“O comandante do Polícia Militar Ambiental, Milton Sussumo Nomura, destacou a importância da gestão da fauna. “Apreendemos mais de 30 mil animais silvestres por ano, mas não tínhamos um programa de destinação adequado. Começamos hoje a desatar um nó e a resolver um dos principais problemas ambientais de São Paulo”, disse. A expectativa do PAmb é que com o programa o número de animais apreendidos aumente para entre 40 mil e 50 mil anualmente.” – texto da matéria de divulgação “Encontro discute soluções para destinação da fauna silvestre”, publicada pelo site da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo em 5 de outubro de 2012 sobre o “I Encontro Estadual de Destinação de Fauna Silvestre”
A situação hoje e a seguinte: dos 30 mil animais apreendidos em São Paulo anualmente, a maior parte não retorna à vida livre. A matéria escrita pela Secretaria do Meio Ambiente paulista parece não levar em consideração que boa parte dos animais recolhidos não são dos biomas existentes em São Paulo (Mata Atlântica e Cerrado) ou não são nativos dos ecossistemas do território paulista.
Assim, os animais que tiverem condições de voltar à vida livre teriam de ser levados para suas regiões de origem e, depois de readaptados, soltos.
“Frequentemente animais silvestres provenientes do tráfico ou vítimas de atropelamentos, queimadas e choques elétricos são apreendidos ou resgatados pela Polícia Militar Ambiental (PAmb). Após a recuperação e reabilitação, eles devem ser reintegrados a natureza, garantindo o equilíbrio do meio ambiente e uma vida digna aos animais.
No entanto, provenientes de cativeiro, a reintrodução desses animais em seu habitat natural sem readaptação é proibida e perigosa. Desacostumados a caçar e a se defender de predadores naturais, eles precisam de cuidados especiais e um bom trabalho de readaptação que os permita aflorar seus instintos. Sem esse tratamento, eles podem morrer de fome ou prejudicar a fauna silvestre já presente no local.
É a esses animais que os estabelecimentos de triagem, recepção e áreas de soltura e monitoramento se destinam. Nos CETAS e CRAS os animais recebem tratamento veterinário e biológico adequados até que estejam em condições de voltar à vida silvestre. Readaptados, os animais são soltos nas ASM, áreas próprias, onde são monitorados e a soltura é controlada.” – texto da Secretaria do Meio Ambiente
Faço as seguintes perguntas: as áreas de soltura das espécies não nativas (exóticas) não vão estar no estado de São Paulo, certo? Então, como será acertado o fluxo de saída e soltura desses animais para que os Cetas e os Cras, bem como os criadouros credenciados, não virem depósitos de bichos? Sem essa resposta, não há política pública pós-apreensão com sucesso.
A recepção, os cuidados e os trabalhos de preparação para solturas são caros e demorados. É por isso que a União, os estados e os municípios não investem no retorno à natureza e o pouco que gastam nessa área é voltado para manter um sistema de criadouros (cativeiro).
Não vi na matéria da Secretaria do Meio Ambiente nenhuma solução para a devolução dos animais aos seus biomas de origem.
Agora, imagine o que irá acontecer se a expectativa da quantidade de apreensões do comandante do Polícia Militar Ambiental, Milton Sussumo Nomura, acontecer?
Ainda em tempo:
“Caso não haja viabilidade de recondução ao hábitat ou a cativeiros cadastrados, Bressan (diretor-presidente da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Paulo Bressan) defende a eutanásia. "É uma questão polêmica. Como veterinário, não é uma decisão que gosto de tomar, mas não há motivo para prolongar a vida de animais estocados."” – texto da matéria “SP quer centro para readaptar silvestres”, publicada em 7 de outubro de 2012 pelo jornal O Estado de S. Paulo
Pelo que entendi, se o Estado não tiver condições de cuidar dos animais (seja ajudando no retorno à vida livre ou mantendo em cativeiros adequados) a solução será matar.
Já que não se pode curar, que se mate o paciente.
- Leia a matéria completa da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
- Leia a matéria completa de O Estado de S. Paulo
A situação hoje e a seguinte: dos 30 mil animais apreendidos em São Paulo anualmente, a maior parte não retorna à vida livre. A matéria escrita pela Secretaria do Meio Ambiente paulista parece não levar em consideração que boa parte dos animais recolhidos não são dos biomas existentes em São Paulo (Mata Atlântica e Cerrado) ou não são nativos dos ecossistemas do território paulista.
Tucano na Divisão de Fauna da Prefeitura de São Paulo, no Ibirapurea
Foto: Clayton de Souza/AE
Assim, os animais que tiverem condições de voltar à vida livre teriam de ser levados para suas regiões de origem e, depois de readaptados, soltos.
“Frequentemente animais silvestres provenientes do tráfico ou vítimas de atropelamentos, queimadas e choques elétricos são apreendidos ou resgatados pela Polícia Militar Ambiental (PAmb). Após a recuperação e reabilitação, eles devem ser reintegrados a natureza, garantindo o equilíbrio do meio ambiente e uma vida digna aos animais.
No entanto, provenientes de cativeiro, a reintrodução desses animais em seu habitat natural sem readaptação é proibida e perigosa. Desacostumados a caçar e a se defender de predadores naturais, eles precisam de cuidados especiais e um bom trabalho de readaptação que os permita aflorar seus instintos. Sem esse tratamento, eles podem morrer de fome ou prejudicar a fauna silvestre já presente no local.
É a esses animais que os estabelecimentos de triagem, recepção e áreas de soltura e monitoramento se destinam. Nos CETAS e CRAS os animais recebem tratamento veterinário e biológico adequados até que estejam em condições de voltar à vida silvestre. Readaptados, os animais são soltos nas ASM, áreas próprias, onde são monitorados e a soltura é controlada.” – texto da Secretaria do Meio Ambiente
Faço as seguintes perguntas: as áreas de soltura das espécies não nativas (exóticas) não vão estar no estado de São Paulo, certo? Então, como será acertado o fluxo de saída e soltura desses animais para que os Cetas e os Cras, bem como os criadouros credenciados, não virem depósitos de bichos? Sem essa resposta, não há política pública pós-apreensão com sucesso.
A recepção, os cuidados e os trabalhos de preparação para solturas são caros e demorados. É por isso que a União, os estados e os municípios não investem no retorno à natureza e o pouco que gastam nessa área é voltado para manter um sistema de criadouros (cativeiro).
Não vi na matéria da Secretaria do Meio Ambiente nenhuma solução para a devolução dos animais aos seus biomas de origem.
Agora, imagine o que irá acontecer se a expectativa da quantidade de apreensões do comandante do Polícia Militar Ambiental, Milton Sussumo Nomura, acontecer?
Ainda em tempo:
“Caso não haja viabilidade de recondução ao hábitat ou a cativeiros cadastrados, Bressan (diretor-presidente da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Paulo Bressan) defende a eutanásia. "É uma questão polêmica. Como veterinário, não é uma decisão que gosto de tomar, mas não há motivo para prolongar a vida de animais estocados."” – texto da matéria “SP quer centro para readaptar silvestres”, publicada em 7 de outubro de 2012 pelo jornal O Estado de S. Paulo
Pelo que entendi, se o Estado não tiver condições de cuidar dos animais (seja ajudando no retorno à vida livre ou mantendo em cativeiros adequados) a solução será matar.
Já que não se pode curar, que se mate o paciente.
- Leia a matéria completa da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
- Leia a matéria completa de O Estado de S. Paulo
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