“A duplicação das vias da rodovia Manuel Urbano (AM-070) e as recentes invasões na rodovia têm dispersado os animais silvestres e provocado acidentes no decorrer da pista. A observação é dos próprios moradores que vivem às margens da AM 070.” – texto da matéria “Progresso ameaça vida de animais na rodovia AM-070”, publicada em 18 de agosto de 2013 pelo jornal A Crítica (AM)
O relato da matéria dá a entender que o poder público, tanto o governo do Amazonas quanto das prefeituras envolvidas, parecem não estar atuando para evitar graves impactos à fauna silvestre. O problema mais evidente são os atropelamentos.
“A fuga dos animais, segundo o agricultor (Enerstro Pereira – observação do Fauna News), também é atestada no crescimento no número de acidentes. “Daqui de casa eu já vi amanhecer tamanduás, mucuras e tatus atropelados aqui na via. É compreensível, porque as pessoas andam muito rápido nas rodovias, não é? Mas desde que as obras começaram o número de acidentes também aumentou bastante”, avaliou.
Romoaldo Guimarães, 56, mora no quilômetros 67 da AM-070. Ele conta que da varanda de casa é comum ver os acidentes envolvendo animais. “Venho sempre ver se não é um dos meus bichos. Hoje mesmo de manhã teve um acidente e pensei que era um dos meus patos, mas era uma mucura da mata mesmo”, afirmou.” – texto de A Crítica
Mas os problemas da construção e ampliação de estradas envolvendo fauna não ficam restritos aos atropelamentos. A derrubada da floresta para a duplicação da AM-070 e a invasão de quase mil pessoas nas proximidades da estrada têm expulsado os animais.
“Morador há dois anos do quilômetro 54 da rodovia, o agricultor Enerstro Pereira afirma ter encontrado mais animais silvestres próximo à casa dele depois no início das obras. “Na minha casa aumentou a quantidade de cobras. Aqui próximo, na comunidade Santa Luzia, já viram até onça! Era por volta das 23h quando viram o animal por lá. Perigoso demais”, disse.
(...)Há 20 anos morando na rodovia, Romoaldo disse que já acompanhou várias vezes a movimentação dos animais dentro da floresta e perto da pista. “Eles não têm para onde ir e procuram a terra firme mais próxima, nossas casas. Se estão desmatando lá no começo da rodovia é natural que eles venham para cá, que ainda tem mata fechada”, disse.
‘Fuga dos animais’ na área urbana
A invasão de animais silvestres também é registrada dentro da área urbana de Manaus. Em cinco meses, o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) registrou o resgate de 150 animais silvestres em residências de Manaus.” – texto de A Crítica
Com tudo isso acontecendo, a matéria de A Crítica não apresentou explicação alguma do poder público. A rodovia é estadual e corta alguns municípios. Ou a apuração jornalística foi falha ou se algum representante dos governos foi ouvido, onde está a explicação deles?
De qualquer forma, os responsáveis pela duplicação tem uma série de problemas para resolver. O que parece não estar sendo feito. Tanto que usuários da estrada estão se mexendo:
“Uma campanha publicitária prevista para ser lançada no fim do mês pretende diminuir a quantidade de acidentes na rodovia. A ideia da campanha veio do administrador Edivaldo Ramos, que presta consultoria a uma empresa em Manacapuru.
Edivaldo conta que teve a ideia da campanha publicitária após resgatar uma preguiça na estrada. “Ela estava prestes a ser morta, mas conseguimos tirá-la da via. Encontrei outra na semana posterior, que não teve a mesma sorte e já havia sido morta por atropelamento”, conta.
A intenção é desenvolver placas chamando a atenção dos condutores. “Pedi que um especialista fizesse uma arte de uma preguiça com um filhote e uma frase que lembrasse a existência deles no local. Sei que as pessoas não vão diminuir a velocidade na rodovia, mas espero que elas prestem mais atenção no trânsito e evitem novos acidentes”, disse.
A campanha está em fase de confecção e aguardando patrocínios. O projeto prevê a distribuição de placas e um outdoor na rodovia e a intenção é que o projeto seja lançado em 15 dias.” - texto de A Crítica
Novamente vale a pergunta: cadê o poder público? Afinal, a duplicação custará R$ 224 milhões e espera-se que, no mínimo, as consequências aos animais silvestres tenham sido pensadas.
- Leia a matéria completa de A Crítica
A duplicação custará R$ 224 milhões
A derrubada de florestas para a duplicação tem impactado a fauna
Fotos: Adriana Santos
O relato da matéria dá a entender que o poder público, tanto o governo do Amazonas quanto das prefeituras envolvidas, parecem não estar atuando para evitar graves impactos à fauna silvestre. O problema mais evidente são os atropelamentos.
“A fuga dos animais, segundo o agricultor (Enerstro Pereira – observação do Fauna News), também é atestada no crescimento no número de acidentes. “Daqui de casa eu já vi amanhecer tamanduás, mucuras e tatus atropelados aqui na via. É compreensível, porque as pessoas andam muito rápido nas rodovias, não é? Mas desde que as obras começaram o número de acidentes também aumentou bastante”, avaliou.
As preguiças estão entre as espécies mais impactadas
Foto: Edivaldo Ramos
Romoaldo Guimarães, 56, mora no quilômetros 67 da AM-070. Ele conta que da varanda de casa é comum ver os acidentes envolvendo animais. “Venho sempre ver se não é um dos meus bichos. Hoje mesmo de manhã teve um acidente e pensei que era um dos meus patos, mas era uma mucura da mata mesmo”, afirmou.” – texto de A Crítica
Mas os problemas da construção e ampliação de estradas envolvendo fauna não ficam restritos aos atropelamentos. A derrubada da floresta para a duplicação da AM-070 e a invasão de quase mil pessoas nas proximidades da estrada têm expulsado os animais.
“Morador há dois anos do quilômetro 54 da rodovia, o agricultor Enerstro Pereira afirma ter encontrado mais animais silvestres próximo à casa dele depois no início das obras. “Na minha casa aumentou a quantidade de cobras. Aqui próximo, na comunidade Santa Luzia, já viram até onça! Era por volta das 23h quando viram o animal por lá. Perigoso demais”, disse.
(...)Há 20 anos morando na rodovia, Romoaldo disse que já acompanhou várias vezes a movimentação dos animais dentro da floresta e perto da pista. “Eles não têm para onde ir e procuram a terra firme mais próxima, nossas casas. Se estão desmatando lá no começo da rodovia é natural que eles venham para cá, que ainda tem mata fechada”, disse.
‘Fuga dos animais’ na área urbana
A invasão de animais silvestres também é registrada dentro da área urbana de Manaus. Em cinco meses, o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) registrou o resgate de 150 animais silvestres em residências de Manaus.” – texto de A Crítica
Com tudo isso acontecendo, a matéria de A Crítica não apresentou explicação alguma do poder público. A rodovia é estadual e corta alguns municípios. Ou a apuração jornalística foi falha ou se algum representante dos governos foi ouvido, onde está a explicação deles?
De qualquer forma, os responsáveis pela duplicação tem uma série de problemas para resolver. O que parece não estar sendo feito. Tanto que usuários da estrada estão se mexendo:
“Uma campanha publicitária prevista para ser lançada no fim do mês pretende diminuir a quantidade de acidentes na rodovia. A ideia da campanha veio do administrador Edivaldo Ramos, que presta consultoria a uma empresa em Manacapuru.
Edivaldo conta que teve a ideia da campanha publicitária após resgatar uma preguiça na estrada. “Ela estava prestes a ser morta, mas conseguimos tirá-la da via. Encontrei outra na semana posterior, que não teve a mesma sorte e já havia sido morta por atropelamento”, conta.
A intenção é desenvolver placas chamando a atenção dos condutores. “Pedi que um especialista fizesse uma arte de uma preguiça com um filhote e uma frase que lembrasse a existência deles no local. Sei que as pessoas não vão diminuir a velocidade na rodovia, mas espero que elas prestem mais atenção no trânsito e evitem novos acidentes”, disse.
A campanha está em fase de confecção e aguardando patrocínios. O projeto prevê a distribuição de placas e um outdoor na rodovia e a intenção é que o projeto seja lançado em 15 dias.” - texto de A Crítica
Novamente vale a pergunta: cadê o poder público? Afinal, a duplicação custará R$ 224 milhões e espera-se que, no mínimo, as consequências aos animais silvestres tenham sido pensadas.
- Leia a matéria completa de A Crítica
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