sexta-feira, 12 de abril de 2013

Tráfico mata traficante de animais: zoonose

O envolvimento com o tráfico de animais foi fatal para um morador do Piauí.

“A Secretaria Municipal de Saúde de Parnaíba, região do litoral piauiense, registrou um óbito humano pelo vírus da raiva no mês passado. A vítima foi um homem de 32 anos de idade, mordido no dedo da mão por um sagui (Callithrix sp). Atendendo a solicitação da Secretaria de Saúde, veterinários do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama no Piauí estiveram no local para orientar a população sobre os riscos de transmissão das zoonoses, quando da captura e criação ilegal de espécimes silvestres.

A mordida de um sagui transmitiu raiva para o traficante de animais
Foto: Henrique Dantas

Segundo relato dos técnicos da saúde, a vítima tinha o hábito de capturar esses animais para amansá-los e, posteriormente, vendê-los como de estimação para as pessoas da cidade. O paciente procurou o atendimento antirrábico somente cerca de 20 dias após a mordedura, já com sinais de dor e parestesia no braço direito, agravando-se, dias depois, para um quadro neurológico irreversível.” – texto da matéria de divulgação do Ibama, publicado em 2 de abril de 2013 pelo site do órgão

Mais de 180 zoonoses já foram descritas sendo as mais conhecidas:

- macacos e micos: raiva, febre amarela, hepatite, herpes simples e tuberculose;
- jabutis e lagartos: salmonelose, verminoses e micoses;
- papagaios e passarinhos: ornitose (também conhecida como “febre do papagaio”) e toxicoplasmose.

“A situação de estresse que esses animais passam durante a comercialização pode levar à queda de resistência imunológica e desenvolvimento de doenças transmitidas por estes animais, tornando-os portadores de agentes infecciosos dentro das residências” – texto do 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, publicado pela ONG Rede Nacional de Combate ao tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS) em 2011

A constatação de que as mordidas de primatas com raiva podem transmitir a doença para a população fez com que os Estados Unidos proibissem a importação desses animais para serem criados como bichos de estimação. Nos anos de 1970, um surto de salmonelose no mesmo país foi relacionado à manutenção de tartarugas em residências, que na época eram encontradas em 42% dos domicílios.
Vale a pena colocar em risco sua saúde e sua vida para manter um animal silvestre como bicho de estimação?

- Leia o texto completo do Ibama
- Conheça a Renctas

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