A feira de domingo realizada no município de Duque de Caxias é tradicional por vários motivos: ponto de encontro de nordestinos, local para apreciar comidas típicas, dançar forró e, infelizmente, comprar animais silvestres ilegalmente.
São mais de dois quilômetros com cerca de 2.500 feirantes, um misto de feira livre e feira do rolo (de trocas), atraindo estimados 15 mil visitantes de diversas regiões.
Foi na primeira metade do século passado que aves silvestres começaram a ser intensamente comercializadas em Duque de Caxias. A famosa feira do município fluminense já existia e, sob uma frondosa jaqueira de um terreno baldio da avenida Presidente Vargas, em frente ao atual Mercado Municipal, passarinheiros se encontravam para trocar experiências e animais.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), pelo menos dois mil animais são vendidos a cada domingo em Duque de Caxias. “O número foi informado pelos setores de inteligência da polícia. É uma estimativa pela quantidade de animais apreendida e pelo tamanho da feira”, afirma Renato de Freitas Souza Machado, procurador da República no município, em São João de Meriti e em São Gonçalo (RJ).
Esse comércio criminoso é também cruel, como constatado com a apreensão do mico dopado.
“A Unidade de Polícia Ambiental Móvel (UPAm Móvel), no último domingo (06), manteve a intervenção na Feira de Caxias, onde conseguiu prender um comerciante de animais silvestres chamado Rubens Jorge de Faria, de 51 anos, que tentava vender uma maritaca. Os policiais apreenderam mais 23 pássaros, 02 jabutis, 02 tigres-d´água e 01 mico. Dentre as aves havia 01 trinca-ferro, 05 pixoxós, 03 coleiros, 11 canários e 03 garibaldis. O mico foi encontrado dopado numa pequena bolsa em péssimas condições de transporte. O caso foi registrado na 59ª DP, em Duque de Caxias, e o responsável enquadrado no artigo 29, parágrafo 1º, inciso III da Lei de Crimes Ambientais, cuja pena é de detenção de seis meses a um ano e multa. Os animais foram levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), em Seropédica, para tratamento e posterior soltura em seu habitat natural.” – texto da nota “PM detém homem comercializando animais silvestres em feira”, divulgada em 7 de abril de 2014 no site da Polícia Militar do Rio de Janeiro
Para evitar que o pequeno primata ficasse se debatendo, mordendo e chamando a atenção de alguma equipe de fiscalização, o traficante dopou o animal. Não é incomum serem descritas situações em que esse tipo de animal é embriagado com bebidas alcoólicas.
É importante destacar que se o traficante de animais faz isso é porque tem gente que compra. A PM Ambiental pode estar diariamente na feira de Duque de Caxias ou em qualquer outro ponto de venda de animais que não conseguirá acabar com esse crime. A redução sensível do tráfico só irá ocorrer quando o poder público parar de fingir que combate essa atividade e investir pesado em educação ambiental, com campanhas nas feiras, na imprensa, nas escolas, nas associações de bairro e onde for necessário.
Sem esse trabalho, é enganação.
- Leia a nota da Polícia Militar do Rio de Janeiro
- Assista à reportagem da Rede Record
São mais de dois quilômetros com cerca de 2.500 feirantes, um misto de feira livre e feira do rolo (de trocas), atraindo estimados 15 mil visitantes de diversas regiões.
Foi na primeira metade do século passado que aves silvestres começaram a ser intensamente comercializadas em Duque de Caxias. A famosa feira do município fluminense já existia e, sob uma frondosa jaqueira de um terreno baldio da avenida Presidente Vargas, em frente ao atual Mercado Municipal, passarinheiros se encontravam para trocar experiências e animais.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), pelo menos dois mil animais são vendidos a cada domingo em Duque de Caxias. “O número foi informado pelos setores de inteligência da polícia. É uma estimativa pela quantidade de animais apreendida e pelo tamanho da feira”, afirma Renato de Freitas Souza Machado, procurador da República no município, em São João de Meriti e em São Gonçalo (RJ).
Esse comércio criminoso é também cruel, como constatado com a apreensão do mico dopado.
“A Unidade de Polícia Ambiental Móvel (UPAm Móvel), no último domingo (06), manteve a intervenção na Feira de Caxias, onde conseguiu prender um comerciante de animais silvestres chamado Rubens Jorge de Faria, de 51 anos, que tentava vender uma maritaca. Os policiais apreenderam mais 23 pássaros, 02 jabutis, 02 tigres-d´água e 01 mico. Dentre as aves havia 01 trinca-ferro, 05 pixoxós, 03 coleiros, 11 canários e 03 garibaldis. O mico foi encontrado dopado numa pequena bolsa em péssimas condições de transporte. O caso foi registrado na 59ª DP, em Duque de Caxias, e o responsável enquadrado no artigo 29, parágrafo 1º, inciso III da Lei de Crimes Ambientais, cuja pena é de detenção de seis meses a um ano e multa. Os animais foram levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), em Seropédica, para tratamento e posterior soltura em seu habitat natural.” – texto da nota “PM detém homem comercializando animais silvestres em feira”, divulgada em 7 de abril de 2014 no site da Polícia Militar do Rio de Janeiro
Imagem do mico dopado em bolsa
Imagem: Reprodução Rede Record
Para evitar que o pequeno primata ficasse se debatendo, mordendo e chamando a atenção de alguma equipe de fiscalização, o traficante dopou o animal. Não é incomum serem descritas situações em que esse tipo de animal é embriagado com bebidas alcoólicas.
Répteis apreendidos na feira de Duque de Caxias (RJ)
Foto: Divulgação Polícia Militar RJ
É importante destacar que se o traficante de animais faz isso é porque tem gente que compra. A PM Ambiental pode estar diariamente na feira de Duque de Caxias ou em qualquer outro ponto de venda de animais que não conseguirá acabar com esse crime. A redução sensível do tráfico só irá ocorrer quando o poder público parar de fingir que combate essa atividade e investir pesado em educação ambiental, com campanhas nas feiras, na imprensa, nas escolas, nas associações de bairro e onde for necessário.
Sem esse trabalho, é enganação.
- Leia a nota da Polícia Militar do Rio de Janeiro
- Assista à reportagem da Rede Record
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