terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ignorância e crueldade: as consequências de criar animais silvestres como pets

Criar animais domésticos, como cães e gatos, já exige cuidados e uma boa dose de atenção para manter a saúde física e mental do bicho. Não é simplesmente dar comida e água. Envolve muito mais, como um ambiente limpo, atividades para o lazer e o desenvolvimento físico e, lógico, carinho. Agora, imagine um animal silvestre? Tudo isso ainda pode não ser suficiente para manter um como pet.

Primeiramente, porque lugar de animal silvestre é em seu hábitat. Ele tem funções ecológicas (como controlar a população de bichos que ele come, servir de comida para outras espécies, espalhar sementes de plantas etc.) a cumprir, pode transmitir mais de 180 doenças para as pessoas e tem o direito de desfrutar sua liberdade. Apesar de tudo isso, tem gente que ainda insiste em criar animais silvestres em casa.

Em nome de um dito “amor” pelos bichos, muita gente prejudica o meio ambiente ao fomentar o tráfico de fauna e, por ignorância, acaba judiando do animal. Veja um exemplo:

“Como acontece muito nos Estados Unidos e no Canadá, pequenas tartarugas são vendidas ilegalmente por vendedores de rua, que colocam os animais em baldes, sem se preocupar com sua saúde. As pessoas compram as tartarugas em um impulso, incapazes de resistir a seu charme, achando que elas vão ficar pequenas para sempre. Mas elas crescem rápido.

 Audrey: deformada após 20 anos em um balde
Foto: Facebook

A tartaruga da foto, Audrey, viveu durante 20 anos em um balde à base de ovos, sem receber os cuidados adequados. Sem espaço para se movimentar, ela cresceu e ficou com sua carapaça atrofiada, apertando seus órgãos internos. Ela precisava de ajuda, mas só foi levada para um veterinário após a morte de sua dona. Audrey seria sacrificada, mas o veterinário decidiu levá-la a um centro de resgate e reabilitação de tartarugas, o Little Res Q. Lá ela recebeu o tratamento apropriado e está se recuperando.”
– texto da matéria “Tartaruga passa 20 anos em balde e vira exemplo de superação no Facebook”, publicada no site da revista Época em 3 de janeiro de 2013

Tartaruga da mesma espécie com casco normal e Audrey
Foto: Facebook

Esse tipo de problema ocorre com inúmeras outras espécies. Animais  ficam com membros atrofiados por não se exercitarem por viverem em jaulas pequenas, gaiolas ou amarrados em coras ou correntes. Além dos danos físicos, os bichos sofrem com o estresse do cativeiro, levando, dependendo da espécie a automutilação.

Papagaio arrancou as próprias penas por causa do estresse do cativeiro
Foto: Polícia Militar Ambiental MS

Lugar de bicho é no seu hábitat!

Audrey hoje, vivendo em centro de recuperação
Foto: Facebook

- Leia a matéria completa da Época
- Endereço da página de Audrey no Facebook: https://www.facebook.com/audreyres
- Releia o post "O estresse do cativeiro", publicado pelo Fauna News em 9 de maio de 2012

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