sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Reflexão para o fim de semana: transformar mangue em porto. Progresso?

O projeto da construção de um porto para embarque de minério de ferro em uma área de 1,9 km² de mangue chamada Largo Santa Rita, em Santos (SP), motivou o Ministério Público Federal a encaminhar à Justiça na última semana uma ação civil pública para tentar impedir a obra. Detalhe: em abril de 2011 o Ibama concedeu a licença prévia (a primeira de uma série de três até a operação).

Largo Santa Rita: hábitat de mais de 20 espécies de aves ameaçadas
Foto: Divulgação / Coletivo Ambientalista de São Paulo

‘“Naquele local existem remanescentes especiais de Mata Atlântica, que desempenham funções ambientais excepcionais. São áreas de proteção de espécies ameaçadas e que estão no entorno do Parque Estadual da Serra do Mar. É um corredor ecológico importante para preservação da fauna e flora da região”, disse o procurador (procurador da República Luís Eduardo Marrocos de Araújo) ao Globo Natureza.’ – texto da matéria “Justiça quer impedir construção de porto de R$ 1,5 bilhão em Santos, SP”, publicada em 15 de fevereiro de 2012 pelo portal G1

Para o doutor em zoologia pela Universidade Estadual de São Paulo, Fábio Olmos, o “Largo Santa Rita é um dos maiores complexos de mangue do Sudeste do Brasil. É uma áreas de águas rasas e bancos de sedimentos, com grandes bancos de mexilhões, algas e uma fauna rica de crustáceos e pequenos peixes que servem de alimento para aves”. Dentre as mais de 20 espécies de aves consideradas ameaçadas de extinção que utilizam o local como hábitat, dele destaca o guará-vermelho (Eudocimus ruber).

Orçado em R$ 1,5 bilhão, o porto privado será chamado “Terminal Brites” e será operado pela Vetria Mineração (consórcio formado pela América Latina Logística (ALL), a Triunfo Participações e Investimentos e a Vetorial Mineração).

Projeção de como a região ficará entre 2015 e 2016
Foto: Reprodução site Vetria Mineração

Além da importância ecológica da área de mangue, destaco um bom argumento de Olmos: o atual porto de Santos (ao lado do Largo Santa Rita) é ineficiente e tem potencial para ser mais bem utilizado.

Essa luta me lembra a usina nuclear Angra 3, que está em andamento. Há mobilizações para tentar parar as obras e a emissão das licenças, mas o projeto continua de pé. Enquanto isso, a estrutura não-nuclear de geração de eletricidade continua sem ter seu potencial totalmente utilizado, bastando para isso investimentos na modernização de equipamentos e processos.

- Leia a matéria completa do portal G1
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