Desde 3 de março, acontece na Tailândia a 16ª Conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES). O encontro, que acontece no 40º aniversário da Convenção, está reunindo cerca de 2 mil delegados, representando mais de 150 governos, povos indígenas, organizações não-governamentais e empresas.
“As 70 propostas apresentadas por 55 países de todo o mundo procuram melhorar a conservação e uso sustentável de espécies marinhas (incluindo várias espécies de tubarão) e espécies de madeira, a população de vicunhas do Equador, ursos polares, elefantes africanos, rinocerontes brancos, tartarugas de água doce, sapos, crocodilos, plantas ornamentais e medicinais e muitas outras espécies.” – texto do site da CITES de 3 de março de 2013
Apesar da importância do encontro, por que a conferência não repercute no Brasil? A imprensa está praticamente muda sobre o assunto. Emissoras de rádio e televisão sequer mencionam a conferência. Jornais publicam notas superficiais e sites reproduzem material de agências de notícias internacionais. Bem diferente das coberturas sobre as Conferências das Partes sobre Mudanças Climáticas.
A caça de rinocerontes motivada pelo alto valor do chifre no mercado negro asiático, de elefantes pelo marfim e de tigres pela pele e suas partes, além da pesca de tubarões por suas barbatanas (finning) têm mobilizado boa parte do mundo. O problema hoje envolve autoridades de destaque, como a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que tem sua participação esperada na conferência.
“A Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que também participará do encontro, fez um ‘Chamado para Ação’ para o combate ao comércio ilegal da vida selvagem. Esse ‘Chamado para Ação’ inclui quatro elementos: o aumento dos esforços diplomáticos; uma campanha de alcance global; áreas de aplicação fortalecidas e expandidas; e uma resposta global.
“Nos encontramos agora com todo o esforço positivo que começou há 30, 40 anos sendo afetado pelas mudanças que tivemos que lidar em cada nível da comunidade internacional... Nos últimos anos o tráfico de vida selvagem se tornou mais organizado, mais lucrativo, mais disseminado, e mais perigoso do que antes... Isso também é uma questão de segurança nacional, uma questão de saúde pública, e uma questão de segurança econômica”, declarou Clinton.” – texto da matéria “CITES busca soluções para extinção de fauna e flora”, publicada em 4 de março de 2013 no site do Instituto Carbono Brasil
No Brasil, o tráfico de animais e suas partes ainda é considerado um problema menor. Mesmo com o poder público sabendo que, anualmente, ao menos 38 milhões de animais são retirados da natureza para abastecer o mercado negro (dado de estimativa da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais – Renctas, de 2001). Mais da metade desses bichos (cerca de 60%) são para abastecer o mercado interno, em que mais de 80% são aves.
Sim, manter aves em gaiolas é envolver-se com o tráfico de fauna. Esse hábito, um traço cultural que persiste pela falta de uma política baseada em educação ambiental, é responsável pelo cruel confinamento dos bichos, por danos aos ecossistemas (muitas aves são, por exemplo, disseminadoras de sementes, o que permite a manutenção de florestas), pela disseminação de doenças transmitidas para os seres humanos (zoonoses) e tantos outros problemas.
Mas, por ser um hábito, o manter animais silvestres capturados e coletados ilegalmente como bichos de estimação não é encarado como um problema. Nem pelo poder público, nem pelo legislador (que não altera a péssima lei que combate o tráfico de fauna) e nem pela imprensa...
Vamos permanecer na ignorância.
- Leia o texto de divulgação do site da CITES (em inglês)
- Leia o texto completo do Instituto Carbono Brasil
“As 70 propostas apresentadas por 55 países de todo o mundo procuram melhorar a conservação e uso sustentável de espécies marinhas (incluindo várias espécies de tubarão) e espécies de madeira, a população de vicunhas do Equador, ursos polares, elefantes africanos, rinocerontes brancos, tartarugas de água doce, sapos, crocodilos, plantas ornamentais e medicinais e muitas outras espécies.” – texto do site da CITES de 3 de março de 2013
Cerimônia de abertura da conferência, na Tailândia
Foto: Divulgação CITES
Apesar da importância do encontro, por que a conferência não repercute no Brasil? A imprensa está praticamente muda sobre o assunto. Emissoras de rádio e televisão sequer mencionam a conferência. Jornais publicam notas superficiais e sites reproduzem material de agências de notícias internacionais. Bem diferente das coberturas sobre as Conferências das Partes sobre Mudanças Climáticas.
A caça de rinocerontes motivada pelo alto valor do chifre no mercado negro asiático, de elefantes pelo marfim e de tigres pela pele e suas partes, além da pesca de tubarões por suas barbatanas (finning) têm mobilizado boa parte do mundo. O problema hoje envolve autoridades de destaque, como a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que tem sua participação esperada na conferência.
“A Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que também participará do encontro, fez um ‘Chamado para Ação’ para o combate ao comércio ilegal da vida selvagem. Esse ‘Chamado para Ação’ inclui quatro elementos: o aumento dos esforços diplomáticos; uma campanha de alcance global; áreas de aplicação fortalecidas e expandidas; e uma resposta global.
“Nos encontramos agora com todo o esforço positivo que começou há 30, 40 anos sendo afetado pelas mudanças que tivemos que lidar em cada nível da comunidade internacional... Nos últimos anos o tráfico de vida selvagem se tornou mais organizado, mais lucrativo, mais disseminado, e mais perigoso do que antes... Isso também é uma questão de segurança nacional, uma questão de saúde pública, e uma questão de segurança econômica”, declarou Clinton.” – texto da matéria “CITES busca soluções para extinção de fauna e flora”, publicada em 4 de março de 2013 no site do Instituto Carbono Brasil
No Brasil, o tráfico de animais e suas partes ainda é considerado um problema menor. Mesmo com o poder público sabendo que, anualmente, ao menos 38 milhões de animais são retirados da natureza para abastecer o mercado negro (dado de estimativa da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais – Renctas, de 2001). Mais da metade desses bichos (cerca de 60%) são para abastecer o mercado interno, em que mais de 80% são aves.
No Brasil, o tráfico ainda é considerado um problema menor
Foto: Divulgação Polícia Rodoviária Federal
Sim, manter aves em gaiolas é envolver-se com o tráfico de fauna. Esse hábito, um traço cultural que persiste pela falta de uma política baseada em educação ambiental, é responsável pelo cruel confinamento dos bichos, por danos aos ecossistemas (muitas aves são, por exemplo, disseminadoras de sementes, o que permite a manutenção de florestas), pela disseminação de doenças transmitidas para os seres humanos (zoonoses) e tantos outros problemas.
Mas, por ser um hábito, o manter animais silvestres capturados e coletados ilegalmente como bichos de estimação não é encarado como um problema. Nem pelo poder público, nem pelo legislador (que não altera a péssima lei que combate o tráfico de fauna) e nem pela imprensa...
Vamos permanecer na ignorância.
- Leia o texto de divulgação do site da CITES (em inglês)
- Leia o texto completo do Instituto Carbono Brasil
1 comentários:
e ...
JTruda
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