Coruja-orelhuda sendo solta após resgate e tratamento
Foto: Divulgação PlanetVet
Comparando-se o primeiro semestre de 2011 com o mesmo período de 2012, a ONG Mata Ciliar, que atua recolhendo animais de Campinas e região, observou um aumento de 85% no resgate de tais animais. Em 2011, a ONG recebeu 1.793 animais silvestres, dos quais 763 puderam ser soltos após reabilitação. A porcentagem de soltura foi de 42%. Já nos sete meses de 2012, foram 772 animais recebidos e 288 soltos - uma porcentagem de soltura de 38%.” – texto da matéria “Resgate de animais silvestres aumenta 85% no ano”, publicada em 16 de julho de 2012 pelo site rac.com.br (Rede Anhanguera de Comunicação, de Campinas e região)
Esse fenômeno do crescimento urbano desordenado, aliado à falta de planejamento na construção de rodovias e implantação de propriedades rurais, está acabando com as matas e fragmentando as poucas existentes. Dessa forma, os animais perdem sua área de alimentação e busca por parceiros para reprodução, obrigando-os a se arriscar em travessias de estradas, no contato com a rede elétrica e em vagar pelos trechos urbanos dos municípios.
O resultado está nos números divulgados pela Associação Mata Ciliar. E a situação vai piorar, já que providências efetivas pelo poder público, tanto na ação efetiva de soluções como na implantação de projetos de educação ambiental para a população.
“'Infelizmente, tem sido sempre uma crescente', diz o médico veterinário Diogo Ribeiro Siqueira, diretor do Planet Vet, entidade que recolhe cerca de 270 animais por mês na região. 'Como as cidades têm crescido de forma desordenada, incluindo-se aí a construção de condomínios e de chácaras em áreas inapropriadas, cada vez mais os animais vêm perdendo seu espaço e, por isso, são obrigados a migrar para tentar sobreviver', explica Siqueira.” – texto do rac.com.br
Gambá teve lingua perfurada com anzol durante tentativa de resgate feita por pessoas não treinadas
Foto: PlanetVet
E esse problema não afeta somente os animais. As pessoas passam a ficar expostas ao contato direto com os bichos, sujeitas portanto a serem mordidas (principalmente em quem tentar realizar alguma captura e não tiver capacitação e equipamentos adequados para tal) e aos riscos de zoonoses.
Portanto, senhores do poder público, a vida dos animais e a saúde dos cidadãos dependem muito de ações responsáveis e, sobretudo, de planejamento. Corredores de fauna, planos diretores sustentáveis, educação ambiental, equipes de fiscalização ambiental treinadas, motivadas e equipadas, atenção para as rodovias, a rede elétrica e as lavouras (queimadas agrícolas) e a criação de mais unidades de conservação são apenas alguns pontos que devem ser trabalhados.
Mãos à obra!
Comentário final: no primeiro parágrafo, o jornalista da Rede Anhanguera de Comunicação escreveu que os animais silvestres estão invadindo casas. Quem está invadindo a casa de quem?
- Leia a matéria completa do rac.com.br
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