quarta-feira, 26 de março de 2014

Macaca morre atropelada e filhote recém-nascido é resgatado

“Um filhote de macaco foi resgatado depois que a mãe dele morreu atropelada na BR-163, próximo à cidade de Sorriso, a 420 km de Cuiabá. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) o bebê macaco foi encaminhado na manhã deste domingo (23) para o campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá, onde deve receber cuidados especiais no Hospital Veterinário da instituição.

Filhote resgatado. Mãe morreu atropelada
Foto: Divulgação Polícia Rodoviária Federal

Ainda conforme a PRF, a mãe do macaco foi atropelada na sexta-feira (21). Uma equipe dos bombeiros de Sorriso encontrou o filhote próximo ao corpo da mãe e fez o resgate. O macaco foi levado para uma clínica veterinária da cidade, onde recebeu os primeiros atendimentos. A princípio o animal não estava ferido.” – texto da matéria “Filhote de macaco é resgatado após mãe morrer atropelada em MT”, publicada em 23 de março de 2014 pelo portal G1

O filhote resgatado é macho e não pesa mais de 500 gramas.

Quando se pensa em proporcionar a possibilidade de travessias seguras para animais silvestres em rodovias, as passagens de fauna projetadas como pontes ou por baixo da estrada são sempre citadas. Mas para os primatas, principalmente os que se deslocam prioritariamente pelas copas das árvores, elas podem não funcionar.

Em compensação, as conhecidas estruturas feitas com cordas (parecendo escadas, que são penduradas horizontalmente e ligam copas de árvores) também podem não se adequadas para todas as espécies. No Rio de Janeiro, na região das Reservas Biológicas União e Poço das Antas a Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) luta para que estruturas adequadas sejam instaladas na BR-101 (que está sendo duplicada) para permitir a travessia dos ameaçados micos. Os primeiros projetos apresentados não foram adequados.

O Secretário Executivo da AMLD, Luís Paulo Ferraz, tem manifestado preocupação com o projeto da Autopista Fluminense – concessionária responsável pela obra.  Ele afirma que a solução apresentada, chamada “rope and ladder” (nome técnico da “escada” de corda) não é adequada para o mico-leão-dourado. “Esse primata pesa entre 500g e 600g. O vento de caminhões passando por baixo, a mais de 100 km/h, vai balançar a passarela de corda, possivelmente deslocando os micos que tentem atravessar. O mais provável é que eles atravessem pela pista em vez de usar a passarela, mantendo o risco de atropelamentos”, afirma.

O assunto é complexo e não existe fórmula pronta. Cada rodovia tem suas peculiaridades, envolvendo o tipo de fauna, flora, hidrografia da região, clima, tráfego e comunidades, por exemplo. Os processos de licenciamento ambiental das construções e duplicações de estradas tem de ser muito bem feito e, sobretudo, contar com a colaboração de especialistas das espécies envolvidas. Caso contrário, a solução pensada é ineficiente e os atropelamentos de silvestres continuam a ocorrer.

- Leia a matéria completa do G1

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