Dezesseis dias depois de ter sido apreendido pela Polícia Militar Ambiental, o macaco-prego fêmea Chico retornou para a família que o criou ilegalmente durante 37 anos em São Carlos (SP). Ela foi devolvida em cumprimento de uma decisão liminar da Justiça em favor do pedido de Elizete Farias Carmona, de 71 anos.
‘“Não tenho palavras, parece mentira. Eu sonhava com esse momento”. Foi assim que a aposentada Elizete Farias Carmona relatou na noite desta segunda-feira (19) a emoção que sentiu em São Carlos (SP) ao pegar no colo novamente a macaca-prego ‘Chico’, de quem ficou separada por 16 dias.
(...)“Foi uma judiação tirar o bicho daqui. Para mim, ele vai ser sempre o meu filho Chico. Estou muito feliz porque agora a família está completa”, declarou dona Elizete, que precisou tomar remédios e se acalmar devido à ansiedade de receber o animal na noite desta segunda-feira.’ – texto da matéria “Emoção marca reencontro da dona com a macaca 'Chico' em São Carlos”, publicada em 20 de agosto de 2013 pelo portal G1
Chico foi capturado na mata e provavelmente acabou traficado. Passou medo e sabe-se lá o que enfrentou até chegar à casa de dona Elizete. Ele perdeu a liberdade e a natureza perdeu com a sua ausência, já que o animal deixou de cumprir suas funções ecológicas no ecossistema onde nasceu.
O poder público, por meio da Polícia Militar Ambiental, foi condenado por muita gente pelo fato de ter apreendido a macaca. O ato foi considerado cruel, não levando em consideração o bem estar do animal. Afinal, disseram, seria melhor exigir de dona Elizete algumas melhorias para Chico e, assim, deixá-lo com a família humana. Evitar-se-ia estressar o primata e a senhora de 71 anos.
Mas a devolução de Chico é um péssimo exemplo para quem cria ou quer criar animais silvestres como bichos de estimação sem autorização do órgão ambiental. Esses arriscarão comprando um bicho no mercado negro e, em caso de apreensão, ainda terão na Justiça a possibilidade da devolução do animal. E pior: terão a guarda com autorização!
O poder público é o grande vilão por esse tipo de situação.
Não fiscalizou direito e o macaco acabou traficado.
Não investiu em educação ambiental e pessoas o adquiriram e o criaram como Chico, o bichinho de estimação.
Não investe em Cetas bem estruturados, equipados e em quantidade suficiente para atender a demanda e assim evitar que animais apreendidos tenham de ficar com os infratores.
O combate ao tráfico de animais silvestres vive de ações e projetos isolados. Não tem norte, ou melhor, sequer existe como política pública.
- Leia a matéria completa do portal G1
Releia os posts do Fauna News sobre o macaco-prego de São Carlos:
- Macaco Chico: vítima do poder público ausente e do amor torto por animais, publicado em 5 de agosto de 2013
- Macaco Chico: na verdade uma fêmea criada no amor torto, publicado em 6 de agosto de 2013
- Macaco Chico: caso do animal mantido 37 anos em cativeiro pode parar na Justiça com argumentos afetivos, publicado em 7 de agosto de 2013
- Macaco Chico: animal virou iô-iô. Justiça determina retorno do primata à família, publicado em 15 de agosto de 2013
‘“Não tenho palavras, parece mentira. Eu sonhava com esse momento”. Foi assim que a aposentada Elizete Farias Carmona relatou na noite desta segunda-feira (19) a emoção que sentiu em São Carlos (SP) ao pegar no colo novamente a macaca-prego ‘Chico’, de quem ficou separada por 16 dias.
Chico no reencontro com dona Elizete
Foto: Fabio Rodrigues/G1
(...)“Foi uma judiação tirar o bicho daqui. Para mim, ele vai ser sempre o meu filho Chico. Estou muito feliz porque agora a família está completa”, declarou dona Elizete, que precisou tomar remédios e se acalmar devido à ansiedade de receber o animal na noite desta segunda-feira.’ – texto da matéria “Emoção marca reencontro da dona com a macaca 'Chico' em São Carlos”, publicada em 20 de agosto de 2013 pelo portal G1
Chico foi capturado na mata e provavelmente acabou traficado. Passou medo e sabe-se lá o que enfrentou até chegar à casa de dona Elizete. Ele perdeu a liberdade e a natureza perdeu com a sua ausência, já que o animal deixou de cumprir suas funções ecológicas no ecossistema onde nasceu.
O poder público, por meio da Polícia Militar Ambiental, foi condenado por muita gente pelo fato de ter apreendido a macaca. O ato foi considerado cruel, não levando em consideração o bem estar do animal. Afinal, disseram, seria melhor exigir de dona Elizete algumas melhorias para Chico e, assim, deixá-lo com a família humana. Evitar-se-ia estressar o primata e a senhora de 71 anos.
Mas a devolução de Chico é um péssimo exemplo para quem cria ou quer criar animais silvestres como bichos de estimação sem autorização do órgão ambiental. Esses arriscarão comprando um bicho no mercado negro e, em caso de apreensão, ainda terão na Justiça a possibilidade da devolução do animal. E pior: terão a guarda com autorização!
O poder público é o grande vilão por esse tipo de situação.
Não fiscalizou direito e o macaco acabou traficado.
Não investiu em educação ambiental e pessoas o adquiriram e o criaram como Chico, o bichinho de estimação.
Não investe em Cetas bem estruturados, equipados e em quantidade suficiente para atender a demanda e assim evitar que animais apreendidos tenham de ficar com os infratores.
O combate ao tráfico de animais silvestres vive de ações e projetos isolados. Não tem norte, ou melhor, sequer existe como política pública.
- Leia a matéria completa do portal G1
Releia os posts do Fauna News sobre o macaco-prego de São Carlos:
- Macaco Chico: vítima do poder público ausente e do amor torto por animais, publicado em 5 de agosto de 2013
- Macaco Chico: na verdade uma fêmea criada no amor torto, publicado em 6 de agosto de 2013
- Macaco Chico: caso do animal mantido 37 anos em cativeiro pode parar na Justiça com argumentos afetivos, publicado em 7 de agosto de 2013
- Macaco Chico: animal virou iô-iô. Justiça determina retorno do primata à família, publicado em 15 de agosto de 2013
1 comentários:
Vamos tirar todos os animais do seu habitat e levar para as cidades, depois vamos deixa-los passando fome, sede, frio e todo tipo de maus tratos, iguais os cães e gatos. É um absurdo isso, um retrocesso.
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