Cartaz de antiga campanha no Ceará |
“Uma criança de nove anos de idade está internada em um hospital do município de Barbalha, no Cariri cearense, com suspeita de ter contraído raiva, após ser mordida por um sagui – também conhecido como sonhim.
O menino foi mordido pelo animal silvestre há 30 dias no município de Jati (a 524 quilômetros de Fortaleza). Primeiro, ele foi internado em um hospital do município vizinho de Brejo Santo, mas em seguida foi transferido para o Hospital São Vicente, em Barbalha, onde se encontra internado em coma induzido, de acordo com a direção do hospital.” – texto da matéria “Ceará tem criança com caso suspeito de raiva humana”, publicada em 7 de março de 2012 pelo site Último Segundo do portal iG
Sagui-de-tufo-branco
Foto: Henrique Dantas
Em 2010, uma criança de 11 anos morreu no município cearense de Ipu também por raiva transmitida pela mordida de um sagui. No site do Instituto Pasteur, do governo do estado de São Paulo, está publicado:
“Existem poucas informações sobre quais são os outros reservatórios silvestres no Brasil. Entre os anos de 1991 e 1998 a raiva transmitida por animais silvestres provocou a morte de treze pessoas no Ceará. Em oito desses casos, a espécie transmissora foi sabidamente o sagüi-de-tufo-branco (Callitrix jacchus jacchus). Foi o primeiro relato de um primata como transmissor da raiva humana. Em seis casos, a infecção provavelmente ocorreu quando a vítima tentava capturar o animal. Em um dos casos, o sagüi se aproximou de uma casa e atacou um dos moradores. No outro, era criado como animal de estimação.
O sagüi-de-tufo-branco também está presente no Piauí, Rio Grande do Norte e em Pernambuco. É um animal que consegue se adaptar a diferentes “habitats”, podendo ser encontrado em plantações, parques e áreas verdes de cidades.” – texto intitulado “Nem só de cão ou gato vive a raiva”, de dezembro de 2001
Mas de 180 zoonoses já foram descritas sendo as mais conhecidas:
- macacos e micos: raiva, febre amarela, hepatite, herpes simples e tuberculose;
- jabutis e lagartos: salmonelose, verminoses e micoses;
- papagaios e passarinhos: ornitose (também conhecida como “febre do papagaio”) e toxicoplasmose.
“A situação de estresse que esses animais passam durante a comercialização pode levar à queda de resistência imunológica e desenvolvimento de doenças transmitidas por estes animais, tornando-os portadores de agentes infecciosos dentro das residências” – texto do 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, publicado pela ONG Rede Nacional de Combate ao tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS) em 2011
A constatação de que as mordidas de primatas com raiva podem transmitir a doença para a população fez com que os Estados Unidos proibissem a importação desses animais para serem criados como bichos de estimação. Nos anos de 1970, um surto de salmonelose no mesmo país foi relacionado à manutenção de tartarugas em residências, que na época eram encontradas em 42% dos domicílios.
- Leia a matéria completa do site Último Segundo
- Leia o texto completo do site do Instituto Pasteur
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