sexta-feira, 11 de maio de 2012

Reflexão para o fim de semana: importando aracnídeos pela internet. E tudo via correio

“A Polícia Federal pedirá cooperação internacional para desvendar o tráfico de animais via Correios em Passo Fundo, no norte do Estado. Em três semanas, dois pacotes com aranhas e escorpiões foram remetidos da Europa ao município. A suspeita é que as encomendas movimentem um mercado clandestino mantido por compradores interessados em animais exóticos de estimação. (...)

Aranhas traficadas via correio
Foto: Fernanda Pimentel

O episódio mais recente foi na segunda-feira, quando fiscais dos Correios encontraram um pacote remetido da Espanha com 14 aranhas — quatro já mortas — fechadas em embalagens individuais e divididas por sexo. No dia 19 de abril, oito escorpiões e três aranhas vindos da Alemanha também foram apreendidos na agência.” – texto da matéria “Polícia Federal busca apoio internacional para combater tráfico de animais via Correios”, publicada em 8 de maio de 2012 pelo jornal Zero Hora (RS)

De acordo com o Ibama, esses animais são encomendados por meio de sites e, por serem pequenos e não fazerem barulho, enviados via correio. É um perfil mais sofisticado de tráfico de fauna e que dificulta a fiscalização. Dos 40 animais apreendidos pelo órgão federal na região de Passo Fundo (RS) em 2012, 25 estavam sendo traficados via correio.

O envio de animais por traficantes via correio é bastante utilizado no Brasil e no mundo. Além de aracnídeos, os répteis são despachados dessa forma.

“O interesse pelo negócio clandestino está na oportunidade de lucro. Castro (Flabeano Castro, chefe do escritório do Ibama em Passo Fundo) explica que os compradores pagam até R$ 25 por animal e os revendem por cerca de R$ 100. Para ele, a existência de espécies de sexos diferentes nos pacotes remetidos fortalece a suspeita que o objetivo fosse reprodução e venda de filhotes.

De acordo com o Ibama, o perfil comprador de animais exóticos ilegais costuma ser homem, jovem, morador de apartamento e que busca ter um animal discreto e silencioso. A negociação é feita principalmente pela internet. O acordo é facilitado pela proliferação de sites clandestinos e até por grupos formados nas redes sociais.”
– texto do Zero Hora

Internet
No 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, da ONG Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), publicado em 2001, consta:

“Em pesquisa realizada pela Renctas em 1999, foram encontrados 4.892 anúncios em sites nacionais e internacionais, contendo a compra, venda ou troca ilegal de animais silvestres fa fauna brasileira. Desse total, a grande maioria anunciava répteis e aves, mas também foram encontrados diversos outros animais como mamíferos (com destaque para os primatas, felinos e pequenos marsupiais), anfíbios (principalmente sapos amazônicos) e peixes ornamentais.”

Ainda segundo a publicação da Renctas, os principais problemas para combater a venda ilegal de animais pela internet são a discrição e a facilidade de compra e venda, a dificuldade na identificação dos negociadores, a falta de um órgão especializado no combate a essa modalidade de tráfico e a ausência de legislação sobre o tema.

- Leia a matéria do Zero Hora

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