ficar com a guarda provisória de pessoas físicas e jurídicas, incluindo as que foram flagradas com a posse ilegal do bicho.

A principal alegação para a medida é a falta de “vagas” nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama e em instituições que desenvolvem trabalhos parecidos (como zoológicos e entidades credenciadas para tal). Para o Fauna News, o Conama aliviou a falta de estrutura e investimentos do poder público e acabou por “legalizar” o tráfico de animais (pelo menos das espécies que constarão na futura lista pet).

Cetas de Recife (PE): lotado e com infraestrutura inadqueada
Imagem: Reprodução TV Globo

A proposta inicial para permitir que pessoas (incluindo os infratores) fiquem provisoriamente com os animais apreendidos partiu da ONG gaúcha Projeto Mira-Serra. Ela foi posteriormente encampada pelo Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (CNCG-PM/BM). As duas entidades possuem voto no Conama.


Vale destacar que, de acordo com nota do Ministério do Meio Ambiente, das 90 entidades presentes na votação da Resolução 457, realizada em 22 de maio de 2013 na 110ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), apenas uma foi contrária.

- Conheça a ONG Mira-Serra
- Conheça do Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (CNCG-PM/BM)
- Leia a nota do Ministério do Meio Ambiente
- Releia “Conama alivia a falta de estrutura do poder público legalizando o tráfico de animais”, publicada em 27 de junho de 2013 pelo Fauna News
- Conheça a Resolução 457

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Conama alivia a falta de estrutura do poder público legalizando o tráfico de animais

Em 24 de maio de 2013, o Fauna News publicou "Guarda provisória de animais silvestres: atestando a incompetência do poder público" sobre a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que regulamenta a posse de animais silvestres que tenham sido apreendidos pelos órgãos de fiscalização ambiental.

Para esclarecer: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por causa da falta de espaço e estrutura dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, decidiu que os animais silvestres apreendidos poderão ficar na posse provisória de pessoas físicas e jurídicas, incluindo as que foram flagradas com a posse ilegal do bicho.

Nesse post de maio, o Fauna News publicou:

"A decisão do Conama atesta a incompetência do poder público em cuidar da fauna apreendida em cativeiros ilegais. Tal situação foi criada pela falta de investimentos do Ibama em Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que devem receber os bichos para os primeiros cuidados e dar destinação adequada aos mesmos (reintrodução na natureza quando possível)."

Em 27 de maio, o Fauna News novamente deu destaque (Começar a semana pensando...) ao assunto ao reproduzir a seguinte declaração do coordenador-geral da Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), Dener Giovanini, em seu blog Reflexões Ambientais:

“Essa resolução do Conama é um sinal claro da ineficiência do Brasil para gerir sua fauna silvestre. Independente dos argumentos contra e a favor dessa norma – e são muitos – o fato é que existe algo de muito errado em nossa política nacional de fauna.”


Aves sendo apreendidas em Votuporanga (SP)
Foto: site Votuporanga Tudo

Em 26 de junho de 2013, ontem, o Diário Oficial da União publicou a Resolução nº 457, que determina sua entrada em vigor em 180 dias.

Em seu artigo 2º, a Resolução cria:

“V - Termo de Depósito de Animal Silvestre - TDAS: termo de caráter provisório pelo qual o autuado assume voluntariamente o dever de prestar a devida manutenção e manejo do animal apreendido, objeto da infração, enquanto não houver a destinação nos termos da lei;

VI - Termo de Depósito Preliminar: termo de caráter provisório, pelo qual o agente fiscalizador, no momento da lavratura do Auto de Infração, mediante justificativa, confia excepcionalmente o animal ao autuado, até outra destinação, nos termos desta Resolução;

VII - Termo de Guarda de Animal Silvestre - TGAS: termo de caráter provisório pelo qual o interessado, que não detinha o espécime, devidamente cadastrado no órgão ambiental competente, assume voluntariamente o dever de guarda do animal resgatado, entregue espontaneamente ou apreendido, enquanto não houver destinação nos termos da lei;”


No caso de o poder público não conseguir  “vagas” em suas instituições (tipo Cetas – Centro de Triagem de Animais Silvestres), zoológicos ou entidades semelhantes para receber os animais apreendidos (anfíbios, répteis, aves, e mamíferos), passou a ser possível, de acordo coma decisão do Conama, a elaboração dos termos de depósitos de Animal Silvestre e o Preliminar, isto é, o bicho poderá ficar com o infrator (criador ilegal). O TGAS é a primeira alternativa, mas está aberto o precedente do "ilegal tornar-se legal".

Pássaros apreendidos em feira em Pernambuco
Foto: Divulgação Cipoma

Vale destacar que:

“Art. 4º - Serão objeto de concessão do TDAS e TGAS apenas os espécimes de espécies integrantes da lista das espécies silvestres autorizadas para criação e comercialização como animal de estimação em conformidade com a Resolução Conama nº 394, de 6 de novembro de 2007.”

Os animais referidos no artigo 4º serão os constantes na futura lista pet, em elaboração pelo Ibama e que, segundo o presidente do órgão, Volney Zanardi Júnior, deverá ter cerca de 100 espécies.

A Resolução do Conama implica em permitir que o infrator (que continuará respondendo criminalmente pelo seu ato) fique legalmente com o animal. Vale o questionamento: se o poder público não tem estrutura para receber, tratar e, quando possível, devolver os bichos apreendidos para a natureza, como fará para dar um destino final adequado de definitivo aos animais?

Apesar de os termos de depósitos e o termo de guarda serem, no papel, provisórios, não parece que a solução encontrada contará com esse caráter. De fato, o que acontecerá será o infrator mantendo permanentemente o bicho.

Como a lei não pune como deveria (já que ninguém é condenado pelo envolvimento no comércio ilegal de silvestres e pela posse sem autorização) e, a partir de agora, é possível continuar legalmente com o animal, legalizou-se o ilegal.

Enquanto isso, estimativa da Renctas de 2001 indica que 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza por ano no Brasil para o tráfico.

Saiba que cerca de 60% dos animais traficados no Brasil são para abastecer o “consumo” interno, isto é, dos próprios brasileiros.

Lamentável.

“Para o CFMV, diversos pontos do documento aprovado pelo CONAMA privilegiarão o tráfico de animais silvestres, promovendo a banalização de um crime que ameaça milhões de espécies da fauna brasileira diariamente. Especificamente com relação aos critérios do Termo de Depósito de Animais Silvestres (TDAS), conforme passa a determinar a nova Resolução, o CFMV entende que este contribuirá ainda mais para a ilegalidade, estimulando a impunidade e contrariando o conceito e a defesa de toda a classe para que haja mais rigor no combate ao tráfico de animais.” – trecho da nota pública do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), publicado no portal da instituição em 27 de junho de 2013
Foto: Akatu.org.br
“A partir de hoje fica autorizado, oficialmente, o tráfico de animais silvestres em território brasileiro.” – trecho do post de Dener Giovanini, publicado em seu blog Reflexões Ambientais em 26 de junho de 2013

- Leia a Resolução nº 457/2013 do Conama
- Leia a nota oficial do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)
- Leia o post de Dener Giovanini, publicado em seu blog Reflexões Ambientais em 26 de junho de 2013
- Releia o post do Fauna News “Guarda provisória de animais silvestres: atestando a incompetência do poder público”, publicado em 24 de maio de 2013
- Releia o post “Começar a semana pensando...”, publicado pelo Fauna News em 27 de maio de 2013

Vítima do tráfico, papagaio-de-cara-roxa mantém população estável no Paraná

“Nos dias 24, 25 e 26 de maio, a SPVS promoveu a 11ª edição do censo do papagaio-de-cara-roxa para contabilizar a população de indivíduos da espécie nos estados do Paraná e São Paulo.

 Papagaios-de-cara-roxa são cobiçados por traficantes
Foto: Zig Koch

 O censo é organizado desde 2003 no litoral norte do Paraná pela equipe do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa e, pela primeira vez, incluiu as regiões de Cananéia, Ilha Comprida e Ilha do Cardoso, no litoral de São Paulo. A ave está ameaçada de extinção e sua reduzida área de ocorrência limita-se ao litoral sul de São Paulo, litoral do Paraná (onde há a maior concentração de indivíduos) e litoral norte de Santa Catarina.

(...)Este ano, o levantamento contabilizou 6.258 indivíduos. No Paraná, 5.160 papagaios foram registrados.”
– trecho do texto “SPVS divulga resultados da 11ª edição do censo do papagaio-de-cara-roxa”, divulgado pela ONG SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) em 25 de junho de 2013
Foto: Zig Koch
O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), de acordo com a coordenadora do projeto de conservação da espécie Elenise Sipinski, a população da espécie está estável no Paraná. A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês) classifica a ave como “vulnerável”. A perda de seu hábitat e sua captura para o comércio ilegal são apontadas como as principais ameaças.

Em 1991 e 1992, estimou-se que havia apenas 2 mil papagaios-de-peito-roxo. Na década anterior, a população da espécie variava entre 3.500 e 4.500 animais.

- Leia a matéria “Censo contabiliza mais de cinco mil papagaios-de-cara-roxa no Paraná”, publicada em 25 de junho de 2013 pelo portal G1

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Só radares ajudam a reduzir atropelamentos de animais?

"O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT/MS) está instalando mais um radar na BR-163, agora no quilometro 700, no entroncamento da rodovia com a MS-215, em Pedro Gomes. Para a completa operação dos equipamentos, o DNIT aguarda a aferição pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

Radar em instalação na MS-215
Foto: Edição de Notícias/PC de Souza

O objetivo é controlar a velocidade em lugares considerados perigosos e de alto fluxo de veículos. Além de preservar vidas, a instalação visa também reduzir o número de animais mortos por atropelamento na rodovia. A partir do momento que estiverem em funcionamento, os motoristas que passarem acima da velocidade máxima permitida serão multados." – texto da matéria “Controladores de velocidade estão sendo instalados na BR-163”, publicada em 25 de junho de 2013 pelo site do jornal Correio do Estado

A matéria não detalha, mas aparentemente uma série de radares está sendo instalada na rodovia. Espera-se que o número de equipamentos seja suficiente para efetivamente fazer com que os motoristas respeitem os limites de velocidade. Afinal, se forem poucos e esparsos equipamentos, o condutor do veículo volta a acelerar assim que passar pelo radar.

Mais que radares, campanhas de conscientização junto aos motoristas são fundamentais.

“Segundo o biólogo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Andreas Kindel, um estudo realizado na Austrália sugere que uma redução de 20% na velocidade diminui em 50% a mortalidade de animais atropelados em estradas. Os motoristas são as principais peças para serem trabalhadas em qualquer projeto de objetive a redução do conflito entre veículos e a fauna silvestre.” – texto do post “Respeito aos limites e cuidado salvariam animais na pantaneira BR-262”, publicado pelo Fauna News em 31 de maio de 2013

A redução dos atropelamentos de animais silvestres em rodovias depende de um conjunto de ações. Além de trabalhar com os motoristas, os gestores das estradas têm de investir em infraestrutura, como passagens de fauna, sinalização, cercas, monitoramento para retirada de cadáveres que atraem animais carniceiros, etc.

Estimativa do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, da Universidade Federal de Lavras, indica que cerca de 475 milhões de animais silvestres são mortos por atropelamentos nas estradas e rodovias brasileiras anualmente.

- Leia a matéria completa do Correio do Estado
- Releia “Respeito aos limites e cuidado salvariam animais na pantaneira BR-262”, publicado pelo Fauna News em 31 de maio de 2013

terça-feira, 25 de junho de 2013

Suçuarana Gretchen sentenciada ao cativeiro

O hábito de criar animais silvestres como bichos de estimação, que alimenta o tráfico de fauna, cria situações como essa:

“Uma suçuarana fêmea de cinco meses foi resgatada em cativeiro no interior do Amazonas. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fez o resgate do bicho, que estava sendo tratado como animal doméstico.

Gretchen, no Cetas de Rondônia
Foto: Divulgação Cetas RO

O felino não poderá voltar ao seu habitat natural porque já passou por cativeiro, o que impossibilita sua sobrevivência fora dele.”
– texto da matéria “Filhote de suçuarana é resgatada na Amazônia”, publicado em 21 de junho de 2013 pelo site Último Segundo do portal iG

Não é incomum, principalmente na Amazônia, que pessoas tentem criar felinos silvestres como pet. O animal é capturado filhote e, a consequência desse ato é a condenação ao cativeiro por toda a vida. Mesmo se resgatado por órgãos de fiscalização ambiental, o bicho que nunca teve desenvolvido seus instintos naturais com sua mãe não conseguirá aprendê-los para a realização de uma soltura.

“Gretchen, como a filhote foi batizada agora ganhou um lar provisório, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Rondônia e aguarda que um zoológico ou alguma instituição especializada a adote.” – texto do Último Segundo

Uma pergunta que deve ser feita: onde está a mãe da pequena suçuarana? Provavelmente, foi morta.

É lamentável que a imprensa não amplie sua apuração e, ao menos, pergunte sobre a mãe do animal. No texto do Último Segundo, parece que Gretchen  passará a viver bem. Será?

E o problema da ausência desses predadores nos ecossistemas? Ninguém aborda o assunto?

- Leia a matéria completa do Último Segundo

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Começar a semana pensando...

...sobre a matança de elefantes pelo marfim: o incentivo do consumo.

"O tráfico de marfim é um monstro de duas cabeças. Perseguir os caçadores não será suficiente se, ao mesmo tempo, nós não lidarmos com os países que facilitam este comércio".

Jim Leape, diretor-geral do secretariado internacional da WWF, na matéria “Demanda por marfim está desestabilizando a África Central”, oubliada pelo site O Eco em 20 de junho de 2013

- Leia a matéria completa de O Eco

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Reflexão para o fim de semana: o tráfico de patas de ursos para culinária chinesa

Patas apreendidas na Mongólia
Foto: Reuters

"Agentes chineses apreenderam 213 patas de urso na região autônoma da Mongólia Interior, na fronteira entre China e Rússia. O contrabando iria municiar o mercado gastronômico local, que utiliza patas de urso como uma iguaria. Restaurantes pagam fortuna pelas patas a fim de oferecer sopas caríssimas a clientes selecionados."
– texto da matéria “Centenas de patas de urso para sopa são apreendidas na China”, publicada em 19 de junho de 2013 pelo portal Meionorte

Dois russos foram presos.

- Leia a matéria completa do portal Meionorte
- Leia a matéria “Mais de 200 patas de ursos são apreendidas na Mongólia”, publicada em 18 de junho de 2013 pelo portal G1
- Releia "Na China, agora foi a vez dos ursos", publicado pelo Fauna News em 9 de fevereiro de 2012

Lagartixas via Correios: da Ásia para a Bahia e Santa Catarina

“Um casal de lagartixas-leopardo foi apreendido em Florianópolis e enviado a um zoológico com Pomerode, no Vale do Itajaí. Nesta quarta-feira (19), elas estavam sob cuidados em uma quarentena e ainda não podem ser vistas pelo público. Não há previsão de quando os animais serão expostos.

As lagartixas-leopardo são cobiçadas por causa de sua bela aparência
Foto: Rafael Pagani

De acordo com o zoológico, os répteis foram interceptados pelos Correios. As lagartixas estavam sendo traficadas. Após serem encontrados, os animais foram deixados com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que depois enviou o casal ao zoológico.” – texto da matéria “Lagartixas-leopardo são apreendidas e enviadas a zoológico em SC”, publicada em 19 de junho de 2013 pelo portal G1

Os répteis, de origem asiáticas, foram despachados na Bahia e estava com um endereço de São José, na Grande Florianópolis. Casos como esse não são incomuns.

“Sábado, 16 de abril de 2011, 13 horas. Durante a preparação para entrega de Sedex, funcionários dos Correios de São José do Rio Preto (SP) percebem algo estranho em uma pequena caixa. Ao verificarem por raios-X o conteúdo da encomenda que acabara de chegar de Currais Novos, no Rio Grande do Norte, eles encontraram um filhote de iguana. Inusitado, mas não incomum.

Iguana viajou 2,7 mil quilômetros até o interior paulista
Imagem: Reprodução TV TEM

(...)Deve-se lembrar que esse tipo de apreensão pelos Correios tem ocorrido com certa frequência. Só para reavivar a memória, em 27 de setembro de 2010, dois iguanas foram encontrados em uma caixa de Sedex na agência da Vila Maria (bairro paulistano) dos Correios, prontos para serem despachados para Belo Horizonte. Os répteis estavam enrolados em gaze e fita adesiva dos próprios Correios.”
– texto do post “Iguanas via Sedex: tá virando mania”, publicado em 18 de abril de 2011 pelo Fauna News

Répteis, anfíbios e invertebrados como insetos e aracnídeos são as principais vítimas desse meio de entrega de animais por traficantes de fauna. Vale destacar que muitos desses bichos são encomendados por sites.


Depois de perderem a liberdade e impossibilitados de cumprirem sua função ecológica (o que prejudica o ecossistema), as duas lagartixas-leopardo passarão o resto da vida em cativeiro.

- Leia a matéria completa do portal G1
- Releia “Iguanas via Sedex: tá virando mania”, publicado em 18 de abril de 2011 pelo Fauna News

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Nas estradas, os cuidados com a fauna se estendem às vidas humanas

Estradas e rodovias com infraestrutura para reduzir os atropelamentos de animais silvestres também são mais seguras para os ocupantes dos veículos. Sinalização, redutores de velocidade, cercas e passagens de fauna em trechos com alto índice de travessia de bichos, fiscalização presente e ações educativas com os motoristas são algumas iniciativas que  ajudam a preservar vidas não-humanas e humanas.

“O acidente ocorrido na manhã desta quarta-feira (19), em Avaré (SP), que provocou a morte de cinco pessoas da mesma família, pode ter sido provocado por um animal silvestre que atravessava a via. O motorista do carro perdeu o controle da direção e bateu de frente com um caminhão.

Cinco pessoas e o gato-do-mato morreram
Imagem: Reprodução TV TEM

O acidente ocorreu na altura do quilômetro 237 da Rodovia João Mellão (SP-255). Segundo o caminhoneiro Guilherme José Ferreira, um gato-do-mato invadiu a pista. Foi neste momento que o motorista do carro invadiu a pista contrária e bateu contra o caminhão frigorífico carregado com três toneladas de carne. O animal foi atropelado e morreu.” – texto da matéria “Acidente que matou família pode ter sido provocado por animal na pista”, publicada em 19 de junho de 2013 pelo portal G1

A implantação de estruturas que visam evitar atropelamentos de fauna não garantem que os animais não tentem cruzar as pistas. Essa possibilidade sempre existirá. Os riscos podem ser ainda mais reduzidos se os motoristas estiverem conscientes dos riscos em determinados trechos das estradas.

Nas estradas, os cuidados com a fauna se estendem às vidas humanas.

- Leia a matéria completa do portal G1

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Logo após a apreensão, o cuidado com os animais deve ser redobrado. Mas cadê a infraestrutura?

O presidente da ONG SOS Fauna, Marcelo Pavlenco Rocha, e a diretora executiva da ONG Freeland Brasil, Juliana Machado Ferreira, são categóricos ao afirmar que a maior mortandade de animais silvestres vítimas do tráfico de fauna ocorre imediatamente após a apreensão. Os dirigentes das duas entidades, especializadas no combate ao mercado negro de fauna, afirmam que a falta de capacitação dos profissionais envolvidos nas apreensões bem como de infraestrutura para um possível atendimento adequado aos animais são responsáveis pelo elevado número de mortes.

“A Polícia Civil de Brumado apreendeu, por volta das 7h desta terça-feira, 13 pássaros silvestres mantidos em cativeiro em Brumado, no sudoeste baiano. O responsável pelas aves, um representante comercial de 55 anos, foi preso em flagrante.” – texto da matéria “vc repórter: polícia apreende pássaros silvestres em Brumado, na BA”, publicada em 18 de junho de 2013 pelo portal Terra

Num canto qualquer da delegacia
Foto: Wilker Porto/vc repórter

Será que os policiais civis sabem cuidar das aves? Eles sabem identificar se elas precisam de alguma atenção imediata?

Será que esses policiais receberam assessoramento de algum profissional especializado para avaliar e suprir as necessidades dos animais nesse primeiro momento?

Provavelmente não.

Os problemas enfrentados pelos animais e os policiais que realizaram a apreensão são mais amplos.

“Cardeais, papagaios e canários estão entre os pássaros apreendidos. Eles permanecem na delegacia da cidade até a manhã de quarta-feira, quando serão levados para o Ibama de Vitória da Conquista, cidade distante 140 km de Brumado.” – texto do portal Terra

Será que a delegacia tem algum lugar adequado para manter os animais até a manhã seguinte?

Será que os policiais vão cuidar adequadamente dos animais durante tantas horas?

Será que o transporte desses animais até Vitória da Conquista será adequado? Ou será que as gaiolas vão ser colocadas em uma caçamba de caminhonete durante esses 140 km?

É durante esse período que, dependendo da espécie envolvida e o estado geral dos animais, as mortes acontecem. Os órgãos de fiscalização do poder público ainda não contam com infraestrutura adequada para realizar apreensões tecnicamente adequadas, reduzindo os riscos aos bichos envolvidos.

Alguém conhece uma realidade diferente?

- Leia a matéria completa do portal Terra

terça-feira, 18 de junho de 2013

Destruindo gaiolas para educar

“Mais de 300 gaiolas e armadilhas foram destruídas pela Polícia Ambiental, na manhã desta sexta-feira (7), em Guaçuí, no Sul do Espírito Santo. Como parte da programação da Semana do Meio Ambiente, o evento contou com a presença de mais de 200 alunos de escolas do município. O objetivo da ação, segundo a polícia, é orientar a população a não capturar e não manter pássaros silvestres em cativeiro.” – texto da matéria “Gaiolas e armadilhas são destruídas em praça de Guaçuí, ES", publicada em 7 de junho de 2013 pelo portal G1

 
 Trator destruindo as gaiolas
Foto: PMES

O sucesso do combate ao tráfico de animais silvestres depende de um conjunto de ações, que devem estar coordenadas. Fiscalização eficiente com pessoal bem instruído e equipado, legislação realmente punitiva, centros para recebimento dos bichos apreendidos, processo burocrático que realmente funcione para as solturas, áreas para as solturas monitoradas e ações de geração de renda e apoio social nas regiões onde pobreza incentiva a captura dos animais são essenciais. Mas, tudo isso, sem um projeto de educação ambiental para redução de demanda – principalmente voltado para crianças e adolescentes – não terá resultado satisfatório.

Gaiolas, antes da destruição, observadas pela população
Foto: PMES

Ações como a da Polícia Ambiental do Espírito Santo são bastante interessantes, mas têm de estar inseridas em um projeto maior. Nenhum trabalho terá resultado ser for feito apenas em ocasiões especiais, como a Semana do Meio Ambiente.

O poder público, principalmente os chefes do poder Executivo, têm de trabalhar na conscientização da população para combater a vergonha dos 38 milhões de animais silvestres retirados da natureza todos os anos no Brasil.

- Leia a matéria completa do portal G1

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Começar a semana pensando...

...sobre a reincidência motivada pela legislação fraca que trata do tráfico de animais.

“Dois deles já tinham sido presos anteriormente pelo mesmo motivo, eles sabiam que não podiam estar com aqueles animais.”

Lúcio Flávio, capitão da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma) da Polícia Militar de Pernambuco após a prisão de quatro homens por comercailizarem aves silvestres na feira de Peixinhos, em Olinda

A declaração foi publicada na matéria "Quatro pessoas são detidas em feira de Olinda com 24 aves silvestres", publicada em 17 de junho de 2013 pelo portal G1.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Reflexão para o fim de semana: de olho nas estradas

 Km 17 da rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo (SP)

Km 97 da via Anhanguera, em Campinas (SP)
Fotos: Divulgação CCR AutoBAn

O contato entre os animais silvestres e as estradas vai além do asfalto. Aves monitorando as rodovias junto das câmeras de monitoramento da concessionária CCR AutoBAn, no estado de São Paulo. E, lógico, matando a curiosidade...

Na Tailândia, tráfico de animais para todos os gostos

“A polícia recuperou nesta segunda-feira 14 leões e dezenas de outros animais em uma mansão de Bangcoc e deteve uma pessoa, informaram as autoridades locais. Montri Boonphonon, o dono da casa, foi posto sob custódia policial acusado de posse ilegal e comércio de espécies protegidas.

 Quatorze leões foram apreendidos na mansão
Foto: Reuters

O acusado insistiu que tem todos os documentos de compra e as permissões na regra para a posse dos animais, indicou a polícia ao jornal Bangcoc Post. Na operação, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, também foram resgatados de suas jaulas 23 suricatos, 17 saguis, 12 perus reais e diversas espécies de tartarugas e aves.” – texto da matéria “Tailandês é acusado de manter 14 leões em mansão de Bangcoc”, publicada em 10 de junho de 2013 pelo portal Terra com informações da agência EFE

Dezenas de outros animais também foram encontrados no local
Foto: Reuters

A Tailândia é um dos maiores centros de tráfico de fauna silvestre do mundo. Pelo país do Sudeste Asiático passam animais de várias partes do mundo, que são comercializados para compradores de diversos outros países da região e de seu próprio território. Além dos bichos vivos, o mercado negro tailandês trabalha com marfim, chifres de rinocerontes, peles e partes de ursos e felinos.

“Em março do ano passado, uma operação das autoridades tailandesas conseguiu recuperar mais de 200 animais, entre eles cangurus, tigres, leões e orangotangos, destinados ao contrabando em uma casa na província de Saraburi, na região central do país.

A Tailândia, e em particular Bangcoc, é um dos maiores centros de tráfico de animais em perigo de extinção porque se encontra em um ponto estratégico entre Mianmar, China, Indonésia e Malásia.”
– texto do portal Terra

Estima-se que comércio ilegal de animais silvestres e suas partes movimente cerca de 20 bilhões de dólares por ano. O Brasil seria responsável por entre 5% e 15% desse total e se caracteriza pelo comércio de aves, traficadas principalmente para abastecer a demanda interna dos próprios brasileiros.

- Leia a matéria completa do portal Terra

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Seriema atropelada: não morreu fisicamente, mas morreu ecologicamente

“Famoso na cidade de Uberaba por ousar em criações que contribuam para a locomoção de animais vítimas de acidentes, o médico veterinário Cláudio Yudi inovou novamente. A paciente da vez foi uma seriema adulta que havia sido atropelada em uma rodovia da região há um mês. A ave foi encaminhada ao hospital veterinário da cidade e, após os exames, o médico constatou uma fratura e criou uma prótese para auxiliar o animal a andar.” – texto da matéria “Seriema vítima de atropelamento ganha prótese em Uberaba”, publicada em 1º de junho de 2013 pelo portal G1

 Seriema com prótese em uma das pernas
Imagem: Reprodução TV Integração

A iniciativa do veterinário é louvável e correta. Sua dedicação em proporcionar uma melhor condição de vida para os animais vítimas de acidentes é exemplar. Para muitos outros profissionais, o animal talvez fosse sacrificado.
Foto: Uniube
Mas o trabalho de Yudi (foto) não recupera a perda da natureza. Fora de seu hábitat, a ave não cumprirá seus papeis ecológicos, isto é, não reproduzirá, não predará, não será predada etc. É como se ela estivesse fisicamente morta, já que não retornará à vida livre.

“A seriema não poderá ser solta ao seu habitat natural, já que vai precisar estar sempre em observação.” – texto do G1

Estimativa do coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, Alex Bager, indica que cerca de 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados nas estradas brasileiras todos os anos. Qual será a dimensão do massacre se contarmos vítimas como a seriema, que estão mortas ecologicamente?

- Leia a matéria completa do portal G1

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Mostrando o certo desde cedo

Não é só para o combate ao tráfico de animais silvestres que educação ambiental é fundamental. Formar crianças e adolescentes conscientes com as novas atitudes humanas que o planeta precisa é necessário para tudo. É questão de sobrevivência.

Celebrando o Dia Mundial do Meio Ambiente (6 de junho), jovens do Sítio do Conde, na Bahia, se reuniram no dia seguinte e plantaram mudas de espécies nativas como parte do projeto “Passarinho legal... É passarinho solto!!!”, da ONG Profauna – Proteção à Fauna e Monitoramento Ambiental. A ação foi realizada pela Associação Ricardo Ferretti e pela APA Litoral Norte, em parceria com o Profauna, o Projeto Tamar 33 anos, a Ferbasa, a Fazenda Natural e a Sôla Vídeo Produtora. A ideia é mostrar que, basta ter árvores para que as aves apareçam e habitem a região.

 Tiago Leita com as criança do Sítio do Conde (BA)
Foto: Divulgação

Segundo o coordenador do Profauna, Tiago Leite, o hábito de capturar e manter aves silvestres em cativeiro é bastante forte na região do Sítio do Conde. “A garotada tem de aprender a gostar dos animais soltos, a ter prazer em observá-los na natureza, não em gaiolas”, salientou.

Que sirva de exemplo para os gestores públicos. Apoiem essas iniciativas! Tenham iniciativas parecidas!

Plantando o futuro
Foto: Divulgação

terça-feira, 11 de junho de 2013

Repelente químico: mais uma ferramenta contra atropelamentos de fauna

“As empresas Natur Futura e Alvac, respectivamente de Salamanca e de Segóvia, na Espanha, estão desenvolvendo um projeto de pesquisa que protege os animais e aumenta a segurança nas rodovias. Para isso, estão trabalhando em um produto experimental cujo objetivo é impedir o acesso dos animais às rodovias. O produto, composto de substâncias biodegradáveis, já está sendo testado em Barcelona.


Onça-parda atropelada na via Anhanguera, interior de São Paulo
Foto: Divulgação CCR AutoBAn

O projeto consiste na aplicação do produto às margens de uma via rápida de Barcelona. No local, os problemas causados pelo acesso irrestrito dos animais às rodovias têm sido recorrentes.” – texto da matéria “Empresa espanhola desenvolve barreira química biodegradável que evita o acesso de animais às rodovias”, publicada pela Agência de Noticias de Direitos Animais (Anda) em 7 de junho de 2013

Um número incalculável de animais silvestres é morto por atropelamento, todos os anos, nas estradas e rodovias. De acordo com o coordenador do Centro Brasileiros de Estudos em Ecologia de Estradas, Alex Bager, cerca de 475 milhões de animais morrem nessas circunstâncias todos os anos no Brasil.

Atropelamento de fauna: o problema acontece em todo o mundo
Foto: Diário de Corumbá

A iniciativa das empresas espanholas, com certeza, não será a solução para o problema. Afinal, deve ser difícil preparar um produto que afaste todas as espécies – vale lembrar que, a maioria dos animais mortos atropelados é formada de répteis e anfíbios. Mas a iniciativa é válida pois será mais uma ferramenta para, junto com outras, reduzir esse impacto na fauna.

Repelentes químicos, passagens subterrâneas e aéreas, sinalização, cercas e mata-burros são apenas algumas iniciativas que, dependendo da espécie ou espécies envolvidas, podem ser combinadas para reduzir os acidentes. Acima de tudo, os gestores das rodovias não podem esquecer de realizar campanhas de conscientização junto aos motoristas: respeito à sinalização, aos limites de velocidade e atenção redobrada nos trechos com alta incidência de animais silvestres.

- Leia a matéria completa da Anda
- Leia a matéria "Massacre nas estradas", publicada na edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Começar a semana pensando...

..sobre o novo centro de triagem de animais silvestres, em Cubatão (SP). Parceria da prefeitura com o Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte).
Foto: Prefeitura de Cubatão
"A Prefeitura deve ter uma atuação diversificada em relação ao Meio Ambiente. Portanto, temos de desenvolver ações não apenas de controle e combate à poluição, mas também no sentido de preservar e proteger nossa fauna e flora".
Secretária de Meio Ambiente de Cubatão, Ana Maria Rodrigues de 
Oliveira, em entrevista para o jornal Diário do Litoral

Que sirva de exemplo para os outros municípios!

- Leia a matéria completa “Cubatão ganha centro de triagem de animais silvestres”, publciada em 5 de junho de 2013 pelo jornal Diário do Litoral

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Reflexão para o fim de semana: tatu na gaiola

Foto: Divulgação PM Ambiental MG

“A Polícia Militar de Meio Ambiente apreendeu nesta segunda-feira (3) um tatu mantido em cativeiro no bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte, após denúncia anônima. O animal estava preso em uma gaiola. De acordo com a PM, o proprietário do bar onde houve a apreensão disse ter pegado o tatu ao vê-lo em uma via pública. Ele afirmou ainda que o entregaria ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).” – texto da matéria “Polícia apreende tatu mantido em cativeiro em Belo Horizonte”, publicada em 3 de junho de 2013 pelo portal G1

É ruim desconfiar, mas o comerciante iria entregar mesmo o tatu?

- Leia a matéria completa do G1

Se quer ajudar, denuncie. Não compre o animal do traficante

Muita gente faria qualquer coisa para retirar animais engaiolados e enjaulados, muitas vezes em péssimas condições, das mãos dos traficantes. Entre as possibilidades, pode-se pensar em comprar o animal para depois entregá-lo ao Ibama ou a algum órgão ambiental. Foi o que aconteceu no caso abaixo:

“O Batalhão Ambiental da Polícia Militar (PM) resgatou na noite desta terça-feira (4), um filhote de jaguatirica, no município de Rio Preto da Eva, distante 80 Km de Manaus. De acordo com o Soldado Ricardo Marques, que atendeu a ocorrência, uma mulher comprou o animal por R$ 200 e acionou o Batalhão para o resgate. Ela disse à polícia que só comprou o bicho para tirar das mãos do suspeito que o vendeu.

A jaguatirica foi vendida por R$ 200
Foto: Divulgação PM Ambiental AM

Segundo a polícia, a mulher informou ainda que o suspeito disse que havia trazido a jaguatirica, que aparentemente estava bem tratada, da região do Rio Urubu, Águas de Lindóia, município de Itacoatiara, distante 176 km da capital.” – texto da matéria “Filhote de jaguatirica vendido por R$ 200 é resgatado, no interior do AM”, publicada em 5 de junho de 2013 pelo portal G1

Apesar da boa intenção da mulher, a atitude não é correta e acaba por incentivar o tráfico de fauna. Com certeza, a partir do momento em que o sujeito entregou a jaguatirica para a compradora, ele foi atrás de outro animal para vender.

O filhote foi entregue ao Ibama
Foto: Divulgação PM Ambiental AM

Ela pode ter ajudado a jaguatirica, mas acabou por incentivar o traficante a conseguir mais animais para seu lucro. Ao se deparar com a venda ilegal de animais, denuncie. Ligue para a polícia imediatamente e solicite a presença de uma viatura para flagrar a atividade criminosa.

Não pense duas vezes. Não compre e denuncie.

- Leia a matéria completa do portal G1

quinta-feira, 6 de junho de 2013

No Parque Estadual Morro do Diabo (SP), uma estrada que deveria receber atenção especial

“Em todo o país, é muito comum o trabalho conjunto entre a Polícia Militar Ambiental e biólogos na preservação de animais em extinção. Em Teodoro Sampaio, o policial ambiental Vinícius Alves Rodrigues, responsável pelo patrulhamento no Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD), desenvolveu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com a temática “Levantamento de animais Silvestres atropelados na Rodovia SP 613 que corta o Parque Estadual Morro do Diabo – SP”.

Rodrigues durante apresentação de seu trabalho
Foto: Silvério Hosomi

(...) Como policial ambiental, Rodrigues relata que as principais dificuldades em seu trabalho de patrulhamento são: falta de locais para socorro dos animais atropelados, que estão vivos ou machucados, além da falta de respeito dos motoristas com os animais silvestres, quando excedem a velocidade permitida na rodovia. O acadêmico propôs em seu trabalho, a implantação de radares, lombadas eletrônicas, ecodutos, passarelas ecológicas e melhores túneis para transposição de animais.” - texto da matéria “Animais atropelados correm risco de extinção”, publicada em 4 de junho de 2013 pelo site da Universidade do Oeste Paulista (Unioeste)

Rodrigues, que está se formando em Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências, Letras e Educação (Faclepp) da Unoeste, chegou a uma conclusão que pode ser extrapolada para quase todas as estradas e rodovias brasileiras: falta infraestrutura para reduzir os atropelamentos de fauna e faltam ações de conscientização junto aos motoristas (apesar de já ser desenvolvida a campanha "Viva e deixe viver" pela equipe do Parque e as polícias Militar Ambiental e Militar Rodoviária).

No caso estudado pelo policial, a importância das adequações na SP-613 é ainda maior, já que ela corta uma unidade de conservação de proteção integral. E mais, esse parque conserva um dos últimos fragmentos de Mata Atlântica do interior paulista, onde habita a única população viável do ameaçado mico-leão-preto (cerca de 820 animais).

SP-613: são 14 quilômetros dentro do parque 
com limite de velocidade de 70 km/h
Foto: Helder Henrique de Faria

Estimativa de Alex Bager, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), ligado à Universidade Federal de Lavras, indica que 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados nas estradas brasileiras anualmente.

- Leia a matéria completa da Unioeste
- Leia a matéria Massacre nas estradas, publicada na edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Trabalho de formiguinha: assim funciona parte do tráfico de animais

Uma parte dos animais traficados é transportada em grandes lotes, isto é, em carregamentos com centenas e, às vezes, milhares de bichos. É muito comum com os papagaios-verdadeiros.

Mas há outro esquema de transporte de animais para o comércio ilegal. Assim como as formigas levam pequenas quantidades de comida em várias viagens até o formigueiro, há muitos traficantes de animais também realizam várias viagens com poucos bichos. O resultado é uma imensidão de animais traficados.

É o caso abaixo:

“Um homem foi preso, na madrugada desta sexta-feira (31), na BR-135, na altura do KM 375, em Montes Claros, no Norte de Minas, por tráfico de animais silvestres. Dez pássaros foram encontrados dentro do carro.

Animais apreendidos e caixas de leite onde estavam
Foto: Divulgação Polícia Rodoviária Federal

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), durante patrulhamento de rotina, os policiais abordaram um Vectra, com placa do Estado de São Paulo. Em vistoria dentro do veículo foram encontrados, dez pássaros, sendo seis Sofré, três Pretos e um Trinca-Ferro. Os animais estavam dentro de caixas de leite longa vida, no assoalho do carro.”
– texto da matéria “Homem é preso com dez pássaros dentro de carro na BR-135 em Montes Claros”, publicada em 31 de maio de 2013 pelo site do jornal mineiro O Tempo

E sabe o que vai acontecer com o sujeito preso? Ele vai continuar traficando bichos, afinal a lei permite que o inquérito seja respondido em liberdade, permite a possibilidade da transação penal e, no final das contas, não ocorre julgamento.

Tráfico de fauna, o crime da impunidade.

- Leia a matéria completa de O Tempo

terça-feira, 4 de junho de 2013

Tráfico de fauna na África: lançado plano de ações

“O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e a organização ambientalista WWF lançaram esta quinta-feira um plano de acção para travar o tráfico ilegal de animais selvagens, uma actividade que, de acordo com as organizações, vale 8000 a 10.000 milhões de dólares por ano (6100 a 7700 milhões de euros).

Marfim apreendido na África que foi incinerado
Foto: Tony Karumba/AFP

As duas organizações fizeram um apelo para que governos e outras instituições tomem medidas concretas para combater o problema, que se tem acentuado nos últimos anos em África. Um plano de acção com dez pontos defende a colaboração mútua entre os países, o reforço da aplicação da legislação existente, a penalização dos infractores e a redução da procura de produtos derivados de espécies selvagens.

Entre as medidas, está um maior investimento em recursos humanos e técnicos, criando-se por exemplo brigadas especializadas na identificação do tráfico ilegal e o reforço dos sistemas judiciais.”
– texto da matéria “Banco de Desenvolvimento Africano e WWF criam plataforma contra o tráfico de animais” publicada em 31 de maio de 2013 pelo site português Público

Na África, tem chamado atenção a matança de elefantes pelo marfim e de rinocerontes pelo chifre usado em países da Ásia como remédio. Mas inúmeras de outras espécies também são alvo dos traficantes.

Rinoceronte morto para retirada do chifre
Foto: Troy Otto

O financiamento de movimentos armados e guerrilhas em diversos países africanos por meio do comércio ilegal de animais e suas partes também têm preocupado autoridades e ambientalistas. Além disso, a redução da vida selvagem tem afastado os turistas de muitas regiões, o que causa um problema para várias nações que têm nessa atividade uma fonte de renda considerável.

Uma das principais ações do plano é promover o reforço em legislação. Em todo mundo, incluindo o Brasil, as punições legais previstas para traficantes de animais e suas partes são brandas. Sem leis fortes e realmente punitivas não há como combater o crime organizado.

- Leia a matéria completa do Público
- Leia a Declaração de Marraqueche, documento que contém o plano com as 10 ações

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Começar a semana pensando...

...sobre pós-apreensão de animais silvestres traficados com o comandante da Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo, coronel Milton Sussumu Nomura.
Foto: Divulgação SMA
“Essa ação de controle, ela não termina com uma rápida, com uma imediata resposta da polícia quando acionada. Existe todo um trabalho que vem depois e que tem de ser também trabalhado de forma muito célere. Os processos que se seguem pós-apreensão. Que é o adequado tratamento, que é a adequada destinação desses animais , uma eventual reintrodução, uma eventual repatriação desses animais”.

Coronel Milton Sussumu Nomura, durante entrevista no programa 
Ambiente Legal da TV Êxito, em 24 de maio de 2013

Assista à matéria completa: