terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Entrega voluntária de répteis no AM: não seja um leitor ingênuo

“A população vem se conscientizando a cada dia com a ilegalidade e os riscos que animais silvestres podem ocasionar. Nesta sexta-feira (7), a equipe da Gerência de Fauna (GFAU) do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) recebeu a solicitação para buscar dez quelônios provenientes de entrega voluntária.

Um dos jabutis entregues no Amazonas
Foto: Divulgação IPAAM

Os animais viviam no terreno de uma residência, no Bairro do Ouro Verde (Zona Leste de Manaus). Nove eram da espécie Jabuti Amarelo (Chelonoidis denticulata) e apenas um da espécie Iaçá (Podocnemis sextuberculata).  De acordo com a equipe de analistas ambientais, os quelônios se encontravam com deficiência nutricional decorrente da má alimentação fornecida.

Os Jabutis e o Iaçá se encontravam na propriedade há 16 anos e, por conta da falta de condições e despreparo para criar essas espécies ilegais, o dono resolveu fazer a entrega voluntária ao IPAAM.  Ambas as espécies resgatadas foram classificadas em 2012 como “quase ameaçadas” na nova Avaliação Científica do Risco de Extinção da Fauna Brasileira, sendo consideradas espécies ameaçadas como populações vulneráveis.”
– texto da matéria “Ipaam recebe 10 quelônios por entrega voluntária”, publicada em 8 de fevereiro de 2014 pelo site do jornal A Crítica

Ler com atenção sempre é bom e, às vezes, contradições e raciocínios fáceis e nem sempre verdadeiros aparecem.

Afirmar que a população está se conscientizando sobre os problemas ligados ao hábito de criar animais silvestres como bichos de estimação é correto. Mas essa conscientização é bastante lenta e não atinge todas as camadas da população.

Para a matéria do jornal A Crítica sustentar a afirmação, jamais poderia relatar que os répteis foram entregues “por conta da falta de condições e despreparo para criar essas espécies ilegais”. A atitude da pessoa que criava os animais foi motivada porque ela passou a enfrentar problemas para mantê-los e não porque acredita que lugar de silvestre é em seu hábitat, cumprindo suas funções ecológicas, ou porque é cruel o cativeiro.

Não seja um leitor ingênuo.

- Leia a matéria completa de A Crítica

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