terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A falta de segurança das áreas “protegidas”: o tráfico de animais em unidades de conservação

Em agosto de 2012, foi publicado pela plataforma digital Intech - Open Science/Open Minds o livro Biodiversity enrichment in a diverse world (“Enriquecimento da biodiversidade em um mundo diverso”). Em um de seus artigos, o “Efforts to Combat Wild Animals Trafficking in Brazil” (“Esforços para o combate ao tráfico de animais silvestres no Brasil”), que foi escrito pelos integrantes da Coordenação de Fiscalização do Ibama., Guilherme Fernando Gomes Destro, Tatiana Lucena Pimentel, Raquel Monti Sabaini, Roberto Cabral Borges e Raquel Barreto, tem uma informação que chama a atenção e foi muito bem salientada pelo portal Terra:

“O Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas-Peruaçu, no norte de Minas, é dos principais focos dos traficantes. A unidade apresenta elevado grau de conservação, com mais de oito em cada dez hectares cobertos por cerrado.

No mosaico é encontrada a maioria dos animais conhecidos do Cerrado, muitos ameaçados de extinção pelo desmatamento e pelo avanço descontrolado da agropecuária e obras de infraestrutura.

"Os grandes remanescentes do País são o principal alvo da coleta ilegal de animais silvestres. O Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu é muito procurado pelos traficantes durante a reprodução anual dos psitacídeos (papagaios, araras e outras espécies de bico torto)", diz um dos autores do estudo Guilherme Gomes Destro, da Coordenação de Operações de Fiscalização do Ibama.”
– texto da matéria “Tráfico: bom estado de conservação de UC atrai traficantes”, publicada em 7 de dezembro de 2012

A matéria baseou-se na entrevista feita com Detro, já que no capítulo do livro não está citado o mosaico. Mas a situação da captura de animais por traficantes em áreas protegidas foi destacada com outra unidade de conservação (UC):

“(...) muitos animais são levados do Parque Nacional do Iguaçu e vendidos ilegalmente à luz do dia, ou levados por fornecedores para outras regiões brasileiras.”

O Parque Nacional de Iguaçu não é só cataratas
Foto: WWF-Canon/Michel Gunther

As unidades de conservação, principalmente as de proteção integral como parques, estações ecológicas e reservas biológicas, são bancos de biodiversidade. E, assim como os bancos que guardam dinheiro e são assaltados por ladrões, elas estão sendo roubadas pelos traficantes de fauna. O poder público (fiscalização do ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável pela gestão das UCs federais, e dos órgãos estaduais que têm a obrigação de zelar pelas áreas protegidas de cada Estado) está desestruturado e com déficit de pessoal. E não há sinais de mudança.

Os bancos estão com seus cofres abertos...

- Leia a matéria completa do Portal Terra
- Leia o capítulo “Efforts to Combat Wild Animals Trafficking in Brazil” (“Esforços para o combate ao tráfico de animais silvestres no Brasil”)
- Leia a matéria do site do Ibama sobre a participação de seus profissionais no livro Biodiversity enrichment in a diverse world (“Enriquecimento da biodiversidade em um mundo diverso”)

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