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terça-feira, 10 de abril de 2012

Já que incomoda, então extermina parte 2: os quatis da Ilha do Campeche (SC)

Em 6 de abril de 2012, o Fauna News publicou “Reflexão para o fim de semana: já que incomoda, então extermina. Andorinhas são dizimadas na Bahia”, que repercutiu a morte por envenenamento de centenas de andorinhas que frequentavam a rodoviária de Ilhéus (BA). Uma empresa terceirizada contratada pela administração da rodoviária aplicou um produto para repelir morcegos e pombos, imaginando que funcionaria para qualquer ave. Mas a substância matou as andorinhas, que eram consideradas incômodas.

Algo similar parece ter ocorrido na Ilha do Campeche em Santa Catarina.

“O bichinho curioso que ganhou dos índios guarani o nome "nariz pontudo" desapareceu da Ilha do Campeche, ao Sul da Ilha de SC. Centenas de quatis que alegravam e também incomodavam turistas e nativos da região não foram mais vistos desde o começo do verão.

Os quatis desapareceram da Ilha do Campeche
Foto: Flávio Neves/Agência RBS

A Polícia Ambiental e a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) fizeram na terça-feira a primeira vistoria para apurar denúncia de suposto crime ambiental que pode resultar em prisão do responsável.

Os araçás espalhados na areia são um sinal de que não há mais quatis na Ilha do Campeche. Eram mais de 500, segundo as pessoas que trabalham ali. O silêncio predomina entre pescadores e comerciantes sobre o destino dos animais que habitavam a Mata Atlântica, a praia, roubavam sacolas dos turistas e pulavam nas mesas dos restaurantes para ganhar comida. (...)

Com garantia de anonimato, algumas pessoas contaram que os animais foram envenenados, além de degolados por armadilhas colocadas na mata, e parte foi transportada com vida até a praia da Lagoinha do Leste, perto dali. Os mortos teriam sido enterrados. Estas suposições foram relatadas às equipes da Fatma e da Polícia Ambiental que começaram a investigação na terça-feira, no local.”
– texto da matéria “Sumiço de centenas de quatis na Ilha do Campeche, em Florianópolis, está sendo apurado por Fatma e Polícia Ambiental”, publicada em 7 de março de 2012 pelo jornal Diário Catarinense

Os quatis não são nativos da ilha. Eles foram introduzidos no local há três décadas, onde se adaptaram bem, não possuem predadores e passaram a se alimentar também com ovos de pássaros como o tiê-sangue, que está ameaçado de extinção – o que passou a ser considerado um problema ambiental.

Chega um ponto em que não sei exatamente o que comentar. Infelizmente, mesmo que seja contatado o crime e seja identificado algum autor, a lei é fraca e a punição branda – que não passará de alguma transação penal com pagamento de cesta-básica ou serviço comunitário. Multas poderão ser aplicadas, mas que paga multa ambiental nesse país?

O crime ficará sem punição. Quer apostar?

- Leia a matéria completa do Diário Catarinense
- Releia “Reflexão para o fim de semana: já que incomoda, então extermina. Andorinhas são dizimadas na Bahia”, publicado em 6 de abril de 2012 pelo Fauna News

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Reflexão para o fim de semana: já que incomoda, então extermina. Andorinhas são dizimadas na Bahia

O número ainda é incerto. Há quem veicule ser 500, mas há que divulgue ser 2 mil o número de andorinhas mortas em consequência da aplicação de um gel repelente nas estruturas e telhado da rodoviária de Ilhéus, na Bahia,em 2 de abril de 2012. O produto, específico para repelir pombos e morcegos, tem em seu rótulo a proibição do uso para espantar outras espécies de aves. O resultado foi desastroso.

Andorinhas mortas em Ilhúes (BA)
Foto: A Tarde

“Várias andorinhas morreram após uma empresa terceirizada aplicar um produto tóxico na rodoviária da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia. De acordo com informações do chefe de investigação da Delegacia de Polícia Ambiental, Silvestre Ângelo, agentes foram deslocados para o local na noite de segunda-feira (2) após receber uma denúncia.

A quantidade de animais mortos ainda não pode ser definida, mas segundo a delegacia, estima-se que mais de 500 andorinhas morreram no local.”
– texto da matéria “Mais de 500 andorinhas morrem em rodoviária de Ilhéus, diz polícia”, publicada em 3 de abril de 2012 pelo portal G1

Para o site do grupo Bandeirantes (band.com.br), o número é maior:

“O Ibama e a Polícia Ambiental investigam a morte de cerca de duas mil andorinhas na rodoviária de Ilhéus, no sul da Bahia. Segundo a DPA (Delegacia de Proteção Ambiental), a empresa Só Limpo Dedetização, contratada pela administração da rodoviária, usou veneno à base de cola de forma irregular para matar os pássaros que tinham ninhos no teto da rodoviária.” – texto da matéria “Ibama investiga morte de 2 mil pássaros na BA”, publicada em 3 de abril de 2012

Segundo o site Imprensa Livre, da Bahia, a rodoviária é administrada pela empresa Pauma, de propriedade da família Carletto, cujo maior representante é o deputado estadual Ronaldo Carletto (PP), e que também é responsável pelo termina de Porto Seguro.

“A Pauma teria contratado a Só Limpo Comércio e Serviços de Dedetização Ltda para aplicar veneno mortal às aves, que estariam prejudicando o serviço de limpeza da rodoviária ilheense.” – texto da matéria “Ilheús: Pauma (do grupo Carletto) é acusada de promover matança de aves”, publicada em 4 de abril de 2012

Cerca de 100 andorinhas ainda vivas foram recolhidas pelo Ibama e encaminhadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Porto Seguro.  Representantes da Pauma afirmaram para os policiais civis que contrataram o serviço da empresa terceirizada para repelir a entrada dos animais no local, e que a intenção não era matar as aves, que passavam a noite no local. No inverno as andorinhas migram para outra região.

Animais vivos, debilitados, recolhidos pelo Ibama
Foto: Joá Souza/Agência A Tarde

Não sei o que é pior: a contratação por parte da Pauma de uma empresa de dedetização sem, com certeza, ter cogitado a hipótese de consultar um biólogo ou especialista para pensar em formas adequadas de manejo ou ignorância de uma empresa dita especializada em usar um produto destinado para pombos e morcegos contra andorinhas.

Está na embalagem, entre as “precauções”:

“Não aplicar o produto em local onde existe a possibilidade de outras espécies de aves entrarem em contato com o produto.”

O Ibama e a Delegacia de Proteção Ambiental avaliam o impacto ambiental causado e abriram processos administrativo e criminal. A multa para os responsáveis pode chegar a R$ 500 por animal morto.

- Assista ao vídeo feito por um morador:


- Assista à matéria da TV Bahia
- Leia a matéria do portal G1
- Leia a matéria do site do grupo Bandeirantes
- Leia a matéria do Imprensa Livre