“Estimativa de Alex Bager, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), ligado à Universidade Federal de Lavras, indica que 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados nas estradas brasileiras anualmente. “O que está acontecendo é um verdadeiro massacre contra a fauna”, afirma.
Bager se baseou em taxas de atropelamento de 14 artigos científicos, abrangendo 9 estados do Brasil. Os dados foram extrapolados para toda a malha de estradas do Brasil (1,7 milhão de quilômetros), considerando as diferenças entre elas (de terra ou de asfalto, federal, estadual ou municipal). “Ainda trabalhei com outros fatores de correção, pois sabemos que estradas com maior fluxo de veículos têm mais atropelamentos. Também considerei o número de veículos de cada estado em relação à extensão das rodovias”. – texto da matéria Massacre nas estradas, publicada na edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente
O número pode parecer um exagero. Mas não é. Em outros países, a realidade também é alarmante.
“Pesquisa da década de 1960 nos Estados Unidos já alertava para o problema: 365 milhões de animais eram mortos em atropelamentos por ano. Na Espanha, dados dos anos 90 revelam a perda de 100 milhões de bichos anualmente, enquanto na Alemanha o número estimado entre 1987 e 1988 foi de 32 milhões.” – texto da Terra da Gente
A simples construção de uma estrada já altera bastante o ecossistema que corta. E não somente por causa dos atropelamentos. As pistas passam a ser obstáculos para migrações, em rotas de alimentação e na busca por parceiros para reprodução. As pistas atraem gente e criam um processo de urbanização. O desmatamento passa a ser uma realidade, o que para a fauna significa perda de hábitat.
A circulação de veículos está acompanhada de poluições: a sonora, espantando os animais e confundindo a comunicação entre eles, a atmosférica, com as emissões dos escapamentos, a química, com o óleo e o combustível derramados no solo. São apenas exemplos. O problema e bastante complexo.
Mas os atropelamentos são, talvez, a face mais brutal do conflito estradas X fauna. Anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos são a maioria das vítimas. A imprensa noticia quando onças, tamanduás, lobos-guarás e animais grandes tombam mortos.
Quem nunca viu uma triste cena dessas?
O poder público começa a se mobilizar para reduzir os atropelamentos, mas ainda só enxerga adequações de infraestrutura. Placas, passagens de fauna e cercas não vão resolver. Falta informar os motoristas e conscientizá-los sobre o problema.
- Leia a matéria completa da revista Terra da Gente
Onça-parda atropelada em 2009 na via Anhanguera (SP); animal se recuperou, foi solto e morreu atropelado em 2012
Foto: CCR AutoBAn/Divulgação
Bager se baseou em taxas de atropelamento de 14 artigos científicos, abrangendo 9 estados do Brasil. Os dados foram extrapolados para toda a malha de estradas do Brasil (1,7 milhão de quilômetros), considerando as diferenças entre elas (de terra ou de asfalto, federal, estadual ou municipal). “Ainda trabalhei com outros fatores de correção, pois sabemos que estradas com maior fluxo de veículos têm mais atropelamentos. Também considerei o número de veículos de cada estado em relação à extensão das rodovias”. – texto da matéria Massacre nas estradas, publicada na edição de maio de 2013 da revista Terra da Gente
O número pode parecer um exagero. Mas não é. Em outros países, a realidade também é alarmante.
“Pesquisa da década de 1960 nos Estados Unidos já alertava para o problema: 365 milhões de animais eram mortos em atropelamentos por ano. Na Espanha, dados dos anos 90 revelam a perda de 100 milhões de bichos anualmente, enquanto na Alemanha o número estimado entre 1987 e 1988 foi de 32 milhões.” – texto da Terra da Gente
Capivara atravessando a BR-471, na Estação Ecológica do Taim (RS)
Foto: Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas
A simples construção de uma estrada já altera bastante o ecossistema que corta. E não somente por causa dos atropelamentos. As pistas passam a ser obstáculos para migrações, em rotas de alimentação e na busca por parceiros para reprodução. As pistas atraem gente e criam um processo de urbanização. O desmatamento passa a ser uma realidade, o que para a fauna significa perda de hábitat.
A circulação de veículos está acompanhada de poluições: a sonora, espantando os animais e confundindo a comunicação entre eles, a atmosférica, com as emissões dos escapamentos, a química, com o óleo e o combustível derramados no solo. São apenas exemplos. O problema e bastante complexo.
Mas os atropelamentos são, talvez, a face mais brutal do conflito estradas X fauna. Anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos são a maioria das vítimas. A imprensa noticia quando onças, tamanduás, lobos-guarás e animais grandes tombam mortos.
Quem nunca viu uma triste cena dessas?
O poder público começa a se mobilizar para reduzir os atropelamentos, mas ainda só enxerga adequações de infraestrutura. Placas, passagens de fauna e cercas não vão resolver. Falta informar os motoristas e conscientizá-los sobre o problema.
- Leia a matéria completa da revista Terra da Gente
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