Em 22 de novembro de 2012, a seguinte mensagem que chegou na página do Fauna News no Facebook (www.facebook.com/faunanews):
“Oi, eu estou com um tamanduazinho fillhote de mais ou menos uns três meses. Estou cuidando dele, mais agora ele não pega mais a mamadeira e já liguei para Florestal e eles não podem leva-lo a São Vicente, que tem um hospital que cuida de animais silvestres filhotes. Não sei o que faço.”
A mensagem foi enviada pela técnica de enfermagem Jasmini Franco Rocha, de 18 anos. Moradora de Iguape (SP), ela conta que em 4 de outubro, um amigo de seu pai encontrou o filhote de tamanduá-mirim fêmea em uma estrada. O animal lhe foi entregue e ela passou a cuidar dele.
Mas, agora em novembro, a filhote parou de se alimentar com as mamadeiras dadas por Jasmini. Preocupada, ela ligou para a Polícia Militar Ambiental que teria alegado não ter como fazer o transporte. Por sorte, o animal voltou a se alimentar e, em 27 de novembro, a técnica de enfermagem foi até o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Refúgio Mata Atlântica LELLO – Unimonte, em São Vicente, e entregou o tamanduá-mirim.
A experiência de Jasmini serve de lição para todos nós. Por mais que o animal seja belo e nos atraia com seu carisma (ainda mais os filhotes), seu lugar é na natureza. E, mesmo com toda a dedicação e amor, quem não tem experiência e conhecimento para criar um animal silvestre pode acabar prejudicando o bichinho. Alimentação inadequada, ambiente inadequado, condições sanitárias inadequadas e uma série de inadequações podem levar a problemas sérios. Tanto para o animal (que pode adoecer), quanto para as pessoas (com zoonoses e com a agressividade do bicho).
Jasmini escreveu para o Fauna News sobre sua experiência com Princesa, forma com que ela tratava a fêmea de tamanduá-mirim.
“Conhecer a minha Princesa foi tudo.
Quando fiquei sabendo que um amigo do meu pai havia achado um filhote de tamanduá-mirim, fiquei louca e logo quis criá-la (risos).
Foto: Arquivo pessoal
Foi assim que começou. Eu acordava na madrugada para alimentá-la, afinal ela era um bebezinho que mamava de três em três horas. Eu a cobria e ficava com minhas mãos em cima dela para ela poder dormir. Caso contrário, ela não dormiria.
O tempo foi passando e ela cada vez maior e ainda mamando. Como sei que é ilegal criar um animal silvestre em casa, procurei a polícia florestal, mas não me deram assistência nenhuma. Um dia, ela acabou comendo algo no chão que não fez bem e ficou dois dias sem se alimentar absolutamente de nada. Isso acabou comigo. Preocupei-me demais, entrei em desespero achando que ela iria morrer. Afinal, ela era o meu bebezinho.
Então descobri o Cetas, uma instituição em São Vicente que cuida desses tipos de animaizinhos para depois soltá-los em seu hábitat ou mandá-los para um zoológico.Com muita dor no coração, lá fui eu entregar aquilo que criei por dois meses e meio com todo amor, carinho e dedicação. Lembro-me como se fosse exatamente agora: a entreguei nos braços do responsável do Cetas e me pus a chorar quando ela me olhou. Parece drama demais, mas foi horrível ter que me despedir daquilo que cuidei tanto, com tanto zelo.
Quando a colocaram em seu quartinho, eu me aproximei e ela veio logo em minha direção como se já tivesse sentindo meu cheiro. Com meus olhos cheios de lágrimas, me abaixei e a beijei pedindo para que Deus a protegesse. Ela subiu a grade toda para vir em meu colo e ficou me olhando ir embora.
Sei que foi o melhor pra ela, mas vou sentir muita falta. Foi um pedacinho de mim que se foi, né? Só que lá é o lugarzinho dela e eu preciso me conformar.
A amarei para sempre.”
“Oi, eu estou com um tamanduazinho fillhote de mais ou menos uns três meses. Estou cuidando dele, mais agora ele não pega mais a mamadeira e já liguei para Florestal e eles não podem leva-lo a São Vicente, que tem um hospital que cuida de animais silvestres filhotes. Não sei o que faço.”
Jasmini e Princesa
Foto: Arquivo pessoal
A mensagem foi enviada pela técnica de enfermagem Jasmini Franco Rocha, de 18 anos. Moradora de Iguape (SP), ela conta que em 4 de outubro, um amigo de seu pai encontrou o filhote de tamanduá-mirim fêmea em uma estrada. O animal lhe foi entregue e ela passou a cuidar dele.
Mas, agora em novembro, a filhote parou de se alimentar com as mamadeiras dadas por Jasmini. Preocupada, ela ligou para a Polícia Militar Ambiental que teria alegado não ter como fazer o transporte. Por sorte, o animal voltou a se alimentar e, em 27 de novembro, a técnica de enfermagem foi até o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Refúgio Mata Atlântica LELLO – Unimonte, em São Vicente, e entregou o tamanduá-mirim.
A experiência de Jasmini serve de lição para todos nós. Por mais que o animal seja belo e nos atraia com seu carisma (ainda mais os filhotes), seu lugar é na natureza. E, mesmo com toda a dedicação e amor, quem não tem experiência e conhecimento para criar um animal silvestre pode acabar prejudicando o bichinho. Alimentação inadequada, ambiente inadequado, condições sanitárias inadequadas e uma série de inadequações podem levar a problemas sérios. Tanto para o animal (que pode adoecer), quanto para as pessoas (com zoonoses e com a agressividade do bicho).
Jasmini escreveu para o Fauna News sobre sua experiência com Princesa, forma com que ela tratava a fêmea de tamanduá-mirim.
“Conhecer a minha Princesa foi tudo.
Quando fiquei sabendo que um amigo do meu pai havia achado um filhote de tamanduá-mirim, fiquei louca e logo quis criá-la (risos).
Foto: Arquivo pessoal
Foi assim que começou. Eu acordava na madrugada para alimentá-la, afinal ela era um bebezinho que mamava de três em três horas. Eu a cobria e ficava com minhas mãos em cima dela para ela poder dormir. Caso contrário, ela não dormiria.
O tempo foi passando e ela cada vez maior e ainda mamando. Como sei que é ilegal criar um animal silvestre em casa, procurei a polícia florestal, mas não me deram assistência nenhuma. Um dia, ela acabou comendo algo no chão que não fez bem e ficou dois dias sem se alimentar absolutamente de nada. Isso acabou comigo. Preocupei-me demais, entrei em desespero achando que ela iria morrer. Afinal, ela era o meu bebezinho.
Então descobri o Cetas, uma instituição em São Vicente que cuida desses tipos de animaizinhos para depois soltá-los em seu hábitat ou mandá-los para um zoológico.Com muita dor no coração, lá fui eu entregar aquilo que criei por dois meses e meio com todo amor, carinho e dedicação. Lembro-me como se fosse exatamente agora: a entreguei nos braços do responsável do Cetas e me pus a chorar quando ela me olhou. Parece drama demais, mas foi horrível ter que me despedir daquilo que cuidei tanto, com tanto zelo.
Quando a colocaram em seu quartinho, eu me aproximei e ela veio logo em minha direção como se já tivesse sentindo meu cheiro. Com meus olhos cheios de lágrimas, me abaixei e a beijei pedindo para que Deus a protegesse. Ela subiu a grade toda para vir em meu colo e ficou me olhando ir embora.
Apesar da vontade de criar Princesa, Jasmini tomou a decisão certa
Foto: Arquivo pessoalSei que foi o melhor pra ela, mas vou sentir muita falta. Foi um pedacinho de mim que se foi, né? Só que lá é o lugarzinho dela e eu preciso me conformar.
A amarei para sempre.”
Princesa está no Cetas de São Vicente
Foto: Arquivo pessoal
2 comentários:
Maravilha de ação!!!
Felipe
Maravilha de ação, parabéns!
Felipe
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