“Existe hoje, no Piauí, mais de um milhão de animais silvestres em cativeiro sendo vítimas de maus-tratos e muitos até morrendo devido às péssimas condições em que estão sendo mantidos, em gaiolas minúsculas, amarrados em árvores ou até mesmo presos em buracos sem ver a luz do sol durante várias horas. O levantamento é do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Piauí com base na população do Estado e no número de animais apreendidos nos últimos tempos, onde a média por traficante é muito grande e nunca menos de um animal.” – texto da matéria “Levantamento da Polícia aponta PI com 1 milhão de animais presos”, publicada em 9 de abril de 2012 pelo site 180 Graus
“O tenente-coronel Renato Alves afirmou que os animais silvestres aprisionados equivalem a um terço da população do Piauí, que é de 3,119 milhões.” – texto da matéria “Polícia apreende 50 animais silvestres e existe 1 milhão de animais presos”, publicada em 2 de abril de 2012 na coluna de Efrém Ribeiro no site Meionorte.com
Você ficou assustado com o número?
Pois saiba que, de acordo com estimativa da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), 38 milhões de animais (excluindo-se peixes e invertebrados) são retirados da natureza por ano para abastecer o tráfico de fauna.
“Segundo informações do tenente-coronel Renato Alves, comandante do Batalhão, na última operação realizada em quatro municípios do Médio Parnaíba, dentre eles Agricolândia, foram apreendidos 132 animais, a maioria aves como marrecos, além de 15 cotias, um filhote de tamanduá e aves como bigodes, canários, papa-capins, dentre outros. "Eram tantas gaiolas que não deram para trazer todos e uma parte foi solta logo nas matas da região onde foram apreendidas", disse o militar.” – texto do site 180 Graus
Devo parabenizar a ação do Batalhão Ambiental, mas faço duas considerações.
Primeiramente, o tenente-coronel Renato Alves com certeza sabe que o combate ao tráfico de animais é um trabalho sem fim. Digo isso porque não há, em nenhum Estado brasileiro, um trabalho efetivo de educação e conscientização da população para o problema. Dessa forma, esse hábito cruel e perigoso (já que o risco das zoonoses é grande) tende a continuar existindo. Havendo demanda, haverá quem venda.
A outra consideração é a aparente falta de estrutura do Batalhão para combater esse crime. A quantidade de animais a serem apreendidos é enorme, portando necessitando de infraestrutura adequada para atendimento emergencial aos animais logo após a apreensão e para o transporte dos bichos para centros de recuperação e reintrodução de fauna (o que também não existe). Sem tais cuidados, o que acontece é a soltura sem critérios. Será que os animais soltos nas matas próximas estavam aptos a viver na natureza? Será que esses animais estavam com boa saúde para não levar doenças para outros bichos? Será que a região era a mais adequada para a soltura?
A constatação da quantidade de animais em cativeiro do comandante do Batalhão Ambiental do Piauí não reflete apenas a realidade daquele Estado nordestino. Esse quadro pode, com certeza, ser considerado como existente em todas as unidades da federação.
- Leia a matéria completa do site 180 Graus
- Leia a matéria completa do site Meionorte.com
Tamanduá-mirim apreendido no Piauí
Foto: Moisés Saba
“O tenente-coronel Renato Alves afirmou que os animais silvestres aprisionados equivalem a um terço da população do Piauí, que é de 3,119 milhões.” – texto da matéria “Polícia apreende 50 animais silvestres e existe 1 milhão de animais presos”, publicada em 2 de abril de 2012 na coluna de Efrém Ribeiro no site Meionorte.com
Você ficou assustado com o número?
Pois saiba que, de acordo com estimativa da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), 38 milhões de animais (excluindo-se peixes e invertebrados) são retirados da natureza por ano para abastecer o tráfico de fauna.
“Segundo informações do tenente-coronel Renato Alves, comandante do Batalhão, na última operação realizada em quatro municípios do Médio Parnaíba, dentre eles Agricolândia, foram apreendidos 132 animais, a maioria aves como marrecos, além de 15 cotias, um filhote de tamanduá e aves como bigodes, canários, papa-capins, dentre outros. "Eram tantas gaiolas que não deram para trazer todos e uma parte foi solta logo nas matas da região onde foram apreendidas", disse o militar.” – texto do site 180 Graus
Comandante Renato Alves: disposto a combater o tráfico de fauna
Foto: PM PiauíDevo parabenizar a ação do Batalhão Ambiental, mas faço duas considerações.
Primeiramente, o tenente-coronel Renato Alves com certeza sabe que o combate ao tráfico de animais é um trabalho sem fim. Digo isso porque não há, em nenhum Estado brasileiro, um trabalho efetivo de educação e conscientização da população para o problema. Dessa forma, esse hábito cruel e perigoso (já que o risco das zoonoses é grande) tende a continuar existindo. Havendo demanda, haverá quem venda.
A outra consideração é a aparente falta de estrutura do Batalhão para combater esse crime. A quantidade de animais a serem apreendidos é enorme, portando necessitando de infraestrutura adequada para atendimento emergencial aos animais logo após a apreensão e para o transporte dos bichos para centros de recuperação e reintrodução de fauna (o que também não existe). Sem tais cuidados, o que acontece é a soltura sem critérios. Será que os animais soltos nas matas próximas estavam aptos a viver na natureza? Será que esses animais estavam com boa saúde para não levar doenças para outros bichos? Será que a região era a mais adequada para a soltura?
A constatação da quantidade de animais em cativeiro do comandante do Batalhão Ambiental do Piauí não reflete apenas a realidade daquele Estado nordestino. Esse quadro pode, com certeza, ser considerado como existente em todas as unidades da federação.
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