Está no site da revista Veja São Paulo: “Animais exóticos são os novos bichos de estimação”. Longe do conceito usado em biologia para a palavra “exótico” (espécie que não ocorre naturalmente em determinada região), o termo usado pela revista quer dizer “diferente”. Afinal, sagüis e araras fazem parte da fauna brasileira.
Mas o que me incentivou a escrever sobre essa matéria não foi a necessidade de esclarecer o uso da palavra “exótico”. Afinal, o público heterogêneo da revista não tem a obrigação de saber o que tal palavra significa para os biólogos, por exemplo. Quero é questionar esse interesse das pessoas em criar animais silvestres como pets, como bichos de estimação.
A liberação da criação e do comércio das espécies silvestres nativas do Brasil como animais domésticos obedece à Resolução 394/07, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). De acordo com o documento, a decisão foi tomada em cumprimento à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92), para “prever, prevenir e combater na origem as causas da sensível redução ou perda da diversidade biológica”.
A intenção do Ministério do Meio Ambiente, segundo a então ministra Marina Silva, era reduzir a pressão pela captura de animais silvestres em seus hábitats. O raciocínio era simples: se os interessados em manter esses animais pudessem escolher entre exemplares legalizados e sem doenças não comprariam espécimes das mãos dos traficantes.
Mas não é isso que os registros de apreensões indicam. A quantidade de animais traficados permanece extremamente alta, com apreensões acontecendo diariamente em todo o país. Afinal não é todo mundo que prefere pagar entre R$ 6 mil e R$ 9 mil por uma arara-vermelha quando é possível obter o mesmo animal por menos da metade do preço no mercado negro.
Ainda é pequena a parcela de pessoas que, para saciar a vaidade de manter um animal silvestre em casa, prefere pagar valores tão altos. E olha que não estou entrando no debate ético sobre o prazer sádico de enjaular ou encarcerar em apartamentos e ou quintais bichos que deveriam viver livres somente em seus ecossistemas de origem; cumprindo seus papeis ecológicos.
Mas o que me incentivou a escrever sobre essa matéria não foi a necessidade de esclarecer o uso da palavra “exótico”. Afinal, o público heterogêneo da revista não tem a obrigação de saber o que tal palavra significa para os biólogos, por exemplo. Quero é questionar esse interesse das pessoas em criar animais silvestres como pets, como bichos de estimação.
Madonna: sagui que vive em apartamento em São Paulo (SP)
Foto: Fernando Moraes (Veja)
A liberação da criação e do comércio das espécies silvestres nativas do Brasil como animais domésticos obedece à Resolução 394/07, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). De acordo com o documento, a decisão foi tomada em cumprimento à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92), para “prever, prevenir e combater na origem as causas da sensível redução ou perda da diversidade biológica”.
A intenção do Ministério do Meio Ambiente, segundo a então ministra Marina Silva, era reduzir a pressão pela captura de animais silvestres em seus hábitats. O raciocínio era simples: se os interessados em manter esses animais pudessem escolher entre exemplares legalizados e sem doenças não comprariam espécimes das mãos dos traficantes.
Mas não é isso que os registros de apreensões indicam. A quantidade de animais traficados permanece extremamente alta, com apreensões acontecendo diariamente em todo o país. Afinal não é todo mundo que prefere pagar entre R$ 6 mil e R$ 9 mil por uma arara-vermelha quando é possível obter o mesmo animal por menos da metade do preço no mercado negro.
Ainda é pequena a parcela de pessoas que, para saciar a vaidade de manter um animal silvestre em casa, prefere pagar valores tão altos. E olha que não estou entrando no debate ético sobre o prazer sádico de enjaular ou encarcerar em apartamentos e ou quintais bichos que deveriam viver livres somente em seus ecossistemas de origem; cumprindo seus papeis ecológicos.
Para dimensiona o tráfico de animais no Brasil, estima-se que entre 12 milhões e 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza anualmente para abastecer o marcado de venda de espécimes, de subprodutos da fauna (peles, penas, garras, etc) e de substâncias para a pesquisa e o desenvolvimento de remédios (como os "venenos" de répteis e anfíbios).
Outro problema relacionado a manutenção de animais silvestres em meio urbano é a falta de capacidade das pessoas em criá-los. A matéria da Veja aborda essa questão e algumas de suas conseqüências:
“Abrigar um macaco em casa é bem mais complexo do que manter um cão ou um gato. O animal é muito delicado e suscetível a doenças como gripe e herpes. “Além disso, o macho pode se tornar agressivo no período reprodutivo”, alerta Cristina Marques, bióloga do setor de mamíferos do Zoológico de São Paulo. Ou seja, é preciso refletir muito sobre a compra para que o pequeno sagui não se transforme, com o perdão do trocadilho, em um grande mico. Nos anos 90, várias pessoas investiram na aquisição de ferrets, também conhecidos como furões. A moda passou rápido e boa parte deles acabou descartada por seus donos. O Parque Ecológico do Tietê é um termômetro do problema: recebe por mês cerca de 1.000 bichos de todos os tipos abandonados na capital. Depois de tratados por veterinários, eles são remanejados para criadouros especializados. “
Infelizmente, a vaidade humana (já que historicamente a criação de animais silvestres é, para muitos, símbolo de status) e uma herança cultura indígena (que mantém os xerimbabos, animais das florestas criados nas aldeias) ainda exercem forte influência no homem do século 21.
Quer desfrutar da companhia de um animal, adote cães ou gatos. Existem tantos abandonados precisando da sua ajuda.
- Conheça a Resolução 394 de 2007.
- Leia a matéria da Veja “Animais exóticos são os novos bichos de estimação”.
Outro problema relacionado a manutenção de animais silvestres em meio urbano é a falta de capacidade das pessoas em criá-los. A matéria da Veja aborda essa questão e algumas de suas conseqüências:
“Abrigar um macaco em casa é bem mais complexo do que manter um cão ou um gato. O animal é muito delicado e suscetível a doenças como gripe e herpes. “Além disso, o macho pode se tornar agressivo no período reprodutivo”, alerta Cristina Marques, bióloga do setor de mamíferos do Zoológico de São Paulo. Ou seja, é preciso refletir muito sobre a compra para que o pequeno sagui não se transforme, com o perdão do trocadilho, em um grande mico. Nos anos 90, várias pessoas investiram na aquisição de ferrets, também conhecidos como furões. A moda passou rápido e boa parte deles acabou descartada por seus donos. O Parque Ecológico do Tietê é um termômetro do problema: recebe por mês cerca de 1.000 bichos de todos os tipos abandonados na capital. Depois de tratados por veterinários, eles são remanejados para criadouros especializados. “
Infelizmente, a vaidade humana (já que historicamente a criação de animais silvestres é, para muitos, símbolo de status) e uma herança cultura indígena (que mantém os xerimbabos, animais das florestas criados nas aldeias) ainda exercem forte influência no homem do século 21.
Quer desfrutar da companhia de um animal, adote cães ou gatos. Existem tantos abandonados precisando da sua ajuda.
- Conheça a Resolução 394 de 2007.
- Leia a matéria da Veja “Animais exóticos são os novos bichos de estimação”.
0 comentários:
Postar um comentário