sexta-feira, 6 de julho de 2012

Reflexão para o fim de semana: crocodilo de zoológico vivia no lixo?

Zoológicos devem ser locais para educação ambiental e, principalmente, para conservação de espécies em risco de extinção. Mas nem sempre é isso que acontece.

“O ambientalista francês Aurélien Brulé e seu filho inspecionam o crocodilo sem dentes batizado de Hollande, nome do presidente da França eleito recentemente, François Hollande. O réptil de 4,5 metros foi resgatado de um poço com lixo em um zoológico da ilha de Bornéu, na parte pertencente à Indonésia, e levado a um santuário de animais.” – texto-legenda entitulado “Crocodilo banguela é resgatado de poço com lixo em zoo indonésio”, publicado em 3 de julho de 2012 pelo portal G1

Resgate do crocodilo na Indonesia
Foto: Romeo Gacad/AFP

Imediatamente, fiz a pergunta: o animal vivia em um poço com lixo? Sim, isso mesmo. A instituição estatal estava abandonada.

E o caso não é tão incomum assim. Vale lembrar o caso do zoolócio do Cattoni-Tur Hotel, no centro de Salete (SC).

“O rugido insistente de um leão se tornou comum em meio à paisagem de araucárias do interior de Santa Catarina nas últimas semanas.

"É por causa da fome", diz a voluntária Sílvia Pompeu, enquanto joga um pedaço de carne para o animal de aparência esquelética, que devora o alimento em segundos. Macacos apáticos em jaulas imundas observam a cena.

Macacos estavam entre os animais abandonados em Salete
Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

Eles e outras dezenas de bichos são os sobreviventes do zoológico do Cattoni-Tur Hotel, no centro de Salete (a 260 km de Florianópolis).

Segundo o Ibama, o local foi praticamente abandonado pelo dono, Azodir Cattoni, após o órgão interditá-lo, em dezembro. Desde então, os bichos passaram a comer cada vez menos. Tigres que recebiam 14 kg de carne a cada dois dias passaram a ter dois frangos.

A eletricidade foi cortada. E sem as cercas elétricas, uma onça já pulou na jaula dos leões e foi morta. "Todo mundo corre risco de morte", disse a analista ambiental do Ibama Gabriela Breda, que circula armada pelo zoo.

Instalado num antigo seminário, o hotel-zoo foi aberto em 2007 e passou a acumular legalmente enorme quantidade de bichos. Havia mais exemplares de certas espécies do que no zoo paulistano.

"Vinham de apreensões ou foram abandonados por circos", disse Elenice Franco, do Ibama. Segundo o órgão, os recintos são inadequados, e o acúmulo se refletiu no índice de mortalidade, que alcançou 80%. O aceitável seria até 20%.

Dos 1.100 animais que entraram lá, só 214 estavam vivos na interdição, decidida após a fuga da elefante Carla, que saiu em disparada pelas ruas e só foi capturada horas depois - hoje ela vive no Rio.”
– texto da matéria “Famintos, animais definham em zoológico do interior de SC”, publicada em 10de abril de 2012 pela Folha de S. Paulo

De acordo com o presidente da Sociedade de Zoológicos do Brasil (SZB), Luiz Antonio da Silva Pires, existem no país cerca de 120 zoológicos, responsáveis por 40 mil animais. Será que todas as instituições trabalham com responsabilidade e garantem e bem-estar dos bichos?

Ainda em tempo: ninguém publicou nada sobre a falta de dentes do crocodilo. Qual será o motivo?

- Veja a publicação do G1
- Leia a matéria completa da Folha de S. Paulo
- Conheça a Sociedade de Zoológicos do Brasil (SZB)

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