Sempre questiono as solturas de animais silvestres feitas imediatamente após as apreensões.
“Policiais militares da 57ª CIPM de Santo Estevão apreenderam 82 pássaros silvestres da fauna brasileira na feira livre realizada no bairro Pau de Vela.
A operação ocorreu no último final de semana e as aves foram devolvidas à natureza numa área de preservação, na localidade da Boiadeira, zona rural do município.
O subtenente Benjamim comandou a operação e informou a existência de periquito jandaia, pássaro-preto, coleira, pintassilgo, canário da terra, cardeal, vaqueiro, bigode, papa-capim, caboclinho e azulão no lote apreendido.” – texto da matéria “Operação apreende 82 aves silvestres”, publicada na Tribuna da Bahia em 20 de agosto de 2012
Faço esse questionamento elo fato de que as consequências de uma soltura sem critérios podem ser desastrosas, gerando desde a morte do animal até um desequilíbrio em algum ecossistema. Bicho apreendido tem de ser avaliado por especialistas (biólogos e veterinários). Esses profissionais podem identificar se o animal tem condição de voltar a se alimentar sozinho ou se ele está doente e corre o risco de levar agentes causadores de moléstias para um ambiente saudável.
A área de soltura também é avaliada, afinal o animal tem de viver em seu bioma de origem; em uma área com alimentação suficiente e uma população de sua espécie em um número que possa recebê-lo sem gerar uma superexploração de suas fontes de alimentos. Esses são apenas alguns pontos que são levados em consideração.
Além dos fatores técnicos, é preciso levar em conta a ação humana na região da soltura. O nível de devastação dos hábitats e o grau de proteção da região têm de ser avaliados. Afinal, não se deve soltar o bicho em uma área com a presença constante de caçadores ou traficantes de fauna.
Se isso é feito com competência? Muitas vezes não.
Será que tudo isso foi levado em conta? Com certeza não.
As intenções dos policiais militares são as melhores. Esses homens devem tomar tal decisão por duas razões: orientação ou falta de orientação de seus comandantes e, principalmente, por falta de infraestrutura do poder público em receber, avaliar e dar o destino adequado a esses animais – o que acaba deixando os policiais com um “problema” nas mãos após a apreensão.
- Leia a matéria completa da Tribuna da Bahia
“Policiais militares da 57ª CIPM de Santo Estevão apreenderam 82 pássaros silvestres da fauna brasileira na feira livre realizada no bairro Pau de Vela.
Aves apreendidas em feira em Santo Estevão (BA)
Foto: Tribuna da Bahia
A operação ocorreu no último final de semana e as aves foram devolvidas à natureza numa área de preservação, na localidade da Boiadeira, zona rural do município.
O subtenente Benjamim comandou a operação e informou a existência de periquito jandaia, pássaro-preto, coleira, pintassilgo, canário da terra, cardeal, vaqueiro, bigode, papa-capim, caboclinho e azulão no lote apreendido.” – texto da matéria “Operação apreende 82 aves silvestres”, publicada na Tribuna da Bahia em 20 de agosto de 2012
Faço esse questionamento elo fato de que as consequências de uma soltura sem critérios podem ser desastrosas, gerando desde a morte do animal até um desequilíbrio em algum ecossistema. Bicho apreendido tem de ser avaliado por especialistas (biólogos e veterinários). Esses profissionais podem identificar se o animal tem condição de voltar a se alimentar sozinho ou se ele está doente e corre o risco de levar agentes causadores de moléstias para um ambiente saudável.
A área de soltura também é avaliada, afinal o animal tem de viver em seu bioma de origem; em uma área com alimentação suficiente e uma população de sua espécie em um número que possa recebê-lo sem gerar uma superexploração de suas fontes de alimentos. Esses são apenas alguns pontos que são levados em consideração.
Além dos fatores técnicos, é preciso levar em conta a ação humana na região da soltura. O nível de devastação dos hábitats e o grau de proteção da região têm de ser avaliados. Afinal, não se deve soltar o bicho em uma área com a presença constante de caçadores ou traficantes de fauna.
Se isso é feito com competência? Muitas vezes não.
Será que tudo isso foi levado em conta? Com certeza não.
As intenções dos policiais militares são as melhores. Esses homens devem tomar tal decisão por duas razões: orientação ou falta de orientação de seus comandantes e, principalmente, por falta de infraestrutura do poder público em receber, avaliar e dar o destino adequado a esses animais – o que acaba deixando os policiais com um “problema” nas mãos após a apreensão.
- Leia a matéria completa da Tribuna da Bahia
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