quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Animais apreendidos: apenas a ponta do iceberg

“Vários animais silvestres são  retirados ilegalmente do ambiente natural deles em Manaus e  sofrem com maus tratos e violência física e psicológica. O analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Diogo Faria, diz que a maior parte dos casos não chega ao conhecimento das autoridades.

Neste ano, o Ibama recebeu em seu Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), 830 animais entre aves, mamíferos, répteis e peixes. Segundo Diogo o número é “ligeiramente maior” do que em anos anteriores. Ele conta que a maior diferença é na proporção de apreensões, que aumentou bastante. Conforme Diogo Faria, 70% dos animais são de apreensão, 25% entrega espontânea e 5% de resgate.”
– texto da matéria “Sofrimento em cativeiro: animais silvestres são criados como domésticos no AM”, publicada em 4 de dezembro de 2012

O tráfico de primatas como bichos de estimação é comum na Amazônia
Foto: SOS Fauna

Ao terminar de ler esses dois primeiros parágrafos da matéria do jornal A Crítica, de Manaus, você pode achar um absurdo a quantidade de animais apreendidos apenas na capital do Amazonas. Mas, é preciso reparar e destacar parte da afirmação do funcionário do Ibama: “que a maior parte dos casos não chega ao conhecimento das autoridades.”

Como normalmente as ações de fiscalização que terminam em apreensões são motivadas por denúncias, e não por uma iniciativa própria do poder público, é preciso concordar com Faria. Os bichos recolhidos pelas autoridades representam apenas a ponta do iceberg. Imagine o que aconteceria se os órgãos de controle resolvessem apreender todos os animais que vivem ilegalmente em cativeiro?

‘“Infelizmente em Manaus,  muitos animais, principalmente macacos, papagaios, araras e periquitos, são mantidos como animais de estimação. As pessoas esquecem que eles  nunca terão uma vida plena e feliz, pois estão afastados dos outros animais e perdem sua função ecológica, como dispersão de sementes, equilíbrio da cadeia alimentar e controle de vetores de doenças”, explicou (Faria).’ – texto de A Crítica

A matéria foi além da questão dos maus-tratos e dos problemas ecológicos nos ecossistemas causados pelo cativeiro e chegou à questão das zoonoses.

“Um risco que muitas pessoas que mantém animais silvestres em casa é a transmissão de doenças graves, as  zoonoses.

O analista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Diogo Faria, cita a tuberculose, raiva, clamidiose, meningite, pneumonia e conjuntivite no leque de possibilidades. Algumas doenças inclusive não são nem conhecidas direito e o tratamento é muito difícil, já que se conhece muito pouco sobre as doenças dos animais silvestres.”
– texto de A Crítica

E saiba que mais de 180 zoonoses já foram identificadas. Então, a manutenção de animais silvestres como bichos de estimação (o que estimula o tráfico) não coloca em risco apenas o equilíbrio ambiental e o bem estar dos espécimes, mas também a sua saúde e de sua família.

Pense nisso!

- Leia a matéria completa de A Crítica

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