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terça-feira, 18 de março de 2014

Não importa se são drogas ou animais, o negócio é traficar

“Denúncias anônimas levaram vários policiais militares, sob o comando do Subtenente Luiz Carlos de Souza, com o apoio do Sargento Almir, Sd- Elton, Sd- Reinaldo, Sd-Emmanuel e Sd-Rocha, a montar uma operação de guerra na comunidade de Lagoa Seca a 12 km da sede do município.

(...) Os policiais foram até uma residência e abordaram o suspeito identificado como Rafael Guilherme do Nascimento (30 anos) “Vulgo Preguiça”, e sua esposa Vitória Regia Elias Oliveira (34 anos).

Mais de 100 aves foram apreendidas
Foto: Guamaré em Dia

Os agentes realizaram com autorização dos acusados, buscas no imóvel e encontraram drogas tipo crack, celulares, chips de várias operadoras, dinheiro fracionados e mais de 100 espécies de animais silvestres no imóvel.” – texto da matéria “Casal acusado de tráfico é preso com drogas e mais de 100 espécies de animais silvestres.”, publicada em 13 de março de 2014 pelo blog Guamaré em Dia, do município de Guamaré (RN)

Em 2001, a ONG Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) publicou no 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico da Fauna Silvestre, em que há um capítulo específico para o tema – “Ligação com Outras Atividades Ilegais”.

“O comércio ilegal de animais silvestres está ligado a outros tipos de atividades ilegais, tais como drogas, armas, álcool e pedras precisas. Na América do Sul, os cartéis de drogas têm grande envolvimento com o comércio ilegal de fauna silvestre, muitas vezes se utilizam da fauna para transportarem seus produtos. Frequentemente são encontradas drogas dentro de animais vivos ou em suas peles.” - texto do Relatório

Como os métodos para traficar drogas e animais (os utilizados como bichos de estimação, principalmente) são semelhantes e as rotas coincidem, há muitas quadrilhas que atuam nos dois ramos do crime. De acordo com a Renctas, em 2001 havia entre 350 e 400 quadrilhas organizadas no comércio ilegal de fauna silvestre, sendo que, desse total, cerca de 40% possuem ligação com outras atividades ilegais.

Assim como o tráfico de drogas tem, historicamente, sido tratado como um problema exclusivamente policial, o mercado negro de fauna sofre do mesmo mal. Conscientizar a população dos problemas e consequências do comércio ilegal de silvestres pode demorar mais para dar resultados, mas com certeza eles são mais efetivos que a repressão pura. A fiscalização intensa é necessária, mas não pode ser a única ferramenta.

- Leia a matéria completa do Guamaré em Dia

quinta-feira, 28 de março de 2013

Aves, armas e drogas. Tudo junto e misturado no submundo do crime

Depois do caso da jaguatirica apreendida com suspeitos de tráfico de drogas em São Luís, no Maranhão, publicado pelo Fauna News em 26 de março de 2013 no post “Jaguatirica e cocaína”, agora é a vez de aves estarem no mesmo ambiente de armas e entorpecentes.

“Duzentas e setenta e oito aves foram apreendidas, nesta terça-feira (26), em um imóvel localizado no bairro do Curado II, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Os animais mantidos em cativeiro foram encontrados em operação realizada pela Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma). Nas buscas, os policiais detiveram uma mulher de 42 anos, que guardava três armas e pequenas quantidades de crack e maconha.

Parte das aves apreendias em Pernambuco
Foto: Divulgação Cipoma

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar, a mulher vendia as aves em feiras de rua nos finais de semana. Com ela, foram apreendidos dois revólveres calibres 32 e 38, além de uma pistola 380. Policiais do 6º Batalhão e do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) também participaram da ação.” – texto da matéria “Polícia apreende 278 aves mantidas em cativeiro em casa de Jaboatão, PE”, publicada em 26 de março de 2013 pelo portal G1

Na apreensão de Recife, ficou claro que os animais eram mercadorias – no caso da jaguatirica, o animal aparentemente era criado como bicho de estimação. Vale repetir o publicado no post da jaguatirica:

“Como os métodos para traficar drogas e animais (os utilizados como bichos de estimação, principalmente) são semelhantes e as rotas coincidem, há muitas quadrilhas que atuam nos dois ramos do crime. De acordo com a Renctas, em 2001 havia entre 350 e 400 quadrilhas organizadas no comércio ilegal de fauna silvestre, sendo que, desse total, cerca de 40% possuem ligação com outras atividades ilegais.”

E, assim como ocorre com o tráfico de drogas, a repressão não acabará com o mercado ilegal de animais. Em ambos os casos, ações para a redução da demanda são essenciais. No caso dos animais, educação ambiental é necessária.

- Leia a matéria completa do G1
- Releia “Jaguatirica e cocaína”, publicado pelo Fauna News em 26 de março de 2013

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Na luta contra a cracolândia da fauna silvestre

Guardadas as devidas proporções, o comércio escancarado de animais silvestres na feira livre de Duque de Caixas, no estado do Rio de Janeiro, é muito similar ao escandaloso comércio de drogas na região da Luz da cidade de São Paulo, a cracolândia. Em ambos os locais, o tráfico (de animais ou de entorpecente) escancara para a sociedade a incompetência do poder público em lidar com o problema.

Sem educação ambiental e repressão competente, a venda de animais silvestres instalou-se há anos na tradicional feira fluminense.

Filhote de gavião carcará apreendido em 15 de janeiro de 2012 na feira livre de Duque de Caxias
Foto: Márcio Leandro

Sem uma política de prevenção ao uso de drogas e repressão competentes, a venda e o consumo de crack instalaram-se há anos na mais famosa cracolândia paulistana – afinal, não é a única!

Janeiro de 2012: Cracolândia, na região central de São Paulo
Foto: Nelson Antoine/Fotoarena

Assim como na cidade de São Paulo, onde o governo do Estado e a prefeitura se mobilizaram desde 3 de janeiro de 2012 para acabar com aquele cenário deprimente de seres humanos doentes e esquecidos, algo parecido começa a ser feito em Duque de Caxias:

“Rio - Apontada como maior centro de comércio ilegal de animais silvestres a céu aberto do País, a feira livre de Duque de Caxias, no bairro 25 de Agosto, vai, finalmente, ganhar um posto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O objetivo é fechar o cerco aos traficantes, inclusive internacionais, que, aos domingos, negociam animais da fauna brasileira, muitos em risco de extinção.

A força-tarefa envolve outros órgãos ambientais, municipais e estaduais, como o Batalhão de Polícia Florestal (BPFMA), a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).”
– texto da matéria “Polícia, prefeitura e estado montam força-tarefa para controlar feira de Caxias”, publicado em 22 de janeiro de 2012 pelo jornal O Dia

Fiscais do Ibama na Feira de Duque de Caxias
Foto: Márcio Leandro

Da mesma forma como a ação na cracolândia foi marcada, inicialmente, pela dura ação policial, a repressão se fará presente em Duque de Caxias.

Janeiro de 2012: grávida na/da Cracolândia
Foto: Apu Gomes/Folhapress

Da mesma forma que se exige, na cracolândia, ações de resgate social e da área de saúde, espera-se que, em algum momento, o poder público atue na conscientização da população sobre os perigos à saúde humana e sobre os males aos ecossistemas envolvidos na compra de animais silvestres de traficantes.

Ou, como está acontecendo na cidade de São Paulo, a cracolândia da fauna silvestre de Duque de Caxias só vai mudar de endereço...

- Leia a matéria completa do jornal O Dia
- Leia a matéria da prefeitura de Duque de Caxias