sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Reflexão para o fim de semana: a satisfação da soltura

 A satisfação estampada nos rostos
Foto: Divulgação BPMA/ES

“Policiais da 2ª Companhia do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) com sede em Colatina participaram da soltura de 172 animais silvestres, realizada na última segunda-feira (27), na região Serrana do Estado. A ação foi acompanhada pelo biólogo e coordenador do Centro de Reintrodução de Animais Selvagens (Cereias), José da Penha Rodrigues, após cuidadosa escolha do local e parecer favorável do Ibama.

(...) Para os policiais ambientais que participaram da soltura, a satisfação do dever cumprido, vendo-os novamente soltos na natureza, é a certeza de que as atuais e futuras gerações poderão apreciar esses belos animais e conhecer a sua importância para o equilíbrio do meio ambiente.”
– texto da matéria “Polícia Ambiental participa da soltura de 172 animais silvestres”, publicada em 29 de janeiro de 2014 pelo site Via ES

- Leia a matéria completa do Via ES

Aves no aeroporto lembram a falta de estrutura do poder público e a impunidade

Há momentos em que fica difícil comentar uma notícia. Duas informações merecem atenção em “PF prende homem com 390 pássaros no Aeroporto JK, em Brasília”, publicada 29 de janeiro de 2014 pelo portal G1.

“A Polícia Federal prendeu na noite desta terça-feira (28) um homem de 50 anos que tentava embarcar com 390 pássaros, no Aeroporto Juscelino Kubitscheck, em Brasília. O suspeito foi liberado depois de assinar um termo de compromisso, mas voltou à superintendência da corporação com alpiste para as aves, por temer que elas não fossem alimentadas, segundo a PF.

Malas apreendidas com as aves
Foro: Ricardo Moreira/G1

O homem tentava embarcar para João Pessoa, na Paraíba, com três malas grandes onde estavam as gaiolas com filhotes e aves adultas, aparentemente de canários da terra, de acordo com a corporação.”

A primeira: o suspeito voltou à PF para alimentar as aves. Isso faz lembrar a total ausência de equipes e profissionais prontos para atender animais apreendidos ainda durante o registro das ocorrências. É regra que os bichos ficam horas amontoados em delegacias sem cuidados até serem levados para algum centro de triagem ou ONG. Estressados, desidratados, com fome e, às vezes, machucados, essas vítimas do mercado negro acabam morrendo em grandes quantidades nas horas seguintes por causa dessa falta de atenção do poder público.

A outra informação, menos técnica, é a ousadia desse homem. Tentar despachar 390 aves em malas e achar que não vai ser descoberto é burrice, ingenuidade (que pode ser descartada, afinal ele já tem passagem pelo mesmo crime ambiental) ou confiança em um esquema com funcionários corruptos que não deu certo por algum motivo.

- Leia a matéria completa do portal G1

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Minas Gerais 2: Ministério Público em campanha educativa contra o tráfico

Já que o poder executivo da União, dos Estados e dos Municípios não mantêm políticas públicas de combate ao tráfico de fauna que contemplem fiscalização, infraestrutura para o resgate, primeiros socorros, recuperação e soltura, e educação ambiental, é bom ver outras instituições se mexendo.

“O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo Especial de Defesa da Fauna (Gedef), inicia campanha educativa de defesa dos animais. O lançamento será na sexta-feira, 31 de janeiro, às 14h, no Salão Vermelho da Procuradoria-Geral de Justiça (avenida Álvares Cabral, 1.690, 1º andar, Santo Agostinho). No lançamento, serão exibidas as peças de áudio e vídeo produzidas para serem veiculadas em todo o estado. Também será apresentada a cartilha a ser distribuída aos infratores durante as audiências dos processos de crimes contra os animais.

Nesta etapa, a campanha vai abordar dois temas: o tráfico de animais silvestres e os maus-tratos contra animais domésticos. De forma didática, as peças publicitárias mostram as situações em que esses crimes são praticados e as providências a serem tomadas caso o cidadão flagre algum delito. Muitas vezes, o crime é cometido de forma inconsciente, mas isso não elimina a culpa de quem o praticar.

(...) A campanha será veiculada em rádios e TVs de todo o estado, por meio de uma parceria entre o MPMG e a Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). A Lei de Proteção à Fauna (Lei 5.197/1967) determina que os programas de rádio e televisão devem incluir em sua programação conteúdos sobre proteção aos animais, no limite mínimo de cinco minutos semanais, distribuídos ou não, em diferentes dias. Para tornar efetivo o dispositivo legal, o MPMG expediu Recomendação para que a Amirt oriente seus filiados no cumprimento da norma. Além disso, está fornecendo o material a ser veiculado.”
– texto da matéria “MPMG lança campanha de proteção aos animais”, publicada em 27 de janeiro de 2014 pelo site do Ministério Público do Estado de Minas Gerais

Aos demais Ministérios Públicos do Brasil, vale o exemplo do MP mineiro no uso da Lei de Proteção à Fauna. Uma ótima ferramenta pela conscientização da população na direção da redução da demanda por animais silvestres. Basta querer...

- Leia a matéria completa do site do Ministério Público do Estado de Minas Gerais

Minas Gerais 1: um dia é do caçador... em outro é da caça

Tudo bem que o dito popular é “um dia da caça, ouro do caçador”, mas a inversão no título do post é válida para a seguinte situação. Em 22 de janeiro de 2014, o Fauna News publicou o texto “Competência e dependência: o caso dos papagaios-boiadeiros de MG”, em que foi comentada a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirma sentença que concede a guarda de dois papagaios-boiadeiros (também conhecidos como papagaios-verdadeiros) a um casal de Uberaba, que não tinha autorização do Ibama para manter os animais na época da apreensão.

‘A decisão, segundo ele (desembargador Renato Martins Jacob – comentário do Fauna News), se deu após a comprovação de que, há mais de duas décadas em cativeiro, as aves recebem cuidados constantes em um ambiente higienizado e com farta alimentação e água. Na sentença, descreveu ainda que “a Polícia Militar Ambiental constatou que as aves se encontram com alto grau de domesticação, sem condições de serem reintegradas novamente à natureza, devido à grande dependência dos donos”.’ – texto da matéria “Justiça concede guarda de papagaios-boiadeiro a casal”, publicada em 21 de janeiro de 2014 pelo site do Jornal de Uberaba (MG)

Esse foi o dia do caçador!


Agora, o dia da caça...

“A Advocacia-Geral da União (AGU) comprovou, na Justiça, a validade do auto de infração emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pela manutenção de 17 pássaros da fauna silvestre sem autorização do órgão ambiental. A multa para o criador ilegal é de R$ 17.500,00.

O criador tentou afastar o pagamento da multa, alegando que o ato da autarquia foi ilegal. De acordo com ele, Decreto nº 3.179/1999 prevê a possibilidade de converter a penalidade em advertência em caso de irregularidades sanáveis.

(...) Os procuradores sustentaram que matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre configuram infrações ambientais e estão em desacordo com a licença do artigo 24 do Decreto nº 6.514/08, que permite a criação amadora de pássaros.

As unidades da AGU também alertaram que dentre os 17 pássaros silvestres que estavam em cativeiro sem autorização, dois são de espécies inseridos na lista de animais ameaçados de extinção. Esse ato, segundo os procuradores, afronta o exercício da atividade de criação amadora de pássaros da fauna silvestre brasileira.”
– texto da matéria “AGU assegura multa de R$ 17 mil por manutenção pássaros silvestres em cativeiro sem autorização ambiental”, publicada em 24 de janeiro de 2014 pelo site Âmbito Jurídico

São casos de naturezas bastante distintas de Minas Gerais, mas que serve para mostrar que atos de fiscalização, apesar de constantemente contestados, também ganham na Justiça. A vitória do Ibama também tem de ser divulgada, afinal a imprensa dá muito destaque quando o órgão federal perde.

- Leia a matéria do Âmbito Jurídico
- Leia a matéria do site do Jornal de Uberaba (MG)
- Releia o post do Fauna News “Competência e dependência: o caso dos papagaios-boiadeiros de MG”

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Tráfico de marfim: penas mais severas são necessárias. Mas prender os chefões e reduzir a demanda são imprescindíveis

“Um chinês que foi detido em posse de marfim no aeroporto de Nairóbi foi condenado nesta terça-feira (28) por um tribunal do Quênia a pagar uma multa recorde de US$ 233.000 ou a sete anos de prisão, caso não tenha condições de pagar a quantia.

Tang Yong Jian durante julgamento no Quênia 
Foto: Tony Karumba/AFP


A condenação, a maior para este tipo de caso no Quênia, é a primeira imposta dentro de uma nova lei de proteção da fauna promulgada em dezembro e que endurece consideravelmente as sanções para caçadores furtivos e traficantes.

(...) Tang Yong Jian, de 40 anos, havia sido detido em meados de janeiro com 3,4 quilos de marfim bruto em uma maleta no aeroporto internacional de Nairóbi, onde fazia uma escala em um voo entre Moçambique e China. Na segunda-feira (27) ele se declarou culpado de posse ilegal e de tráfico de marfim. Agora tem 14 dias para recorrer da decisão.” – texto da matéria “Tribunal do Quênia impõe pena recorde a traficante chinês de marfim”, publicada em 28 de janeiro de 2014 pelo portal G1

Parabéns ao Quênia por endurecer a legislação e rapidamente começa a aplicá-la.

Mas gente como Tang Yong Jian, que faz o mesmo serviço que os “mulas” do tráfico de drogas, vai continuar aparecendo. Eles são peças pequenas no esquema, sendo facilmente repostas. Nada que o dinheiro não seduza ambiciosos voluntários.

Elefante morto no Gabão por causa do marfim
Foto: Martin Harvey/WWF-Canon


O trabalho de combate ao tráfico de marfim, chifres de rinocerontes e partes de tigres tem de envolver a Interpol (polícia internacional), com investigações e ações transfronteiriças. Outra ação, essa muito mais difícil, é convencer a população dos países consumidores (China, Tailândia e muitas outras nações asiáticas, principalmente) a parar de comprar objetos de marfim. Infelizmente, há uma nova classe de gente endinheirada que tem nos objetos de marfim símbolos de ostentação.

- Leia a matéria completa do G1

O tráfico entre os estados nordestinos: um flagrante na blitz de trânsito

Quando se explica o tráfico de fauna no Brasil, é comum afirmar que os estados do Nordeste, Norte e Centro-oeste fornecem animais para as cidades do Sudeste e do Sul. Mas existe um intenso comércio dentro do próprio Nordeste, região onde praticamente não há municípios sem feiras onde ocorre o comércio ilegal de silvestres.

É o que constatou-se em Campina Grande (PB):

“Na manhã de hoje(27) por volta das 09:30hs, durante blitz realizada na avenida Assis Chateaubriand, próximo a empresa Alpargatas, o Cabo Vieira e o Cabo Renato, fiscalizavam os veículos que adentravam a Cidade vindo do estado do Pernambuco.

Policiais com aves apreendidas
Foto: Divulgação CPTran


Ao se depararem com um FIAT SIENA, de Placa KKA-9099/PE, em atitude suspeita foi feito uma abordagem e encontrado dentro do veículo mais de 70 pássaros da fauna silvestre que estavam em pequenos viveiros escondidos dentro do veículo.”
- texto da matéria “3ª CPTRAN apreende mais de 70 pássaros da fauna silvestre em Campina Grande; Veja fotos”, publicada em 27 de janeiro de 2014 pelo site Folha do Sertão (Sousa – PB)

As aves estavam com Jose Marques Pereira, que em Campina Grande e as trouxe de Santa Cruz do Capibaribe (PE). Os policiais suspeitam que os animais seriam comercializados na cidade.

Já passou da hora de o tráfico de animais ser levado a sério no Nordeste. O poder público tem de investir em fiscalização (tanto nas áreas de coleta e captura quanto nos pontos de venda) e em educação ambiental para começar a mudar a cultura da criação doméstica de silvestres (o que ajudaria a reduzir a demanda).

Mas, infelizmente, esse hábito está muito arraigado em todos os níveis sociais e instituições da região. No Brasil todo, criar animais silvestres como bichos de estimação é visto como algo normal e sem consequências para o meio ambiente e a saúde pública.

- Leia a matéria completa da Folha do Sertão

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Tinha autorização para criar, mas preferiu a ilegalidade. Com certeza, não é o único

“Após denúncia anônima, uma equipe da Polícia Militar Ambiental de Maringá apreendeu cerca de 140 aves silvestres que estavam mantidas em cativeiro em uma casa no Jardim Esplanada, em Mandaguari (a 40 km de Maringá). A apreensão aconteceu na manhã de sexta-feira (24) durante a Operação Verão Paraná.

Animais sendo apreendidos no Paraná
Foto: Divulgação PM Ambiental Paraná

Segundo a PM, no local havia grande quantidade de pássaros silvestres com anilhas adulteradas (anéis de alumínio afixada na ave que serve como identificação). As aves eram mantidas em cativeiro, dentro de gaiolas que estavam espalhadas por diversos cômodos da casa. Entre as espécies encontradas pela polícia, Trinca Ferro, Azulão, Coleirinha, Sabiá, Pássaro Preto, Cardeal e Bico de Pimenta foram identificadas.

(...) Os militares identificaram que o detido é criador autorizado pelo Ibama, contudo, em razão das irregularidades detectadas, ele deverá ter sua licença cassada. Os animais serão avaliados por um médico veterinário e serão soltos em seu habitat natural ou encaminhados a um centro de tratamento de animais silvestres.”
– texto da matéria “Polícia Ambiental apreende 140 aves silvestres em Mandaguari”, publicada em 25 de janeiro de 2014 pelo site do jornal O Diário (Maringá – PR)

Os criadouros de fauna silvestre (conservacionistas, de pesquisa e comerciais ) e mantenedouros de fauna são, após a entrada em vigor da Lei Complementar 140 de 2011, deixaram de ser registrados e fiscalizados pelo Ibama e passaram a ser responsabilidade dos estados.  A histórica deficiência do órgão federal em acompanhar a atividade desses estabelecimentos permitiu que muitos se envolvessem com o tráfico de animais. Isso em todo o país.

Se fosse feita uma fiscalização séria nos criadouros e mantenedouros (alguns estados estão começando), as feiras do rolo das periferias e cidades do interior ficariam com inveja da quantidade de animais traficados que seriam apreendidos.

- Leia a matéria completa de O Diário

Lobo-guará não entrou para o grupo do 475 milhões de animais mortos

Estimativa do coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, Alex Bager, chegou a um impressionante e triste número: 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados nas estradas e rodovias brasileiras todos os anos.

Felizmente, o lobo-guará atropelado em uma estrada do município de Capela do Alto (SP) sobreviveu. E melhor, foi tratado com competência e retornou à vida livre

“Um lobo-guará resgatado em dezembro foi devolvido nesta quinta-feira à Floresta Nacional de Ipanema (Flona), em Iperó. O animal estava bastante debilitado quando foi encontrado em uma estrada da cidade de Capela do Alto. Depois de resgatado, ele permaneceu sob os cuidados da equipe do Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, em Sorocaba. O canídeo foi solto na Flona, seu habitat natural, em uma ação que envolveu, além da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), a Polícia Ambiental, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) e o Instituto Chico Mendes.

Momento da soltura do lobo-guará
Foto: Fábio Rogério

Segundo o chefe da seção de Biologia e Veterinária da Sema, Rodrigo Teixeira, o espécime em questão é um macho adulto, porém não é possível precisar a idade do animal. Ainda de acordo com Teixeira, só foi possível resgatar o lobo-guará devido ao estado crítico em que ele se encontrava ao ser localizado pela Guarda Civil Municipal de Capela do Alto. O animal estava impossibilitado até mesmo de caçar. "Ele chegou muito mal, por isso conseguimos manejá-lo facilmente". A situação, entretanto, mudou completamente no período em que o bicho foi tratado no zoológico, já que para retirar o animal da jaula e levá-lo à floresta, a equipe teve bastante trabalho.
"Ele foi melhorando aos poucos e no começo da semana chegou até a avançar no tratador", explica Teixeira.
Além dos ferimentos, o animal tinha ainda uma infecção de larvas de moscas quando chegou ao zoo. Com a recuperação, Rodrigo Teixeira acredita que o lobo-guará esteja em totais condições de voltar à floresta. Até mesmo os hábitos naturais da espécie, como o costume de dormir durante o dia e buscar sobrevivência durante a noite, ele já havia recuperado. "Ele já estava sendo alimentado com presas vivas e não apresentava nenhuma dificuldade para apanhá-las", comenta o chefe da seção de Biologia e Veterinária da pasta.” – texto da matéria “Recuperado, Lobo-guará é devolvido à natureza”, publicada em 23 de janeiro de 2014 pelo site do jornal Cruzeiro do Sul

Momento após a soltura
Foto: Emerson Ferraz/PM Sorocaba
Muitos atropelamentos não acontecem em grandes rodovias. Nas estradas vicinais e pequenas vias sem asfalto, por exemplo, é comum ocorrerem acidentes que matam os animais, afinal nelas a sinalização é mais precária e praticamente não existe infraestrutura (cercas, passagens de fauna e mata-burros, por exemplo) para direcionar os bichos para áreas mais seguras ou realizarem a travessia sem correr tanto perigo.

Essa falta de cuidado do poder público tem um aliado: o motorista desinformado ou sem consciência do potencial de atropelamentos de fauna em determinadas regiões.

- Leia a matéria completa do Cruzeiro do Sul

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Quando o zoológico é mais que entretenimento

Zoológico não deve ser um local em que a prioridade é o entretenimento. Ao contrário! Pelo noticiado o Bosque e Zoológico Fábio Barreto, de Ribeirão Preto (SP), administrado pela prefeitura, já sabe disso.

“Em ação conjunta com o Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, mais de 100 aves foram tratadas nos últimos meses pelos profissionais do Bosque/Zoo Dr. Fábio Barreto.

Zoológico investe na recuperação de animais traficados
Foto: TripAdvisor

Vítimas da ação do tráfico de animais silvestres, os animais chegaram ao zoológico apreendidos pela polícia florestal ou por pessoas que socorrem as aves encontradas em situação de risco.
Após receberem tratamento adequado, são levadas ao Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres), na cidade de Lorena. “O Bosque/Zoo, além de oferecer Educação por meio do Programa Integrado de Educação Ambiental e ser opção de lazer às famílias, também realiza este importante trabalho de recuperação de animais da nossa fauna”, explicou Alexandre Gouvêa, chefe do Bosque/Zoo.”
– texto da matéria “Mais de 100 aves são reabilitadas pelo Bosque/Zoo Fábio Barreto, em Ribeirão Preto”, publicada em 26 de janeiro de 2014 pelo site Ribeirão Preto On Line

Infelizmente, ainda existem zoológicos que não modernizaram seus objetivos e, pior, mal conseguem garantir o bem-estar dos animais. As secretarias de Meio Ambiente dos estados e o Ibama (para as unidades da federação que ainda não estão gerenciando a fauna, conforme determina a Lei Complementar 140, de 2011) têm de fiscalizar com rigor e trabalhar para que programas de educação ambiental e conservação sejam efetivamente realizados.

- Leia a matéria completa do Ribeirão Preto On Line
- Conheça o Bosque e Zoológico Fábio Barreto

Começar a semana pensando...

...sobre as penas para quem trafica animais silvestres.
Foto: Wilson Dias/ABR

“As penas têm que ser mais duras. Hoje, a pena de um traficante de animais silvestres é igual à pena de uma vovó detida com dois canários na gaiola. Se não endurecermos a legislação, a repressão a esse tipo de crime continuará sendo como enxugar gelo. Você prende o traficante e, no dia seguinte, ele está na rua de novo, praticando o mesmo tipo de crime”.

Carlos Minc, secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, sobre a apreensão de 25 animais silvestres e a prisão de quatro pessoas na feira de Areia Branca, município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense em matéria publicada pela Agência Brasil

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Reflexão para o fim de semana: sobre a mãe morta no asfalto

 Filhote abraçado na mãe morta
Foto: Rede social/Diário da Manhã

“Uma imagem recém-publicada na internet está comovendo internautas de todo o mundo. A foto mostra um macaco bebê chorando sobre o corpo de sua mãe, que está deitada no asfalto. A macaca morreu atropelada logo após atravessar uma das estradas da cidade de Taif, localizada na província de Meca, região sudoeste da Arábia Saudita.

(...) A espécie do animal, conhecida como Papio, um babuíno Hamandrys árabe, é muito comum de se ver em regiões altas. Eles costumam atravessar as estradas para irem atrás de latas de lixo que ficam na cidade para conseguir comida.”
– texto da matéria “Imagem de macaco bebê chorando sobre o corpo da mãe causa comoção”, publicada pelo site do Diário da Manhã (GO)em 17 de janeiro de 2014

Precisa comentar? O problema do atropelamento de animais silvestres é mundial.

- Leia a matéria completa do Diário da Manhã

Contra o tráfico de fauna, um gibi

“Poeticamente, há quem ache a natureza um livro de páginas vivas. No caso da cartilha infantil “Vida Livre, um Sonho Animal”, recém-lançada pelo IBAMA, a criançada vai se divertir a valer com as historinhas ilustradas, na forma de gibi, que falam sobre a importância dos animais viverem livres na natureza e como é feito e desenvolvido o trabalho do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), para a proteção e conservação das espécies que compõem a rica fauna do país.
Gibi lançado pelo Ibama

Projeto voltado a crianças do ensino fundamental, a cartilha foi coordenada pelo biólogo do IBAMA Vincent Kut Lo, que viu na publicação uma forma de transmitir à garotada a importância de não possuir animais silvestres em casa. “As crianças são de grande importância hoje na conscientização dos adultos e no processo de mudança da sociedade, sobretudo em relação ao meio ambiente”, destaca. De forma lúdica, os personagens mostram o que acontece com os animais capturados com trficantes de animais silvestres – que é considerado o terceiro maior mercado ilegal do mundo, só atrás do tráfico de drogas e armas – e buscam sensibilizar os jovens leitores sobre esse grave problema e a importância de se tornarem defensores dos bichos e multiplicadores dessa ideia.” – texto da matéria “Escolas municipais recebem em primeira mão cartilhas do IBAMA sobre proteção de animais”, publicada em 22 de janeiro de 2014 pelo site do Jornal da Economia
Foto: Arquivo pessoal
A cartilha, que será distribuída inicialmente nas escolas municipais de São Roque e Mairinque, deverá ser usada nacionalmente. A iniciativa de Kurt Lo (foto) atingir as crianças é perfeita, já que garante um futuro com mais respeito aos animais silvestres (e a consequente redução do tráfico de fauna) e atinge também os adultos que se relacionam com elas.

A iniciativa seria perfeita se integrasse uma campanha de longa duração e fosse integrada em uma política permanente de combate ao tráfico de fauna e ao hábito de manter animais silvestres em cativeiro doméstico.

Que esse seja um grande passo na direção de um projeto de conscientização da população.

- Leia a matéria completa do Jornal da Economia

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Resgatados do tráfico: o complicado caminho de volta

“Uma operação conjunta entre as superintendências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Piauí devolveu 55 macacos-prego à natureza.

Momento da soltura dos macacos
Foto: Rennan Nunes/TV Clube

Os animais foram trazidos da capital fluminense para Teresina na madrugada desta quarta-feira (22) e depois levados de avião para a cidade Guadalupe, no sul do estado. Ao todo os bichos viajaram por 12 horas. O trabalho de soltura dos macacos em duas ilhas consideradas áreas de proteção permanente e que ficam ao redor do lago da barragem de Boa Esperança, teve início na manhã desta quarta.” – texto publicado em 22 de janeiro de 2014 pelo portal G1

A complicada e cara logística de transporte desses animais é uma pequena parte da jornada desses animais na direção da vida livre. Depois de apreendidos, eles passam longos períodos em centros de triagem, de onde enviados para criadouros que investem mais tempo e dinheiro para reabilitá-los. Há também muitos casos que a preparação para a soltura acontece com equipes dos próprios centros.
Dependendo da espécie, esse trabalho leva anos!

As 12 horas de viagem é a reta final da jornada, que ainda incluirá monitoramento pós-soltura. Esse acompanhamento se faz necessário para saber se os animais estão se adaptando bem ao novo ambiente.

Muito mais inteligente e barato é investir em educação ambiental para reduzir a demanda da população por animais silvestres e em fiscalização nas áreas de coleta e captura de ovos e bichos.

Infelizmente o poder público não pensa assim.

- Leia a matéria completa do portal G1

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Acontece muito: capturar para criar em casa. Dano igual ao tráfico

Nem sempre o animal criado ilegalmente em cativeiro doméstico tem sua origem no tráfico. Muitos bichos não são capturados em seus hábitats para serem vendidos como bichos de estimação.

É o caso de Osório, no Rio Grande do Sul:

“O Comando Ambiental da Brigada Militar apreendeu na manhã desta segunda-feira (20) 36 aves silvestres mantidas em cativeiro em uma casa no município de Osório, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O proprietário foi preso em flagrante e pode responder por crime ambiental, que prevê pena de seis meses a um ano de detenção, além de multa de até R$ 20 mil.

Uma das aves apreendidas em Osório
Foto: Divulgação Brigada Militar RS

(...) Na mesma casa também foram apreendidas 24 gaiolas, das quais quatro possuíam alçapões para caça, que permitem a utilização de um pássaro “chamador” para atrair novos exemplares. Conforme a Brigada Militar, pelas condições apresentadas, as gaiolas estavam sendo utilizadas pelo proprietário para fazer novas capturas.” – texto publicado em 20 de janeiro de 2014 pelo portal G1

Apesar de o caso não ser enquadrado como tráfico, o dano ao ecossistema e o risco de transmissão de zoonoses são os mesmos. Esses animais capturados deixam de cumprir suas funções ecológicas, da mesma maneira como os que foram traficados ou morreram.

Quem captura para criar comete crime similar ao de quem compra do tráfico.

- Leia a matéria completa do portal G1

Competência e dependência: o caso dos papagaios-boiadeiros de MG

Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirma sentença que concede a guarda de dois papagaios-boiadeiros (também conhecidos como papagaios-verdadeiros) a um casal de Uberaba, que não tinha autorização do Ibama para manter os animais na época da apreensão.

O caso não é o primeiro e não será o último em que pessoas que criam animais traficados ganham o direito de guarda na Justiça. O que chama a atenção é a justificativa do desembargador Renato Martins Jacob:

‘A decisão, segundo ele, se deu após a comprovação de que, há mais de duas décadas em cativeiro, as aves recebem cuidados constantes em um ambiente higienizado e com farta alimentação e água. Na sentença, descreveu ainda que “a Polícia Militar Ambiental constatou que as aves se encontram com alto grau de domesticação, sem condições de serem reintegradas novamente à natureza, devido à grande dependência dos donos”.’ – texto da matéria “Justiça concede guarda de papagaios-boiadeiro a casal”, publicada em 21 de janeiro de 2014 pelo site do Jornal de Uberaba (MG)

Os papagaios são parecidos com o animal acima
Foto: Humberta Carvalho/G1

A Polícia Militar Ambiental tem competência para avaliar se o animal não pode voltar à vida livre? A instituição também pode garantir que os animais tem “grande dependência dos donos”?

O Fauna News está comentando o caso baseado em uma matéria de jornal e não a partir do processo. Mas espera-se que o juiz tenha baseado sua decisão em laudos de biólogos experientes em revigoramento populacional e reintrodução de animais, característica essa que, com certeza, profissionais policiais não têm.

E ainda vale a pergunta: quem depende de quem? Emocionalmente, a dependência do casal é o grande motivador da ação.

- Leia a matéria completa do Jornal de Uberaba

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Radares pela vida animal

“A instalação de radares na BR-262 entre Anastácio e Corumbá é um dos fatores que ajudou a reduzir pela metade o índice de atropelamento de animais. Enquanto estudo oficial concluído em maio de 2012 apontava três bichos mortos a cada dois dias, em 1990 eram quatro mortes por dia. A informação é do jornal Correio do Estado.

Radares estão reduzindo atropelamentos de animais
Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Conforme a publicação, hoje, por esse trecho o motorista cruza por ao menos duas dezenas de redutores de velocidade, três vezes mais que os equipamentos instalados ali até cinco anos atrás.”
– texto da matéria “Atropelamento de animais cai pela metade na BR-262”, publicado em 20 de janeiro de 2014 pelo site do jornal Correio do Estado (MS)

O biólogo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Andreas Kindel, afirma que um estudo realizado na Austrália sugere que uma redução de 20% na velocidade diminui em 50% a mortalidade de animais atropelados em estradas. E os radares estão se mostrando boas ferramentas para a BR-262.

Vale lembrar que, além de investir em equipamentos, é necessário conscientizar os motoristas sobre os cuidados para trafegar em rodovias que cortam áreas com natureza preservada. E o trabalho desenvolvido na BR-262 pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura, o ITTI da Universidade Federal do Paraná (UFPR) contempla esse aspecto. Folhetos são distribuídos e campanhas com jingles são veiculadas nas rádios da região.

Os motoristas são as principais peças para serem trabalhadas em qualquer projeto de objetive a redução do conflito entre veículos e a fauna silvestre. Kindel é coautor do Conecte – Guia de Procedimentos para Mitigação de Impactos de Rodovias sobre a Fauna. A obra, publicada na internet (www.lauxen.net/conecte), é uma síntese do atual conhecimento sobre os impactos na fauna e sobre como reduzir danos.

De acordo com Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, estima-se que 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados todos os anos nas estradas em rodovias brasileiras todos os anos.

- Leia a matéria completa do site do Correio do Estado

Tráfico em feiras: a repressão enxugando gelo

“A Polícia Militar de Sergipe, através do Pelotão de Polícia Ambiental (PPAmb), flagrou, na quarta-feira, 15, mais uma ocorrência de venda de aves silvestres na feira livre de Itabaiana, município distante 58 quilômetros da capital sergipana. Esta foi a segunda apreensão no município, no intervalo de quatro dias.

Aves apreendidas em Itabaiana
Foto: Divulgação Polícia Militar Ambiental SE

A ação faz parte das operações de fiscalização do Pelotão Ambiental nas feiras livres do interior do Estado, visando combater o comércio de animais silvestres. Nesta última atuação, o PPAmb apreendeu 39 aves, todas escondidas em cumbúculos – artefatos pequenos fabricados para transportar grandes quantidades de aves. No momento da abordagem, as pessoas evadiram-se do local, abandonando os animais.” – texto da matéria “PM flagra desmatamento e comércio ilegal de aves silvestres no interior”, publicada em 17 de janeiro de 2014 pelo site Aqui Acontece

Feira com venda de animais silvestres é praga no Nordeste. Tem em tudo que é cidade. É um comércio varejista com números de atacado. Quem olha, vê a venda de uns poucos bichos, principalmente aves. Mas a quantidade é gigantesca. Trabalho de formiga.

O combate a tal situação, culturalmente instalada, depende de duas frentes imediatas: fiscalização constante, colocando policiais nas feiras para inviabilizar a ação dos traficantes, e, sobretudo, conscientizando a população dos problemas relacionados ao hábito de manter animais silvestres em cativeiro.

Infelizmente, só se vê a repressão funcionando. Vão enxugar gelo.

- Leia a matéria completa do Aqui Acontece

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Começar a semana pensando...

...sobre a entrevista de um caçador de elefantes.

Olhando para trás, como você se sentiu ao tirar a vida de um elefante?
Foto: The Dodo
Eu tive que colocar coragem em minha alma. Mas quando eu jogava a minha lança no animal, alguma coisa acontecia no meu interior, uma emoção. Quando eu jogava a lança e ela entrava no animal, que é quando ele grita. E quando ele grita, é como se o paraíso descesse na terra.

Neste momento, me sentia desumano. Isso me surpreendia algumas vezes. Quando chegava para encontrar o animal deitado morto, havia uma dor dentro do meu coração. Mas esta era a minha meta. Então, eu só continuei meu negócio.”


O jornalista Stephen Messenger, um dos editores do site The Dodo, perguntando para John Kaimoi (foto), um queniano de 33 anos que matou 70 elefantes para vender o marfim (publicado na matéria “Caçador revela bastidores da matança de elefantes para extração de marfim”, publicada em 16 de janeiro de 2014 pela Agência de Notícias de Direitos dos Animais - Anda)

- Leia a matéria completa da Anda

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Reflexão para o fim de semana: que tal ajudar os macaquinhos?

Filhote de bugio mamando
Foto: Divulgação Projeto Mucky

“A macacadinha que vive no Projeto Mucky, situado em Itu, precisa de leite em pó integral e suplementos como Sustagen (baunilha, banana e morango), Ensure (baunilha e morango), Mucilon (arroz, milho e cereais), Farinha Láctea, Maisena e Neston (frutas vermelhas) para se alimentar. E os bugios filhotes precisam de Nan Soy.

Em média são gastos seis pacotes de 400 gramas de leite em pó integral por dia, além de todo o restante da alimentação necessária para deixar os macaquinhos sempre felizes e saudáveis. Mas o estoque do Projeto Mucky é feito de doações de voluntários e por isso a sua ajuda é muito importante durante todo o ano!”
– texto da matéria “Projeto Mucky: Doe leite em pó e suplementos para a macacadinha!”, publicada em 9 de janeiro de 2014 pelo site Itu.com.br

- Entre em contato com o Projeto Mucky, que trata pequenos primatas vítimas do tráfico de animais e recupera macacos que necessitam de atenção
- Leia a matéria completa do Itu.com.br

Assumindo responsabilidades. Mas que seja da forma certa

São poucas as prefeituras que implantam centros de triagem ou de reabilitação de animais silvestres. Mesmo em municípios que têm alta demanda de animais apreendidos em suas ruas ou vítimas do tráfico, essa não é uma prioridade dos prefeitos. Normalmente, essas estruturas são da União e de ONGs.

Mas a pantaneira Aquidauana (MS) dá um responsável passo na direção contrária:

“O gerente de Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente de Aquidauana, Roberto Valadares, e a presidente da Fundação de Turismo, Lejânia Malheiros, participaram de uma reunião com os representantes do IMASUL (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande, do Projeto Lontra e do IEB (Instituto Ekko Brasil) para falar da construção de um centro de reabilitação e de pesquisa em nosso município. A reunião aconteceu terça (14) na sede da Polícia Militar Ambiental.

Aquidauna poderá ter um centro de reabilitação de animais silvestres
Foto: João Garrigó

Segundo Lejânia, a ideia surgiu a partir de duas lontras que foram encontradas por ribeirinhas no distrito de Piraputanga. Elas estavam machucadas e precisavam de reabilitação. “Uma foi encaminhada para Campo Grande e a outra está aqui na sede da Polícia Ambiental, mas numa jaula pequena para o seu tamanho” comentou ela.” – texto da matéria “Gerentes da Prefeitura falam sobre implantação de CRAS em Aquidauana”, publicado em 16 de janeiro de 2014 pelo site Pantanal News

Além de abrir esses centros, que permite um atendimento mais rápido e adequado aos animais (poupando o sofrimento causado por viagens longas em condições não ideais), o poder público transforma essas estruturas em depósitos de bichos por causa do alto custo para mantê-las, enquanto ONGs vivem de “pires na mão” em busca de fontes de recursos. A quantidade de animais que entra é muito superior a que sai para solturas, criadouros, zoológicos e demais entidades.

Em Aquidauana, pelas declarações da presidente da Fundação de Turismo, Lejânia Malheiros, há um equívoco no DNA do projeto:

‘“Queremos desenvolver a educação ambiental em nosso município, para que as pessoas não maltratem ou matem os animais silvestres, e sim um local onde a reabilitação desses bichos seja aberta para visitação, criando um turismo ambiental” explicou Lejânia.’ – texto do Pantanal News

Algum profissional que lide com fauna poderia explicar para a especialista em turismo que esses centros abrigam animais doentes, machucados ou, no mínimo, estressados. Essas estruturas têm de estar em locais calmos e de acesso restrito aos envolvidos nos trabalhos, para o bem dos bichos e para que o risco de transmissão de zoonoses seja o menor possível.

Parabéns à prefeitura pela iniciativa, mas que o projeto seja bem feito e mantido com os investimentos necessários.

- Leia a matéria completa do Pantanal News

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Quando a propaganda ajuda

Não é difícil encontrar peças de publicidade e criações artísticas em que animais silvestres são usados como bichos de estimação. O Fauna News considera que qualquer forma de cativeiro doméstico desses bichos é um incentivador do hábito que mais movimenta o tráfico de fauna.

De vez em quando, algum trabalho é feito pelo fim do mercado negro de animais silvestres. Foi o caso da peça “Elevador jaula”, criada para o Mater Natura-Instituto de Estudos Ambientais, que foi premiada com o troféu de prata na categoria “Not for Profit, Charities Public Sector” da edição 2013 do Globe Awards internacional.

A ideia foi fazer com que as pessoas tivessem a mesma sensação de um animal engaiolado ou enjaulado, privado de sua liberdade, como os traficados.

Imagem do vídeo que aborda o tráfico de fauna

‘“O Globe Awards é o maior prêmio de Live Marketing do mundo, realizado pela MAAW em mais de 25 países e aberto a todos os anunciantes, agências e fornecedores do setor promocional”, comemora a diretora de criação da OpusMúltipla, Flávia Rennó. A ação criada pela Opus , surpreende ao divulgar a existência do tráfico de animais silvestres e ressalta a importância da denúncia no combate a esse tipo de crime. O Instituto contribui para a conservação da diversidade biológica e cultural, visando a qualidade de vida de todas as espécies.’ - texto da matéria “OpusMúltipla conquista prata na edição 2013 do Globe Awards, maior prêmio de Live Marketing do mundo”, publicada em 15 de janeiro de 2014 pelo Portal da Propaganda

Que venham mais iniciativas como essa.

Assista ao vídeo:


- Leia a matéria completa do Portal da Propaganda

Nas estradas, as sementes da morte

“Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) constatam uma situação perigosa nas rodovias: o atropelamento de animais. Ainda segundo dados da PRF, os animais na pista representam a segunda maior causa de acidentes nas rodovias do Brasil, sendo que o aumento de ocorrências com feridos foi de 102% em 2013.

Tamanduá-bandeira morto em rodovia mineira
Foto: Jornal de Uberaba

Conforme a PRF, o aumento do tráfego de veículos nas estradas, a abertura de estradas em reservas ambientais e o avanço na agropecuária contribuíram para o crescimento do número de casos de animais machucados. “As espécies com o maior número de mortes são: o tatupeba, tamanduá-bandeira, tamanduá mirim, lobo-guará e o cachorro-do-mato. Na MG-427, que liga Uberaba à Nova Ponte, as aves e mamíferos correspondem a 45% dos atropelamentos. Já na BR-050, que liga Uberaba à Uberlândia, os mamíferos somam mais de 70% dos casos de atropelamento. Um ponto importante na região é a questão do transporte de grãos. Acaba vazando grande quantidade de sementes dos caminhões, que atraem aves e mamíferos”, revelou.”
– texto da matéria “Grãos nas rodovias atraem animais, que acabam sendo atropelados”, publicada em 15 de janeiro de 2014 pelo Jornal de Uberaba

De todas as informações acima, vale destacar a consequência das sementes na pista. Soja, milho e outros grãos atraem animais, que se arriscam no asfalto pelo alimento. É lógico que os produtores dessas sementes não querem perder o produto para a estrada, afinal pode ser um prejuízo. Mas será que todas as medidas para evitar esse problema estão sendo tomadas?

As cargas de sementes estão bem acondicionadas nos caminhões? Será que as concessionárias ou o setor do poder público que administram as rodovias realizam algum tipo de monitoramento para, em caso de necessidade, limpar os asfalto?

Há quem ache essa ideia absurda. Mas será que o normal é um grande número de animais morrerem ou ficarem seriamente machucados por causa dos atropelamentos?

Ações que reduzam o problema têm de ser pensadas e aplicadas imediatamente.

A fauna silvestre agradece.

- Leia a matéria completa do Jornal de Uberaba

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Em Franca, um traficante profissional de aves

“Várias aves nativas foram apreendidas pela Polícia Ambiental, na Vila São Sebastião, em Franca. Segundo informações, os mais de 30 pássaros da fauna silvestre estavam na casa de um comerciante, que negociava os animais em uma loja de ração.

Na residência, o depósito
Foto: PM Ambiental SP

O crime só foi descoberto após denúncias de moradores. No estabelecimento que fica na Rua Voluntário Adriano Cintra, as aves eram mantidas em cativeiro e foram apreendidas. Vários casais de coleiro, bigodinhos, canários-da-terra, e pintassilgos acabaram sendo levados à delegacia, onde passaram por observações de um veterinário.” – texto da matéria “Venda ilegal: Comerciante mantinha aves silvestres no banheiro”, publicada em 14 de janeiro de 2014 pelo site Pop Mundi

Traficante profissional, certo? Mesmo assim a legislação brasileira o trata da mesma forma que pessoas que criam sem autorização animais em cativeiro doméstico. Ambos se enquadram no texto do artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais, com pena prevista de seis meses a um ano.

Essa distorção tem de acabar. Penas severas para traficantes profissionais e penas mais brandas, mas aplicáveis, a quem sustenta o tráfico comprando animais no marcado negro.

O que não pode é ninguém ser condenado e preso, como hoje acontece.

- Leia a matéria completa do Pop Mundi

Estradas e fauna. Impacto além dos atropelamentos: o ruído

O mais conhecido impacto das estradas e rodovias na fauna silvestres é o atropelamento. Mas as consequências vão muito além.

Ao cortar o hábitat de uma espécie animal, a estrada pode dificultar e impedir o deslocamento em busca de alimentos, de parceiro para reprodução, de local para dormir e de água. Pode também isolar populações, não permitindo a troca genética entre indivíduos de grupos diferentes, promovendo endogamia (cruzamento entre parentes). Esse fenômeno pode dificultar a adaptação dos animais frente a mudanças ambientais, facilitando extinções locais.

Os ruídos produzidos pelo tráfego de veículos é um impacto raramente divulgado ou levado em conta em estudos de impacto ambiental dos empreendimentos. Para as aves é um fator que não pode ser desconsiderado.
Foto: Thinkstock/Getty Images
Veja o resultado de um estudo realizado em Idaho, nos EUA, onde os cientistas escolheram um trecho de 500 metros na crista de uma longa montanha e colocaram 15 grupos de alto-falante ligados a amplificadores reproduzindo os sons de uma estrada.

“(...) o barulho típico de uma estrada, mesmo na ausência da estrada propriamente dita, afasta os pássaros do local. Quanto maior o nível do ruído, mais distantes ficam os pássaros, e quanto mais parecido com o ruído da estrada for o canto de um pássaro, mais ele vai evitar pousar perto da via.

Talvez você ache esse efeito pequeno. Mas lembre: o efeito nocivo aos pássaros se estende por 300 metros de cada lado da estrada. Se 83% dos locais nos EUA estão a menos de mil metros de uma estrada, é fácil deduzir que em uma grande fração do território dos EUA o ruído das estradas já altera o comportamento dos pássaros. Um prato cheio para os estudos de impacto ambiental.” 
- texto do artigo “Via fantasma assusta aves“, escrito pelo biólogo Fernando Reinach publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo em 28 de dezembro de 2013

Será que, mesmo sabendo dessas consequências, deixariam de construir uma estrada ou mudariam seu traçado?

- Leia o artigo completo de Fernando Reinach

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

É preciso “denúncia anônima” para achar traficantes de animais em feiras de Feira de Santana (BA)?

“Pássaros silvestres que eram vendidos ilegalmente na Feira do Rolo, em Feira de Santana (distante a 108 km de Salvador), foram apreendidos em uma operação realizada pela Polícia Militar nesta segunda-feira, 13.

Gaiolas com aves apreendidas em feira
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

Segundo informações da 64ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), os agentes chegaram até os comerciantes após denúncias anônimas.

Os animais, segundo a polícia, foram encontrados amontoados dentro de gaiolas. Duas pessoas foram flagradas comercializando as aves e detidos.”
– texto da matéria “Operação apreende pássaros vendidos ilegalmente em Feira”, publicada em 13 de janeiro de 2014 pelo site do jornal baiano A Tarde

Em 4 de dezembro de 2013, o Fauna News publicou no post “Feira de Santana: central de tráfico na Bahia”:

“Feira de Santana (que ainda conta com a vantagem de ser cortada por duas grandes rodovias federais, a BR-101 e a BR-116) e Vitória da Conquista são grandes centros do tráfico de animais silvestres no Brasil. Pelas duas cidades, onde há depósitos que recebem animais de diversas regiões, passam rotas que abastecem a venda principalmente na região Sudeste. Ao mesmo tempo, nelas também há feiras para o comércio local.”

E será que a polícia de Feira de Santana precisa de “denúncias anônimas” para localizar traficantes de animais em férias? Se sim, é lamentável. Afinal, basta circular um pouco por esse tipo de comércio de rua para encontrar e até identificar esses criminosos.

Esse tipo de comércio em feiras pode diminuir bastante se a presença de órgãos de fiscalização for intensa. Mas, os contingentes nunca são suficientes e a fauna silvestres não é prioridade.

- Leia a matéria completa do jornal A Tarde
- Releia o post “Feira de Santana: central de tráfico na Bahia”, publicado pelo Fauna News em 4 de dezembro de 2013

Atropelamento de fauna: quantidade nem sempre é importante

“De acordo com levantamento da organização não governamental (ONG) Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar 'Apoena', morrem dois animais silvestres atropelados por mês na estrada vicinal Prefeito Élio Gomes, em Presidente Epitácio, que corta a Reserva Florestal do Córrego do Veado. Segundo o presidente da entidade, o ambientalista Djalma Weffort, o número pode parecer pequeno, mas é relevante, pois se tratam de espécies nativas e, algumas, em extinção.

Jaguatirica morta em estrada de Presidente Epitácio (SP)
Foto: Djalma Weffort/Apoena

Ainda de acordo com a Apoena, já foram registradas mortes de cervo-do-pantanal, criticamente ameaçado no Estado de São Paulo, cachorro-do-mato, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, macaco-bugio, mão-pelada (guaxinim), tatu, lebrão, jibóia e jaguatirica. “A tendência é de que estes números cresçam, já que as boas condições da pista fizeram com que os condutores dirigissem em velocidades mais altas”, declara Weffort.” – texto da matéria “Dois animais silvestres morrem por mês em estrada no Córrego do Veado”, publicada em 13 de janeiro de 2014 pelo portal G1

Veado atropelado
Foto: Djalma Weffort/Apoena

A declaração de Weffort no final do primeiro parágrafo é de extrema importância. A maior parte dos levantamentos de atropelamentos de animais ganha destaque pela quantidade. Em seguida, se analisam as quantidades de cada espécie, dando novamente destaque para aqueles que são mais vitimados.

Mas toda quantidade é relativa. Dependendo da população local da espécie, o número de mortes por atropelamento por ser ou não representativa. Por exemplo, em uma população de 10, a perda de 5 representa 50%. Já em uma população de 100, 20 atropelados são 20%.

E isso deve pesar na análise dos atropelamentos envolvendo o ameaçado cervo-do-pantanal.

Apesar de toda a vida ser importante e ter seu valor, nem sempre a quantidade é um indicativo da dimensão do problema.

- Leia a matéria completa do G1

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Um impacto, cinco mortes e três órfãos. Na estrada de terra

“A mãe já estava morta, assim como os quatro irmãos. Mas haviam três sobreviventes, filhotes de gambá, que foram salvos na noite desta sexta-feira (3), em Petrópolis, Região Serrana do Rio. O socorro veio do Grupo de Assistência e Proteção aos Animais e ao Meio Ambiente (Gapa-ma). Os bichinhos foram encontrados de sangue, ainda dentro da bolsa abdominal (marsúpio) da mãe, em um trecho de terra da Estrada do Gentio, em Itaipava, 3º distrito do município. Nesta quarta-feira (8) eles terão a primeira consulta com a veterinária.

Filhotes ainda estavam vivos com a mãe morta
Foto: Carlos Eduardo Pereira/Gapa-ma

A cena foi triste e chocante, segundo Carlos Eduardo Pereira. “Ao pararmos para examiná-la (gambá adulta), constatamos que sua bolsa na barriga ainda se movimentava. Tínhamos que tentar fazer algo, então recolhemos a mãe e levamos todos para nossa casa”, contou o presidente do Gapa-ma, que estava com a esposa e também voluntária, Rosemary Hissa. Quatro já estavam mortos, ou pelo impacto da batida ou pela falta da mãe. “Os carros e motos passam por ali em alta velocidade. É um trecho de terra feito por alguns motociclistas de pista de motocross”, lamenta Carlos Eduardo.” – texto da matéria “Filhotes de gambá são salvos em Petrópolis, RJ, após atropelamento”, publicada em 6 de janeiro de 2014 pelo portal G1

Os sobreviventes estão sendo cuidados pelo casal
Foto: Carlos Eduardo Pereira/Gapa-ma

Pouco ou quase nada se noticia sobre os impactos das estradas de terra na fauna silvestre. Vias normalmente abertas sem planejamento ou estudo prévio para entender as consequências ambientais, elas são palco de atropelamentos de animais e responsáveis por fragmentar hábitats, impulsionar o desmatamento por ser um vetor de ocupação humana e por inúmeros outros problemas.

E ninguém discute, questiona ou tenta reduzir tais ocorrências.

Afinal, são apenas estradas de terra... mas que contribuem para o massacre de 475 milhões de animais silvestres todos os anos nas estradas e rodovias brasileiras, segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas.

- Leia a matéria completa do portal G

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Reflexão para o fim de semana: imagens da cultura do cativeiro



Fotos: Divulgação PM Ambiental SP

“No dia 06 de janeiro, no município de Castilhos/SP, policiais militares ambientais durante patrulhamento rural e em posse de uma denúncia sobre aves silvestres em cativeiro, flagraram em uma residência a presença de várias gaiolas com pássaros da fauna silvestre, penduradas ao redor da casa, sendo que algumas poucas portavam anilhas de identificação.” – texto do post “Polícia Militar Ambiental autua infrator por manter aves silvestres em cativeiro”, publicado em 8 de janeiro de 2014 na página da Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo no Facebook

- Leia o post completo do Facebook

Na China, um tigre dentro do carro. Era tráfico

“A polícia da China prendeu um homem em Wenzhou suspeito de tráfico de animais após encontrar um tigre morto dentro de um automóvel.

De acordo com o portal de notícias “Wenzhou Online”, a ocorrência foi nesta quarta-feira (8).

O flagrante ocorreu quando os policiais avistaram dois homens carregando a carcaça, enrolada em uma manta, e tentando colocá-la no porta-malas de um carro. Um deles conseguiu fugir.

O tigre foi encontrado morto dentro de carro
Foto: Reuters/China Daily

(...) O relatório da polícia aponta que a carcaça pode ser de um tigre-siberiano ou de um tigre-de-amur, espécies que estão na lista de animais mais ameaçados do mundo. Amostras foram enviadas para perícia.” – texto da matéria “Polícia da China encontra carcaça de tigre no porta-malas de automóvel”, publicada em 9 de janeiro de 2014 pelo portal G1

Atualmente, a demanda pelas partes de tigres é grande na China, onde os ossos do animal são usados em remédios. No restante da Ásia também há localidades em que populações consideram que bigodes, garras e dentes trazem proteção e sorte. No sudeste do continente, com destaque para o Vietnã e a Tailândia, estão os grandes centros desse tráfico.

No início de 1900, os tigres eram encontrados em toda a Ásia e sua população era de mais de 100 mil animais. As estimativas atuais indicam que menos de 3.200 permanecem em estado selvagem.  A caça ilegal, principalmente para obter sua pele e ossos para uso decorativo ou medicinal, é uma das principais causas do declínio do animal.

De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), a maioria das subespécies dos tigres tem sua população em declínio.

“Estimativa oficial divulgada no ano passado aponta que a população de tigres-siberianos na natureza aumentou de 18 para 22 exemplares no país asiático. (China)

Segundo a Agência de Investigação Ambiental, com base em Londres, há em toda a China entre 5 mil e 6 mil tigres, de espécies variadas, que vivem em cativeiro.”
– texto do G1

- Leia a matéria completa do portal G1

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Apreensões educativas na Paraíba. Vão funcionar?

“Mais de 200 aves silvestres foram resgatadas em três dias da operação Resgate da Polícia Ambiental em João Pessoa. Segundo o coronel Paulo Sérgio, o objetivo é conscientizar a população para não criar animais silvestres em cativeiro. “Além de transmitir doenças, esse tipo de criação é ilegal”, explicou.

Falta infraestrutura: dessa forma os animais são 
transportados. É assim em todo o Brasil
Foto: Walter Paparazzo/G1

No domingo (5), a operação deu ênfase à fiscalização em feiras livres, principalmente a de Oitizeiro. A ação da Polícia Ambiental ainda seguindo até esta terça (7) realizando apreensões sem penalizar os infratores, uma vez a operação ainda está em fase educativa.”
- texto da matéria “Mais de 200 aves são resgatadas em três dias de operação, diz PM”, publicada em 7 de janeiro de 2014 pelo portal G1

Em 24 de outubro de 2013, o Fauna News publicou o post “Operação inovadora na Paraíba contra cativeiro doméstico ilegal de fauna”, em que abordou a operação Resgate após a apreensão de 35 aves nos bairros de Cruz das Armas e dos Novais, em João Pessoa.

“A Polícia Ambiental apreendeu 35 aves nesta quarta-feira (23) em João Pessoa. Segundo a tenente Nayara, a ação faz parte da Operação Resgate, cujo objetivo é conscientizar a população para devolver voluntariamente animais silvestres criados em cativeiro.” – texto publicado no Fauna News

A operação Resgate tem como alicerce o parágrafo 4º do artigo 24 do Decreto nº 6.154, de 2008, que prevê a entrega voluntária de animais mantidos em cativeiro doméstico ilegal. Nesses casos, o agente fiscalizador não poderá aplicar qualquer sanção contra o infrator (multa ou investigação criminal). Com essa ferramenta legal, os policiais ambientais da Paraíba orientam a população a entregar seus animais.

Vale a pergunta: até quando essa operação Resgate vai manter sua fase educativa” e começar a cumprir seu papel repressor, levando os infratores para as delegacias e respondendo criminalmente pelo crime de manter animais silvestres em cativeiro sem autorização (artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais).

A intenção da PM Ambiental é boa, afinal são raros os órgãos públicos que investem em educação ambiental.

Mas, sem ingenuidade: alguém não entregaria o animal a um policial e correr o risco de ser levado para uma delegacia? Lógico que essa entrega passa a ser “voluntária”. Pensando dessa forma, será que o caráter educativo da operação Resgate realmente funcionará?

A pergunta fica no ar...

- Leia a matéria completa do portal G1
- Releia o post “Operação inovadora na Paraíba contra cativeiro doméstico ilegal de fauna”, publicado pelo Fauna News em 24 de outubro de 2014

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Três anos trabalhando pela liberdade, pelos “roxinhos” e pela floresta

“O projeto de reintrodução do papagaio-de-peito-roxo no Oeste de Santa Catarina comemorou o aniversário de três anos da primeira soltura de aves nesta segunda-feira (6). Desde 2010, a espécie está sendo reintroduzida na mata. A ave é uma espécie natural da região, mas há 20 anos não era mais vista no local. "O objetivo geral do projeto é estabelecer uma população viável a longo prazo, o que faria com que as solturas não fossem mais necessárias", explica a Doutora Vanessa Kanaan, diretora técnica do Espaço Silvestre-Instituto Carijós, responsável pelo projeto.

A floresta e o pequeno papagaio-de-peito-roxo
(no galho, à direita na foto): equilíbrio
Foto: Vanessa Kanaan

O programa faz parte do primeiro projeto de reintrodução de uma espécie de ave dentro de uma unidade de conservação federal no Brasil aprovado pelo ICMBio. As aves são soltas no Parque Nacional das Araucárias. Desde o início, 43 aves foram soltas e são monitoradas periodicamente pelo Espaço Silvestre - Instituto Carijós.” – texto da matéria “Soltura de papagaios-de-peito-roxo completa três anos no Oeste de SC”, publicada em 7 de janeiro de 2014 pelo portal G1

Os papagaios-de-peito-roxo, carinhosamente chamados de “roxinhos” pela equipe do Espaço Silvestre-Instituto Carijós, que foram soltos no Parque Nacional das Araucárias forma todos vítimas do tráfico de animais. São aves que foram apreendidas e entregues ao Ibama.

“Os papagaios vivem livremente em casais ou em pequenos bandos, o que, segundo a Doutora Vanessa Kanaan, demostra que é possível reabilitar animais vítimas do tráfico, melhorando o bem-estar de indivíduos que passariam o resto da vida em cativeiro.” - texto do portal G1

Depois de soltos, papagaios são monitorados
Foto: Vanessa Kanaan

Mas a importância desse projeto não está restrita ao bem estar dos animais, com o retorno à vida livre, e ao esforço em salvar a espécie da extinção.

“(...) o trabalho também tem impacto direto na saúde da floresta, uma vez que os indivíduos soltos tem a chance de cumprir seus papeis biológicos como a dispersão de sementes e de interagir com outras espécies da fauna e flora.” – texto do G1

Floresta saudável é floresta com todos os seus bichos.

Parabéns Espaço Silvestre-Instituto Carijós.

- Leia a matéria completa do portal G1
- Conheça o Espaço Silvestre-Instituto Carijós

Cativeiro em imagem: a foto diz tudo

O clichê vale neste caso: uma imagem vale mais que mil palavras.

Foto: Divulgação PM Ambiental São Paulo

O papagaio vivia com um senhor de 79 anos que, além dessa ave, criava ilegalmente outras 13. Todas nativas.

“No dia 06 de janeiro, no município de São Carlos, uma Patrulha Ambiental atendendo denúncia de pássaros em cativeiro conseguiu, além do êxito no flagrante de crime ambiental, constatar que na residência existia uma “fábrica” de mídias piratas, principalmente DVD’s.” – texto do post “Polícia Militar Ambiental localiza fábrica de mídias piratas e animais em cativeiro”, publicada em 7 de janeiro de 2014 na página da Polícia Militar Ambiental de São Paulo no Facebook

Esse homem de 79 anos não era o responsável pela pirataria – negócio esse tocado por seu filho. Mas ele também está envolvido com uma atividade criminosa: o tráfico de animais silvestres. E o papagaio foi uma das vítimas desse mercado negro, que provavelmente o capturou ainda filhote e o vendeu.

Esse homem de 79 anos cometeu um crime ainda pior que o de seu filho. Sustentou bandidos, que traficarão outros tantos animais, e ainda manteve as aves em espaços restritos.

A imagem do papagaio dá a dimensão do crime cometido.

- Leia o post completo no Facebook

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Aumento de denúncias: será que a mentalidade está mudando?

“A maior ocorrência de denúncias anônimas da população de Ponta Grossa e região durante o ano de 2013 possibilitou a libertação de aproximadamente 450 aves silvestres mantidas em cativeiros ilegais. O crime é considerado rentável no mercado negro. As aves são valoradas pela espécie e canto. Alguns pássaros podem chegar a valer até R$ 10 mil.

Apreensão de aves em Ponta Grossa
Foto: Arquivo Diário dos Campos

"São as denúncias que nos levam a muitos cativeiros ilegais. Também realizamos patrulhamento em estradas rurais, abordagens e bloqueio em vias, encontrando outros casos. Mas a colaboração da população é fundamental", finaliza. (sub-tenente da Polícia Militar Ambiental do Paraná, Jamil Dainelli)”
– texto da matéria “Denúncias intensificam apreensões de aves silvestres”, publicada em 5 de janeiro de 2014 pelo site do jornal Diário dos Campos

Desde a Idade Média, a civilização ocidental cultiva o hábito de manter animais silvestres em cativeiro doméstico. Seja por motivos de alimentação, por companhia ou ornamento. E essa cultura chegou ao Brasil com os portugueses e demais europeus.

Os indígenas que habitavam o Brasil também mantinham animais em cativeiros nas aldeias. Ao chamados xerimbabos (em tupi, “coisa muita querida”) eram os silvestres criados como bichos de estimação.

Esses universos europeu e indígena se encontraram após 1500 e se fundiram na cultura brasileira. Até 1967, isto é, 467 anos depois do encontro das culturas, o comércio de animais silvestres foi permitido no Brasil. Somente com a Lei Federal nº 5.197, a chamada de Lei de Proteção à Fauna, é que a criação e venda sem autorização passaram a ser crimes. Nasce o tráfico de fauna.

Esse processo histórico não será revertido rapidamente. O hábito de manter silvestres em cativeiro, que alimenta boa parte do tráfico de fauna no Brasil, precisa de um sério e contínuo trabalho de educação ambiental, conscientizando a população dos problemas ambientais e de saúde pública envolvidos. A repressão, a legislação e a infraestrutura para solturas e destinação adequada dos bichos são necessários, mas sem a redução da demanda não funcionam.

As denúncias são um bom indicativo que educação ambiental tem um bom potencial para a mudança desse cenário.

- Leia a matéria completa do Diário dos Campos

Final feliz: resgatado de zoo particular, urso volta à natureza

“No último mês, um dos residentes do centro de resgate da instituição, o urso de cinco anos chamado Kudat, foi libertado e deu seus primeiros passos na floresta.

Kudat chegou à BSBCC (observação do Fauna News: Bornean Sun Bear Conservation Centre) em julho de 2010 após ele e um urso fêmea chamada Panda terem sido confinadas em um pequeno zoológico particular, na Malasia.

Kudat na floresta após solutra
Foto: Bornean Sun Bear Conservation Centre

Segundo o CEO da BSBCC e seu fundador, Wong Siew Te, os dois ursos foram aprisionados em pequenas celas de concreto e explorados sendo expostos ao público durante o dia para o entretenimento. Ambos eram mal alimentados e Kudat tinha sinais de agressão em sua pele.”
– texto da matéria “Urso-malaio é libertado e caminha na floresta pela primeira vez”, publicada em 6 de janeiro de 2014 pela Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda)

Resgate de Kudat
Foto: Bornean Sun Bear Conservation Centre

A captura e comércio de animais para confinamento em zoológicos particulares é uma das faces do tráfico de fauna. Esse tipo de mercado negro movimenta bastante dinheiro pois, muitas vezes, a demanda é por exemplares de espécies raras, ameaçadas de extinção ou que habitam locais de difícil acesso. Assim aconteceu com a ararinha-azul, capturada no sertão baiano até seu desaparecimento na natureza. Atualmente, 86 aves da espécie vivem em cativeiro de programas de conservação espalhados pelo mundo (incluindo o Brasil).

A situação dos ursos-malaios ainda tem um agravante: a exploração para extração de bile, usada na medicina tradicional asiática.

“O urso-malaio é uma das menores espécies de urso no mundo e também uma das últimas a ser descoberta, são muito difíceis de serem encontradas na natureza, mesmo tendo uma aparência indescritível. Como resultado, o número exato de sua população ainda permanece desconhecido.

Por enquanto, o que não é segredo para ninguém é que estes animais, como muitos outros no mundo, estão sob forte ameaça devido à atividade humana.

O desflorestamento, caça e a demanda para a medicina tradicional asiática (que utiliza a bílis dos ursos, além de outras comidas “exóticas” como a sopa de pata de urso, que já tem vitimado diversos destes animais), fez dos ursos-malaios animais em perigo e classificados como “vulneráveis” pela lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

Segundo a IUCN, somente em 30 anos, a população de ursos-malaios caiu para 30% no sudeste asiático, onde eles têm unicamente a floresta do Borneo como habitat natural.”
– texto da Anda

Vale destacar que no Vietnã e na China as “fazendas” de exploração de ursos para extração de bile são legalizadas. Infelizmente, pouquíssimos voltam à vida livre. Milhares permanecem explorados em cativeiros cruéis e com muita dor.

- Leia a matéria completa da Anda

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Tráfico em feiras: um mal sem fim

O comércio ilegal de animais silvestres em feiras é uma das principais faces do tráfico de fauna brasileiro. Em especial no Nordeste. Há quem diga que esse mercado negro ocorre nas feiras de todos os município da região.

Em Alagoas não é diferente.

“Mais de 60 pássaros silvestres foram apreendidos por militares do Batalhão de Polícia Ambiental de Alagoas (BPA) em feiras livres dos municípios de Maribondo, Rio Largo e no bairro da Levada, em Maceió, na manhã deste domingo (5).

Aves apreendidas em feiras de Alagoas
Foto: Divulgação PMA/AL

(...) Nos locais foram encontrados em gaiolas pássaros de diversas espécies, algumas delas ameaçadas de extinção. Ainda de acordo com o tenente, ninguém foi preso ou autuado durante a operação. Ele informou que é comum nas abordagens os comerciantes fugirem quando percebem a chegada da polícia e abandonarem as gaiolas.”
– texto da matéria “BPA apreende mais de 60 pássaros silvestres em feiras livres de Alagoas”, publicada em 5 de janeiro de 2014

Até quando o poder público irá investir (ainda que mal investido) apenas em repressão? Educação ambiental, infraestrutura para o pós-apreensão (primeiros socorros, centros de triagem, áreas de soltura, profissionais estimulados e capacitados) e investimentos sociais em áreas de captura para evitar que a pobreza incentive o envolvimento com o tráfico, além de legislação realmente punitiva, são necessários para combater esse crime contra a biodiversidade e a saúde pública com o mínimo de competência.

É tão difícil assim?

Ou é falta de interesse?

- Leia a matéria completa do portal G1