Na edição de 15 de fevereiro da Folha de S. Paulo, a matéria “Pinguins sem-teto são enviados para aquário dos EUA” (página C11) informa sobre a transferência de 13 pinguins-de-magalhães do Zoológico de Niterói para o aquário de Monterrey, na Califórnia. Os animais foram embarcados em um avião no sábado (dia 12) por causa da falta de condições da instituição brasileira em mantê-los em ambientes adequados. Afinal, o calor do Rio de Janeiro é muito forte para a espécie.
Foto: WikipediaA iniciativa seria digna de elogios caso não tivesse sido realizada com tanta demora. Veja o que o jornalista Marcelo Bortoloti escreve nos sexto e sétimo parágrafos da matéria:
“O destino mais comum para os pinguins que aparecem nas praias do Rio de Janeiro é a morte. Em 2009, o Zoológico de Niterói, para onde são levadas as aves recolhidas pelo Corpo de Bombeiros no Estado, recebeu cerca de mil indivíduos. Morreram 700.
Ano passado, a instituição recebeu 48 e morreram quase todos. Além dos 13 enviados agora para os Estados Unidos, restam apenas três.”
Não sei se estou sendo xiita demais, mas será que a redação da notícia não está equivocada. Nos parágrafos anteriores aos dois citados acima, o repórter descreve a viagem das aves e somente depois de informar tamanha mortandade é que o texto traz esclarecimentos com as informações do Ibama sobre a criação, em 2010, do Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães. A iniciativa do órgão ambiental tem prazo de cinco anos para identificar os motivos que fazem tantos animais dessa espécie a chegarem no Rio de Janeiro e definir uma estratégia de atuação.
Como jornalista, não pude deixar de criticar a forma como o problema foi tratado pelo jornal. Como cidadão fiquei com duas perguntas na cabeça:
- Enquanto isso o projeto não terminar seus trabalhos, quantos pingüins morrerão?
- Estou errado em crer ter havido uma demora para os órgãos públicos se mobilizarem sobre o problema?
Leia a matéria na íntegra e me ajude a responder minhas dúvidas.
Saiba mais sobre os pinguins-de-magalhães
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